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segunda-feira, 30 de abril de 2018

Acreditar até o fim: Botafogo enfileira sequência de gols nos acréscimos


Nos últimos jogos, Alvinegro consegue surpreender e mudar resultado final dos confrontos dentro e fora do Estádio Nilton Santos. Valentim exalta treinamentos fortes





André Durão / GloboEsporte.com






Gol do Botafogo! Carli pega sobra na área, chuta e marca, aos 48 do 2º tempo



"É um time que vai se manter organizado e compacto até o final". A afirmação de Alberto Valentim reflete muito bem os últimos jogos do Botafogo. Em partidas consideradas perdidas, o Alvinegro conseguiu se recuperar nos acréscimos e mudar o resultado final. Das últimas cinco partidas, somente contra o Palmeiras, na estreia da equipe no Brasileiro, não marcou após o tempo regulamentar. Mas o gol de Igor Rabello saiu na etapa final, aos 36 minutos.


Primeiro, foi na final do Campeonato Carioca diante do Vasco (1x0). Carli marcou aos 49 minutos do segundo tempo e levou a decisão para os pênaltis. Gatito pegou dois e garantiu o título. Pela Sul-Americana, contra o Audax Italiano (2x1) Pimpão fez aos 46 na vitória, no jogo de ida no Chile.


Nos dois últimos jogos do Brasileiro, também aconteceram gols no fim. Contra o Sport (1x1), no Recife, Lindoso empatou aos 47. Nesta rodada, Gilson marcou um golaço aos 46 e deu a vitória ao Botafogo, diante do Grêmio (2x1), no Estádio Nilton Santos.



Gol do Botafogo! Gilson acerta um lindo chute de longe e desempata aos 46 do 2º tempo


- Quem acompanha nossos treinos diariamente, e sou repetitivo, sabe que a gente treina muito forte. É um treino curto, mas muito dinâmico. Há três dias tive que diminuir a duração do meu treino, porque já tínhamos atingido o que queríamos na parte física, tática e técnica. O resultado está aí no jogo. Não quero decidir sempre nos últimos minutos, mas é um time que vai se manter organizado e compacto até o final - disse Alberto Valentim após vitória diante do Grêmio.


Outro que exaltou a intensidade dos treinamentos foi o lateral Marcinho. Segundo ele, a entrega do elenco nas atividades da semana está fazendo a diferença nos jogos.


- Nossos treinos são muito intensos, a gente vem de quatro jogos fazendo gol no último minuto. Tem sido muito importante a nossa entrega nos treinos e a nossa humildade nos jogos. Isso tem dado muitos frutos para nós.


O próximo confronto do Botafogo será no domingo, contra o Cruzeiro, no Mineirão. Sendo assim, o técnico Alberto Valentim terá mais uma semana cheia para seguir com a metodologia que vai dando certo nesse início de temporada. E se a Raposa abrir o placar ou estiver segurando um empate, é bom não dar o Alvinegro como morto... Esse time acredita até o fim.


Por: GE/Por Felippe Costa e Fred Gomes, Rio de Janeiro

domingo, 29 de abril de 2018

Insistência, volume de jogo e laterais em alta: por que o Botafogo venceu o Grêmio


Time de Alberto Valentim joga a maior parte do duelo no campo do adversário e cria chances desde o primeiro minuto no Nilton Santos




Melhores momentos de Botafogo 2 x 1 Grêmio pela 3ª rodada do Brasileirão 2018


O Botafogo entrou em campo neste sábado mostrando que estava disposto a conquistar sua primeira vitória no Brasileiro. Insistiu no ataque desde o primeiro minuto - aos dois, colocou uma bola na trave -, teve maior posse de bola, finalizou o dobro do Grêmio e saiu com o triunfo nos acréscimos, através de um chutaço de Gilson: 2 a 1. (veja os melhores momentos acima)


Confira os principais pontos da vitória:

LATERAIS MUITO BEM NO APOIO E BRENNER EM ÓTIMA FASE

O primeiro tempo teve como melhor jogador em campo o lateral-direito Marcinho. Solto, arriscou jogadas individuais e não se limitou a cruzar sempre que recebia a bola na ponta.


Ao apostar na individualidade, saiu da direita para o meio e encontrou Brenner, outra ótima figura alvinegra na etapa. O centroavante tomou a decisão correta e abriu o placar. O camisa 9, aliás, saiu da área bastante, mexeu-se e criou a primeira chance de perigo do jogo. Não vem dando brecha a Kieza, reforço que chegou com status de titular.



Marcinho finaliza após boa jogada individual. Lateral jogou muito bem (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


Gilson, que já aparecia dando opção durante os 45 minutos iniciais, passou a infiltrar de forma mais incisiva no segundo tempo. Aos 25, disparou em velocidade e cruzou na medida para Ezequiel, que não aproveitou.


No fim, Ezequiel se redimiu e ajeitou para Gilson premiar sua boa atuação com um golaço. Os dois laterais foram fundamentais.


MARCAÇÃO NO CAMPO RIVAL E MATHEUS FERNANDES COM DESTAQUE NO COMBATE

A vontade de vencer também foi bem representada pela marcação no campo do adversário. O Botafogo, contando com Matheus Fernandes inspirado, combateu bastante. O volante, por exemplo, terminou como líder de desarmes (quatro) e roubadas de bola (três).


Com 53 partidas no time profissional e ainda sem nenhum gol, Matheus quase desencantou no segundo minuto da partida. Recebeu de Brenner, chutou errado primeiramente e depois carimbou a trave direita de Paulo Victor.



Matheus Fernandes foi muito bem na marcação e botou uma bola na trave (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


A forte marcação - foram 17 desarmes a 4 do adversário e 18 roubadas contra 11 - permitiu ao Botafogo ficar com a bola, e o time teve paciência para rodá-la. Até Jefferson participou diversas vezes da saída de bola, em algumas ocasiões até de maneira perigosa. Mas o fato de querer a posse fez o time sair com qualidade durante o duelo.


ERRO NO GOL DO GRÊMIO


Arma ofensiva do Botafogo com Brenner, Carli e Igor Rabello, o time errou no gol adversário neste fundamento.


Pouco incomodado durante os 90 minutos e com atuação segura dos zagueiros, ambos com mais de 1,90m, o time falhou da seguinte forma: o gremista Michel veio de trás, enfiou-se no meio de Matheus Fernandes e Lindoso e ganhou de Igor Rabello pelo alto.


O árbitro, aliás, assinalou na súmula gol contra de Rabello. Os replays não deixam claro quem tocou a bola por último, mas o importante no lance foi a falha do sistema defensivo.


Números do jogo:
Botafogo x Grêmio
Posse de bola: 59%x41%
Finalizações: 18x9
Chances reais: 8x4
Escanteios: 10x4
Desarmes: 17x4
Roubadas de bola: 18x11
Jogadas de linha de fundo: 5x1
Jogadas pela lateral: 6x1


Fonte: GE/Por Felippe Costa e Fred Gomes, Rio de Janeiro

sábado, 28 de abril de 2018

Valentim valoriza vitória sobre Grêmio: "Não vem com essa de time reserva"


Treinador parabeniza jogadores por "terem acreditado" em vitória até o fim. Alvinegro bateu time gaúcho por 2 a 1 no Nilton Santos com golaço de Gilson nos acréscimos do 2º tempo





Melhores momentos de Botafogo 2 x 1 Grêmio pela 3ª rodada do Brasileirão 2018


O Botafogo não desistiu até o último minuto. E nos acréscimos, o esforço foi retribuído com o gol da vitória por 2 a 1 sobre o Grêmio, no Estádio Nilton Santos. Após a partida, válida pela 3ª rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico Alberto Valentim parabenizou seus jogadores pela entrega:


- Foi um jogo que a gente precisou fazer o que tem feito. É insistir, não se desornigazar. Bati cabeça nas substituições para manter time organizado, e eles estão de parabéns por terem acreditado. Conseguimos um gol com 46 minutos - disse.



Alberto Valentim, técnico do Botafogo, em partida contra o Grêmio (Foto: André Durão)


Na coletiva pós-jogo, o treinador se irritou com pergunta sobre o Grêmio ter poupado jogadores para a partida, visando compromisso pela Libertadores durante a semana:


- Hoje ganhamos do Grêmio, não vem com essa história de time reserva - rebateu.


Em seguida, relativizou:

- Lógico que equipes que estão disputando mais competições têm tempo menor e precisam priorizar uma ou outra. Queríamos estar na Copa do Brasil também, infelizmente saímos. O calendário brasileiro infelizmente é muito apertado. Renato optou por um time que não vinha jogando. O Palmeiras, por exemplo, vai procurar jogar com força total


Com o resultado, o Botafogo dorme na vice-liderança do Brasileirão, com cinco pontos, atrás apenas do Corinthians. Há mais oito jogos no domingo. No próximo fim de semana, o Botafogo viaja a Minas Gerais para encarar o Cruzeiro, pela 4ª rodada do Brasileirão.


Confira mais declarações de Alberto Valentim:

Análise da partida


Jogo difícil, a gente começou bem, depois acho que o jogo se igualou um pouco. A gente criou mais do que eles, chegamos a ter mais posse.


Marcação adiantada


Ponto de partida é de começarmos a marcação com jogador mais adiantado nosso, que é o Brenner. Na tomada de decisão dele, vamos juntos com ele para marcar mais no campo ofensivo. E tentar jogar mais no campo rival, sem pressa, mas com dinâmica. Hoje algumas coisas não foram brilhantes, mas procuramos fazer o jogo com tranquilidade e qualidade.


Jefferson de "líbero"
Lógico que corremos riscos com Jefferson saindo bem com a bola, mas estamos treinando isso.


Laterais se destacam

Márcio foi muito bem, com muita saúde, e o Gilson também tem ido muito bem. Com a saída do Leo, joguei o Renato para a beirada, não só com Gilson jogando, mas com Marcinho também.


Intensidade nos treinos

Quem acompanha nossos treinos diariamente, e sou repetitivo, mas a gente treina muito forte. É um treino curto, mas muito dinâmico. Treinamento forte. Os jogadores dão a vida nos treinamentos. Eu tinha um de 30 minutos e reduzi para 24 minutos. Não tem como ir para jogo forte sem treinar forte.


Há três dias tive que diminuir a duração do meu treino, porque já tínhamos atingido o que queríamos na parte física, tática e técnica. O resultado está aí no jogo. Não quero decidir sempre nos últimos minutos, mas é um time que vai se manter organizado e compacto até o final.


Pausa para a Copa

Nossa intertemporada, já resolvemos o planejamento mais ou menos. Nossa ideia é de ficarmos fechados por sete dias. E esperando ter 24 ou 25 sessões de treinos. Acho que vai ser bom para recuperar essa pré-temporada, que foi mais curta, e por essa sequência de jogos.


Priorizar Brasileirão ou Sul-Americana?

Vamos priorizar os dois campeonatos. Infelizmente não dá para usar todos os jogadores do grupo, mas vou usar praticamente todos, porque vamos procurar jogar com os melhores jogadores numa partida. Vamos priorizar os dois. Vamos trabalhar os dois campeonatos com o melhor time que eu tiver.


Obrigação de vencer?

Concordo que a obrigação do time mandante de vencer. Independentemente do que Renato pensava, queríamos a vitória.


Desempenho x resultado

Justa a vitória, eles tiveram uma ou duas chances. Uma com Luan e outra pelo lado esquerdo. Jogamos mais no campo adversário, tivemos mais posse, finalizamos mais e tivemos mais escanteios. Tivemos chance clara com Ezequiel.


Aprimorar finalizações

Ponto importante, precisamos melhorar nesse quesito, não só nele. Talvez eu tenha evidenciado mais. Falei após o jogo contra o Sport que ainda não tínhamos saído com o goleiro como melhor em campo.


Léo Valencia

Valencia não tem sido substituído sempre. Ficou bastante jogos sem ser substituído. Poder levar 23 jogadores me dá um leque de opção melhores para mexer. Hoje no caso foi o Léo.


