Com baixa média de público e adesão fraca na temporada, torcedores podem se redimir nesta quarta, pela Copa do Brasil
A torcida alvinegra tem cobrado show do time em 2012, mas ainda não deu o seu primeiro. Contra o Guarani, nesta quarta-feira, às 21h50, em jogo com tempo real pelo LANCENET!, a massa tem chance de reescrever sua história na temporada e não ficar só marcada pelas reclamações e vaias. Apelo não falta ao duelo: Vale vaga nas oitavas da Copa do Brasil e o time pode chegar ao 20º confronto sem perder no ano. Diante disso, resta abraçar as metas do clube e ir ao Engenhão.
Evidentemente, a não ida do Botafogo à Libertadores mexe com sua estatística de público. Como mandante, excluindo clássicos, obteve o máximo de pagantes na estreia no Estadual, cerca de 6 mil diante do Resende. Porém, a cobrança vinda da arquibancada tem sido enorme, digna da competição continental. Andrezinho, Lucas e até Loco Abreu já sentiram a bronca da galera. Não é chegada a hora de fazer as pazes de uma vez?
– Necessitamos do apoio da torcida. Sem o apoio deles fica difícil. A gente espera jogar com o estádio cheio – destacou Marcelo Mattos.
No que depender da ajudinha do calendário, um grande abraço do público hoje já serve como embalo para sábado, quando o Glorioso atua novamente no Engenhão e terá espaço de sobra para acomodar sua gigantesca torcida diante do modesto Bangu, pela semifinal da Taça Rio.
Os jogadores já planejam ver o Engenhão mais cheio daqui para a frente nesta temporada.
– Será um mês gostoso para o torcedor, cheio de jogos decisivos. Daqui para a frente só será assim – disse o volante Marcelo Mattos.
Em 2012, como mandante – tirando clássicos –, o Botafogo realizou sete partidas. Seis delas foram no Engenhão e uma em São Januário, esta com 1.301 pagantes, diante do Volta Redonda, o pior público do clube no ano. Em média de pagantes sem clássicos, o Glorioso está atrás de seus rivais nesta temporada. E financeiramente, o sumiço da torcida pesa muito no bolso: todos os jogos do Alvinegro como único grande deram prejuízo no Carioca.
Nas seis partidas como dono da casa contra pequenos no Estadual, foram R$ 311 mil perdidos com a realização dos jogos. Literalmente, a torcida está devendo na conta.
– A torcida sempre é importante. Que venha, nos incentive, apóie. Aguardamos o Engenhão cheio – comentou o meia Fellype Gabriel.
TIME FAZ BONITO EM CASA
Outro bom motivo para a torcida acreditar no time e comparecer ao Engenhão é o bom retrospecto em casa nas últimas competições. Do Brasileiro-2011 até aqui, passando pela Copa Sul-Americana no ano passado, o Glorioso foi derrotado apenas três vezes no Engenhão. Os tropeços ocorreram contra Vasco, Figueirense e Internacional, todos na reta final do último Brasileiro. Como mandante no geral, soma-se revés diante do Corinthians, em São Januário, pelo BR.
Nesta quarta à noite, até uma derrota por 1 a 0 classifica o Botafogo. Na ida, em Campinas (SP), deu Glorioso por 2 a 1, com gols de Renato e Herrera. Igualdade por 2 a 1 leva a decisão para os pênaltis. Dá Bugre em triunfo seu a partir de 3 a 2 com diferença de um gol e por placares mais elásticos.
O técnico Oswaldo de Oliveira admite cautela com o adversário:
– Eles me preocupam, mas estou focado em nós, na nossa vaga. Sabemos do que precisamos.
'MALDIÇÃO' DA SEGUNDA FASE É MINIMIZADA
O Botafogo já foi eliminado seis vezes na segunda fase da Copa do Brasil. De 2004 para cá, o Alvinegro deixou a competição precocemente em cinco oportunidades. Porém, o técnico Oswaldo de Oliveira tratou de minimizar qualquer semelhança com o passado.
– O Botafogo ficou 21 anos sem ganhar e já ganhou vários títulos depois disso. O futebol é simples, porque o que aconteceu no passado, não quer dizer que irá acontecer no presente. Se acontecer de novo, não será por causa do passado.
As duas últimas vezes que o Glorioso deixou a competição antes das oitavas de finais foram em 2009 e 2010, quando foi eliminado para Americano e Santa Cruz, respectivamente, ambos em jogos no mesmo palco do duelo desta noite. Contra o time campista, a vaga escapou nos pênaltis. Já diante dos pernambucanos, a derrota por 3 a 2 no Rio de Janeiro causou a eliminação por conta dos gols feitos fora de casa, já que o jogo de ida terminou 1 a 0 para a equipe carioca.
Entre 2004 e 2006, o time de General Severiano sofreu a pior sequência, saindo nesta fase em todas. Gama, Paulista e Ipatinga, respectivamente, tiraram o Alvinegro da competição. Em 2001, o Botafogo foi vítima do Remo.
- Com a palavra:
Tiago Pereira
Editor do Núcleo Botafogo
Tiago Pereira
Editor do Núcleo Botafogo
"O torcedor precisa estar mais presente"
Como costumo falar com os meus amigos, ir ao estádio torcer pelo Barcelona, nesta atual fase, é moleza. Difícil era ir no tempo em que o Real Madrid ganhava tudo e só se falava de Zidane e companhia. Acho que pode ser aplicado o mesmo ao torcedor do Botafogo. A equipe está sendo reestruturada, está invicta na temporada e precisa de um crédito.
O Botafogo tem nesta quarta e no sábado dois jogos decisivos para o semestre. O papel do torcedor é lotar o estádio nas duas partidas, deixar o Engenhão ainda mais temido pelos adversários. O jogo é tarde? Sim, mas não tem jeito. É o Botafogo em campo. O tão esperado show que a torcida tem cobrado do time precisa começar lá na arquibancada.
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