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sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Com presença da torcida, John Textor chega ao Rio para assinar compra da SAF do Botafogo


Americano desembarcou no Aeroporto Santos Dumont na tarde desta sexta-feira, recepcionado por alvinegros e dirigentes do clube. Fim de semana será de trabalho e tour pelas sedes





Torcida recepciona John Textor, que chega ao Rio para comprar SAF do Botafogo (https://ge.globo.com/video/torcida-recepciona-john-textor-que-chega-ao-rio-para-comprar-saf-do-botafogo-10192743.ghtml)



O provável dono do futebol do Botafogo pelos próximos 30 anos está em terras cariocas. O avião que levou John Textor ao Rio de Janeiro pousou no Aeroporto Santos Dumont às 15h (de Brasília) desta sexta-feira. O empresário americano foi recepcionado por dirigentes e quase 100 torcedores.


+ ge teve acesso: entenda como será a nova SAF





Torcida do Botafogo recepciona John Textor — Foto: Davi Barros/ge


Carismático, o americano passou no meio da galera, tirou fotos e interagiu com os torcedores. Até o CEO Jorge Braga teve de atacar de fotógrafo em uma das tietadas. Além do dirigente, também estiveram presentes o diretor de marketing Lênin Franco e o advogado e porta-voz da SAF, Andre Chame. O presidente Durceio Mello não pode comparecer por estar em isolamento após testar positivo para Covid-19.




Americano passou no meio da galera — Foto: Davi Barros/ge


Textor chegou ao Brasil para finalizar os últimos detalhes da oferta vinculante que será assinada pelas partes. Depois de alinhar as pendências, o empresário tem agenda cheia no fim de semana para encontrar dirigentes, torcedores e conhecer todas as sedes do clube e ativos que pertencerão à nova empresa.


O documento deve dar 60 dias de prazo para a assinatura do contrato definitivo. Antes disso, o clube precisa aprovar o acerto na reunião do Conselho Deliberativo (no próximo dia 13) e em Assembleia Geral (no dia 14). Porta-voz do projeto, o advogado Andre Chame falou sobre os passos finais.



+ Captação de talentos e controle de dívidas: as ideias de John Textor



- É o resultado de um longo período de negociações. Ainda faltam detalhes finais para serem ajustados. Esperamos finalizar isso nas próximas horas para assinar a oferta vinculante. Mas nenhum de nós tem o poder de decisão. O clube tem os seus órgãos, que são soberanos. Nós só vamos encaminhar a proposta - disse aos jornalistas no aeroporto, para depois completar:


- Ele se mostra muito entusiasmado com o calor da torcida, a interação nas redes sociais. Mostra uma vontade de fazer um grande trabalho aqui no Botafogo. Ele disse que gostaria de ter um clube tradicional, com torcida, para fazer história no futebol brasileiro.



Empresário posa junto do CEO do clube, Jorge Braga — Foto: Davi Barros/ge


As negociações têm sido longas. Uma das dúvidas diz respeito ao que vai acontecer com o centro de treinamento no Espaço Lonier, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, que está sendo construído com apoio dos irmãos João e Walter Moreira Salles. Em várias entrevistas, Textor – que é dono de uma academia de futebol em Miami – já demonstrou especial apreço pelo desenvolvimento de jovens atletas.


+ À espera de John Textor, Botafogo registra SAF e apresenta novos diretores e conselheiros



ASSISTA AO VIVO: os próximos passos para o acordo entre Botafogo e John Textor (http://sportv.globo.com/transmissao-ao-vivo-ge-br-futebol/videos/v/pos-jogo-ge4/7597485/)


- Eu já fui ao CT da base do Crystal Palace mais de 12 vezes e fui ao CT do time principal só duas vezes. E eles ficam um ao lado do outro - disse Textor ao podcast "The Athletic Football" em novembro.



No fim de dezembro de 2021, Textor havia assinado uma oferta não vinculante, espécie de primeiro passo nas tratativas para o futebol do Botafogo se tornar SAF. Desde então, advogados e executivos se debruçam sobre o passo seguinte - a oferta vinculante.