Aplausos a Pimpão

Torcida vibrando quando Pimpão caiu em campo: Foi irônico o aplauso, com certeza. Deu o máximo que deu


Fonte: GE/Por Fred Gomes, Rio de Janeiro

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Depois de dois empates no Brasileiro, Botafogo busca primeira vitória, em casa, contra Grêmio






Jogo a jogo! Mais uma final! #VamosFOGO (@BotafogoOficial)


O Botafogo treinou na tarde de quinta-feira em seu estádio mas, sem a presença da imprensa, pouco se sabe sobre as intensões de Valentim quanto à formação que entra em campo contra o Grêmio. Nesse dia, as notícias ficaram por conta do Dia do Goleiro amplamente comemorado no clube por ter sido criado no dia do aniversário de Manga, uns dos maiores do Botafogo e da Seleção Brasileira e ainda, por ter no elenco Jefferson e Gatito Fernandez, dois dos melhores da posição em atividade no futebol brasileiro. A festa contou com a presença de todos os goleiros do clube, da base ao time titular, que se reuniram para prestarem homenagem ao nosso Capitão.

A partida de hoje contra o campeão gaúcho e atual campeão da Libertadores no Nilton Santos, tem início marcado para às 16h e marca a abertura da terceira rodada do Campeonato Brasileiro.


Eis a tabela do Brasileirão após a 2ª rodada! Com quatro pontos
 o Botafogo ocupa apenas a 14a. posição (@FoxSportsBrasil)
Com dois empates por 1 a 1, contra Palmeiras (casa) e Sport (fora) e ocupando apenas a 14a. posição na tabela, o Glorioso precisa emplacar a primeira vitória na competição sob pena de se distanciar muito dos líderes e perder de vista o objetivo de se colocar entre eles logo no começo da competição, mesmo que o adversário seja o Grêmio -sétimo colocado com quatro pontos e candidatíssimo ao título.

Fizemos um bom jogo contra o forte Palmeiras mesmo sem contar com quatro titulares - João Paulo, Moisés, Luiz Fernando e Renatinho -, além de Leandro Carvalho que era a primeira opção para o ataque e vinha jogando pela direita.

Foi um primeiro tempo organizado e propositivo. Merecíamos ter saído na frente mas a falta de pontaria dos nossos atacantes não permitiu*. No segundo, fomos surpreendidos com o gol de Guerra em falha de Rabello. O zagueirão se deixou driblar facilmente por Dudu no meio da área mas teve forças o bastante para buscar o empate marcando de cabeça no finalzinho.

*A falta de pontaria de nossos atacantes nessa temporada chama a atenção. Para se ter uma ideia, nos últimos sete jogos marcamos oito vezes e dessas, apenas três foram por meio dos atacantes. Já marcamos duas vezes no Brasileiro, mas os goleadores foram Rabello e Lindoso.


Em noite de milagres de Gatito, Everton Felipe abriu o placar
 para o @sportrecifemas aos 48 do 2º tempo Lindoso empatou
 para o @botafogooficial!
Já contra o Sport, talvez pelo péssimo estado do gramado após dias seguidos de chuva no Recife, não fizemos um bom jogo - diria que dos piores que vimos sob o comando de Valentim. Num campo encharcado, o time foi amplamente dominado pelo adversário que vinha de uma derrota acachapante para o América-MG por 3 a 0 na rodada anterior.

Mesmo com o adversário em crise e com um goleiro de 21 anos que estreava na Serie A e havia feito apenas uma partida como profissional, o Alvinegro quase não finalizou em gol e quando o fez, Lindoso empatou o jogo já nos acréscimos da partida.

Valentim escolheu uma estratégia equivocada que priorizava o jogo pelos flancos e isso tirou a única arma que tínhamos - o congestionamento pelo meio com nossos três volantes. Com isso, o Sport deitou e rolou pelo setor e Gatito, o destaque da partida, teve que se virar pra sair ileso do bombardeio. O paraguaio só foi vencido aos 39' do segundo tempo quando, num contra-ataque, Everton cortou Ezequiel pela direita e deu um tiro certeiro que ainda desviou em Bochecha antes de morrer no canto esquerdo. O Sport finalizou 20 vezes e criou quatro chances claras de gol.

Além de um ponto improvável na tabela dado às circunstâncias que se apresentaram no jogo, o empate no finalzinho serviu como prêmio à atuação majestosa de Gatito.

Como se vê, o time ainda oscila muito entre uma partida e outra e consegue ir do céu ao inferno numa mesma semana ou mesmo dentro do próprio jogo. Ainda falta uma regularidade que dê confiança ao torcedor alvinegro. O jogo contra o Sport Recife foi bem diferente do que prevíamos. Veja no nosso post de pré-jogo: Depois do empate animador contra o Palmeiras, Botafogo busca a primeira vitória contra o Sport no Recife...


O certo é que, para o compromisso de hoje, Valentim não contará com Gatito que teve agravada uma contusão nos ligamentos do pulso direito e fica de fora por um mês. Como o treinador já não podia contar com João Paulo que passou por cirurgia, Leandro Carvalho recém operado dos meniscos, Marcelo com problemas no joelho, Moisés que continua em tratamento de uma torção no tornozelo e Luiz Fernando ainda na transição, a esperança é pela volta de Renatinho que treinou durante toda a semana e foi relacionado. Outra opção ansiosamente aguardada pela torcida seria a presença de Aguirre, que passou a treinar com o grupo no início da semana mas, ainda fora de ritmo, teve a estreia adiada para a próxima semana quando enfrentamos o Cruzeiro em Belo Horizonte.... mais »



Por Felipao Bfr em Blog do FelipaoBfr 

Aguirre e Luiz Fernando estão fora da partida do Botafogo contra o Grêmio


Principal reforço do clube, uruguaio ainda não está bem fisicamente e tem estreia adiada, enquanto meia-atacante segue em transição após entorse. Renatinho e Jefferson devem ser únicas novidades





Aguirre foi integrado ao grupo essa semana e está abaixo fisicamente (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


A torcida do Botafogo que comprou ingresso na esperança de ver a estreia do Aguirre terá que ser mais paciente. O atacante uruguaio não foi relacionado por Alberto Valentim para a partida contra o Grêmio neste sábado, às 16h (de Brasília), no Nilton Santos, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. A explicação interna é que o principal reforço do clube para 2018, embora venha treinando bem, ainda está muito abaixo fisicamente dos demais.


Com isso, o primeiro jogo de Aguirre com a camisa alvinegra deve ficar para a partida diante do Cruzeiro, no Mineirão, no domingo da outra semana, dia 6 de maio. Quem também continua fora é Luiz Fernando. O meia-atacante, que se recuperou de uma entorse no tornozelo direito e chegou a treinar normalmente na sexta-feira passada, voltou a sentir dores e continua em fase de transição.



Jefferson e Renatinho voltam




Recuperado de lesão, Renatinho deve voltar ao time titular do Botafogo (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


Sem Aguirre e Luiz Fernando, as únicas novidades no time devem ser Jefferson e Renatinho. O goleiro substitui Gatito, que machucou o joelho e o punho e ficará um tempo de molho. Já o meia, que se recuperou de uma lesão leve na coxa esquerda, pode pegar a vaga de Gustavo Bochecha no meio de campo, voltando a formação para o 4-2-1-3.


Quem segue ausente é Leandrinho. Sem jogar desde o ano passado após romper o ligamento do joelho direito, o meia já está à disposição há duas semanas, mas ainda não foi convocado pelo técnico. Marcelo, com um problema no joelho esquerdo; Moisés, com uma entorse no tornozelo direito; e Leandro Carvalho, que operou o joelho direito, são outros fora.


Fonte: GE/Por Felippe Costa, Fred Gomes e Thiago Lima, Rio de Janeiro

Valentim confirma volta de Renatinho e cogita Aguirre por no máximo 45 minutos


Técnico do Botafogo elogia uruguaio, mas não garante estreia contra Grêmio, evita clima de revanche da Libertadores e mira primeira vitória no Brasileiro: "Além de dar tranquilidade, vai ajudar na tabela"






A torcida do Botafogo está na expectativa de ver a primeira partida de Aguirre, principal reforço do clube para 2018. Alberto Valentim ainda não confirmou que o atacante uruguaio será relacionado para a partida deste sábado, às 16h (de Brasília), contra o Grêmio no Nilton Santos. Mas o técnico alvinegro deu a entender que há possibilidade da estreia e cogitou até por quanto tempo poderia utilizar o jogador:


– Acredito que no máximo 30 a 45 minutos para poder jogar, se conseguir avaliar bem. E para não acelerarmos as coisas. Fecho a convocação somente depois do último treino para não ter uma surpresa, alguma coisa forçada de não poder levar alguém. Gosto de avaliar até o último minuto para ver a real situação de cada jogador, tanto parte física quanto técnica.



Aguirre pode fazer sua estreia neste sábado, no Nilton Santos (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


Quem está confirmado de volta é Renatinho, recuperado de uma lesão leve na coxa esquerda. O meia tem chances de ser titular no lugar de um dos volantes, possivelmente no de Gustavo Bochecha. Luiz Fernando, porém, ainda se recupera da torção no tornozelo direito e não tem presença garantida no jogo deste domingo, pela terceira rodada do Brasileiro:


– O Renatinho está treinando normal, provavelmente vai para o jogo. Vamos definir depois os 11 que começam jogando. Gostei muito do Gustavo (Bochecha) nesses dois jogos. O Luiz também espero contar ainda, por isso falo do último treino e ver a partir da fisiologia, do próprio jogador. Amanhã na preleção eles vão ficar sabendo quem vai jogar.


Confira outros tópicos da coletiva:


PRIMEIROS TREINOS DE AGUIRRE
Está se aplicando bastante. Tive uma conversa rápida com ele para entender um pouquinho a forma que a gente treina, dar referências para que acelere esse processo. Estou gostando, é um jogador que ficou sem poder treinar um tempo e está se aplicando.


JOGO CONTRA O GRÊMIO
Vamos encontrar um time de muita qualidade, muito bem treinado, que vem fazendo bem as competições que joga. Na minha opinião é um dos times fortes para esse título, grande candidato, colocaria entre os três. A gente quer vencer o jogo, essa primeira vitória, em casa, precisa para somar. Contra o Palmeiras, uma equipe forte, conseguimos um empate. Em Recife encontramos condições diferentes... A vitória além de dar tranquilidade, vai ajudar na tabela.


REVANCHE DA LIBERTADORES?
Clima tem que ser pelos nossos objetivos, pelo lado do Grêmio a mesma coisa. Temos as nossas intenções de campeonato e para isso precisamos de um resultado positivo, esquecendo o ano passado.


JOGO MAIS DIFÍCIL DO GRÊMIO NA LIBERTADORES
Acho legal. Mostra que os jogadores já faziam bem ano passado, vale lembrar o trabalho que o Jair (Ventura) fez aqui também. Aquele time deu trabalho a todas as equipes. Agora é outro jogo, um time diferente, jogadores diferentes...



João Pedro, do Atlético-PR, está bem próximo do Botafogo (Foto: Giuliano Gomes/Agência PR PRESS)


COMO SUPERAR A FORTE DEFESA DO GRÊMIO?
O Renato (Gaúcho) está fazendo um trabalho excepcional no Grêmio, não é só a última linha dele defensiva que faz com que o gol do adversário não aconteça, é todo o trabalho do pessoal da frente também. Temos que jogar com tranquilidade, aproveitar as chances.


GRÊMIO TEM SOFRIDO GOLS DE BOLA PARADA...
Se pegarmos os últimos jogos, tem um número grande de gols saindo de bolas paradas. Hoje virou uma arma, tem que estar muito atento, treinar bem para não ser surpreendido. Temos bons cabeceadores, batedores de bola parada...


RENATO GAÚCHO DE FOLGA NÃO DEU O TREINO
Hoje corri na praia também. O Renato está em casa, coincidiu de poder estar mais uns dias no Rio. Ele não está errado, não, de aproveitar esses dias na cidade que gosta tanto.


BOTAFOGO AFOBADO NO ATAQUE?
A gente estava muito bem contra o Palmeiras quando eles fizeram o gol pela qualidade dos jogadores. O gol saiu com todos marcados, os jogadores com poucos espaços, mesmo assim eles conseguiram. Contra o Sport enfrentamos bem, tivemos chance de fazer gol antes, não fizemos muito por conta do gramado. Lógico, quando chega na frente tem que caprichar mais, mas não vejo afobação, não. Importante é que o time quando está em desvantagem não se desorganiza.


