CEO vira rosto da reestruturação na gestão, e diretoria tira clube-empresa do papel. No campo, time começa o ano rebaixado, mas dá volta por cima e vislumbra futuro com dinheiro estrangeiro
O 2021 do Botafogo foi marcado por reviravoltas. No futebol, o time começou o ano com rebaixamento, mas termina com uma volta por cima não só com o título da Série B, como também pelo clube-empresa no horizonte. Foram de campo, os rostos da reestruturação foram o presidente Durcesio Mello e o CEO Jorge Braga.
Com sérios problemas financeiros, o clube termina o ano com sentimento de esperança. Nos últimos dias, o Botafogo assinou um pré-acordo para vender o futebol ao empresário americano John Textor. A constituição da SAF é considerada pela diretoria como única salvação.
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— Foto: ge
Relembre o 2021 do Botafogo:
Novo presidente toma posse
Eleito presidente do Botafogo para o quadriênio 2021/24, Durcesio Mello e o vice geral Vinicius Assumpção tomaram posse no dia 4 de janeiro, no salão nobre de General Severiano. O mandatário assumiu o clube com a missão de evitar o rebaixamento para a Série B e iniciar uma reestruturação administrativa para salvar as finanças alvinegras.
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Durcesio Mello no dia da posse como presidente do Botafogo — Foto: Vítor Silva / BFR
Eduardo Freeland assume o futebol
Já pensando no planejamento da temporada 2021, a diretoria anunciou mudanças no departamento de futebol com a chegada do diretor Eduardo Freeland, no dia 21 de janeiro. Naquele momento, Tulio Lustosa era o gerente da pasta e Eduardo Barroca, o técnico. Logo depois, com o rebaixamento confirmado, os dois foram demitidos. Teve início uma reformulação no Botafogo.
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Eduardo Freeland em chegada ao Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo
Rebaixamento para a Série B
A nova diretoria tentou dar uma injeção de ânimo no elenco, mas não conseguiu impedir o rebaixamento, que significou uma perda de cerca de R$ 100 milhões nas receitas do clube. A terceira queda à Série B foi confirmada na noite de 5 de fevereiro, quando o Botafogo foi derrotado pelo Sport por 1 a 0, no Estádio Nilton Santos.
Botafogo perde para o Sport e é rebaixado para a Série B pela terceira vez na história (https://ge.globo.com/video/botafogo-perde-para-o-sport-e-e-rebaixado-para-a-serie-b-pela-terceira-vez-9246013.ghtml)
Botafogo contrata Marcelo Chamusca
Com a demissão de Barroca, o Botafogo passou a mapear o mercado em busca de um treinador com experiência na Série B. Após tentar alguns nomes mais conhecidos, o clube fechou com Marcelo Chamusca, que chegou no dia 19 de fevereiro respaldado pelos acessos que conquistou na carreira.
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Marcelo Chamusca em sua apresentação no Botafogo — Foto: Botafogo F.R.
CEO Jorge Braga chega ao clube
Promessa de campanha da diretoria, um dos anúncios mais esperados do ano aconteceu em 17 de março, com a contratação do CEO Jorge Braga. O economista, que está acima dos demais diretores do Botafogo, iniciou um processo de reestruturação interna, com revisão de contratos, redução de gastos, demissões e outras ações para diminuir a dívida e atrair receitas, preparando a casa para a transformação do clube em empresa, processo que é acompanhado de perto pelo executivo.
Jorge Braga é escolhido para o cargo de CEO do Botafogo (https://ge.globo.com/video/jorge-braga-e-escolhido-para-o-cargo-de-ceo-do-botafogo-9360455.ghtml)
Reformulação do elenco
Para se adequar à Série B, o Botafogo realizou uma significativa reformulação no elenco para 2021, com saída de mais da metade dos jogadores e chegada de nomes menos conhecidos, mas com experiências na segunda divisão. Sem fazer loucuras, o clube apostou em contratos curtos e com cláusulas de performance.
Algumas apostas deram errado, como Rafael Carioca e Marcinho, mas a maioria deu certo: Carli (de volta ao clube), Daniel Borges, Barreto, Luís Oyama, Chay, Marco Antônio e Diego Gonçalves terminaram a temporada em alta. Sem contar Rafael Navarro, que subiu da base e foi o destaque alvinegro no campeonato nacional. A torcida ainda vive expectativa pelo 2022 de Rafael, reforço de peso que chegou em setembro, mas pouco entrou em campo este ano.
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Chay foi uma das apostas do Botafogo na temporada — Foto: André Durão/ge
Eliminações precoces
A primeira decepção do Botafogo na temporada 2021 veio cedo, ainda no Campeonato Carioca, com a eliminação precoce do time de Chamusca. Mas o choque maior aconteceu com a queda na segunda fase da Copa do Brasil, quando a equipe foi derrotada nos pênaltis pelo ABC. Além do vexame esportivo, seguir vivo na competição significava mais dinheiro nos cofres com a premiação da CBF.
