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domingo, 30 de abril de 2023

Luís Castro vê talento e coragem do Botafogo contra Flamengo e minimiza liderança: "Não dou importância"



Técnico também explica expulsão e diz: "Não permito que ninguém intervenha na minha equipe"




O Botafogo levou a melhor no clássico com o Flamengo na tarde deste domingo, ganhou por 3 a 2 no Maracanã e assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro. Em entrevista coletiva após a partida, Luís Castro rasgou elogios para sua equipe: "Foi talento, trabalho e coragem". O técnico português, no entanto, minimizou o primeiro lugar na Série A depois de 10 anos:





Flamengo 2 x 3 Botafogo - Melhores momentos - 3ª rodada do Brasileirão 2023


- Sobre o nosso primeiro lugar, não dou importância. Dou importância porque, afinal, ganhamos os jogos. Agora, isso ter significado para o futuro... admito que haja pessoas tão ambiciosas como eu, agora mais... OK, pode haver, mas acho que é muito difícil. Todos clubes sonhamos em ganhar, mas não deixa enganar pelo futebol, por uma liderança em terceira rodada - declarou, sendo surpreendido ao saber que a torcida gritou seu nome:


- Ah é? Não ouvi. Que pena (risos). Era para compensar outras que ouvi (risos). A lei da compensação da vida, não é?


+ Luís Castro é expulso por confusão em substituição durante Flamengo x Botafogo; veja vídeo


Apesar do Botafogo ser o único com 100% de aproveitamento no Brasileirão, Castro rebateu o início de temporada perfeito, mas saiu em defesa do grupo e elogiou o comprometimento dos jogadores:





Luís Castro abre o sorriso em entrevista coletiva do Botafogo — Foto: Reprodução / Botafogo TV


- Foi um começo não perfeito. Potencialmente mais cheio de defeitos do que aquilo que exatamente teve. Já falei isso várias vezes, não vou mais falar, porque nunca vão perceber o que acontece nas equipes quem não está dentro delas. Mas nós, por mais que falássemos... não adianta, nem quero falar mais nisso. O que representa (a liderança)? Representa trabalho, dedicação, representa muita união, muito espírito de sacrifício, representa dedicação total dos jogadores, total da torcida, representa dedicação de todo o departamento de futebol, que se esforça para que nada nos falte, para que possamos trabalhar em paz. Significa tudo isso.


- Quando temos talento e quando temos aliado ao talento trabalho e coragem, normalmente essa mistura dá origem ao sucesso. Acho que foi o que aconteceu hoje aqui. Foi talento, trabalho e coragem. Jogadores correram muito, muito, muito. Trabalham muito e se recuperam bem, porque se dedicam muito à profissão. Aconteça o que acontecer até o final do campeonato, e eles sabem, vou estar sempre ao lado deles. São grandes profissionais de futebol, se dedicam muito e gosto muito que eles se dedicam com seriedade e que sejam honestos intelectualmente com a profissão que abraçaram.



Veja outras respostas de Castro:

Expulsão

- A árbitra comanda a equipe dela e eu comando a minha. Eu tinha dito que não queria substituição na bola parada porque o jogador que ia retirar de campo é alto, o Junior Santos, e ia colocar um jogador mais baixo em campo. O futebol tudo pode acontecer, e nesse momento o jogo do canto (escanteio), imagine que era gol a favor do Flamengo, e toda a mídia diria que eu era maluco porque tinha feito uma substituição naquele momento do jogo. Mas nem só por isso, era uma decisão minha naquele momento e informei à equipe de arbitragem que não queria a substituição naquele momento, portanto não era para ser feita. Não permito que ninguém intervenha na minha equipe, não admito isso.



Luis Castro é expulso pela árbitra Edna Alves no clássico Flamengo x Botafogo — Foto: André Durão


Estratégia e postura

- O Botafogo nunca abdicou da posse de bola. Queríamos ter a bola, agora queríamos tê-la nas zonas que tínhamos definido para ter. Elas estavam bem definidas, assim como estavam bem definidas as zonas nas quais queríamos fazer pressão. Fomos surpreendidos por um Santos muito em cima, muito alto, eu tinha dado sinais de que podia ter posicionamento mais adiantado, mas foi sempre posicionamento mais perto da área dele. Desta vez, posicionou-se muito alto. Nossa estratégia para o jogo era pressionar os três homens da linha 3 deles. Mas eles tentavam ir no Santos e tentavam nos atrair ali.