CHEGADA DE JOÃO PEDRO DO ATLÉTICO-PR
Enquanto não tiver certeza, não vou falar sobre jogadores que são possíveis aqui. O Botafogo está atento ao mercado para reforçar com perfis interessantes, primeiro que se adequem à política do clube. "E o perfil que eu gosto é do grupo, que gosta de trabalhar, tem um relacionamento muito bom. Mas não vou ficar citando enquanto não tiver nada concreto.


Fonte: GE/Por Thiago Lima, Rio de Janeiro

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Com ausência de Gatito, Jefferson se aproximará da meta de ser top 3


Ídolo está empatado com Quarentinha na quarta colocação dentre os que mais atuaram pelo Botafogo (com 445 jogos) e está a oito de igualar Valtencir no terceiro lugar







A lesão no punho direito de Gatito Fernández, que o deixará até um mês fora dos gramados, aumentou as chances de Jefferson ficar ainda mais próximo de seu objetivo antes de se aposentar no fim do ano: ser o terceiro jogador que mais vezes vestiu a camisa do Botafogo.


Com 445 partidas, ele está na quarta posição e com o mesmo número de Quarentinha. Em terceiro vem Valtencir, com 453. O líder é Nilton Santos com 721, seguido por Garrincha 612, estes dois inalcançáveis diante da ideia de se aposentar em 2018.


- Tenho muitas metas particulares e com o Botafogo. Nunca fui de desejar bater meta, mas a gente vai jogando e, quando menos percebe, já está entrando no top 10 dos que mais vestiram a camisa do Botafogo. Tenho uma meta pessoal de estar entre os três que mais vestiram a camisa do clube até o fim do ano. E eu quero ajudar o Botafogo a levantar um caneco de importância - afirmou em entrevista ao GloboEsporte.com, publicada no último dia 12 de janeiro.


Desde que sofreu a lesão no cotovelo no fim de 2016, Jefferson só teve sequência como titular no começou da atual temporada - iniciou as sete primeiras partidas do Alvinegro no ano. Gatito Fernández foi contratado para a temporada 2017, principalmente para a disputa da Taça Libertadores da América e se destacou.


Titular com Felipe Conceição, Jefferson iniciou o ano no time principal num momento em que Gatito tinha lesão na coxa esquerda. Após a participação alvinegra na Taça Guanabara, foi ele quem apresentou edema no tornozelo direito, e o paraguaio reassumiu a posição para não sair mais.


Jefferson começou esta temporada com 436 jogos e atuou em nove partidas: três vitórias, três empates e três derrotas. Se Gatito realmente ficar 30 dias fora, o companheiro fará seis jogos e ficará a dois de igualar Valtencir:


28/04 - Botafogo x Grêmio
06/05 - Cruzeiro x Botafogo
09/05 - Botafogo x Audax Italiano (Sul-Americana)
13/05 - Botafogo x Fluminense
20/05 - América-MG x Botafogo
26/05 - Botafogo x Vitória


Jefferson tem quatro títulos como alvinegro: os Cariocas de 2010, 2013 e 2018 e a Série B de 2015. Vale destacar que no primeiro, ele defendeu pênalti de Adriano em jogo que garantiu o caneco. A participação na Segunda Divisão foi uma demonstração de amor ao clube num momento em que, aos 31 anos, estava bastante valorizado pelas grandes atuações e convocações para a seleção brasileira. Preferiu ficar e rejeitar propostas de outros grandes clubes.


Fonte: GE/Por Felippe Costa, Fred Gomes e Thiago Lima, Rio de Janeiro

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Atlético-PR encaminha empréstimo de meia João Pedro ao Botafogo


Meia deve renovar contrato com o Furacão até 2022 antes de ser confirmado no Fogão. Jogador foi um dos destaques do time de aspirantes do Rubro-Negro no Paranaense






João Pedro foi destaque do Atlético-PR no time que foi campeão paranaense (Foto: Giuliano Gomes/Agência PR PRESS)


O Botafogo deverá ser o destino do meia João Pedro, que pertence ao Atlético-PR. O jogador de 21 anos tem contrato com o Furacão até janeiro de 2020 e deve estender o vínculo por mais dois anos antes de assinar com o time carioca. A ideia é que o atleta seja emprestado ao Fogão até o final do ano.


Segundo a jornalista Nadja Mauad, do Blog da Nadja, a chegada de João Pedro ao Botafogo tem o aval do técnico Alberto Valentim. O meia é esperado para fazer exames médicos no Rio de Janeiro na quinta-feira. O jogador também recebeu propostas de outros times como Chapecoense, América-MG e Ceará.


Destaque do Atlético-PR no time que foi campeão paranaense em 2018, o meia não tem sido aproveitado na equipe principal, comandada pelo técnico Fernando Diniz. Vestindo a camisa 10, João Pedro participou de todos os 16 jogos do Furacão no estadual, ao lado do atacante Éderson. Ele terminou como o garçom do Furacão, com cinco assistências, além de quatro gols marcados, contra Paraná, União-PR e Rio Branco-PR (2). No Paranaense, o jogador era o homem da bola parada do Furacão, participando da construção da principais jogadas do time, com qualidade no passe e distribuindo o jogo.


Na posição, o time principal do Atlético-PR conta atualmente com Guilherme, Matheus Anjos, Felipe Gedoz, Raphael Veiga e Nikão. O Botafogo, por outro lado, tem poucos jogadores para o setor de criação. O único meia de ofício atualmente no time alvinegro é Renatinho, que brilhou pelo Paraná Clube em 2016.


Saiba mais sobre o jogador


Paranaense de Terra Roxa, João Pedro estreou no profissional do Atlético-PR durante o Campeonato Paranaense de 2015. No total, ele soma 47 jogos e seis gols pelo Furacão. Ele já esteve recentemente na mira do América-MG. No ano passado, ele foi emprestado ao Paraná Clube, durante o segundo semestre, onde teve destaque.


Com sequência de jogos, marcou quatro gols pelo Tricolor, sendo dois de falta, e deu cinco assistências na Série B. No total, disputou 21 partidas como titular no Campeonato Brasileiro e apenas um como reserva. Além do Paraná Clube, ele também teve passagem pelo Guaratinguetá, por empréstimo.



João Pedro está no profissional do Furacão desde 2015 (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)


Fonte: GE/Por Monique Silva, Curitiba

Botafogo assina escritura de compra e venda do terreno para o novo CT


Presidente Nelson Mufarrej acertou no início da tarde desta quarta a aquisição do Espaço Lonier, em Vargem Pequena. Como o processo demorou, treinos só vão acontecer em 2019






Nelson Mufarrej com a escritura definitiva do terreno do novo CT (Foto: Site oficial do Botafogo)



Tudo certo! Nelson Mufarrej, presidente do Botafogo, assinou na tarde desta quarta-feira a escritura de compra e venda do Espaço Lonier, em Vargem Grande, que será transformado no novo Centro de Treinamentos do Alvinegro.


Ele estava acompanhado por Luis Fernando Santos, Vice-Presidente Executivo, Luiz Felipe Novis, VP de Finanças e de Manoel Renha, diretor da base. Após a assinatura, o próximo passo será começar as obras. Como o processo de aquisição demorou mais do que o esperado, o Botafogo vai adiar a mudança do futebol profissional e da base para o centro de treinamento para a pré-temporada de 2019.


A ideia é aproveitar o segundo semestre para reformar todo o espaço e aumentar o número de campos. O clube abriu uma espécie de licitação, e três empresas apresentaram seus projetos: Tecnoplano, Volpato e Tenerife. A primeira, de Portugal, é a favorita.


O principal entrave para obter a escritura era um pedaço do terreno que estava sob posse, mas a ESTA (Empresa Saneadora de Território Agrícola), dona do domínio, fez acordo e passou a escritura para o Lonier. A demora se deu principalmente por causa disso.


Investimento detalhado




Espaço Lonier abrigará o CT do Botafogo (Foto: Site do Espaço Lonier)


A operação de compra do CT, aprovada em julho do ano passado no Conselho Deliberativo, terá um custo total de R$ 25 milhões pagos pelos irmãos Moreira Salles, que serão ressarcidos em um prazo de 30 anos, em 360 parcelas corrigidas pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor).


Do montante, seriam R$ 20 milhões para adquirir o terreno e outros R$ 5 milhões para realizar melhorias no local. Porém, o custo aumentou em R$ 300 mil para comprar a parte do terreno que estava como posse, com isso sobrarão R$ 4,7 milhões para reformas.


Em caso de inadimplência do clube, os irmãos poderão romper o contrato, restituindo tudo pago com desconto de 10%. Também será obrigatório a construção de uma escola no complexo.


No acerto está previsto que 20% dos jogadores da base que vierem a ser negociados serão destinados aos financiadores para amortizar a dívida. Só vale para vendas após a assinatura.


O Espaço Lonier fica em Vargem Pequena, possui 200.000 m² e sua estrutura atual já oferece auditório, vestiários, restaurantes, além de um hotel com 40 quartos com capacidade para receber até 180 pessoas.


As acomodações foram reformadas pelos americanos, que usaram o local nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Em janeiro do ano passado, o Bangu realizou sua pré-temporada no local.


Fonte: GE/Por GloboEsporte.com, Rio de Janeiro

Exame aponta lesão no punho direito de Gatito, que ficará fora por até 1 mês


Paraguaio sentiu após uma defesa na partida contra o Sport, na última segunda-feira, e, desde então, não treina em campo com os companheiros. Jefferson será o titular no sábado





Gatito Fernández em partida contra o Sport (Foto: Aldo Carneiro / Pernambuco Press)



Gatito Fernández desfalcará o Botafogo por até 1 mês! Um exame de imagem realizado nesta quarta-feira constatou uma contusão óssea e lesão ligamentar no punho do goleiro.


Sendo assim, é claro, o goleiro já está fora do jogo contra o Grêmio neste sábado. A informação foi dada pela Rádio Globo. Jefferson assume a vaga.


Nome do jogo com cinco grandes defesas, o paraguaio sofreu muito contra o Sport. Além do problema no punho, ele precisou atuar os últimos 20 minutos no sacrifício após ter levado a pior na disputa pelo alto com Ronaldo Alves, que caiu em cima do joelho direito do goleiro. Depois da partida, com o corpo frio sem a adrenalina do jogo, a dor era tanta que Gatito quase não conseguia ficar em pé.


Fonte: GE/Por GloboEsporte.com, Rio de Janeiro

terça-feira, 24 de abril de 2018

Aguirre participa do treino e aumenta chances de fazer sua estreia no sábado


Após período de preparação física, atacante trabalhou pela primeira vez na atividade com bola ao lado dos companheiros na tarde desta terça. Planejamento era jogar na 3ª rodada





Aguirre treina no Botafogo (Foto: Felippe Costa)



Apresentado no último dia 16 de março, Aguirre está muito próximo de fazer sua estreia com a camisa do Botafogo. O atacante participou pela primeira vez da atividade com bola ao lado dos companheiros nesta terça e tem tudo para ser relacionado para o jogo do próximo sábado, contra o Grêmio, no Estádio Nilton Santos.


Esse era o planejamento do técnico Alberto Valentim, que chegou a revelar durante uma coletiva. Aguirre estava recuperando a parte física, pois foi submetido a uma cirurgia no joelho em dezembro e não entra em campo para uma partida de futebol desde então.


No treino em campo reduzido com os reservas, o atacante se movimentou bastante, se apresentou no ataque, mas teve poucas chances de gol. Em uma das únicas, pegou de primeira um cruzamento pela direita. A bola bateu no zagueiro e saiu. Além dele, Renatinho também treinou normalmente e ficará à disposição de Valentim no sábado.


Gatito "ausente", e Helton Leite aparece



Helton Leite caminha no campo anexo do Nilton Santos (Foto: Felippe Costa)


Quem não participou da atividade em campo foi Gatito Fernández. O Paraguaio, que sentiu o joelho direito após dividida no jogo contra o Sport nesta segunda-feira, ficou no departamento médico para ser reavaliado. Sendo assim, sua participação no sábado ainda é incerta.


Por outro lado, o goleiro Helton Leite apareceu e caminhou pela primeira vez em campo depois que foi submetido a uma cirurgia no tornozelo direito realizada mês passado. O jogador sofreu a lesão quando ainda atuava emprestado ao São Caetano e era destaque do Azulão no Campeonato Paulista.


