De gol de título à saída conturbada, zagueiro viverá últimos meses da carreira no clube que "aprendeu a amar"
Joel Carli viverá os últimos seis meses da carreira de jogador no Botafogo, clube que chegou em 2016 e desde então se identificou e, como o próprio disse, aprendeu a amar. O zagueiro assinou um vínculo até junho, vai pendurar as chuteiras e assumirá um cargo administrativo após este período.
Durante sete anos, o camisa 3 vivenciou praticamente tudo. De gol de título carioca a uma saída 'forçada' em 2020, Carli retornou no ano seguinte para ter participação importante no título da Série B do Campeonato Brasileiro.
Carrossel Joel Carli — Foto: Infoesporte
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, o argentino falou sobre três momentos que lhe marcaram neste tempo no Botafogo.
O gol
Carli chegou ao Botafogo em 2016. À época, o clube, recém-promovido à primeira divisão e sem dinheiro para transferências, apostava em jogadores de clubes menores da América do Sul. O zagueiro, que estava no Quilmes, chegou em um modelo que também trouxe nomes como Damián Lizio e Gervásio Nuñez.
O camisa 3 foi o único que ficou no ano seguinte, quando o Botafogo conseguiu uma improvável classificação para a Libertadores. Com a lesão de Jefferson, o argentino assumiu a braçadeira de capitão.
Em 2018, Carli foi herói no título carioca do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Mas o momento de destaque veio em 2018. Era a final do Carioca contra o Vasco e o rival estava sendo campeão com um empate sem gols até os 50 minutos do segundo tempo, até que, após uma confusão dentro da área, Carli pegou um rebote e empurrou a bola para o fundo das redes. Nos pênaltis, o Botafogo se sagrou campeão.
- O gol é uma coisa que cada vez que encontro um torcedor na rua eles me fazem lembrar com alguma história. Foi um momento muito marcante na minha carreira. Foi meu terceiro ano (no Botafogo), foi realmente muito emocionante pela forma que foi.
A despedida
O defensor ganhou ainda mais moral dentro e fora de campo depois do Estadual. Virou titular absoluto e se colocou como uma figura de liderança com qualquer treinador que assumisse o comando da equipe.
A história de identificação com o Botafogo, porém, teve uma pausa. Em 2020, a diretoria tentou fazer acordos para a saída do zagueiro, que não aceitou. Em junho, o clube anunciou a rescisão do vínculo do argentino, quando ele estava com 154 jogos pelo clube.
- Foi o momento mais triste da minha carreira, porque foi algo que não esperava, eu não entendi. Me levou um tempo para passar essa dor, não foi fácil para mim e para minha família, mas eu sabia que voltaria (para o Botafogo). Sentia que não podia ser diferente. Eu sofri muito.
A marca
A distância não durou muito. Carli voltou em março de 2021, mas em um contexto bem pior. O Botafogo estava novamente na Série B, mas com uma diretoria nova. Em uma negociação visando o pagamento de dívidas, o zagueiro provou a importância também dentro de campo.
Joel Carli - Botafogo x Ceilândia — Foto: André Durão
Reserva com Marcelo Chamusca, o capitão assumiu a titularidade com a chegada de Enderson Moreira e não saiu mais do time, sendo um dos mais importantes no título da Série B.
Carli ficou em 2022 e entrou, de fato, para a história do Botafogo: contra o Ceilândia, pela Copa do Brasil, se tornou o atleta estrangeiro com mais jogos pelo clube.
- O momento que atingi a marca foi quando vi um pouco do que atingi pelo clube. Sempre trabalhei muito para poder ficar aqui. No terceiro ano (de Botafogo) comecei a perguntar quem era o estrangeiro com mais jogos aqui, peguei informações e vi que era possível. Quando atingi foi algo muito satisfatório. Depois o Gatito atrapalhou, mas tudo bem (risos).
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Fonte: GE/Por Giba Perez — Rio de Janeiro
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