Em seu primeiro clássico pelo Bota, goleiro, de 23 anos, fez boas defesas e pegou o pênalti batido pelo atacante do Fluminense
Se o clássico entre Botafogo e Fluminense, domingo, no Maracanã, fosse um filme, e o goleiro Helton Leite fosse o roteirista, dificilmente teria escrito uma história diferente da que realmente aconteceu. Além do 3 a 0 do Alvinegro sobre o rival, o arqueiro, de 23 anos, fez boas defesas e ainda defendeu um pênalti cobrado pelo atacante Fred.
Helton Leite, de 1,96m, cai para defender o pênalti cobrado por Fred (Foto: André Durão) |
- Foi tudo perfeito. Dois dias antes tinha até sonhado com isso, mas foi algo que não é tangível. Foi uma coisa muito grande mesmo. Teve o pênalti do Fred, que é um atacante que todos respeitam muito. Não é à toa que está na seleção brasileira. Foi um orgulho muito grande para mim. Agradeço a Deus por esse dia tão marcante.
A atuação de Helton Leite mereceu elogios até de Jefferson, que serve de exemplo para o companheiro mais jovem.
- Ele é um grande garoto. Apesar do pouco tempo de convívio, já vi que é um cara sensacional. Fico feliz de ser um exemplo. Não sou tão velho assim, mas acho que já sou meio tio, né. É uma responsabilidade a mais. Sei que tudo que faço reflete neles. O Renan também é um grande goleiro e já ajudou muito o time. Não vão ser dois ou três jogos que vão apagar a história que ele já construiu aqui - disse Jefferson.
Além da torcida botafoguense, Helton Leite deixou muito contente seu maior torcedor, seu pai, o ex-goleiro e ídolo do Atlético-MG João Leite. O pai orgulhoso ficou tenso durante a partida, mas depois foi só alegria.
Confira a entrevista com Helton Leite:
GloboEsporte.com: Um dia depois, a ficha já caiu sobre tudo o que aconteceu no clássico?
Helton Leite: Fiquei muito feliz com tudo o que aconteceu. Logo depois do jogo realmente a ficha ainda não tinha caído. Quando coisas assim acontecem com a pessoa, parece até que não aconteceu. Liguei para minha esposa e ela atendeu gritando toda feliz e empolgada. Falei com os meus pais também. Todos ficaram entusiasmados.
Será que seu pai ficou nervoso novamente assistindo ao jogo?
Com certeza. Tem até um vídeo que gravaram toda a família acompanhando. Foi uma alegria enorme.
Como foi para você fazer a defesa do pênalti cobrado pelo Fred? Já tinha visto um jogador desistir de bater ao ver que o goleiro se adiantou?
Foi inusitado. Não lembro de ter visto algo parecido. Ele esperou eu fazer algum movimento, este é o estilo de cobrança dele. Quando ele dava a parada, eu me adiantava, não podia ir para o lado. Chegou uma hora que ele parou... até estranhei. Ficou reclamando. Ele é um cara muito experiente, mas pode ser que tenha o atrapalhado depois um pouco. Foi um fator que poderia fazê-lo recorrer a uma batida de segurança. Eu, o Renan e o Flávio (Tênius, preparador de goleiros) já tínhamos estudado bastante os cobradores do Fluminense, coisa que sempre fazemos. O Fred não bateu tão no canto, mas foi forte e rasteira. Felizmente consegui fazer a defesa e o pessoal chegou no rebote rápido. Sensacional.
Teve ainda a defesa na finalização do Conca de dentro da área...
Depois revi este lance na TV. O Conca foi incrível. Tinha quatro marcadores em cima dele, ainda sim ele conseguiu passar e chutar. Tive a felicidade de fechar o ângulo e, como ele estava muito rápido, não conseguiu tirar muito do meu alcance.
Acredita que esta atuação lhe dará mais crédito e confiança daqui para frente?
Sei que cheguei há pouco tempo, e agora estou tendo oportunidades. Espero continuar crescendo. O Botafogo tem o Jefferson, que é referência no Brasil, é o cara a ser seguido, observado. A confiança certamente aumenta depois deste jogo, mas sei que também tenho limitações, pontos fracos e pontos fortes.
Por Fred Huber Rio de Janeiro
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