Aos 44 minutos do segundo tempo, Igor Cássio marca único gol do clássico deste domingo, no Nilton Santos, e treinador vibra: "Para premiar a atuação dos jogadores"
Melhores momentos de Botafogo 1 x 0 Vasco pela 5ª rodada do Campeonato Carioca
Com o gol de Igor Cássio nos minutos finais do clássico deste domingo, o Botafogo venceu o Vasco por 1 a 0, no estádio Nilton Santos, pela quinta rodada da Taça Guanabara. E a comemoração eufórica do técnico Alberto Valentim, à beira do gramado, não à toa, chamou atenção. No lance, o treinador bateu algumas vezes no peito, vibrando com o resultado.
– Minha comemoração, um gol no final, explodi de alegria porque eu queria muito essa vitória para nosso torcedor, queria muito essa vitória para nosso elenco, para nossa diretoria. Os jogadores merecem. Então, essa comemoração forte, bati no peito várias vezes, porque eu estava muito feliz. E estou muito feliz – declarou em entrevista coletiva, após a partida.
Alberto Valentim concede entrevista coletiva após vitória do Botafogo sobre o Vasco — Foto: Divulgação / Botafogo
Valentim também falou sobre a postura de seus jogadores no clássico, que, segundo o comandante, mostraram "competitividade" em campo.
– É um clássico, a gente já sabia que não seria fácil. O time está de parabéns, porque é dessa forma, com essa competitividade que nós falamos lá atrás é que nós vamos fazer sempre, buscando fazer nossas jogadas, procurando evitar o adversário, mas também sendo muito competitivo o tempo todo. Esse gol vai para premiar a atuação dos jogadores, procurando fazer aquilo que nós queríamos para vencer a partida – disse e acrescentou:
– Foi um jogo equilibrado com oportunidades clara de gols para nós. Nós mandamos duas bolas na trave, uma chance agora para nós matarmos o jogo com o Luis Henrique, a bola passa perto, o Lucão fazendo algumas boas defesas. E o Vasco chegou também. A primeira bola na trave do jogo foi deles. A gente sabia que ia ser difícil, como eu falei antes, mas eu fiquei muito satisfeito com a atuação da equipe, porque nós fomos guerreiros até o final.
Veja outros trechos da coletiva:
EVOLUÇÃO DA EQUIPE AO LONGO DA TAÇA GUANABARA
– No jogo contra o Resende, nós tivemos um volume de jogo muito maior. O Resende não nos proporcionou perigo, foi um gol de longe, que desvia no Joel Carli. Hoje foi um jogo equilibrado, mas nós estamos falando de um clássico. Elogios cabem muito para essa equipe de hoje, mas sabendo nós tínhamos um adversário que jogou também, que tem uma camisa que pesa, tem um treinador vitorioso, maravilhoso, um cara espetacular.
JOGADORES POUPADOS NO CLÁSSICO (CÍCERO, JOEL CARLI E PEDRO RAUL)
– Em relação a Joel Carli e Cícero, nós tínhamos programado para esses dois jogadores fazermos uma semana cheia para a Copa do Brasil. Essa era a ideia. Ou seja, jogou na quinta, aí nós teríamos uma semana cheia para trabalhá-los para enfrentar o Caxias. O Pedro (Raul) não. Ele vinha com algumas dores, essas dores musculares foram aumentando, a gente foi esperando um pouco. A gente não podia correr o risco. As ferramentas são importantes, mas também aquilo que o jogador nos relata, que foi em relação às dores que estavam aumentando ao invés de diminuir. Por isso, nós o tiramos do jogo. Uma perda enorme, porque é um jogador que está muito bem, que é o nosso camisa 9 hoje. E hoje os dois garotos deram a máxima e nos ajudaram muito nessa vitória.
PEDRO RAUL PREOCUPA PARA QUARTA-FEIRA?
– O que nós vamos estudar, hoje pela manhã ele veio fazer tratamento, ainda sente algumas dores. Por isso, até ontem à noite, porque nós saímos daqui ontem à noite do nosso treino, ele estava com dores mais fortes do que na sexta-feira. Hoje ele ainda continua com dores. Foi a primeira coisa que perguntei na parte da manhã concentrados. Vamos ver como vai ser a reação agora, se essa dor vai diminuindo, porque aí a gente tem três dias para que ele possa estar disponível para o jogo.