- Por decisão nossa, nós não pressionamos o Santos, só o pressionamos no momento em que nós tínhamos garantia de que ou íamos recuperar ou ficar muito perto de recuperar a bola. E para isso era melhor guardar posição para fechar todas as linhas de passe. A partir do momento em que o Flamengo errava, partir para o ataque e tentar finalizar dessa forma. O jogo foi correndo à feição dentro daquilo que tínhamos planejado e acabamos por concretizar o que era nosso objetivo fundamental, ganhar os três pontos do jogo e tivemos ali momentos muito bons de bola. No global a estratégia desenhada e a tarefa executada pelo Botafogo foi bem desempenhada.


"Nunca desconfiei da minha equipe"

- O Flamengo é um grande potencial vencedor do Brasileirão, como são outras equipes. Como são todos candidatos, muito mais aqui no Brasil, em que alguns estão em cima, depois estão embaixo, uma competição muito grande. Não esperemos campeonato muito regular todas as equipes, tão competitivo que com certeza vai haver muitas oscilações. Agora, a confiança cresce com as vitórias. A forma como se aborda um lance quando vem de cinco derrotas é diferente de quando você vem de vitórias. É tudo assim na vida. Nós temos que ter a responsabilidade de responder com muito trabalho. Essa confiança gerada dentro do clube, espero que, quando houver um réves, que a confiança não se vá. Evidente que podemos fazer as coisas bem.


- E quando provamos que podemos, temos que continuar sempre nesse caminho. Não podemos desviar desse caminho e não vou permitir que ninguém se desvie do caminho nos momentos mais difíceis. Mesmo que aconteça o que acontecer. Eles sabem disso, eu nunca vou admitir que eles sejam beliscados, eles têm que acreditar nesse caminho. Eles estão no caminho do trabalho e no caminho do sucesso. Mesmo nos momentos mais difíceis no início da temporada, em que antes de uma coletiva se falava, entre a imprensa, que "o treinador tem de ir embora, ele vai embora, embora, ele vai embora". Mesmo nesses momentos, nunca desconfiei do meu time.


Nome gritado pela torcida

- Ah é? Não ouvi. Que pena (risos). Era para compensar outras que ouvi (risos). A lei da compensação da vida, não é? Umas vezes por aqui, outras por ali. Mas uma coisa a torcida sabe, eu respeito sempre a torcida. O que é que eu acho: o futebol é uma modalidade que a emoção está presente e a torcida é muito apaixonado, pelo seu clube, pelo Glorioso, pela vitória, sofre muito com as derrotas. Como eu sofro também. Só que quando eu sofro com as derrotas, não posso insultar ninguém, mas torcida sim, há essa liberdade (risos). Mas eu compreendo, compreendo tudo. A minha profissão é assim. É por isso que não gosto da minha torcida? Não, mas como todos gosto de ser acarinhado, sou pessoa, não sou máquina. Mas eles (torcedores) fizeram se sentir ao longo do jogo e já se fizeram sentir em outros momentos também. Para nós tem sido parceria muito boa. Eles têm nos resgatado em momentos difíceis e hoje foi bonito ver o Maracanã com a nossa torcida. Sentir-se ouvida e parte integrante do jogo, a torcida ajudou nos 90 minutos do jogo, isso é fantástico e faz parte do futebol.


Equilíbrio

- É o que sempre fiz em toda a minha vida. A vida do treinador é manter elencos equilibrados. É uma missão que não custa minimamente, só trabalhando da forma como estamos a trabalhar, descansando como estamos fazendo e isso tudo nos permite a estar na melhor exigência dos jogos. Portanto, não é por aí que vamos desequilibrar. A vitória só desequilibram aqueles que não têm consciência da realidade. Eu tenho e passo a meus jogadores. Todos os dias eu digo que o futebol é fértil em de repente nós perdemos o domínio das coisas. Aquilo que não controlamos. O que controlamos, o treino, a recuperação e o jogo. Todo o resto não dominamos. Aquilo que dominamos vamos fazer bem com certeza, treinar, descansar e jogar.


