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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Repetitivo para um, inédito para outro: Santos e Bota ficam no 0 a 0



Jogando na Vila Belmiro, paulistas chegam ao sétimo empate em dez jogos no Brasileiro. Cariocas passam em branco pela primeira vez
estatísticas
chutes a gol

Mesmo fora de casa, o Botafogo pressionou mais. Teve 13 finalizações, contra sete de um Santos que sente falta de Neymar.

deu certo
zaga do Bota

O time armado por Oswaldo de Oliveira soube anular o ataque santista. E o lateral Márcio Azevedo ainda teve força para avançar pela esquerda.


deu errado
ataque santista

Pela segunda vez seguida, Dimba e Miralles formaram o ataque do Peixe. Pela segunda vez seguida, fizeram muito pouco e passaram em branco.

Um Santos remendado, sem Neymar e Ganso, esbarrou no bem montado time do Botafogo e chegou à incrível marca de sete empates em dez jogos neste Campeonato Brasileiro - o desta quarta-feira, na Vila Belmiro, foi o quinto 0 a 0. Os cariocas tiveram mais a posse de bola (51% a 49%) e arriscaram mais finalizações (13 contra sete), mas pela primeira vez passaram em branco na competição. Não perderam o posto de melhor ataque (21 gols), mas perderam seu lugar no G-4, ultrapassados pelo Grêmio.

Em seu camarote, o Rei Pelé sofreu com a falta de pontaria do ataque santista. Victor Andrade, jovem de 16 anos, bem que tentou pôr fogo no jogo no finalzinho, mas não teve tempo para mudar a história. Cidinho, "melhor do que Neymar", como gritaram os botafoguenses, teve pouco mais de dez minutos em campo. E perdeu boa oportunidade - rara na partida - ao demorar a chutar dentro da área e ser desarmado. A partida teve 7.069 pagantes, com renda de R$ 156.650.

Os botafoguenses em geral se mostraram satisfeitos com o empate, embora tenham ficado mais perto do que o adversário de tirar o zero do placar.

- Nossa equipe se impôs na Vila e teve mais volume de jogo, mas faltou caprichar mais no último passe e na finalização. Sabemos a dificuldade que é enfrentar o Santos na Vila. O importante é somar pontos - analisou o meia Andrezinho.

No Santos, o volante Henrique lamentou o acúmulo de empates no Brasileirão:

- Estamos empatando muito, ainda mais dentro de casa, que é onde temos de vencer. Temos de nos fazer fortes em casa e somar três pontos sempre.

O próximo jogo do Santos será no sábado, contra outro carioca: o Vasco, às 18h30m, em São Januário. Já o Botafogo recebe o Grêmio, às 18h30m de domingo, no Engenhão, em partida que deve marcar a estreia do holandês Seedorf.

Marcio Azevedo Botafogo x santos (Foto: Lucas Baptista / Ag. Estado)Adriano e Bruno Peres na perseguição a Márcio Azevedo (Foto: Lucas Baptista / Ag. Estado)


Primeiro tempo morno

Com sua torcida fazendo barulho na Vila, o Botafogo se impôs sobre o Santos nos primeiros 30 minutos da partida, deixando o Santos limitado a contra-ataques. E os donos da casa ainda perderam o capitão Edu Dracena logo aos dez minutos. Ao receber um lançamento de Durval, ele tentou dominar a bola, sozinho na área, e sofreu uma lesão no joelho esquerdo. Foi substituído por Bruno Rodrigo.

Com inúmeros desfalques, o Santos via tudo dar errado. Em lances distintos, Arouca e Henrique se trombaram, e Bruno Peres se atrapalhou sozinho com a bola, mais de uma vez.

A emoção mesmo começou quando Bruno Peres, agora acertando a jogada, finalizou de fora da área, para boa defesa de Jefferson. Em resposta-relâmpago, Fellype Gabriel arrancou pelo meio e soltou uma bomba no travessão de Aranha - a velocidade registrada pelo Premiere PFC foi de 118km/h.

Ainda antes do apito final, Miralles, duas vezes, e Bruno Rodrigo obrigaram Jefferson a salvar o Botafogo, enquanto Márcio Azevedo de fora da área fez Aranha trabalhar novamente na Vila.

Acelerados, mas sem eficiência

Santos e Botafogo pareceram ter recebido um choque de ânimo no intervalo e voltaram da mesma forma como terminaram o primeiro tempo: acelerados. O ritmo da partida aumentou e melhorou, mas a pontaria das duas equipes continuava ruim.

Miralles até acertou o pé, após escanteio cobrado por Felipe Anderson e aproveitando sobra da zaga carioca, mas o lance foi considerado irregular. Pouco depois, a torcida santista reclamou de toque com a mão de Antônio Carlos em cruzamento de Arouca - a bola bateu no ombro do zagueiro, e o árbitro, corretamente, não marcou pênalti.

O jogo esfriou. Apesar de rondar a área do Santos, o Botafogo só voltou a ameaçar de fato o gol de Aranha aos 19 minutos, em chute perigoso de Andrezinho de longa distância. Depois, o estreante Rafael Marques chegou a assustar de cabeça, em jogada de cobrança de lateral.

Percebendo a improdutividade de seu ataque, Muricy Ramalho trocou os dois jogadores. Saíram Miralles e Dimba, entraram João Pedro e Victor Andrade. De bom, apenas a vontade e determinação de Victor, procurando o jogo a todo momento. Foi dos pés dele que saíram as melhores chances criadas pelo Santos - e desperdiçadas por Felipe Anderson.

Por Marcelo HazanSantos, SP

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