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quinta-feira, 26 de abril de 2012

Falsificação de assinaturas na eleição de novembro deixa em risco 14 conselheiros do Botafogo



Presidente do Botafogo, Maurcio Assumpção esteve no treino do time profissional Foto: Cezar Loureiro 

Marluci Martins
Se o futebol do Botafogo vive a tensão de uma semana decisiva, a política do clube também promete ferver nos próximos dias. O relatório final do inquérito que apurava crime de falsidade ideológica na eleição para a presidência do clube, em novembro, concluiu que a chapa Mais Botafogo, encabeçada por Carlos Eduardo Pereira, falsificou assinaturas.

O Jogo Extra teve acesso com exclusividade ao relatório da delegada assistente da 10ª DP, Daniela Terra, que considera "robusta e coerente" a versão apresentada pelo presidente Maurício Assumpção contra os representantes da chapa Mais Botafogo — Carlos Eduardo Pereira, Anderson Simões, Luis Fernando dos Santos e Carlos César de Mattos.

O inquérito está no Ministério Público, mas o parecer da delegada pode ser suficiente para derrubar 14 conselheiros do poder máximo do Botafogo. Apesar de a chapa investigada ter sido derrotada na eleição, ainda assim teve uma quantidade expressiva de votos que lhe assegurou no conselho deliberativo as 14 vagas que estão agora em risco.

O presidente do conselho deliberativo do Botafogo, José Luiz Rolim, admitiu a possibilidade da exclusão:
— Se ficar caracterizado que a chapa não tinha 140 nomes habilitados, o plenário do conselho dirá se foi válida ou não a participação dessa chapa. Todos os efeitos produzidos pela participação dessa chapa correm o risco de perder sua eficácia.
O presidente Maurício Assumpção passa a bola para o conselho deliberativo. E vai cobrar uma decisão:
— O inquérito deixa claro que houve fraude. A chapa foi inscrita de forma irregular. Cabe ao conselho deliberativo, órgão máximo, julgar o caso, que é grave.
Informado pelo Jogo Extra sobre o teor do inquérito que não lhe é favorável, Carlos Eduardo defendeu a manutenção do conselho:
— A Junta Eleitoral do Botafogo é soberana. As eleições aconteceram. Não se pode criar instabilidade no conselho com base numa denúncia irresponsável.

A origem da denúncia

O estatuto do Botafogo exige a adesão de 140 nomes para a inscrição de uma chapa. Por residirem no exterior, dois inscritos na lista de Carlos Eduardo tiveram suas assinaturas questionadas pelo grupo de Maurício Assumpção, que registrou a ocorrência há cinco meses.
O relatório final do inquérito ressalta que a autoria da falsificação das assinaturas não foi identificada. E considera incoerentes os depoimentos dos representantes da chapa Mais Botafogo.

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