Danilo e Tchê Tchê juntos

- Cada jogo tem suas particularidades. Para este jogo entendemos que o Tchê Tchê, em relação aos concorrentes, era jogador que nos trazia benefícios tanto no momento ofensivo quanto defensivo. É um jogador que para início tem grande zona de abrangência, depois quando Carlos Eduardo saiu ficou na linha da direita e é um jogador que percorre esses caminhos. E compensa o Danilo quando ele faz a pressão mais alta, então o Tchê Tchê conseguia guardar aquilo que era o espaço na frente dos centrais. Quando Tchê saísse na pressão na frente, o Danilo conseguia guardar esse espaço. São jogadores que se complementam muito bem naquilo que era a missão para hoje. Tenho grande confiança em todos jogadores da equipe, mas depende da missão que quero dar a cada um deles em cada um dos jogos que nos aparece pela frente.


Arbitragem mais severa com comportamento?

- Acho que não. As regras dentro do futebol são para serem cumpridas. Se elas forem de forma transversal não vejo problema nenhum. Desde que todos árbitros ao longo da temporada, com todas as equipes, tenham o mesmo critério, por mim está tudo bem. Agora, se tiverem critérios diferentes, está tudo mal. Agora, se trouxer benefícios ao jogo, tem que ser igual para todos.


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Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro

Atuações do Botafogo: Tiquinho Soares é o melhor em vitória sobre o Flamengo; veja notas



Confira quem foi bem e quem foi mal no triunfo sobre o Rubro-Negro em clássico pelo Brasileirão



Lucas Perri [GOL]: fez, no mínimo, três grandes defesas para parar o ataque do Flamengo no momento de pressão com um a menos - incluindo uma parada com os pés em chute de Pedro na pequena área. Nota: 8,0.


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Rafael [LAD]: foi expulsão de uma das maneiras mais bisonhas dos últimos anos. Levou um cartão amarelo por tentar segurar a bola com a mão em um lateral e outro por dar uma entrada em Cebolinha com o lance já parado. Nota: 1,0.


Adryelson [ZAG]: mostrou imposição física e técnica nas disputas aéreas e levou a melhor em boa parte dos duelos individuais com Pedro. Um dos destaques do Botafogo em campo. Nota: 7,5.


Victor Cuesta [ZAG]: assim como a dupla, se destacou no quesito individual contra os atacantes rivais. Foi importante também para auxiliar os duelos no chão. Nota: 7,0.


Marçal [LAE]: importante para tirar o Botafogo da pressão do Flamengo em alguns lances, mas sofreu com as bolas nas costas ao longo do segundo tempo. Nota: 5,0.


Danilo Barbosa [VOL]: mantém a boa fase. Além do gol de cabeça, importante para fechar os espaços no meio da área. Nota: 7,0.




Tiquinho Soares comemorando gol do Botafogo em cima do Flamengo — Foto: André Durão


Tchê Tchê [VOL]: um dos melhores em campo. Correu para atacar e defender, deu a assistência do terceiro gol em jogadaça e auxiliou na marcação no meio-campo. Nota: 7,5.


Eduardo [MEI]: foi um dos melhores em campo quando a partida estava 11 contra 11. Deu uma assistência e foi responsável por fazer o jogo do Botafogo andar. Com um a menos, foi sacrificado com intuito de marcação. Nota: 7,0.


Júnior Santos [ATA]: brigou com a bola. Tentou dribles difíceis que foram facilmente desarmados pela defesa do Flamengo. Substituído após a expulsão de Rafael. Nota: 3,0.


Tiquinho Soares [ATA]: fez dois gols - um, inclusive, no pior momento do Botafogo do jogo. Além disso, foi o jogador que mais incomodou a defesa do Flamengo: fez pivôs, ganhou disputas praticamente sozinho e contribuiu muito para o jogo sem a bola. Nota: 9,0.


