Em entrevista ao GLOBO, ex-presidente diz que último ano da atual diretoria foi uma 'tragédia'
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Maurício Assumpção fala ao telefone na sede de General Severiano - Gustavo Miranda / Agência O Globo |
RIO - Na reta final de seu mandato à frente do Botafogo, Maurício Assumpção não compareceu na noite de quinta-feira à reunião extraordinária do Conselho Deliberativo do clube, o que deixou ainda mais evidente seu isolamento político. Sem o presidente, que alegou compromissos inadiáveis e irritou os conselheiros, a sessão ganhou ares de campanha para presidente, já que em novembro haverá eleição para o cargo. Todos os cinco pré-candidatos fazem oposição a Assumpção. Foi decidida na reunião a criação de uma comissão para gerir a crise financeira. Uma nova reunião foi convocada para o dia 19 para decidir os limites de atuação do grupo.
Mandatário do Botafogo em 1995, quando o clube ganhou seu último título nacional, o presidente Carlos Augusto Montenegro foi um dos que discursou durante a reunião. Depois, ele falou com exclusividade ao GLOBO sobre o momento político e financeiro. Principal articulador da campanha que elegeu Maurício Assumpção no fim de 2008, Montenegro negou que a comissão formada fará uma intervenção no clube e criticou os últimos meses da atual gestão.
Como foi recebida a ausência do Maurício Assumpção à sessão?
- Isso me surpreendeu, porque até o momento, pelo menos, ele vinha demonstrando muita coragem.
Hoje ele está isolado no clube. Qual foi o principal erro do presidente?
- Os primeiros cinco anos dele foram bons, mas o primeiro semestre deste ano foi uma tragédia. Ele se fechou, colocou o pessoal dele e errou tudo.
Foi criada uma comissão para gerir a crise. Vai haver intervenção?
- Não é uma intervenção. É para que as pessoas (os candidatos) possam ver a situação para saber se realmente querem ser presidente.
São muitos os pré-candidatos por enquanto, mas todos têm um discurso de oposição ao presidente atual. Há chance de ser formada uma chapa única?
- Existe uma situação até curiosa hoje. Em 2009, quando o Maurício entrou, a situação (financeira) do clube não era boa, mas era bem melhor do que essa. Agora que a situação é muito pior tem um bando de gente querendo ser presidente.
Alguma chance de o senhor ser candidato?
- Não, não... Eu não posso...
O Durcésio Mello é seu candidato à presidência?
- Não, não... O Durcésio não é meu candidato. Ele é uma das pessoas que vão olhar (através da comissão para geria a crise) qual é a situação do Botafogo para decidir se quer ser presidente.
POR EDUARDO ZOBARAN
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