O Botafogo volta a treinar na tarde desta quarta-feira, no campo anexo do Estádio Nilton Santos. Sábado, às 16h (de Brasília), recebe o Grêmio, no Rio de Janeiro, tentando a primeira vitória no Campeonato Brasileiro.


Fonte: GE/Por Felippe Costa, GloboEsporte.com, Rio de Janeiro

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Valentim atribui jogo ruim do Botafogo à qualidade do gramado: "Impraticável"


Alvinegro sofreu pressão durante os 90 minutos e conseguiu empate contra Sport no fim, com grande atuação de Gatito. O treinador reconhece a importância do goleiro: "Nos ajudou muito"




Melhores momentos de Sport 1 x 1 Botafogo, pela 2ª rodada do Campeonato Brasileiro


O Botafogo terminou a partida contra o Sport, nesta segunda, na Ilha do Retiro, com um ponto no bolso e, na boca, o sabor de vitória. O empate veio aos 48 do segundo tempo após um jogo em que Gatito foi o destaque com cinco defesas difíceis. A pressão do Sport e a baixa produtividade do Alvinegro é explicada pelo técnico Alberto Valentim pela qualidade ruim do gramado em Recife.


- O campo não fez com que nós pudéssemos jogar. Impraticável. Uma pena, porque aqui tem um estádio de Copa do Mundo, o gramado com certeza tem uma drenagem melhor, e a gente não conseguiu jogar o que a equipe vem jogando. Mas a equipe está de parabéns pela forma que encarou o jogo, sabíamos que os jogadores teriam que ser muito guerreiros para sair com um resultado positivo. Queríamos a vitória e tentamos até o final. Bom resultado. Seria ótimo se nós tivéssemos vencido - defende o treinador.



Alberto Valentim reclama do gramado da Ilha do Retiro (Foto: Aldo Carneiro / Pernambuco Press)


O goleiro Gatito foi o nome do Botafogo e parou tentativas de Marlone, Gabriel, Rogério (duas vezes) e até um desvio de Brenner para o próprio gol após cruzamento de Sander (veja no vídeo abaixo). Graças a ele, o Alvinegro não perdeu sua primeira partida no Brasileirão. A atuação foi exaltada por Valentim.


- Gatito fez uma ótima partida, nos ajudou muito. A gente vem fazendo jogos em que o adversário não finaliza muito no gol, e hoje a gente precisou muito dele. Uma grande atuação, está de parabéns.






Em 14º lugar, o Botafogo tem dois pontos, já que também empatou na estreia contra o Palmeiras. Na próxima rodada, no sábado, o Alvinegro recebe o Grêmio, às 16h, no Estádio Nilton Santos.


Confira outros trechos da coletiva com Valentim

Desfalques

Eu quero ter todos à disposição, quero quebrar a cabeça. É muito ruim quando o treinador não pode contar com jogadores por causa de lesões, sendo que apenas uma foi muscular, as outras foram de contato, pancada. Mas tenho que agradecer muito aos jogadores pela forma como entraram, a forma como têm procurado substituir jogadores importantes. Terminamos o jogo com seis jogadores da base do Botafogo, muito legal esse trabalho do clube.


Situação do gramado na Ilha do Retiro

Um time de superação, muito organizado, que não se desorganiza. Foi assim contra o Palmeiras também. Mas hoje a gente não pode jogar futebol, porque o campo não deixou. O lado que atacamos no primeiro tempo estava impraticável. Não só para o Botafogo, mas também para o Sport.


O campo fez com que o Pimpão não conseguisse levar a bola em velocidade, mas antes do Pimpão teve um erro do Sport por causa do campo e não por falta de qualidade ou um erro técnico do jogador. Eu pedi para a equipe jogar pelos lados, fazendo diferente do que estamos acostumados, com bolas longas, porque vi um risco ali de sair jogando.


Entrada de Pachu


Precisava de um jogo de mais força hoje, por isso o Pachu entrou na beirada. Eu precisava de um jogador que ganhasse essa primeira bola. Ele faria melhor isso do que o Pimpão e o Ezequiel, que entrou depois. A ideia era jogarmos até a bola um pouco mais longa. Eu precisava de mais força do que técnica. Mas são jogadores que sabem jogar.


Fonte: GE/Por Thiago Lima, Recife

domingo, 22 de abril de 2018

Botafogo viaja para Recife sem Renatinho e Luiz Fernando; Matheus Fernandes volta


Meia não termina transição a tempo após lesão na coxa, e meia-atacante, recém-recuperado de entorse no tornozelo, é poupado por precaução. Volante melhora de torção, treina e é relacionado





Pimpão fez a selfie do embarque antes de entrar no avião (Foto: Reprodução)



O Botafogo viaja na noite deste domingo para Recife com desfalques na bagagem: Renatinho e Luiz Fernando, que tinham expectativa de se juntar à delegação e voltar ao time, ficarão no Rio de Janeiro. Ainda em fase de transição após lesão na coxa esquerda, o meia foi vetado pelo departamento médico. Por sua vez, o meia-atacante, que se recuperou da entorse no tornozelo direito e treinou normal na sexta-feira, será poupado por precaução.


A boa notícia é a presença de Matheus Fernandes. Também por causa de uma torção no tornozelo direito, o volante sequer participou da atividade de sexta-feira e havia virado dúvida. Mas voltou a treinar normalmente no final de semana e foi relacionado. Ele deve ser titular ao lado de Lindoso e Bochecha nesta segunda-feira contra o Sport, às 20h (de Brasília), na Ilha do Retiro, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.



Ezequiel e o lateral-esquerdo da base Jonathan tiraram foto no embarque (Foto: Reprodução)


Quem segue ausente é Leandrinho. Sem jogar desde o ano passado após romper o ligamento do joelho direito, o meia já está à disposição há uma semana, mas ainda não foi convocado por Alberto Valentim para as primeiras duas rodadas. Marcelo, com um problema no joelho esquerdo; Moisés, com uma entorse no tornozelo direito; e Leandro Carvalho, que vai operar o joelho direito, também estão fora.


Por: GE/Por Thiago Lima, Recife

Depois do empate animador contra o Palmeiras, Botafogo busca a primeira vitória contra o Sport no Recife






Vamos, GLORIOSO! Segunda-feira tem BOTAFOGO! #VamosFOGO (Botafogo de Futebol e Regatas)


Longe dos olhos da imprensa, o Botafogo fez no sábado à tarde, no campo anexo do Nilton Santos, o treino-apronto para a partida contra o Sport, no Recife.

Fechando a segunda rodada do Campeonato Brasileiro, a partida está marcada às 20h de segunda-feira, na Ilha do Retiro.

Valentim aproveitou a semana livre para definir a formação que mandará à campo sem, no entanto, revelar quem sai jogando.

O certo e que o técnico não poderá repetir a equipe que empatou em 1 a 1 com o Palmeiras na estreia da competição. Valentim equilibrou o time com uma trinca de volantes formada por Lindoso, Matheus Fernandes e Bochecha que não jogava uma partida desde fevereiro do ano passado, e fez um grande jogo contra um dos favoritos ao título mesmo com ausências importantes como João Paulo, Moisés, Renatinho e o Luiz Fernando.

Embalado pelas vitórias contra o Vasco e Audax-CHI, o Botafogo recebeu o Palmeiras em casa pelo Brasileiro e por pouco não venceu o jogo. Veja o que escrevemos no post de pré-jogo: Tudo pronto para a estreia no Brasileirão,  Botafog...

Saímos atrás no placar, com Guerra, que havia entrado no segundo tempo, colocando o time paulista na frente mas fomos buscar o empate, na base da raça, com Rabello.

Depois de muita espera, finalmente vimos um grande jogo do Botafogo. Mesmo com os quatro desfalques de peso, o time mostrou organização, vontade e equilíbrio tático como havia feito no jogo contra o Flamengo pela semifinal da Taça Rio. Um primeiro tempo muito bom e um segundo, aguerrido.

O Palmeiras começou tentando sufocar o Bota em seu próprio campo e quase toma o primeiro. O jogo seguiu equilibrado com lances de emoção para os dois lados e intervenções precisas de Gatito e Jailson quando exigidos. O Palmeiras forçava o jogo pela esquerda com Keno e Diogo Barbosa em cima de Marcinho enquanto o Botafogo, bem postado em campo com o trio de volantes, abusava das bolas altas sobre a área, principalmente com Valencia e Gilson pela esquerda, mas sofria do mal que acompanha o time desde o início da temporada: a falta de pontaria dos atacantes. O Bota esteve mais perto de abrir o placar mas o 0 a 0 permaneceu no placar.

Com banco qualificado, o treinador Roger Machado voltou do intervalo com Guerra no lugar de Lucas Lima. O jogo mudou para eles e já aos oito minutos o meia abria o placar. Keno lançou Dudu na entrada da área que ganhou na velocidade de Rabello. O zagueiro ficou perdido no lance e permitiu o giro do atacante. O capitão palmeirense serviu à Guerra de calcanhar e o meia completou para o gol tirando a bola do alcance de Gatito. O lance perturbou o Rabello que passou a ser vaiado pela torcida.

Tentando buscar o resultado, Valentim reagiu lançando mão de Marcos Vinícius, Kieza e Pimpão que entraram nas vagas de Matheus Fernandes, Bochecha e Leandro Carvalho. As mudanças empurraram o time para frente. Kieza perdeu chance clara de frente para Jailson ao chutar mascado mas aos 36 minutos, em novo levantamento na área palmeirense, a bola sobrou para Igor Rabello que furou o primeiro chute mas conseguiu acertar o segundo empatando a partida.


Colocação do Bota após os resultados da 2a. Rodada
no sábado e domingo. Arte da Gazeta Esportiva:
(https://www.gazetaesportiva.com/times/botafogo/)
Sobre as mudanças, assim falou Valentim após o jogo: “É um encaixe que eu gosto. Já havia feito antes quando o João Paulo ainda estava conosco. Gosto desse desenho e de variar: com a saída de um volante pode virar um 4-2-3-1, ou um 4-1-4-1 quando dois avançam e fica um na frente da zaga”.

Empatamos a primeira em casa e agora vamos buscar uma vitória fora contra o Sport. O adversário vem de derrota para o América-MG por 3 a 0 na estreia com três vacilos fatais na zaga, mas não vai facilitar as coisas jogando diante da torcida.

Por enquanto, ocupamos a 14a. posição na tabela com um jogo a menos.

Para armar a equipe, Valentim conta Matheus Fernandes que viajou com a delegação mesmo sem ter treinado no sábado. Diferentemente, Renatinho, Luiz Fernando e Leandrinho ficaram no Rio apesar de terem treinado com o grupo. Já Leandro Carvalho, que sofreu uma lesão no menisco no último jogo, vai passar por cirurgia e deve ficar afastado por um mês se recuperando enquanto Moisés continua em tratamento da torção no tornozelo.

Quanto a Rodrigue Aguirre, o atacante vem treinando em separado e na próxima semana passa a treinar com o grupo se preparando para a estreia contra o Grêmio, dia 28, no Nilton Santos... mais »





Por: Felipao Bfr em Blog do FelipaoBfr 

De zagueiro a volante? Benevenuto tenta se adaptar ao meio de campo no Botafogo


Após perder espaço na defesa com a volta de Carli, joia alvinegra vem sendo testada por Valentim em nova função durante os treinos e pode virar opção para esquema tático que usa trinca de marcação






Com moral internamente, Benevenuto pode voltar ao time em outra função (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)



Quando perdeu Lindoso, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, para a final do Campeonato Carioca, Alberto Valentim anunciou que tinha quatro opções para a vaga aberta no meio de campo. O técnico do Botafogo não revelou nomes e acabou indo na bola de segurança, escalando Matheus Fernandes. Mas uma de suas opções era a improvisação de um zagueiro como volante.


Marcelo alterou o nome, pediu para ser chamado pelo sobrenome Benevenuto a partir da chegada do xará volante, ex-Vitória, e perdeu a titularidade para Carli. Mas internamente, nada mudou: o zagueiro de 22 anos, tratado como joia desde as categorias de base, continua com muito prestígio. A ponto de se pensar em utilizá-lo em outras posições para poder voltar ao time.