+ Porta-voz da Botafogo SAF espera conclusão do negócio com John Textor em 60 dias




O que se sabe e o que precisa ser definido sobre a venda do Botafogo (https://ge.globo.com/video/o-que-se-sabe-e-o-que-precisa-ser-definido-sobre-a-venda-do-botafogo-10162186.ghtml)



Quem é John Textor


O americano John Textor é um empresário com negócios ligados à mídia. Foi executivo da Digital Domain, empresa de efeitos especiais que trabalhou em diversos filmes. Ele comprou sua participação no Crystal Palace em agosto de 2021 por 103 milhões de euros. Ele negocia para adquirir o RWD Molenbeek, da segunda divisão belga, e tentou sem sucesso comprar 25% do Benfica.



+ John Textor se impressiona com torcida do Botafogo e comenta em rede social: "Inacreditável"


O empresário começou sua carreira como programador. Depois da Digital Domain, ele fundou e foi executivo principal da fuboTV, empresa de streaming baseada nos EUA com foco em distribuição esportiva e entretenimento em geral. O IPO (lançamento de ações) da fuboTV na Bolsa de Nova York gerou uma avaliação de US$ 8 bilhões (cerca de R$ 45 bilhões) em outubro de 2020.


A revista Forbes classificou Textor em 2016 como “guru da realidade virtual de Hollywood”. Ele é conhecido por defender o casamento da mídia com tecnologia. Segundo o empresário, um de seus principais objetivos é diversificar receitas nos clubes.


Fonte: GE/Por Davi Barros — Rio de Janeiro

Cronograma de investimentos, sociedade com John Textor e 'cláusula de performance': entenda como funcionará o Botafogo SAF



Documento redigido por advogados do clube adianta detalhes da operação, que será votada por associados alvinegros, para que o empresário americano possa efetivar a compra




Capelo mostra detalhes sobre Botafogo SAF: valores, prazos e condições (https://ge.globo.com/sportv/programas/redacao-sportv/video/capelo-mostra-detalhes-sobre-botafogo-saf-valores-prazos-e-condicoes-10191629.ghtml)

À medida que se aproxima a votação, no Botafogo, da venda da empresa que administrará o futebol alvinegro para o empresário John Textor, detalhes da operação se tornam públicos. O ge obteve cópia de um documento redigido por advogados do clube na noite desta quinta-feira.


Em oito páginas, a serem apresentadas para associados botafoguenses, são comparados os modelos de migração para a estrutura empresarial, entre o que havia sido aprovado no ano passado e o que deverá ser analisado em reunião neste mês de janeiro, pela Assembleia Geral.



Estrutura societária

O Botafogo SAF terá a venda definitiva de 90% de suas ações para o empresário americano Textor – representado neste negócio por sua empresa, Eagle Holding. Outros 10% continuarão sob propriedade da associação civil sem fins lucrativos, o Botafogo de Futebol e Regatas.


O modelo é diferente do que havia sido considerado até então. O plano inicial era a cessão dos direitos ligados ao futebol por um período de 30 anos, renovável por mais 30 anos. O projeto mudou depois da criação de legislação específica, que instituiu a Sociedade Anônima do Futebol (SAF).


Cronograma de investimentos

No total, estão previstos R$ 400 milhões em investimentos por parte de Textor. Este valor se divide em R$ 350 milhões investidos na própria empresa (nos prazos abaixo), o Botafogo SAF, e no repasse de R$ 50 milhões imediatos para o caixa do Botafogo de Futebol e Regatas.

R$ 100 milhões à vista (na data de assinatura dos documentos)
R$ 100 milhões em até 12 meses
R$ 100 milhões em até 24 meses
R$ 50 milhões em até 36 meses


Composição da sociedade

A empresa será administrada por meio de um Conselho de Administração. Participarão deste órgão, que tem a responsabilidade de supervisionar as atividades da estrutura profissional, representantes indicados por Textor e pela associação, BFR, de maneira proporcional.