Victor Sá [ATA]: sofreu o pênalti que abriu os caminhos para os gols do Botafogo no duelo. Importante na descidas em velocidade. Nota: 7,0.


Entraram

Di Plácido [LAD]: deu mais combate ao lado direito do Botafogo. Nada espetacular, mas também não comprometeu. Nota: 5,5.


Luís Henrique [ATA]: ajudou bem na marcação e foi importante para puxar o contra-ataque que, no fim das contas, resultou o terceiro gol do Botafogo. Nota: 6,5.


Marlon Freitas [VOL]: reforçou a marcação do Botafogo no meio-campo e cumpriu o papel. Nota: 6,0.


Philipe Sampaio [ZAG]: entrou no final, já para segurar o jogo. Sem nota.


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Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro

Flamengo x Botafogo: onde assistir ao vivo, horário e escalações



Veja também desfalques, arbitragem e outras informações do jogo da terceira rodada do Brasileirão




Flamengo e Botafogo se enfrentam na tarde deste domingo, no Maracanã, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. O confronto será realizado a partir das 16h (de Brasília), com acompanhamento ao vivo pelo ge (clique aqui para seguir).





Flamengo x Botafogo — Foto: ge


+ Confira a tabela do Brasileirão 2023


O Flamengo chega embalado após a classificação com goleada na Copa do Brasil. O placar de 8 a 2 em cima do Maringá trouxe dias de paz para Jorge Sampaoli dar continuidade neste início de trabalho no clube. A equipe, porém, precisa se recuperar no Brasileirão, após a derrota para o Internacional na rodada passada.


O Botafogo chega descansado. Luís Castro poupou praticamente todos os titulares na vitória sobre o Ypiranga-RS, na última quinta-feira, pela Copa do Brasil, por ter conseguido vantagem no jogo de ida. O time está na sequência mais positiva da temporada, com onze jogos de invencibilidade.


Transmissão: a Globo e o Premiere transmitem ao vivo para todo o Brasil.

Tempo real: o ge acompanha todos os lances, com vídeos exclusivos (clique aqui).



Escalações prováveis


Flamengo - técnico: Jorge Sampaoli


O Flamengo tem dúvidas na defesa e em relação ao esquema. Vale lembrar que Sampaoli usou três sistemas diferentes em seus primeiros jogos. Desta vez, o técnico argentino usará o esquema com três zagueiros e sem Ayrton Lucas. Assim, Cebolinha fará a função na esquerda.


Provável time: Santos; Wesley, Fabrício Bruno, David Luiz e Léo Pereira; Vidal (Everton Ribeiro), Thiago Maia, Gerson e Everton Cebolinha; Gabigol e Pedro.





Quem está fora: Arrascaeta (recuperação de lesão no adutor esquerdo), Varela (recuperação de cirurgia no quadril), Matheuzinho (recuperação de cirurgia na tíbia), Filipe Luís (recuperação de dores na panturrilha esquerda).


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Botafogo - técnico: Luís Castro

O treinador possui dúvidas no meio-campo e ataque - Tchê Tchê ou Lucas Fernandes num setor e Victor Sá ou Luís Henrique no outro -, que dizem respeito sobre uma estratégia mais cautelosa ou ofensiva para enfrentar o rival. Marçal, fora há quatro partidas por lesão na virilha, tem chances de voltar.



Provável escalação: Lucas Perri; Di Plácido, Adryelson, Cuesta, Rafael (Marçal); Danilo Barbosa, Tchê Tchê (Lucas Fernandes), Eduardo; Júnior Santos, Tiquinho Soares, Victor Sá (Luís Henrique).





Quem está fora: Patrick de Paula (lesão no joelho) e Kayque (transição).


Arbitragem

Árbitro: Edina Alves Batista (FIFA/SP)
Assistente 1: Neuza Ines Back (FIFA/SP)
Assistente 2: Leila Naiara Moreira da Cruz (FIFA/DF)
Quarto árbitro: Rafael Martins de Sa (RJ)
Árbitro de vídeo: Daiane Muniz (FIFA/SP)



Fonte: Por Redação do ge — Porto Alegre