Valentim tem conversado muito com o zagueiro nessa tentativa de improvisação (Foto: Thiago Lima)


Valentim vem testando o zagueiro como volante nos treinos. Por ser um jogador rápido e de explosão, o técnico enxerga nele características compatíveis para exercer a função. E a formação atual, com a trinca de marcadores, naturalmente oferece mais espaço para jogar. Sem contar que outros da posição estão machucados, como por exemplo o xará Marcelo e João Paulo.


Mas a adaptação de um defensor no meio de campo não é algo fácil. O mais comum é ver justamente o caminho inverso: volantes, de boa estatura geralmente, que recuaram para a zaga e conseguiram se firmar. Aconteceu com Piazza, do Cruzeiro, na Copa de 70; com Edmilson, que foi convocado como zagueiro para a Seleção em 2002; com Galeano, ex-Palmeiras, no fim da carreira; com Marlon, ainda na base do Fluminense, antes de ir para o Barcelona; David Luiz do Chelsea etc.



Benevenuto chegou a barrar Carli e vinha sendo titular com Igor Rabello (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


O zagueiro, que já jogou de lateral-direito com Jair Ventura e correspondeu, aceitou o desafio e vem se esforçando para tentar se adaptar ao meio de campo. Por saber que não se trata de uma improvisação simples, Valentim mostra paciência e tem sido visto conversando com o jovem nos treinos. Se a ideia será colocada em prática ainda não se sabe.


Nesta segunda-feira, contra o Sport na Ilha do Retiro, pela segunda rodada do Brasileiro, a tendência é que Marcelo Benevenuto fique no banco. Titular nos últimos jogos, Matheus Fernandes torceu o tornozelo direito e é dúvida. Mesmo se for vetado, o favorito à vaga ao lado de Lindoso e Bochecha na trinca é o recém-chegado Jean, que ainda não estreou pelo clube.


Fonte: GE/Por Thiago Lima, Rio de Janeiro

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Valentim espera pelos lesionados e elogia trinca de volantes: "Gosto desse desenho"


Comandante alvinegro diz viver melhor momento de sua carreira como treinador e diz aguardar OK do departamento médico para escalar Botafogo contra o Sport






Valentim, Botafogo (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


Adotada nas partidas contra Audax Italiano (2 a 1) e Palmeiras (1 a 1), a formação com três volantes tem agradado a Alberto Valentim. Ele não encara tal posicionamento como uma estratégia defensiva e crê que o mesmo lhe dá oportunidades de variar o estilo alvinegro durante as partidas.


- Encaixe que eu gosto, havia feito antes quando o João (Paulo) ainda estava conosco. Gosto desse desenho e de variar: com a saída de um volante pode virar um 4-2-3-1, ou um 4-1-4-1 quando dois avançam e fica um na frente da zaga.


- As características me dão condições de mudar um pouquinho esse desenho e vou analisando também vendo os adversários, procurando o melhor encaixe para começar.


Valentim, perguntado se vive seu melhor momento como treinador, concordou e disse que o título confirmou a fase positiva. Mas tratou de dividir os louros da conquista do Carioca.


- Acredito que sim, coroou com o título. Vivi bom momento no Palmeiras, peguei a equipe em quarto e terminamos o campeonato em segundo, fizemos ótimas partidas. Agora, além das boas atuações, veio o título. Premia o trabalho, não meu, mas nosso - completou.


Confira outros tópicos:


Duelo com o Sport
Jogo muito difícil, já estamos conversando, vendo muitas coisas deles. Acredito que deva ter mudança desse primeiro jogo, não é fácil um time estrear perdendo de 3 a 0. A gente precisa ir muito preparado para esse jogo, que vai ser muito difícil.


Aguarda OK do departamento médico para definir escalação
Preciso definir a equipe esperando a liberação ou não do departamento médico (atualmente Luiz Fernando e Renatinho em transição). Ainda mais tendo uma semana cheia, gosto de aproveitar muito para ver nos treinos o desempenho.


Aguirre treinando com o time a partir de terça

Está na semana final da transição. A gente espera contar com ele na terça, com quem não jogar e quem jogar menos (contra o Sport). A gente chega de viagem e já treina. Nossa ideia é que ele se junte ao grupo, teremos terça, quarta, quinta e sexta, quatro dias. Vai ser interessante para conhecer um pouquinho a forma de trabalhar.



Botafogo sem favoritismo no Brasileiro?

Até falei contra o Vasco na final do Carioca que não queria jogar a responsabilidade para eles, seria até covardia da nossa parte. Mesmo com a maioria achando que o Vasco seria campeão, via um equilíbrio. No Brasileiro a gente vai jogo a jogo, é outro tipo de campeonato. São 38 finais de verdade. Você vai parecendo, crescendo, se preocupando a cada jogo.


Início no Brasileiro

Começar bem o Brasileiro era importante. A gente queria uma vitória principalmente contra um favoritíssimo ao título. Ela não veio, mas nos deixou feliz a atuação, batemos de frente com uma grande equipe. Tínhamos perdido jogadores nas finais do Carioca, perdemos mais para a estreia, mas o grupo manteve a qualidade. O Gustavo (Bochecha) no caso nem tinha jogado comigo ainda.


Melhores atuações sob seu comando

Gostei muito do jogo com o Flamengo, quando perdemos por 1 a 0 com gol irregular do Rhodolfo. Gostei do nosso 3 a 2 com o Vasco e também muito desse jogo com o Palmeiras.


Moral do elenco

Quando cheguei vi um ambiente de jogadores cabisbaixos, o que é normal porque saíram precocemente da Copa do Brasil e foram eliminados na Taça Guanabara. E não só confiança, mas precisava dar ritmo para alguns atletas que não vinham jogando.


Confiança após Copa do Brasil

Tinha pedido trabalhar forte, acelerar processo do que eu quero, que as coisas iriam melhorando. Tive uma semana cheia antes da minha estreia que foi importante, e fomos melhorando aos poucos. Com a vitórias a confiança vem.


Primeiros dois meses de trabalho

Passou rápido. Muito corrido tudo, jogos atrás de jogos. Balanço positivo, acredito que temos criado padrão de jogo, veio o título merecido, vejo que a equipe ainda tem margem grande para melhorar em todos os sentidos pra temporada boa.


Fonte: GE/Por Thiago Lima, Rio de Janeiro

Bochecha realiza sonho na volta ao time e celebra entrosamento "com irmão"


Volante comemora entendimento em campo com Matheus Fernandes, fala do nível do Palmeiras, adversário de sua volta, e afirma que deseja continuar sendo conhecido pelo apelido





Promessa da base alvinegra, o volante Gustavo Bochecha, de 21 anos, teve de esperar 14 meses (436 dias) para voltar a atuar profissionalmente pelo Botafogo após grave lesão no joelho direito, sofrida em fevereiro do ano passado.


Após jogar por 24 minutos na equipe profissional em 2017 (sete contra o Rio Branco, em amistoso, e 14 diante do Macaé, no jogo em que machucou), o retorno de Bochecha foi justamente contra o time que ostenta o elenco mais caro do país, o Palmeiras, na última segunda-feira, no empate por 1 a 1.


Foi titular, ficou em campo por 64 minutos e não decepcionou. Animado com a boa atuação, revelou ter recebido elogios de amigos e fãs.


- Feliz em voltar a jogar depois de tanto tempo. Realizo um sonho de jogar um Campeonato Brasileiro, foi apenas o primeiro jogo e espero poder dar sequência ao meu trabalho. Recebi algumas mensagens. Fico feliz pelo carinho dos torcedores comigo, vou trabalhar para dar o meu melhor dentro de campo e trazer alegrias para todos eles.



Bochecha teve boa atuação contra o Palmeiras, na última quarta-feira (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


Questionado se ficou tenso ao saber que jogaria após mais de um ano fora da equipe profissional, foi sincero. Depois deixou fluir.


- Olha, para falar a verdade eu estava mais nervoso no domingo, na véspera do jogo, bastante ansioso para jogar (risos). Na segunda-feira, eu estava bem menos nervoso.


Tratado como Gustavo nas escalações e no site oficial do clube, o garoto gosta mesmo é de ser chamado de Bochecha. Confira papo com o volante abaixo:


Como foi voltar e ter que marcar jogadores como Dudu, Lucas Lima e Keno logo no retorno?


São jogadores de qualidade, já passaram por seleção brasileira e são experientes. Mas não só eu, como meus companheiros conseguimos marcá-los e fazer um bom jogo.


O entrosamento com Matheus Fernandes, um grande amigo seu, continua afinado. Concorda?Com certeza, o entrosamento com ele não é de hoje. Jogamos muito tempo juntos na base, sabemos a maneira que um gosta de receber a bola, onde o outro vai estar posicionado. Isso ajuda muito e quem tem a ganhar é o Botafogo. Tínhamos um sonho de jogar juntos na equipe principal, fizemos a primeira partida e espero que possamos jogar muitas vezes para ajudar o Botafogo. É a minha dupla e meu irmão.



Embora o Botafogo não tenha ido bem no Brasileiro de Aspirantes ano passado, foi importante para você ter disputado quatro jogos nesse torneio antes de voltar para os profissionais?


Sim. Me ajudou a retomar a confiança e ganhar um pouco mais de ritmo de jogo.


A formação com três volantes te agrada?

É uma das possibilidades que temos. Contamos com um elenco qualificado e aplicado nos treinos. O professor Valentim sabe o que está fazendo, e temos nos esforçado para corresponder em campo.


O Botafogo contratou dois volantes - Marcelo e Jean. Acredita que, mesmo com o investimento, jovens como você e Matheus seguirão tendo chances?

Acho que sim. Todos têm condições de jogar, são jogadores de qualidade que chegam pra somar. Quem ganha com isso é o Botafogo.


Quer continuar sendo chamado de Bochecha ou prefere Gustavo? Gosta do apelido.

Sim. Sim.


Fonte: GE/Por Fred Gomes e Thiago Lima, Rio de Janeiro

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Reforços, renovação de Carli... Vice detalha futebol "pós-bomba atômica" no Botafogo


Responsável pelo carro-chefe do clube, Gustavo Noronha esmiuça primeiros meses de trabalho com "onipresente" Anderson Barros (da queda na Copa do Brasil ao título carioca) e os planos para futuro







Em 6 de fevereiro de 2018, uma "bomba atômica" foi detonada no planejamento alvinegro para a temporada. Esta foi a analogia usada por Gustavo Noronha, vice de futebol do Botafogo, para tratar a eliminação precoce da equipe na primeira fase da Copa do Brasil, diante da Aparecidense.


Dentro da sala onde recolheu os cacos da explosão ao lado de Anderson Barros, em seu escritório de advocacia no Centro do Rio de Janeiro, Noronha recebeu o GloboEsporte.com na última terça-feira para uma rara entrevista. Tanto ele, que passou de diretor jurídico a vice de futebol em dezembro, quanto o gerente de futebol que substituiu Antônio Lopes preferem evitar as câmeras e microfones.



Sala onde foi discutida a primeira crise do novo departamento de futebol (Foto: GloboEsporte.com)


Em quase duas horas de bate-papo, falou desde a "bomba atômica" à explosão de alegria no último dia 8, quando o clube conquistou seu 21º título carioca com só quatro meses do novo departamento de futebol. Uma injeção de confiança na diretoria, jogadores e torcida.


Também em pauta, temas como a adaptação à nova função; o trabalho ao lado do "onipresente" Anderson Barros; a primeira crise; a ambição do Botafogo no Campeonato Brasileiro; a busca por reforços "do meio para frente"; a renovação de Carli; os planos para o ídolo Jefferson pós-aposentadoria; a ideia de jogo(s) de despedida para Loco Abreu...


Entre os assuntos, a chegada de Alberto Valentim, fundamental para a conquista do Carioca, e a saída de Felipe Conceição, treinador escolhido em janeiro, também foram abordadas de forma destacada. E ele garante: Valentim não foi uma "indicação" de Cuca.



Entrevista com vice de futebol durou quase duas horas em seu escritório (Foto: Fred Gomes)


Confira a entrevista na íntegra:


GloboEsporte.com: Esse empate com o Palmeiras é um termômetro de que o Brasileiro é possível?


Gustavo Noronha: A partida foi uma grande demonstração de que não entramos no campeonato a passeio. A gente com três ou quatro desfalques, e o jogo foi igual. Em pontos corridos precisamos de elenco e estamos fortalecendo o nosso, com uma espinha dorsal sólida, excelentes valores da base e algumas contratações.


