Treinador afirma que clube prometeu reforços e critica processo que culminou com a saída do clube: "Soube pela imprensa que eu seria demitido a poucas horas de um clássico"
Com mágoa e gratidão, Enderson Moreira se despediu do Botafogo neste sábado. Um dia depois de ser demitido, o treinador se pronunciou via redes sociais para agredecer, mas também para citar promessas não cumpridas e criticar a nova diretoria pela condução do processo que culminou com a saída do técnico.
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No pronunciamento, Enderson afirma que o clube prometeu contratações no início da temporada, que foi a condição imposta pelo treinador para continuar no cargo em 2022. Por outro lado, elogiou o presidente Durcesio Mello e os membros da diretoria anteriores à chegada do empresário americano John Textor.
- Até a última rodada do Campeonato Carioca, mesmo com o elenco desmanchado, com muitas lesões e sem contratações, que me foram garantidas (essa foi a minha condição para permanecer no clube), éramos líderes da competição. Sinceramente, respeito a decisão da nova diretoria. O que não posso concordar é com a forma como o processo foi conduzido - afirmou.
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Conheça o técnico Luís Castro, o português que está na mira do Botafogo (https://ge.globo.com/video/conheca-o-tecnico-luis-castro-o-portugues-que-esta-na-mira-do-botafogo-10293296.ghtml)
Enderson foi sacado do cargo no processo de reformulação do futebol do Botafogo. Prestes assinar a compra de 90% da Sociedade Anônima do Futebol alvinegra, Textor contratou um novo diretor de futebol, um novo analista de mercado e busca treinador. O favorito é o português Luís Castro.
Enderson deixa o Botafogo após sete meses. Nesse período, foram 31 jogos, com 20 vitórias, sete empates e quatro derrotas. O treinador pegou o clube na 13ª colocação da Série B e liderou a arrancada rumo ao título nacional.
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"Saio hoje do Botafogo assim como cheguei: brigando para defender a história gloriosa de um clube que sempre admirei e passei a respeitar ainda mais depois que tive a honra de vestir essa camisa tão pesada.
Até a última rodada do Campeonato Carioca, mesmo com o elenco desmanchado, com muitas lesões e sem contratações - que me foram garantidas (essa foi a minha condição para permanecer no clube) -, éramos líderes da competição.
Sinceramente, respeito a decisão da nova diretoria. O que não posso concordar é com a forma como o processo foi conduzido. Saber pela imprensa que eu seria demitido a poucas horas de um clássico - mesmo com o time invicto na temporada e com a maior sequência sem derrotas (14) desde 2013 - gerou um clima de instabilidade em toda a equipe, que influenciou no decorrer da partida, afinal, somos seres humanos como quaisquer outros.
Enderson foi treinador do Botafogo de julho de 2021 a fevereiro de 2022 — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF
Não foi nada fácil para o time, que estava desacreditado, protagonizar a maior arrancada da história da Série B. Saímos da 14ª posição, próximos à zona de rebaixamento, e terminamos com o título e a volta à elite, o que provavelmente foi determinante para a venda do clube.
Mas essa mensagem vai muito além de justificativas. O objetivo maior é deixar meu agradecimento a todos, do fundo do meu coração. Ao presidente e toda sua diretoria, equipe técnica, todos os funcionários (que me acolheram com muito carinho desde a minha chegada) e principalmente ao torcedor, razão maior da existência de um clube de futebol. Sem vocês, tenho certeza de que nada disso seria possível.
Saio com a consciência tranquila e a sensação gratificante de dever cumprido. Não me considero herói. Sou apenas um profissional que defendeu essa bandeira com unhas e dentes até o último minuto de bola rolando.
Finalizo exaltando e agradecendo, mais uma vez, o carinho e a entrega da torcida botafoguense, que foi o pilar de tudo o que construímos aqui. Saio com a convicção de que o Botafogo fez muito mais por mim do que eu fiz pelo Botafogo e eu serei eternamente grato por isso."
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Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro
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