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domingo, 21 de agosto de 2022

Análise: Botafogo decepciona em empate, mas dá boas perspectivas




Equipe vacila ao ter terceiro empate seguido contra times abaixo na tabela, mas há por onde melhorar




O empate do Botafogo em 2 a 2 com o lanterna da competição, fora de casa, incomoda e não é pra menos. Além do fato de ter chegado ao quarto jogo seguido sem vencer, as três últimas partidas eram consideradas como bastante palpáveis, até porque envolveram equipes que estavam abaixo na tabela, incluindo o último e o penúltimo colocados.


Mas não é porque ainda não ganhou no returno do Brasileirão que o desempenho - principalmente o ofensivo - deva ser ignorado. O Botafogo foi superior durante a maior parte do jogo e só viu o Juventude levar real perigo nos dois gols.


O time de Luís Castro, com dois jogadores estreando entre os titulares, criou bastante e teve 16 finalizações ao fim do jogo. Não é só pelo número de chutes e cabeçadas que o Botafogo deu que quer dizer que foi um bom desempenho, mas sim porque a qualidade das jogadas evidenciam isso.


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Jeffinho - melhor em campo na partida - fez grande jogada ao receber na intermediária de ataque. Com um drible de corpo em que girou da defesa para o ataque, deixou quem estava na marcação no chão. Levou a bola, viu que Júnior Santos atraiu o defensor na infiltração na área e deu para Eduardo, livre, acertar o travessão.


Júnior Santos, um dos estreantes artilheiros do domingo no lado do Botafogo, perdeu grande chance em jogada de Jeffinho e Eduardo. O habilidoso ponta roubou a bola no ataque, o meio-campista rolou para o centroavante, que, na hora do domínio, deixou ela um pouco para trás e chutou desequilibrado.


Só que naquele momento o Botafogo já estava atrás no placar. A defesa não teve uma manhã/tarde tão inspirada quanto o ataque e por vezes errou no posicionamento e na tomada de decisões. O Bota ainda não tinha ameaçado o Juventude quando foi pressionar a marcação no campo de ataque e viu Nogueira fazer lançamento para Bruno Nazário nas costas de Marçal. Ele cruzou e Adryelson cortou uma vez, só que deu azar de a bola ter sobrado para Pitta marcar.


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Jeffinho foi o melhor jogador do Botafogo na partida contra o Juventude — Foto: Vitor Silva/Botafogo


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Os dois lances seguintes ao gol do Juventude já teriam sido suficiente para o Botafogo virar a partida. Mas os comandados de Luís Castro não foram tão eficientes. O time ainda apresentou algumas alternativas de movimentação, com Eduardo muitas vezes aparecendo na função de lateral-direito, deixando Saravia subir para a linha de fundo.


O problema é que o time não conseguiu exibir tanta movimentação e dar opções de passe. Em um momento, o próprio Eduardo, segurou a bola no meio de campo e reclamou da falta de jogadores por perto para poder construir as jogadas e virar a partida. Enquanto tinha a vantagem no placar, o Juventude se defendia. Apenas com Pitta à frente da linha da bola, todos os outros 10 jogadores atuavam entre a linha de fundo e a bola.


Uma alternativa para isso na etapa final foi tentar colocar os laterais atuando mais por dentro, com Jeffinho e Victor Sá quase colados na linha lateral para dar amplitude. As chances do Botafogo saíram principalmente quando o time fazia a pressão depois de perder a bola ou então em jogada individual de Jeffinho. E foi assim que saiu o primeiro gol de empate, no segundo tempo.


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O atacante pegou a sobra de cruzamento no lado esquerdo, fez bonita jogada na linha de fundo e cruzou para trás. Deu sorte de a bola desviar antes de chegar a Júnior Santos, que também foi feliz ao ter o chute resvalado na defesa e entrado.


Mas, pouco tempo depois, novo erro defensivo. Após o Botafogo perder a bola no campo de ataque, Rafael não conseguiu interromper o contra-ataque do Juventude ainda no campo de defesa e cometer a falta. Os donos da casa foram à frente e Pitta tabelou para receber pelo alto, nas costas de Adryelson, que não foi tão veloz quanto o atacante.


O empate novamente veio pelos pés de Jeffinho, em outra jogada individual pela ponta esquerda. Dessa vez ele serviu Gabriel Pires, mais um estreante, que também contou com um desvio antes de a bola entrar.


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Gabriel Pires marcou o primeiro gol dele com a camisa do Botafogo, justamente na estreia — Foto: Vitor Silva/Botafogo



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A partir dali, e com a necessidade do resultado por estar na última colocação da zona de rebaixamento, o Juventude começou a sair mais para o jogo e cedeu espaços. O Botafogo teve duas oportunidades claras de contra-ataque, de, pelo menos, três contra um, mas demorou para se organizar e chegar à frente, tanto que não aproveitou os lances.


O time perdeu gols que não foram culpa de Luís Castro, e é por isso que o desempenho pode ser considerado animador, apesar da justificável frustração com os seguidos empates contra equipes abaixo na tabela. Apesar de o técnico português dizer que o time dele só olha para frente, não deve deixar de ficar atento ao que acontece com quem está atrás. Ao fim do jogo, a vantagem para o 17º colocado aumentou de três para quatro pontos, mas ainda pode cair até o fim da rodada.


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