Conselho de Administração


5 membros efetivos (com 5 suplentes)

dos quais

4 membros indicados por John Textor
1 membro indicado pelo BFR


Também haverá um Conselho Fiscal, cuja responsabilidade é acompanhar a administração, por meio da vistoria de balanços e contratos, e produzir relatórios técnicos sobre a situação. Este órgão também terá participação de ambas as partes envolvidas na sociedade, da seguinte maneira:

3 membros efetivos (com 3 suplentes)

dos quais

2 membros indicados por John Textor
1 membro indicado pelo BFR


A associação, BFR, manterá esse direito (de indicar um membro para cada órgão) mesmo que tenha um controle menor do que 10% sobre a empresa. Por exemplo: se a associação vender 5% e continuar apenas com 5%, continuará a ter um membro em cada Conselho.


Cláusula de performance


Uma das preocupações dos responsáveis pela migração, no lado do Botafogo, é a garantia de que Textor fará investimentos necessários para que o futebol compita em alto nível, na primeira divisão.


Para estimular a competitividade, o clube optou por um mecanismo em que estipula determinada folha salarial – o indicador econômico que tem maior correlação com os resultados em campo.


Do primeiro ao sétimo ano de existência da SAF, segundo o documento obtido, o Botafogo precisará ter uma folha "compatível com as melhores práticas da Série A". Será estipulado um valor mínimo para esse início de operação, porém a informação ainda não consta na comunicação interna.


Ano a ano, a empresa terá que reajustar a sua folha salarial:


Pela variação do IPCA (índice oficial de inflação do Brasil)
Em 50% sobre a receita bruta do ano anterior


Em termos práticos, significa que, se o faturamento do Botafogo SAF for de R$ 200 milhões em 2022, a folha salarial precisará ser de pelo menos R$ 100 milhões em 2023. Caso a arrecadação não seja suficiente para "forçar" o aumento, aplica-se apenas o índice para corrigir a inflação.


Diluição da participação acionária

A divisão das ações segue o modelo 90/10, ou seja, 90% para Eagle Holding e 10% para Botafogo de Futebol e Regatas. O que acontece no caso de Textor injetar valores acima do previsto na empresa?


Se os aportes forem feitos para cumprir o orçamento anual, isto é, para que a folha salarial atinja o mínimo estabelecido em contrato, a associação continuará com os mesmos 10%. Nada muda.


Se houver aportes extraordinários de dinheiro, por outras razões, a associação poderá vender mais uma parte de sua participação sobre a SAF, mas nunca ficará abaixo de 5% das ações da empresa.



Dinheiro para a associação


A distribuição do dinheiro de Textor obedece à lógica: R$ 350 milhões diretamente na operação da SAF e R$ 50 milhões em repasse para a associação. Como essa última parte funcionará?


Os R$ 50 milhões serão mandados para a associação na forma de um "mútuo", ou seja, um empréstimo, que ficará atrelado a 10% sobre as ações da empresa. Ele deverá ser usado para pagar dívidas.


Se o Botafogo de Futebol e Regatas pagar esse empréstimo no prazo determinado, se a associação devolver esses R$ 50 milhões a Textor, poderá ficar comum total de 20% sobre as ações da SAF
Se o Botafogo de Futebol e Regatas não pagar esse empréstimo, que é o cenário esperado, essa dívida será abatida com a cessão de 10% da empresa para Textor, de modo a cumprir os 90/10 previstos



Marcas, troféus e estádio


A associação, BFR, continuará a usar marcas e distintivos em todas as atividades que não tenham relação com o futebol, como na prática de esportes amadores ou em atividades sociais.


Troféus, condecorações e homenagens obtidos pela empresa poderão ser mantidos em posse da associação, para que o BFR decida onde colocá-los, como na sala de troféus da entidade.


Em relação ao estádio Nilton Santos, o seu direito de uso, inicialmente concedido pelo poder público à associação, será transferido para a empresa, bem como todos os ativos ligados ao futebol.