Alguns ajustes nos ponteiros são sempre necessários. Temos as nossas limitações orçamentárias e a nossa margem de erro é muito pequena, mas o trabalho está sendo muito bem feito, liderado por profissionais de ponta em nossa comissão técnica. A gente realmente acredita que pode chegar e vai brigar por isso. Mas, como o Alberto (Valentim, treinador) bem disse em uma entrevista, Brasileiro é jogo a jogo.


Que ajustes nos ponteiros são esses? Contratações por exemplo?


Acho que é tudo. Passa muito pelo encaixe dos atletas na equipe. Muitas vezes você vê elencos em que uma mudança, às vezes de um único atleta, faz uma diferença gigantesca porque encaixou no time. E acredito muito no trabalho de cada um dentro do todo. As coisas não acontecem por acaso.


Essa semana fizemos um vídeo em homenagem à base do clube e enviamos a todos os profissionais por meio do (Manoel) Renha (diretor da base), que faz um grande trabalho. Esse é um fator. Você pega o Gustavo (Bochecha) e vê o quanto ele rendeu ontem (contra o Palmeiras), é um jogador que está em casa. A gente sabe por que não usou, sabe por que vai usar, sabe por que da confiança em usá-lo em um jogo tão importante. A torcida às vezes não sabe.


Por exemplo, você pega os pênaltis contra o Vasco, e, às vezes, as pessoas reputam: "Foi um brilho do momento". Não foi um brilho do momento, o Gatito é extremamente dedicado e estudioso. Estava em amistoso com a seleção paraguaia e ligou para o Flávio (Tenius, preparador de goleiros) para conversar com ele sobre a batida de pênalti do cara dos Estados Unidos. Em um amistoso. Isso faz enorme diferença em um profissional. É uma questão de preparo e postura.


Essas pequenas coisas fazem diferença, e vejo dedicação e empenho em nossos profissionais. Em busca de aperfeiçoamento, respaldados por grandes profissionais e por uma excelente estrutura que montamos, com equipamentos de ponta e tudo o que de mais moderno há no mercado para que se preparem com excelência e em alto rendimento. Eu não acredito em sorte.


A postura do goleiro fez diferença naquele exemplo. É uma posição a menos das 11, é um 1/11 dos nossos problemas resolvidos. Lateral-direito encaixou, a zaga encaixou, e vamos vendo passo a passo a equipe toda. Quando o encaixe acontece, mesmo em um elenco que não foi montado com o maior investimento do Brasil, eu acho que você pode disputar. Acho mesmo, e não é retórica.


Aí vejo: "Ah, parece que bebeu, é sonhador, parece que vive no mundo da lua". Primeiro que não vejo o fato de ser sonhador como uma crítica, pois quem não sonha, não realiza. Segundo, não vejo a gente sonhando sem fundamento. Acho de fato que aplicando em cada uma das posições o profissionalismo como deve ser, você vai conseguir melhorar. E, sendo orgânica, essa melhoria vira uma progressão geométrica. Resolve uma questão e passa a ter uma a menos à frente.



Noronha substituiu Cacá Azeredo como vice de futebol (Foto: Gustavo Rotstein)


Na transição de diretor jurídico para vice de futebol, sua rotina mudou muito? Mulher e filha reclamam bastante?


Mudou pouco minha rotina, porque a vinda do Anderson (Barros) foi muito importante. Com a minha personalidade, eu não conseguiria tocar o departamento se não tivesse um executivo à frente. Nas mínimas questões que precisamos resolver, desde se vai concentrar ou não, ou se a premiação vai ser paga da maneira A ou B... Ele resolve tudo.


Claro que ele conversa comigo, me alerta quando a gente precisa ou não tomar alguma decisão, quando precisamos ou não envolver a diretoria como um todo no processo. A questão disciplinar está muito bem resolvida, e são mínimos os problemas. O grupo é espetacular, de atletas profissionais e muito comprometidos.


Tanto o Anderson quanto o Alberto têm liderança importante sobre o elenco, e os profissionais têm consciência de seus papéis. Isso tem me tirado encargos do dia a dia. O que mais mudou para mim foi o peso da responsabilidade mesmo. Isso eu sinto sim, e o desgaste é muito mais emocional e afeta de algum modo a vida pessoal e profissional. Isso não tem jeito.

Meus sócios são amigos, sabem da importância do Botafogo para mim, e talvez tenham paciência maior do que deveriam ter. A família também, talvez com paciência um pouco menor (risos).


Normal, pois ela fica mais sacrificada, pelo grau de stress, agenda de final de semana... Só nessas finais do estadual foram ao menos duas viagens interrompidas, uma delas agendada há um ano, e me despenquei para ver o jogo. Mas as coisas estão indo bem, muito em função da competência e da personalidade do Anderson.


E como tem sido lidar com uma maior responsabilidade? O "WhatsApp" passou a tocar mais?


A responsabilidade muda, e o acho que o peso do todo também. Você passa a se sentir mais cobrado pelas decisões, embora a gente tenha no Botafogo um regime mais colegiado. As decisões não são minhas, e em última análise as decisões são do presidente, que é quem tem a caneta, embora ele nos ouça muito. A relação com o Nelson (Mufarrej, presidente) é de confiança mútua.


A diretoria participa muito das decisões estratégicas, e eu tenho uma premissa muito clara que é respeitar os profissionais que contratamos. Aqui no meu escritório, por exemplo, tenho mais de 50 advogados na unidade do Rio de Janeiro, todos muito competentes. Se eu mudar o tempo todo o que eles decidem no dia a dia da função de cada um, tem algo errado, porque estão aqui conosco justamente pela confiança que temos na capacidade técnica de cada um.



Ligações e "WhatsApp" aumentaram em nova função no clube (Foto: Vitor Silva / SSpress / Botafogo)


No Botafogo é a mesma coisa. Então, respeito muito os processos. Se eu tenho um gerente de futebol em quem confio e há uma decisão que compete a ele, sob o prisma técnico eu preciso ouvi-lo e cuidar para que a parte técnica da sua decisão prevaleça, até porque ele estudou e se preparou a vida inteira para tomar aquela decisão.


Posso, com bom senso, discordar de alguma premissa, de algo mais no planejamento. Ofertar um outro ponto de vista para ser ponderado e levado em consideração, mas não posso desqualificar a posição técnica. E isso vale para o treinador, para todo o departamento técnico. Tem dirigente que discorda até do tratamento médico sem ter diploma de medicina (risos). Aí as coisas não podem dar certo.


Tenho que confiar nos especialistas da área, porque a gente estudou muito antes de contratar o Anderson, o Valentim, e todos os outros profissionais. Nossa comissão técnica é espetacular. Realmente são profissionais de ponta. Preparador de goleiros, pessoal da análise, preparação física, fisiologia, fisioterapia, departamento médico, massagistas... São tantos bons profissionais para fazer a coisa funcionar. São super dedicados, super responsáveis.


Há uma ciência naquilo que fazem, e isso eu respeito muito. Eu não vou influenciar no trabalho de um fisiologista, por exemplo. E isso também no futebol. Claro que você pode dar uma opinião por ser torcedor e achar que conhece alguma coisa de futebol. Mas sei dos meus limites e o primeiro deles é o respeito aos nossos profissionais e ao preparo de suas carreiras para a tomada técnica de decisões. Às vezes você vai estar certo, e em outras, não.


Recentemente eu queria trazer um jogador, e o Valentim disse: "Não, pelo amor de Deus, esse não". Para mim, joga muito, mas só estou vendo a parte do talento. Aí o cara faz uma cagada, entrega a rapadura (risos)... Ele (Valentim) ficou na dele, mas eu disse: "Viu aquele cara? Você estava certo".


Mas os palpiteiros e corneteiros aumentaram?


Por incrível que pareça, nem tanto. Temos o grupo político "Mais Botafogo", que é atuante, e muitos conselheiros do clube, entre outros amigos, opinam, tentam ajudar. Isso é bom. Mas é sempre de um modo mais apaixonado, e por isso, por vezes, temos que fazer certas ressalvas e contextualizar.


Se você ficar ouvindo tudo e se preocupar com algumas reações mais exacerbadas, você se estressa e acaba não resolvendo os problemas. Tem que separar a crítica embasada de cabeça fria daquele desabafo do torcedor no meio do jogo. Se você cair nas emoções nesses momentos, você erra.


Já vimos algumas fórmulas por aí: demissões em vestiário, jogador às vezes afastado por mau momento ou dia ruim... E hoje com as redes sociais o risco de contaminação é muito maior. O pior é que muitas vezes a pessoa que escreve uma coisa talvez não escrevesse daquela maneira no dia seguinte. Falou com a emoção. E a razão para a tomada das decisões? Esse filtro cabe à diretoria.


E a transição de Antônio Lopes para Anderson Barros como gerente de futebol, como foi? Eles têm estilos bem diferentes...


O Lopes foi muito importante, ajudou a montar muito do departamento de futebol do Botafogo que temos hoje, que segue com uma estrutura muito parecida com a desenhada por ele. O Anderson é um craque na gestão executiva do departamento, que incluiu, por certo, o próprio reconhecimento da ótima estrutura deixada pelo Lopes.


Se você pegar a nossa preparação física, a nossa equipe de inteligência, os profissionais são praticamente os mesmos. Alguns com muitos anos de casa, o que é uma alegria para o Botafogo. A equipe estava montada e tem muito mérito do Lopes.


Defina o Anderson Barros.


Com uma palavra? Onipresente.


Mas amplie mais sua análise, por favor.


Ele se preocupa com o todo. Muitas vezes com algumas coisas que não estariam no "job description" dele. E isso é bom. Ele olha o clima, o ambiente, o momento, a preparação. Acredito muito que você consegue grandes coisas atentando aos pequenos detalhes. Anderson é um cara dedicado, muito sério e competente. Conhece o mercado, é "workaholic", trabalha para caramba. Em muitos momentos sou provocado por ele: "Gustavo, olha para isso aqui".



Anderson Barros durante conversa com Carli antes de treino: gerente acompanha tudo (Foto: Felippe Costa)


Ele exige da diretoria muitas vezes condições de trabalho para os atletas e nos pressiona por isso, o que é justo. Mas muitas vezes faz a função contrária quando identifica que a gente precisa cobrar dos atletas. No fundo, toda relação profissional é uma via de mão dupla. Você precisa dar as condições de trabalho e cobrar os resultados. E as condições de trabalho que damos aos nossos profissionais é excelente, de ponta. Quem não está acostumado com o dia a dia e eventualmente vai a um treino se impressiona com a organização e estrutura que temos no Botafogo.


Um exemplo legal da postura do Anderson foi o nosso retorno na derrota da Copa do Brasil. Tínhamos uma reunião marcada e ele viria direto para conversar conosco. Tínhamos questões para resolver, como a do Felipe (Conceição, ex-técnico) e a semifinal da Taça Guanabara.


Quando ele chegou, tivemos aquela confusão toda: pedrada no ônibus, briga... Ele me ligou: "Gustavo, precisamos adiar a reunião. Não tenho a menor condição de deixar meus atletas sozinhos. Eu preciso ir com eles até o estádio porque sou o comandante do barco aqui".


Eu disse: "Está certo, vai, e a gente te espera aqui. Está certíssimo, é hora de estar junto". Acho que isso os atletas sentem muito. Posturas assim reafirmam a liderança. Não é o cara que "ganhou, ganhou, perdeu, perdeu, eu pego a minha mochilinha e vou jantar com a família". O cara está nos momentos bons e ruins. E está de fato liderando o processo.


Falando na Copa do Brasil, como foi lidar com a crise da eliminação com apenas dois meses de trabalho?


A questão da Aparecidense foi como uma bomba atômica. Ninguém esperava aquele resultado. O regulamento que mudou, e já aconteceram várias vezes casos de um revés na primeira partida ser revertido na segunda. Não poderia ter acontecido, mas aconteceu.


Foi difícil a gestão desse momento porque descontinuou o trabalho de um profissional valoroso, que é o Felipe. É um cara estudioso, que não foi escolhido à toa. Enxergamos nele todo um potencial para se desenvolver, assim como a aposta no Jair (Ventura) foi consciente. Estamos torcendo por ele no Macaé. É um cara que merece muito, mas criou-se uma situação insustentável.


