Time volta a apresentar repertório em clássico com o Vasco e sofre pouca pressão do rival, mas perde oportunidades de aumentar o placar e garantir os três pontos em São Januário
Contra o primeiro adversário de peso na temporada, o Botafogo apresentou evolução tática e foi dominante em boa parte do tempo, mas não contava com um erro individual que custou o empate a nove minutos do apito final. No 1 a 1 contra o Vasco no último domingo, o time de Marcelo Chamusca alternou a maneira de jogar, cresceu no segundo tempo e desperdiçou chances de aumentar o placar. Mais um capítulo da experiência de formar um time com o campeonato em andamento.
A frustração pelo resultado existe, porque, como destacou o técnico em coletiva após o clássico, o Botafogo jogou para vencer em São Januário. Faltou acertar no último terço.
Rickson teve papel central na proposta de jogo de Chamusca — Foto: André Durão/ge
O primeiro tempo serviu para Chamusca observar o comportamento da equipe com três volantes no meio de campo. Em pouco tempo, viu que a formação não surtiu o efeito desejado e, sem precisar fazer substituições, mudou a postura tática do Botafogo trocando as peças de lugar. Marcinho, que havia começado aberto pela ponta esquerda e revezando com Warley no lado direito, voltou a jogar recuado. O coringa foi Rickson, que deixou a zona central para fazer o corredor.
A leitura do treinador mudou a atitude do Botafogo, que terminou o primeiro tempo ainda tímido em campo. Das cinco finalizações, nenhuma acertou a meta defendida por Lucão. O gol saiu em lance de sorte. Matheus Frizzo cruzou rasteiro, e Zeca desviou para o próprio gol, marcando contra.
Sorte ou não, o lance deu confiança ao Botafogo para sair mais para o jogo. Com uma proposta de muita marcação de ambos os lados no primeiro tempo, o time alvinegro viu um meio-campo preso ter dificuldades de construir as jogadas e de impor os contra-ataques ao Vasco, que pressionou bem a saída de bola dos visitantes no primeiro momento.
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Com a marcação alta na etapa inicial, o Vasco sentiu o cansaço antes do Botafogo, que também marcou bem e melhorou a intensidade. Com a vantagem, o time se soltou e foi insinuante desde os minutos iniciais do segundo tempo com variação tática que marca o trabalho de Chamusca.
Dominante, o Botafogo conseguiu criar mais chances e dobrou o número de finalizações, fazendo Lucão e a defesa vascaína trabalhar. Mas ainda erra muito nas decisões. Com chances claras de aumentar o placar, o time desperdiçou as oportunidades com Warley, Marcelo Benevenuto, Matheus Babi e Ênio. O Vasco teve o melhor momento em chute de MT no travessão.
Se não foi eficiente no ataque, o Bota caminhava para um jogo seguro na defesa, mas um erro individual impediu o time de completar o quinto confronto sem sofrer gols. A nove minutos do final, Marcelo Benevenuto cedeu escanteio desnecessário. Na cobrança, Carlinhos sobrou sozinho para empatar.
Fato positivo é que a equipe alvinegra ainda não foi dominada e ameaçada por nenhum adversário no início de temporada, o que credencia o trabalho de Chamusca. Mais que isso, o técnico já consegue deixar o Botafogo com cara de time, mesmo tendo que aproveitar os jogos oficiais como pré-temporada.
Paulo Victor foi bem em sua estreia no profissional do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Em meio aos testes, o Bota vai enumerando algumas boas notícias. A principal delas é Matheus Frizzo, volante de bom passe e jogo consciente. O jovem meia novamente organizou o jogo alvinegro. Na defesa, as laterais ganharam destaque contra o Vasco. Setor tão criticado em 2020, o lado direito tem sido bem ocupado por Jonathan, que, além da segurança defensiva, teve participação no lance que antecedeu o gol do Botafogo em São Januário.
Na lateral esquerda, Paulo Victor, de 19 anos, estreou no profissional e aproveitou a chance. Com Hugo e Guilherme no departamento médico e o zagueiro Sousa, que vinha sendo improvisado na posição, com Covid-19, o jovem da base teve boa participação na defesa e no ataque.
O resultado incomodou pelas circunstâncias, mas o trabalho ainda está em construção. Mais experiências poderão ser feitas na próxima quarta-feira contra um adversário ainda mais complicado, quando Chamusca buscará sua primeira vitória em clássico pelo Botafogo diante do Flamengo, às 21h35, no Estádio Nilton Santos.
Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro
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