@rodrigocapelo e @thayuanleiras


Fonte: GE/ Por Rodrigo Capelo e Thayuan Leiras — Barcelona, Espanha, e Rio de Janeiro

Contrato do Botafogo com Textor prevê R$ 150 milhões até assinatura e aumento mínimo anual na folha do futebol


Clube divide com conselheiros principais termos do acordo da nova SAF, que serão votados por todos os sócios na próxima semana. Americano chega ao Rio na sexta




O Botafogo amarrou em contrato com o empresário americano John Textor uma série de obrigações para garantir a evolução da nova Sociedade Anônima do Futebol (SAF) não só nas finanças, mas também na relevância esportiva no cenário nacional. Os termos preveem pagamento de R$ 150 milhões até a assinatura do contrato e um orçamento mínimo para o futebol.




John Textor é candidato a dono do futebol do Botafogo — Foto: Divulgação



Para estimular a competitividade do Botafogo dentro de campo, o clube amarra uma cláusula de orçamento mínimo no futebol, que trata do investimento na folha do time profissional. É um reajuste anual de, pelo menos, 50% da receita bruta em comparação com o ano anterior.


O acordo quase sacramentado também prevê investimento de R$ 150 milhões já nos primeiros meses de parceria. Os números estão entre os termos da venda da Sociedade Anônima do Futebol do clube que foram compartilhados com os conselheiros na madrugada desta sexta-feira. Os números foram divulgados primeiro pelo jornal Lance!.


A logística de pagamento

R$ 50 milhões cinco dias após aprovação em Assembleia
R$ 100 milhões na data da assinatura dos documentos definitivos
R$ 100 milhões um ano após
R$ 100 milhões dois anos após
R$ 50 milhões três anos após


A primeira parcela de R$ 50 milhões irá diretamente para o clube, ainda como associação. O valor total que será investido pelo americano é de R$ 400 milhões. Ou seja, os outros R$ 350 milhões vão para a SAF. Textor terá 90% da nova empresa.


Além disso, o empresário também terá participação nas dívidas do clube. Os passivos cível e trabalhista continuarão a ser pagos por meio do Regime Centralizado de Execuções, respectivamente com 20% das receitas e 50% dos dividendos, juros sobre capital próprio ou outra remuneração na condição de acionista.



Tudo isso será votado por conselheiros e sócios em geral do Botafogo na próxima semana. No dia 13 acontece a reunião do Conselho Deliberativo. No dia 14, a Assembleia Geral que abrirá de vez o caminho para a chegada do investidor. Textor tem desembarque previsto no Rio de Janeiro nesta sexta-feira para tratar dos últimos detalhes.




Rodrigo Capelo fala sobre a possível venda do Botafogo: "É o caminho mais inteligente" (https://ge.globo.com/video/rodrigo-capelo-fala-sobre-a-possivel-venda-do-botafogo-e-o-caminho-mais-inteligente-10168926.ghtml)



Quem é John Textor

O americano John Textor é um empresário com negócios ligados à mídia. Foi executivo da Digital Domain, empresa de efeitos especiais que trabalhou em diversos filmes. Ele comprou sua participação no Crystal Palace em agosto de 2021 por 103 milhões de euros. Ele negocia para adquirir o RWD Molenbeek, da segunda divisão belga, e tentou sem sucesso comprar 25% do Benfica.



+ John Textor se impressiona com torcida do Botafogo e comenta em rede social: "Inacreditável"


O empresário começou sua carreira como programador. Depois da Digital Domain, ele fundou e foi executivo principal da fuboTV, empresa de streaming baseada nos EUA com foco em distribuição esportiva e entretenimento em geral. O IPO (lançamento de ações) da fuboTV na Bolsa de Nova York gerou uma avaliação de US$ 8 bilhões (cerca de R$ 45 bilhões) em outubro de 2020.


A revista Forbes classificou Textor em 2016 como “guru da realidade virtual de Hollywood”. Ele é conhecido por defender o casamento da mídia com tecnologia. Segundo o empresário, um de seus principais objetivos é diversificar receitas nos clubes.


CORREÇÃO: o ge publicou inicialmente que o contrato exigia a conquista de um título relevante em 10 anos, mas na versão atual essa cláusula não está presente. A informação foi corrigida às 9h15.


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Fonte: GE/Por Thayuan Leiras — Rio de Janeiro