Por outro lado, se vocês analisarem, a gente não mudou a filosofia com o Valentim. Definimos uma filosofia de um treinador jovem, buscando espaço, estudioso, dedicado, que tenha liderança, responsável, que tivesse trabalhado em base e como auxiliar técnico. E o perfil é muito parecido com o do Felipe, incluído a experiência de ambos como ex-jogadores. Claro que há diferenças de temperamento e liderança, mas nós não mudamos o eixo da filosofia do perfil que buscávamos.


As pressões foram muitas. Falavam: "Ah, vão trazer um novo estagiário". Essa é parte da minha função. Junto com o presidente e com a diretoria, segurar a pressão para que a melhor escolha técnica possa prevalecer. Ali, seria muito confortável para todos buscar um treinador já consagrado, ir em uma bola de segurança. Mas pensamos no melhor para o Botafogo no momento, e não no melhor para a pressão que sofríamos. Mas não é fácil....


O próprio Cuca foi cogitado. Vocês o procuraram, e ele indicou o Valentim. Certo?


Não foi bem assim. Na verdade, o Valentim já estava na nossa lista desde a chegada do Felipe pelo trabalho dele no Palmeiras. A gente apostou no Felipe. Quando descontinuamos o trabalho com o Felipe, o nome do Valentim voltou para a mesa. Mas o Cuca era um clamor da torcida. E é um profissional, além de brilhante, muito identificado com o Botafogo.



Anderson Barros foi quem primeiro sugeriu Valentim ao Botafogo (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


Fizemos contato com ele para saber como estava, e no primeiro contato ele estava pescando (risos). De fato não estava nos planos dele a vinda para o Rio. Nem chegamos a falar em valores, foi só uma sondagem. Então, o Valentim era o técnico indicado pelo Anderson para o cargo. Não foi o Cuca que indicou o Valentim.


O Anderson resgatou o nome do Valentim e disse: "Olha, Gustavo, fizemos várias pesquisas, há vários nomes". Eu também recebi tantos outros e resolvemos dividir o conceito. Primeiro de um treinador mais medalhão, depois de um treinador que foi medalhão no passado e que está fora do mercado há algum tempo, e por fim os treinadores da nova geração para manter o conceito.


O Anderson falou, e tenho isso muito claro: "De todos esses, pesando a balança para os dois lados, iria no Valentim". Aí o Cuca foi ouvido. Disseram ao Cuca do Valentim, e ele respondeu: "Vai nesse, que é o cara".


O Felipe Conceição foi unanimidade no momento da escolha por ele?


Unanimidade nunca vai existir. Não existiu no Felipe, não existiu no Alberto, não existiu no Ricardo (Gomes), não existiu no Jair. Sempre vai ter alguém mais conservador, que vai querer a bola de segurança; sempre vai ter alguém mais preocupado com as finanças; sempre vai ter alguém que vai achar diferente... Mas foi uma escolha de consenso.


Pedimos a subida do Felipe para ser o segundo auxiliar do Ricardo pelo conceito da formação de um treinador. Se a gente forma jogador, por que não formar um treinador? Hoje os clubes estão muito preocupados com isso. Você vê no Inter, no Flamengo que recentemente aproveitou um treinador da casa e hoje está muito bem no Vasco. O próprio Palmeiras por pouco não manteve o Valentim. Foi uma escolha de consenso. Um consenso possível, não uma unanimidade.


Não bateu muito essa sensação de erro. Pensamos muito e preparamos o Felipe para isso. Desde a época do Ricardo já integrávamos as comissões do profissional e base. Quando o Felipe assumiu, ele nos avisou: "Olha, a gente vai sofrer em uma mudança do estilo, de propôr o jogo".


O Botafogo estava há um tempo jogando no contra-ataque, então é uma mudança de filosofia. Esse sofrer um pouco era esperado. Por isso havia a preocupação de não fazer uma covardia com o cara porque ele avisou. Mas "o sofrer um pouco" não envolvia a eliminação na Copa do Brasil, o que estava muito claro para o Felipe também. É do jogo. Desde o momento um a gente avisou que era normal sofrer um pouco, exceto nesse jogo. E aconteceu justamente nele.


É um pouco do destino. Sou um cara de olhar muito para frente, claro que temos de reconhecer os erros, mas não acho que necessariamente tenhamos errado nessa escolha. Foi uma escolha coerente e que não deu certo muito em função desse jogo. E é da vida. A gente teve a sobriedade de tomar as decisões na hora que tinha que tomar, e as coisas deram certo. O Alberto parecia talhado para assumir o Botafogo. E de fato estava. Mais um escolhido.



Barros e Noronha na apresentação de Felipe Conceição em janeiro (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


Outra situação que imaginamos ter sido delicada foi a questão disciplinar do Leo Valencia, que reagiu muito mal à substituição na primeira partida da final do Carioca.


Mais uma vez a importância do Anderson, que geriu aquilo muito bem. Eu mal precisei entrar. A gente se falou no dia, primeiro para alinhar o discurso. A ideia era deixar claro e que a gente não concordava com a reação. Mas que também não queríamos transformar em tempestade em copo d'água. Queríamos que ele pudesse dar uma explicação pública e se retratar com os companheiros.


Você dosa muito a proporção do erro pela reação dos outros. Todos os demais atletas o perdoaram, entenderam o momento de cabeça quente, e ele teve a humildade de se retratar logo na sequência. É um cara querido, isso foi mais fácil. Se o cara toma uma reação dessa e é rechaçado pelo grupo, aí a proporção começa a ficar muito maior. Pelo contrário: claro que imagino que ninguém deve ter gostado de como ele reagiu, mas eles contornaram tudo e facilitaram o processo.


Tanto o Anderson quanto o Alberto chamaram os jogadores individual e coletivamente para falar sobre o clima e o exemplo para dar. Esses caras são espelho para muito meninos. Disciplina, respeito e ordem são coisas que a sociedade brasileira como um todo está precisando, ainda mais no Rio. Nossa sociedade está quase sem rumo, em uma enorme crise de princípios e de valores.


Hoje um menino vai à escola e se acha no direito de desrespeitar o professor. Nossos atletas são referência, espelho para a garotada, precisam ter dimensão de que um gesto pode influenciar. A influência é muito grande sobre crianças, e isso foi conversado com eles. Além da história esportiva e do respeito com a Instituição, eles precisam ter responsabilidade com a dimensão do gesto.


Dois meses depois vem o título carioca. Ser campeão acabou com as dúvidas? Dá certeza de que o trabalho está no caminho certo?


Eu via o trabalho no caminho certo desde antes, embora com esse revés importante. Mas dá tranquilidade, porque talvez mais gente agora confie que estamos no caminho certo. Do nosso foro íntimo, meu, do Anderson, do Alberto, do presidente e da diretoria, estamos vendo como o trabalho está sendo construído. Já existia uma percepção de que o trabalho estava avançando.


Mas era um avanço quase imperceptível aos olhos da torcida. (Título) Dá tranquilidade e aumenta a confiança dos jogadores. Mas não podemos achar que está tudo certo, como não estaria tudo errado se a bola do Carli não tivesse entrado. Precisamos manter os dois pés no chão e seguir trabalhando forte, mantendo um alto nível de concentração e competitividade.



Noronha ao lado de Mufarrej, Carli e a taça na festa do título (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


Como você e Anderson decidem pela contratação de um jogador? Como é o processo?


O processo como um todo mudou pouco de 2015 para cá. A gente sempre ouve o departamento de análise, e eles preparam relatórios sobre todos os jogadores que vamos tentar contratar. Esse relatório sofreu mudanças pedidas pelo Anderson. Ele pediu para traçar um gráfico comparativo em relação aos atletas que temos no elenco, por exemplo.


Vemos características: fase ofensiva, fase defensiva, um para um... Isso chega em uma média e comparamos com os nossos jogadores. Se o cara está abaixo, não faz sentido nem olhar. Mas claro, há muitos fatores subjetivos na análise, como o comportamento dos atletas, extra-campo etc. Então, procuramos sempre colher todas as informações possíveis. E o fluxo tem um pouco de tudo.


Jogadores que chegam a mim diretamente, indicados por empresários ou por botafoguenses. Temos torcedores do Botafogo por todo o país. Eu recebo e mando para análise. Só se você reparar de cara que é uma cavada absurda, aí não dá. O presidente recebe. Outras diretorias recebem também. Até via ouvidoria do clube chegam sugestões. Olhamos tudo. Por mais que o processo seja profissional, não custa olhar o que chega. É parte do nosso trabalho.


O Anderson, através do departamento de análise, mapeia o mercado, e muitos atletas indicados já são conhecidos e já foram analisados. No momento final das análises, há uma prevalência grande da opinião do treinador. Sei que o torcedor não gosta: "Ah, o treinador vai, e a mala que ele traz fica". Mas como contratar um jogador, comprometer o orçamento, se o treinador não vai escalar?


O Aguirre passou muito por isso. Como você vai contratar um jogador em um processo de mudança de treinador, e se o próximo técnico não vai querer usar? Aí o Alberto falou (Noronha bate na madeira): "Eu quero". Então vamos buscar. Já estava aprovado, já tinha passado por um todo processo, mas faltava esse detalhe. E o Alberto disse: "Quero, ele vai ajudar".


A entrada do Fluminense no negócio pelo Aguirre influenciou o Botafogo a fechar com ele?


Foi uma coincidência de processo. Momento um: o Felipe de saída. Momento dois: o Valentim chegando. Ele precisava de algum tempo para conhecer melhor o elenco. Depois ele disse: "Já posso opinar. Ele vai ajudar, pode trazer". É um processo orgânico, muito profissional, em que cada um exerce uma função e é respeitado. Não tem "penada" de ninguém, nem do presidente, que também respeita muito esse modo profissional de conduzir o tema.



Noronha e Anderson ao lado de Mufarrej em conversa com o elenco (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo.)


Vocês têm orçamento para trazer mais alguém?


Não, mas vamos trazer (risos). Temos alternativas. Emprestamos o Arnaldo, por exemplo, o que alivia a folha, e estamos trabalhando em parceria com o departamento comercial para que novas receitas viabilizem novas contratações. Há novidades interessantes no programa de sócio-torcedor que podem ajudar nesse processo.


Além dos novos pacotes em si, super atrativos, está saindo do forno um programa de sócio-torcedor para as crianças e adolescentes, em parceria com os Neto’s (os irmãos Felipe Neto e Luccas Neto), que tem tudo pra ser um enorme sucesso, tanto pelos benefícios em si quanto em função do enorme carisma do Felipe e do Luccas.


Chance de chegar algum peso pesado? Jogador para ser capa de jornal? É viável?


Estamos mais preocupados com desempenho do que o nome do atleta. Temos boas alternativas, mas não é nome de peso. Talvez depois do desempenho (seja capa de jornal).


Estamos mapeando o mercado, uma ou outra alternativa, em vista que nosso orçamento é curto. Mas estamos analisando do meio para a frente alguma nova opção.


Podemos dizer que mais um reforço então fecharia o elenco para o Brasileiro?


Difícil falar em fechar elenco. Tanta coisa pode acontecer, como por exemplo: abriu a janela de julho e sai alguém, ou apareceu uma outra oportunidade, ou empresta alguém... Próximo passo é que estamos olhando um jogador do meio para a frente, mas não dá para falar em elenco fechado.


E o foco para esse reforço que falta é o mercado interno ou sul-americano?


Acho que é mais interno. Temos algumas opções aí.


Vocês trouxeram três jogadores do Corinthians por empréstimo: Moisés, Yago e Jean. Há uma parceria entre os clubes?


É boa a relação. Acho que está sendo bom para os dois lados. Eles estão rodando o elenco, têm uma estratégia muito bem definida e muito parecida com a dos clubes europeus, que me agrada: não contratam medalhão, e sim muitos bons jogadores e os emprestam para rodar, ganhar experiência e não ficarem desmotivados.


Tirando os clubes “galácticos”, que podem comprar qualquer um, os europeus de modo geral fazem muito isso. Vêm aqui na América do Sul, liquidam vários bons valores e começam a emprestar. A meu ver é uma estratégia muito inteligente, pois conseguem ter bons jogadores em bom nível, se um não está rendendo podem trocar dentro de casa. É algo que faria se tivesse grana.


