O contrato do Fluminense prevê que apenas a receita com as arquibancadas atrás do gol, em um total de 43 mil ingressos, ficará com o clube. Ou seja, terá direito aos valores dos piores assentos, na proporção de 56% do total dos bilhetes. Camarotes, estacionamento, comida e assentos Vips serão todos do consórcio. Não terá nenhuma despesas, a não ser o desconto da Federação de Futebol do Rio de Janeiro.
O Botafogo se encaminha para assinar um acordo similar, mas por um período mais curto, provavelmente de três anos até o final da Olimpíada do Rio-2016. Nas negociações, o clube alvinegro também já aceitou que não poderá usufruir dessas receitas extras como camarotes, e comida. O acerto está por detalhes e pode ser anunciado em breve, segundo apurou o blog.
No Engenhão, o clube alvinegro, obviamente, tinha muito melhores condições porque era o administrador. Ficava com quase todos os camarotes, a maior parte do dinheiro de comida e bebida, e estacionamento. Havia mais despesas como a manutenção da arena, assim como quadro móvel de funcionários, confecção de ingressos, etcs. Desta forma, o estádio era superavitário.
Mas, mesmo para a dupla Fla-Flu, as condições também eram melhores do que as do Maracanã. Os times pagavam um aluguel baixo, que giraram entre R$ 20 mil e R$ 40 mil dependendo do jogo, e ainda eram responsáveis por todas as despesas de operação.
Em compensação, os dois times tinha direito a toda a bilheteria da partida. Mais do que isso, podiam negociar oito camarotes, e tinham participação na comida, na bebida e no estacionamento. Esse foi o acordo feito com o Botafogo, que era um locatário bem mais generoso do que o consórcio Maracanã.
É por isso que o Flamengo demora a fechar com o consórcio. Argumenta que, se acertar um contrato longo, estará cedendo seu conteúdo para gerar a renda principal para o terceiro. Só que, sem o Engenhão, o poder de barganha do clube é limitado. Pode atuar algumas vezes em Brasília – de alto custo, mas de renda ilimitada -, mas sofrerá tecnicamente se não voltar a ter casa fixa. Tanto que o Flamengo também já parece menos distante de um acordo nos últimos dias.
Pode-se argumentar que houve vários jogos no Engenhão deficitários. É fato. Mas isso tem a ver mais com o difícil acesso ao estádio, em relação ao central Maracanã, do que com as condições financeiras propostas pelo Botafogo. O pouco atrativo Campeonato Carioca também contribuiu para rendas baixas.
É provável que, com o estádio novo, mais acessível e a empolgação do público, as rendas absolutas dos clubes cariocas sejam maiores no Maracanã por atrair mais público. Mas sempre haverá uma limitação e um teto para os ganhos dos times, mesmo quando tiverem campanhas boas. E seus torcedores mais abastados estarão fora de alcance em relação a obter rendas com ingressos.
O Corinthians em seu novo estádio, por exemplo, projeta obter com os camarotes e os assentos Vips uma renda similar a que ganha com boa parte das arquibancadas. A teoria é de que os ricos pagam para que não exista uma majoração tão grande nos preços dos lugares populares. Os clubes do Rio terão de ganhar com o povão.
rodrigomattos - uol
O Botafogo se encaminha para assinar um acordo similar, mas por um período mais curto, provavelmente de três anos até o final da Olimpíada do Rio-2016. Nas negociações, o clube alvinegro também já aceitou que não poderá usufruir dessas receitas extras como camarotes, e comida. O acerto está por detalhes e pode ser anunciado em breve, segundo apurou o blog.
No Engenhão, o clube alvinegro, obviamente, tinha muito melhores condições porque era o administrador. Ficava com quase todos os camarotes, a maior parte do dinheiro de comida e bebida, e estacionamento. Havia mais despesas como a manutenção da arena, assim como quadro móvel de funcionários, confecção de ingressos, etcs. Desta forma, o estádio era superavitário.
Mas, mesmo para a dupla Fla-Flu, as condições também eram melhores do que as do Maracanã. Os times pagavam um aluguel baixo, que giraram entre R$ 20 mil e R$ 40 mil dependendo do jogo, e ainda eram responsáveis por todas as despesas de operação.
Em compensação, os dois times tinha direito a toda a bilheteria da partida. Mais do que isso, podiam negociar oito camarotes, e tinham participação na comida, na bebida e no estacionamento. Esse foi o acordo feito com o Botafogo, que era um locatário bem mais generoso do que o consórcio Maracanã.
É por isso que o Flamengo demora a fechar com o consórcio. Argumenta que, se acertar um contrato longo, estará cedendo seu conteúdo para gerar a renda principal para o terceiro. Só que, sem o Engenhão, o poder de barganha do clube é limitado. Pode atuar algumas vezes em Brasília – de alto custo, mas de renda ilimitada -, mas sofrerá tecnicamente se não voltar a ter casa fixa. Tanto que o Flamengo também já parece menos distante de um acordo nos últimos dias.
Pode-se argumentar que houve vários jogos no Engenhão deficitários. É fato. Mas isso tem a ver mais com o difícil acesso ao estádio, em relação ao central Maracanã, do que com as condições financeiras propostas pelo Botafogo. O pouco atrativo Campeonato Carioca também contribuiu para rendas baixas.
É provável que, com o estádio novo, mais acessível e a empolgação do público, as rendas absolutas dos clubes cariocas sejam maiores no Maracanã por atrair mais público. Mas sempre haverá uma limitação e um teto para os ganhos dos times, mesmo quando tiverem campanhas boas. E seus torcedores mais abastados estarão fora de alcance em relação a obter rendas com ingressos.
O Corinthians em seu novo estádio, por exemplo, projeta obter com os camarotes e os assentos Vips uma renda similar a que ganha com boa parte das arquibancadas. A teoria é de que os ricos pagam para que não exista uma majoração tão grande nos preços dos lugares populares. Os clubes do Rio terão de ganhar com o povão.
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