COMPARAÇÃO RAFAEL NAVARRO X IGOR CÁSSIO
– Só lembrando vocês que o primeiro jogo, eu que escalei o time, e o Igor estava no jogo para aquele jogo. Então, esse jogo eu optei pelo Navarro, ele tinha entrado bem nos jogos já, principalmente no segundo jogo. Vem treinando bem. E vai ficar essa disputa. Não tem isso que o Igor é segunda opção ou Navarro primeira. Nós vamos ver isso no dia a dia. Quem trabalha comigo sabe que eu vivo o dia a dia. O Caio que entrou hoje, às vezes eu até fico chateada de não colocar o Caio para jogar, porque é um menino que vem treinando muito bem, mesmo com as duas derrotas que nós tivemos nas duas primeiras rodadas. Ele se destacou, procurou jogar, procurou fazer aquilo que nós queríamos e, hoje, deu um passe maravilhoso para o Bruno fazer, depois, o cruzamento na área no lance do gol.
JOGADAS DE TRANSIÇÃO, COMO FOI NO GOL, SERÃO UMA CONSTANTE NO BOTAFOGO?
– O que eu enxerguei no primeiro tempo foi o seguinte: nós estávamos errando alguns passes e, algumas vezes, procurando verticalizar quando não cabia ainda a jogada. Foi um pedido meu na parada técnica e, depois, no intervalo. A ideia é nós fazermos posse sim, mas procurar verticalizar porque temos jogadores com características para isso. No segundo tempo, a ideia era a mesma, posse, posse, fizemos quase 400 passes hoje, mas a ideia de achar no momento certo essa jogada na vertical. O Vasco marcou também, se defendeu bem, com jogadores rápidos lá na frente. Então dificultou nosso jogo ofensivo.
COMPARAÇÃO DA COMEMORAÇÃO DE HOJE COM COMEMORAÇÕES NA ÉPOCA DE JOGADOR
– Pouquíssimos gols (risos). Tem um gol bonito que eu fiz contra o Atlético-MG, eu jogava no Athletico-PR. Eu queria dar a volta na Arena da Baixada, mas quando eu tinha dado um pique, eu caí por terra. Mas se você pegar algumas comemorações minhas como treinador do Botafogo, eu comemorei muito. Pega o gol da final do Carioca, que coincidentemente foi em cima do Vasco, eu vou atrás do gol. Gols nos minutos finais... Tem um gol contra o Grêmio, comemoração de explosão, de alegria. É um momento maravilhoso para gente. Eu podia ter esperado, porque tem o VAR, né?! Eu ia correr sozinho depois, mas enfim. Comemoração de alegria, ganhar um clássico nos minutos finais. Ontem o Boavista ganhou, nós precisávamos muito dessa vitória. Só isso. Podem pegar outras comemorações minhas, são assim também. Às vezes eu chego gritando no vestiário de felicidade.
CONTRATAÇÕES ALÉM DO HONDA?
– A princípio, nós paramos. Ao decorrer da temporada, nós vamos ver o que vamos necessitar, quais as oportunidades que nós teremos, mas a princípio estamos cobertos. Lógico que se aparecer alguma coisa importante para o Botafogo, a gente vai analisar com calma junto com a diretoria, dentro na realidade nossa, não esquecendo disso.
PREPARAÇÃO PARA O JOGO DE QUARTA-FEIRA, CONTRA O CAXIAS, PELA ESTREIA DA COPA DO BRASIL
– Para os jogadores, apesar de ter um cuidado especial, de descanso, de alimentação, porque amanhã (segunda-feira) nós já voltamos a treinar, mas para a comissão técnica já começa hoje a pensar, a estudar e assistir ao Caxias, para que nós na terça-feira já passemos tudo para os jogadores. E foco total na Copa do Brasil. Então a gente sabia que não ia ser o mesmo volume que foi contra o Resende, mas eles estão de parabéns igual, os elogios vão muito, acabei de falar, por conta disso.
RELAÇÃO COM ABEL BRAGA E PRESSÃO EM CIMA DO TÉCNICO DO VASCO, QUE JÁ TEM SIDO CONTESTADO PELA TORCIDA
– Primeiro, eu tenho um carinho enorme pelo Abel, fui jogador do Abel, aprendi muito com ele, fiz estágio com o Abel no Fluminense. Ele me abriu as portas em 2011, passei uma semana lá com ele. Isso existe muito. Até uma coisa que é se falada muito, que às vezes os clubes não dão muita importância para o estadual no começo, que a obrigação é ganhar, mas ao mesmo tempo se não ganhar, não serve. Eu não falo nem do título, falo de algumas partidas. E treinar time grande, pessoal, não tem como fugir dessa pressão, da nossa cultura, das cobranças que existem por parte de todos, de todas as diretorias, torcedor, imprensa. É um pecado porque é pouco tempo de treino. O Abel chegou agora no Vasco e ele teve nove sessões, se não me engano, procurando alternar o time titular com o time reserva, chamado por ele. Vida de treinador não é fácil, mas é a nossa vida, é o que a gente ama e nós temos que atualizar com esse tipo de pressão.
Fonte: GE/Por Davi Barros — Rio de Janeiro
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