E as nossas necessidades hoje estão casando com as deles. O Botafogo é uma oportunidade de jogar a Série A, a Sul-Americana, de estar em evidência, em um grande clube, em um grande centro, com a imprensa falando do cara o tempo todo... Diferente de ser emprestado para outro clube onde o cara vai sumir. Eles valorizam o ativo deles, então é bom para os dois lados.


E esses reforços por empréstimo chegam com opção de compra?


Tem de tudo, alguns com e outros sem.



Noronha na apresentação de Moisés, um dos emprestados pelo Corinthians (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


A do Aguirre, por exemplo, você citou na apresentação que tem opção de compra. Mas é uma opção de compra viável, por ser em dólar?


Não vou falar o número. É cara, mas é viável.


Aproveitando o tema contratações, tem três nomes que foram especulados recentemente na imprensa: 1) o volante Raul, do Ceará; 2) o meia Bruno Nazário, do Guarani; 3) o meia Rafael Longuine, do Santos. Há alguma negociação com eles?


Nada. Desses aí, o único que foi oferecido de fato foi o primeiro, mas não tem nada. Igual a ele tem mais 20.


Saindo de contratações para vendas. as janelas internacionais fecharam agora em abril, e o Botafogo caminha sem vender jogadores para o exterior já há dois anos. Pela questão do orçamento, aumenta a necessidade de venda na janela de julho?


Temos algumas sondagens, sempre chamo assim o que não está no papel, sobre alguns jogadores nossos. Não quero falar em nomes porque atrapalha a negociação, mas vai ser difícil segurar alguns, eu acho. No meio do ano é possível que a gente tenha uma ou outra perda. Faz parte, e a montagem do elenco leva em consideração essas possibilidades.


Por se tratar de um ídolo, vocês pensam em algo para o Jefferson permanecer no Botafogo mesmo depois da aposentadoria?


Não seria respeitoso conversar sobre esse tipo de coisa com ele nesse momento. Mas claro que o clube está aberto a conversar se ele estiver de fato com intenção de encerrar a carreira, mas quiser protelar um pouco a ida para São José (SP).


É um profissional muito importante, sempre muito bem-vindo, sem dúvida. Identificação ímpar com o clube, a torcida ama o cara... Qualquer intenção de continuar com a gente, respeitando o que couber no planejamento dele, a gente vai considerar e conversar para viabilizar. O Jefferson é um ídolo e o Botafogo trata muito bem dos seus ídolos.


Sempre olhei com imenso orgulho e admiração a lista dos atletas que mais vezes vestiram a camisa do Botafogo, desde criança. Hoje, tenho o enorme privilégio de trabalhar com um deles. Está no Top 5, atrás apenas de Nilton Santos, Garrincha, Waltencir e Quarentinha. Marca incrível, sobretudo nos dias de hoje. Sendo assim, tendo ele por perto por mais tempo, melhor será, sem dúvida.


Falando em ídolos, há chance de "reatar" com Loco Abreu? De repente fazer um jogo de despedida...


Conversei com ele de a gente sentar para falar do fim de carreira, do processo que ele tem contra o Botafogo, tentar resolver tudo. Sempre é muito melhor um bom acordo do que uma briga eterna. Sou um cara de muito diálogo e de tentar conciliar. Na verdade, ele veio conversar com o Anderson no Chile. Trabalharam juntos, e eu já tinha pedido para o Anderson bater um papo com ele.


Acho que é a hora de sentar com o cara. Eu o conhecia, mas muito pouco. O Anderson veio me apresentá-lo de novo, aí ficamos um tempo conversando. Falei para ele: "Abreu, vamos sentar para conversar quando você tiver um espaço na agenda, e nós tentamos chegar a um acordo".


(Jogo de despedida) É muito prematuro, mas podemos sim. Precisamos sentar para discutir a relação, e aí tudo pode acontecer. Talvez o Carioca do ano que vem seja uma possibilidade. Ficamos de fazer uma reunião perto do jogo de volta, quando ele vier ao Rio.


Ainda dentro do tema "ídolos", o Carli caminha para virar um também. Mas como foi lidar com ele na reserva, com a torcida cobrando sua entrada, e ele sendo um líder do grupo?


Ele é um profissional muito consciente também, isso ajudou. Claro que ninguém gosta de ficar na reserva, mas ele tem uma liderança sobre os demais atletas e se preocupa em exercê-la. Isso é muito bacana. Ele foi nota mil. Você olhava a postura dele em todos os momentos, sempre teve essa preocupação de estar junto com o grupo, ser uma das vozes a levantar o astral.


E ele se preocupa com várias coisas, sempre nos pede algo para acrescentar ao trabalho. Para te dar um exemplo: o almoxarifado ficava em uma salinha sem armário, com o material guardado em contêineres. E na hora de tirar é mais difícil. Ficaria mais fácil se a sala principal de aquecimento tivesse alguns escaninhos (além dos armários dos jogadores em si), que você tira do contêiner, pré-arruma para depois posicionar no armário de cada um. Quem é que pediu isso? O Carli.


Normalmente não é jogador que se preocupa com isso. "Poxa, Gustavo, toda hora os meninos têm que ir lá para tirar"... Essa é a liderança do cara, ele se preocupa com essas coisas. Isso agrega. Acho que ele ajudou muito nesse processo, e o próprio Anderson e o Valentim ajudaram explicando que era uma opção naquele momento. Pela proposta de jogo, de esquema tático, enfim... Ele entendeu. No momento em que o treinador achou que poderia mudar, fez as alterações e deu certo.


O Carli sem dúvida é um jogador que está se convertendo em um ídolo do clube.



Então diretor jurídico, Noronha foi à Argentina buscar o Carli (Foto: Botafogo)


E ele tem uma liberdade com vocês, né? No Chile te deu um abraço saindo do carro...


Eu tenho uma relação boa com ele. Fui buscar o cara lá no aeroporto, levei na concentração, dormiu lá a primeira noite... Compramos uma briga importante na época porque o Quilmes tinha uma ação judicial contra o clube que proibia qualquer transferência internacional. Ele chegou, estava treinando, mas sem condição de jogo, nem visto de trabalho tinha. Naquele momento, o que faz?



Não pode trazer jogador, orçamento curto, tudo dando errado... Chega uma hora em que você fica no limiar de desfazer o negócio porque tudo conspira contra. Aí você precisa de alguém para comprar uma briga, talvez naquele momento eu tenha sido essa pessoa. Falei: "Eu vou resolver".


E a palavra para mim vale muito. De eu ter ido lá, contratado o cara, vou mandá-lo de volta? Mas nem f... Acho que, de alguma maneira, ele sabe disso, e de fato a nossa relação é boa. Eu sempre defendi o lado do Botafogo, ele sempre defendeu o lado dele em contrato, negócio. Aí é do jogo, mas sempre em alto nível.


Falando em negociação, o contrato dele termina no final do ano. Já começaram as conversas para renovar? Pode ser o último contrato dele...


Estamos conversando e vamos chegar a um denominador comum. Por mim, ele fica aí a vida inteira (risos). Pode ficar, renovar, renovar, virar mais ídolo... A gente arruma um lugar para ele e para o Jefferson na comissão técnica (risos).



Mas sério, gosto muito dele. Acho um grande atleta, profissional responsável, dedicado, sério... Jogador que se der para renovar até encerrar a carreira, eu renovaria. Mas, claro, temos as nossas limitações de orçamento e ele sabe disso.


O fato de não terem recebido o CT esse ano atrapalhou muito os planos de vocês?


Para o futebol profissional muda pouco porque a gente está muito acostumado com o estádio, que atende bem. Tem um campo anexo e o principal que são muito bons, das mesmas dimensões. Toda a nossa estrutura de musculação, fisioterapia e fisiologia está lá. Para a base é uma perda, pois perdemos nesse processo de integração que o Botafogo está buscando há muito tempo.


Acredito muito nas coisas orgânicas: acho que é melhor fazer bem feito e para sempre, do que fazer um puxadinho e depois ter que tirar. Por isso a demora. Mas o projeto final está excelente e vai ficar tudo espetacular. Mudaremos de patamar neste quesito.


Você e o Anderson Barros estão trabalhando há quatro meses no comando do futebol, mas quase não dão entrevistas. É uma característica de vocês, trabalharem mais no "sapatinho"?


Acho que sim, tanto minha quanto dele. Nossa função é muito mais dar estrutura de trabalho para os profissionais. Ninguém quer ser estrela, a estrela maior é o Botafogo. E a gente transmite muito isso aos nossos atletas, para que se dediquem, um jogue pelo outro, para que tenhamos um grupo de fato, coeso. A mensagem fica contraditória quando você fala de um jeito e age de outro.


Faz parte da construção de todo grupo vencedor que cada um se encaixe no seu papel e saiba se posicionar. Eu me vejo muito mais como um gestor do que outra coisa, e o Anderson também se vê nesse papel, de gerir e liderar o processo. Dar condições e cobrar resultado. A gente pensa muito parecido nesse ponto, somos muito discretos. O trabalho que importa está das portas para dentro.


Fora os protocolos oficiais, procuro não aparecer muito, acho que não ajuda. Quem tem que aparecer são os atletas, eles que carregam os patrocínios no peito, são eles que os torcedores querem ver. A discrição evita a amplificação de crises também, como quando é necessário algum ajuste interno, em questões disciplinares, por exemplo.


Uma coisa importante que vejo é que a marca do clube vem crescendo muito. A gente consegue perceber o reconhecimento do nosso trabalho no mercado. Você vai em qualquer lugar hoje e ninguém fala mal das pessoas, do trabalho que é feito. Pode falar mal de outras coisas, que não temos o melhor time do mundo, que cometemos alguns erros... Ok. Mas no passado ouvia muito isso, que o Botafogo não paga ninguém, que não tem palavra, que fez alguma coisa e não foi legal...


Tudo isso mina a reputação. E a marca está diretamente ligada à seriedade das pessoas, o mercado hoje reputa que a gestão é séria, que as pessoas estão ali para fazer o clube crescer. Eu e Anderson estamos inseridos nesse processo, assim como o Nelson, um cara fora de série; o Carlos Eduardo (Pereira, ex-presidente), que começou tudo no final de 2014; toda a diretoria e os profissionais do clube como um todo. A meu ver, saímos de um ciclo vicioso para entrar em um ciclo virtuoso.



Avesso a entrevistas, ele aparece mais em apresentações de jogadores (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


Aproveitando que citou o atual e o ex-presidente, para encerrar vamos falar um pouco de política. O clube vem de duas eleições em que o grupo "Mais Botafogo" venceu e bem. Com tudo dando certo, você seria um nome para candidato no próximo pleito em 2021?


Seria um sonho para mim, mas não cabe na minha vida profissional. Nesse momento não dá. Me aposento com 65 anos aqui no escritório. Estou com 41, daqui a uns 15 anos seria mais fácil. Agora seria muito complicado. Pode parecer que não, mas são muitas as atribuições do presidente.


Dizem: "Ah, o cargo de vice de futebol já é tão cobrado quanto". Sob o ponto de vista de pressão e responsabilidade, talvez. Mas de incumbências, não. O Botafogo tem 12 vice-presidências por setor, eu cuido de uma. A mais trabalhosa, talvez, mas é uma. O presidente tem que cuidar das 12. E eu sou um cara mega ligado nas coisas, não vou conseguir ficar sem olhar para as 12.

Hoje mesmo já olho algumas coisas....por exemplo: vi uma entrevista de um jogador do Atlético-MG, e a camisa deles é parecida com a nossa, é Topper e tal. Já mandei aqui para o Caio (do departamento de marketing) mostrando um espaço das golas que estão usando para patrocínio. Achei interessante, porque vai aparecer por mais que feche a câmera.


No meu mundinho lá do futebol já fico dando pitaco em outro lugar, imagina se eu for presidente? (Risos) Não vou conseguir. Só o dia que tiver realmente tempo para fazer bem feito.


Não tenho pretensão nenhuma política. Se as coisas derem certo, e vão dar, porque estamos trabalhando para isso, pretendo continuar ajudando o Botafogo a vida inteira. Senão, vou ser o primeiro a dizer: "P... não deu certo, deixa eu voltar só para a arquibancada, deixa alguém entrar para tentar resolver". Não vou ter nenhuma vaidade. A vaidade, estou convencido, acaba com os clubes. Graças a Deus está dando certo. Tomara que continue.



Fonte: GE/Por Felippe Costa, Fred Gomes e Thiago Lima, Rio de Janeiro