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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Candidato a disputar a Copa de 2014, Jefferson chegou a abandonar o gol


Titular do Botafogo e um dos melhores do país, ele recebeu conselhos de Dida em seu início no Cruzeiro para seguir na posição em que se consagrou


Nem sempre a vida de Jefferson foi debaixo das traves de um campo de futebol. Aos 13 anos de idade, o goleiro do Botafogo viveu um dilema. Decidiu abandonar as luvas e tentar a sorte como meia-atacante na Ferroviária de Assis. Ele chegou a disputar um torneio de sua categoria em Foz do Iguaçu-PR, mas uma peneira do Cruzeiro o salvou na época, o levando de volta à posição onde se consagraria.
No Dia do Goleiro, Jefferson relembrou a história que o fez um dos melhores do país em sua posição e candidato a uma vaga na Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2014. Quem agradece é o Botafogo, que o terá em campo na decisão da Taça Rio, contra o Vasco, domingo, às 16h (de Brasília), no Engenhão.

jefferson botafogo treino (Foto: Satiro Sodré / Agif)
No Dia do Goleiro, Jefferson lembrou encontro com o ídolo Dida no Cruzeiro (Foto: Satiro Sodré / Agif)
- O Emerson Ávila (hoje técnico da Seleção Sub-15) estava procurando jogadores para um torneio promovido pelo Cruzeiro. Disseram que eu era goleiro e ele me chamou. Fui fazer o teste e fiquei. Um ano antes, tinha desistido e queria ser atacante. Nosso time ainda foi bem naquele torneio em Foz, com Grêmio e Internacional. Terminamos em quarto lugar - disse Jefferson.
Ao ser aceito pelo Cruzeiro, Jefferson recebeu a chance de conhecer Dida, que se transformaria em seu ídolo. Aos 16 anos, conversou pela primeira vez com o goleiro titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2006, que havia sido reserva na conquista do pentacampeonato quatro anos antes.
- Ainda tinha dúvida se seria ou não goleiro. Mas tive a chance de trabalhar com o Dida quando eu tinha 16 anos e ainda estava no juvenil. Ele conversou comigo e disse que eu tinha potencial, talento, para eu continuar trabalhando para estar pronto quando surgisse a chance. Goleiro é assim, precisa amadurecer muito, ser lapidado. Acho que nessa volta ao Botafogo me senti assim, mais experiente - comentou Jefferson.
Assim como Dida, as defesas em cobranças de pênaltis estão sendo frequentes nesta temporada para Jefferson. Contra o Vasco, ele defendeu a de Juninho Pernambucano na vitória por 3 a 1 na fase de classificação da Taça Rio. O goleiro garante não ter grandes segredos.
- A gente entra preparado para isso. Mas pela qualidade que os jogadores do Vasco, não há garantias de que eles repitam o local de uma cobrança. O Felipe bateu cruzado contra o Flamengo, mas pode mudar totalmente. Os goleiros observam antes, acompanham, mas também tomam a decisão na hora - disse Jefferson.
O sucesso do goleiro na temporada não vem sozinho. Ele fez questão de elogiar o sistema defensivo do Botafogo, que tem a defesa menos vazada do Campeonato Carioca.
- Acho que é uma das melhores defesas com a qual eu já joguei. Mas não é só o Antônio Carlos e o Fábio Ferreira. Tem o Lucas e o Márcio Azevedo, os atacantes que voltam e ajudam muito. É uma filosofia do Oswaldo que tem ajudado muito - comentou Jefferson.

Por André Casado e Thales SoaresRio de Janeiro



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