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domingo, 2 de julho de 2023

Tiquinho Soares: o 9 que também é o 10 do Botafogo



Além de um bom posicionamento na região dos zagueiros e técnica apurada de finalização, o potencial de construção de jogadas tem chamado à atenção




Vitor Silva / Botafogo



Depois de 12 rodadas do Brasileirão da Série A não resta muita dúvida de que Tiquinho Soares foi o jogador que mais se destacou até aqui. Em sua segunda temporada no alvinegro depois de oito anos na Europa, ele se mostra mais adaptado e apresenta seus trunfos como atacante a um público que acompanhou pouco a sua boa carreira internacional.


Tiquinho lidera a artilharia da competição com 10 gols marcados, mas seu futebol passa bem longe de ser resumido como um centroavante que se posta na área à espera da bola para fazer os gols. Além de um bom posicionamento na região dos zagueiros e técnica apurada de finalização, o potencial de construção de jogadas tem chamado à atenção.


Isso apareceu menos em 2022. O paraibano de Sousa chegou já no segundo semestre e fez apenas 14 jogos. Marcou seis gols e deu duas assistências. Contribuiu. Mostrou que seria importante, mas não no nível que apresenta hoje. Não é exagero dizer que Tiquinho é o principal responsável pelo jogo ofensivo do Botafogo.


A afirmação do parágrafo anterior, de forma alguma, diminui o potencial de construção de Eduardo, Tchê Tchê e Marlon Freitas, formação de meio-campo mais escalada recentemente. Tão pouco reduz a importância dos pontas.





Tiquinho recuando para receber a bola e auxiliar na construção dos ataques. Nesta jogada ele está atrás de Tchê Tchê por exemplo — Foto: Reporodução





Aqui novamente um recuo, mas coordenado com o movimento de infiltração de Eduardo. — Foto: Reprodução



Tiquinho, porém, é o diferencial. O jogador que causa ‘’efeito surpresa’’ nas costas do meio-campo rival, que arrasta um zagueiro para longe do setor, e libera espaços para os companheiros. Seja com o simples movimento de recuo ou de abertura feito no momento certo, ou carimbando as bolas de costas para os defensores, enfiando passes com a precisão que apresenta na intermediária rival.


Não são poucas as vezes que o camisa 9 recua e libera lacunas de infiltração para Eduardo na área. O meia faz esse movimento muito bem! Os pontas também se beneficiam desta estratégia. Inicialmente esperam a bola bem abertos, mas atacam as costas da defesa em diagonal quando o centroavante recebe na intermediária e gira na direção do gol.


Além das duas assistências, o que gera um dado de 12 gols gerados diretamente por ele no Brasileirão 2023, acima de qualquer outro jogador, outros números ajudam a entender a influência para a criação da equipe.


Victor Sá, ponta-esquerda titular, finaliza em média mais vezes que Tiquinho por jogo. Junior Santos, o outro ponta, que joga pela direita, tem mais toques na bola na área rival a cada 90 minutos. E mais: o centroavante só fica atrás de Tchê Tchê no ranking do time quando a estatística é a quantidade de passes em profundidade. 6x8.




Movimentos de Tiquinho costumam atrair os zagueiros adversários para fora da linha defensiva e liberar espaços para diagonais dos pontas na direção do gol, ou afastam a cobertura do combate a Victor Sá e Junior Santos — Foto: Reprodução


Como se vê, Tiquinho faz mesmo jus ao impublicável adjetivo carinhoso dado a ele pela torcida do Glorioso. O clube busca acabar com o jejum de 27 anos sem um título nacional. Há muitos desafios fundamentais pela frente, mas ninguém pode duvidar que o Botafogo tem um atacante de peso para protagonizar o feito.

Fonte: GE/Por Rodrigo Coutinho — Rio de Janeiro/RJ

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