Botafogo é eliminado da Copa do Brasil pelo ABC nos pênaltis (https://ge.globo.com/video/botafogo-e-eliminado-da-copa-do-brasil-pelo-abc-nos-penaltis-9438695.ghtml)
Demissão de Marcelo Chamusca
As eliminações na primeira parte da temporada fizeram Chamusca balançar no cargo, mas a diretoria ainda deu um voto de confiança para o treinador iniciar a Série B. Os resultados ruins nas 10 primeiras rodadas - três vitórias, quatro empates e três derrotas - decretaram o fim do trabalho.
+ Veja mais sobre a demissão de Chamusca na série Acesso Total
A saída do comandante aconteceu de maneira tumultuada. Torcedores chegaram a protestar no Estádio Nilton Santos, onde se encontraram com dirigentes e jogadores para pedir a saída do técnico e mudança de postura do time na segunda divisão. Um dia após o clima esquentar com a torcida, a diretoria definiu pela demissão de Marcelo Chamusca.
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Marcelo Chamusca foi demitido pelo Botafogo em 13 de julho — Foto: iShoot Photography/Futura Press
Contratação de Enderson Moreira
Sete dias após a saída de Chamusca, o Botafogo anunciou a contratação de Enderson Moreira. De cara, o novo treinador emplacou quatro vitórias consecutivas e conseguiu o encaixe que a torcida alvinegra esperava. Ele levou o time da 14ª colocação, a 10 pontos do G-4, ao título da Série B.
Um dos momentos mais eufóricos de Enderson no Botafogo foi a goleada por 4 a 0 sobre o Vasco, em São Januário. Naquele momento, o time alvinegro assumiu a liderança da Série B e praticamente esgotou as chances do rival conseguir o acesso à Primeira Divisão.
A era Enderson Moreira. Um novo Botafogo?
Retorno da torcida ao estádio
A reaproximação entre time e torcedor pode ser considerado um dos méritos da diretoria em 2021. Não só pelo retorno do público ao estádio, mas principalmente pela mobilização dos alvinegros dentro e fora do Nilton Santos. Nas redes sociais, principalmente, criou-se um clima amistoso com produção de conteúdos diversos motivada pelo bom momento do Botafogo nos gramados.
A torcida teve papel fundamental na reta final da competição com a boa presença no estádio, fazendo inclusive com que o clube voltasse a ter lucro com bilheteria depois de dois anos. Nos jogos contra Operário-PR e Guarani, os alvinegros deram show no Nilton Santos.
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Torcida do Botafogo fez festa no Nilton Santos contra o Guarani — Foto: André Durão/ge
O jogo do acesso
O dia 15 de novembro marcou a temporada do Botafogo. Na tarde de segunda-feira, com mais de 25 mil botafoguenses no Nilton Santos, o time derrotou o Operário-PR de virada e carimbou o passaporte para voltar à Série A do Brasileirão. Depois de altos e baixos na competição, o Bota atingiu o objetivo de 2021 com duas rodadas de antecedência.
Os gols de Botafogo 2 x 1 Operário-PR, pela 36ª rodada do Brasileirão Série B (https://ge.globo.com/futebol/video/os-gols-de-botafogo-2-x-1-operario-pr-pela-36a-rodada-do-brasileirao-serie-b-10042994.ghtml)
Título da Série B
Na rodada seguinte ao acesso, o botafoguense continuou a ter motivos para celebrar. Em Pelotas, o time de Enderson venceu o Brasil por 1 a 0 para garantir o título da Série B. Com a conquista, o Botafogo assegurou a vaga na terceira fase da Copa do Brasil.
A festa completa aconteceu no encerramento do campeonato. A torcida lotou o Nilton Santos e deu show no empate com o Guarani, que marcou a entrega da taça aos campeões. Antes do jogo, a sintonia entre jogadores e torcedores ficou ainda mais nítida quando Chay e Rafael Navarro subiram no teto do ônibus do clube para celebrar com os alvinegros.
Venda do clube
A volta à Série A não significa tranquilidade ao Botafogo. As receitas aumentam, mas o clube prevê ainda mais dificuldades em 2022, tanto que tem sofrido para montar o elenco que disputará a próxima temporada. A salvação, repetida por dirigentes ao longo dos anos, é a S/A. E nos últimos dias de 2021 o botafoguense recebeu uma notícia que representa esperança: a venda do clube ao empresário americano John Textor por R$ 400 milhões.
O negócio ainda está no estágio inicial, mas a expectativa é que a constituição da SAF se concretize em até dois meses e que o Botafogo já receba um aporte financeiro inicial em janeiro destinado para a montagem do elenco.
O que se sabe e o que precisa ser definido sobre a venda do Botafogo (https://ge.globo.com/video/o-que-se-sabe-e-o-que-precisa-ser-definido-sobre-a-venda-do-botafogo-10162186.ghtml)
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Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro
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