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domingo, 20 de dezembro de 2015

Presidente do Botafogo avalia ano de 2015 e fala sobre futuro do clube


Importância de Jefferson para time, títulos e Liga Rio-Sul-Minas foram outros assuntos também comentados por Carlos Eduardo Pereira



Crédito: Flickr Botafogo


De volta a elite do futebol, o presidente do Botafogo Carlos Eduardo Pereira participou doSUPER FUTEBOL TUPI e falou sobre resgate da dignidade, reformulação do elenco para 2016 e fez uma avaliação do ano do clube Alvinegro.


"Classifico o ano como muito positivo em todos os aspectos, foi um ano bem rico para nós, ganhamos a Taça Guanabara, fomos finalistas do Campeonato Carioca e posteriormente conquistamos o título da Série B. Em outros esportes também foi bem, o clube conquistou a Liga Nacional do polo aquático e o tri-campeonato carioca de remo, fato inédito para nós, e com as outras categorias indo bem. Na parte administrativa conseguimos e honramos o Ato Trabalhista, hoje o Botafogo termina o ano pagando nada menos que 13 milhões de reais atrasados, e com expectativa de pagar R$ 15 milhões ao longo de 2016. Fizemos as alterações estatutárias do clube e aderimos ao Profut, também fizemos o financiamento do fundo de garantia por tempo de serviço, conseguimos arrumar a casa. Claro que as dívidas permanecem, 2016 será um ano difícil, mas estamos otimistas. A minha gestão será muito dura até o final, mas estamos confiantes, cada dia será melhor."


Sobre o primeiro ano de gestão, o presidente falou que foi um começo difícil, com muitas dívidas para acertar, e problemas principalmente com a justiça do trabalho.


"Foi um ano complicado, tivemos problemas em diversas áreas, o que me surpreendeu de forma negativa foi a justiça do trabalho. O Botafogo ao retornar ao Ato Trabalhista no final de 2014, assinou um compromisso com o presidente do TRT que indicava que todas as ações anteriores aquele período que estavam em aberto seriam colocadas no Ato alinhados em uma fila e seriam pagas mediantes a um valor que o clube ia pagar ao longo de 2015, e daí pelos próximos nove anos. Assim foi feito, a partir disso, mensalmente começamos a depositar. Ocorre que os advogados insatisfeitos com a posição de seus clientes e os clientes também com o tempo de espera, começaram a tentar derrubar o Ato Trabalhista, conseguindo decisões de juízes, que sobrepõe a decisão do presidente do TRT. Isso foi surpreendente. Acaba o ano com muitas disputas na área trabalhista, depois que o Botafogo cumpriu com o que foi combinado. O clube, apesar de pagar esses 13 milhões, continuou com penhoras trabalhistas e bloqueios de contas, esse foi o ponto negativo."


Confira na íntegra:

Saldo do primeiro ano como presidente

"Apesar das dificuldades acho que foi positivo. A gente tinha como grande desafio o resgate da auto estima, o torcedor acabou o ano de 2014 muito para baixo, rebaixado para a Série B, com o time feito a pior campanha no Campeonato Carioca, e um resultado muito ruim com a eliminação precoce na Libertadores. Ao longo de 2015, mesmo a equipe não tendo conseguido encantar com boas atuações, o resultado foi positivo. A gente começa 2016 com ânimo."


Futuro de Jefferson e identificação com clube

"Não existe preocupação. Jefferson teve uma participação muito importante na montagem do elenco de 2015. A decisão dele de continuar no clube foi ousada, ele não conhecia a equipe que estava assumindo, e acreditou no nosso compromisso de respeitar os salários, e os encargos. Foi muito bacana isso, sinalizou para outros jogadores que se o goleiro da Seleção podia aceitar o desafio, outros também iriam poder. Jefferson renovou contrato até 2017, estou confiante que a gente continue com ele, e que siga sendo esse grande profissional, ídolo e referência no Botafogo."


Importância de conquistar títulos

"Não acho que seja uma questão de preocupação, mas é um sinalizador importante a busca por grandes competições. Acho que foi isso que levou o clube à situação que se encontrou em 2014. Uma certa obsessão do ex-presidente em levar o time de volta para a Libertadores, e quando chegou na competição o clube estava totalmente quebrado. Nós que fazíamos parte da política diária do Botafogo sabíamos que o clube tinha entrado na Libertadores derrotado, tanto é que começou a experiência com Eduardo Húngaro, teve jogadores sendo liberados antes do fim do prazo e salários atrasados. Não havia condição de manter um elenco inchado e caro. Acho que tem que consolidar, entender que não é o ideal, mas tem que dar um passo de cada vez. Não pode atuar de forma irresponsável."


Planejamento para o futuro do clube

"É um processo delicado. Primeiro a gente registra com tristeza o rebaixamento do Vasco, enfraquece o futebol Carioca, é menos um clássico no Campeonato Brasileiro, isso é ruim para todos os grandes clubes. A experiência que a gente teve na Série B não desejo para ninguém. É muito difícil estimular o torcedor para assistir jogos contra Luverdense, Mogi Mirim, Boa Esporte, por mais que respeite essas equipes, mas jogos terça e sexta a noite é muito complicado. O que nos tranquiliza mais é saber que a retaguarda que está trabalhando na montagem dessa equipe conhece esse processo. Sabem a diferença da Série A e da B. Estamos fazendo esse processo de forma criteriosa, exatamente para não inchar o elenco. A ideia é montar um elenco equilibrado para fazer o Campeonato Carioca com algumas apostas e uma margem para corrigir eventuais falhas para o Campeonato Brasileiro. É uma engenharia bastante complexa, mas confio na equipe."


Briga do Flamengo e Fluminense com a FERJ

"Vejo com certa tristeza. Fundamentalmente o que têm nesses casos são prolemas pessoais. Se a gente conseguir superar isso, acho que é muito provável que o Fluminense volte a esse convívio, acredito nesse aspecto. No que a gente lê sobre a Liga Sul-Rio-Minas, o presidente do Cruzeiro já se afastou, o do Fluminense está preocupado. A primeira coisa que fazem é querer manter uma diferenciação muito grande de cota de televisão, depois cria a figura de co-presidente. Acho que as portas estão abertas ao Fluminense, seria muito bom se o clube Tricolor voltasse ao convívio na Federação. O Flamengo já é mais complicado, não abre mão de querer ganhar mais que os outros, tem um discurso de modernidade, mas de fato está voltado unicamente para suas necessidades."


Fonte: Rádio Tupi
Por: Luiza Portela e Thiago Veras

Clássico x Espanador: Renan Fonseca e Carli casam estilos em dupla de zaga


Enquanto o primeiro ficou de fora em apenas uma partida do Bota na Série B, o segundo foi para a reserva do Quilmes na metade da temporada por opção técnica




Renan Fonseca e Joel Carli devem formar a dupla de zaga do
 Botafogo em 2016 (Foto: Editoria de Arte)
O Botafogo terá dois zagueiros de características distintas em 2016. Um deles, um velho conhecido da torcida.Renan Fonseca acertou a renovação do seu contrato nesta sexta-feira para mais dois anos. O outro, pouco falado, vindo do futebol argentino. Joel Carli foi o primeiro reforço anunciado do Botafogo para a próxima temporada. A tendência, até o momento, é que os dois formem a dupla de zaga alvinegra. Com estilos de jogo diferentes, devem se complementar em campo.

Renan Fonseca encerrou o ano de 2015 com números impressionantes. Foi o jogador do Botafogo que mais atuou no ano - 61 jogos -, tendo a mesma marca na Série B. Atuou em 37 partidas, ficando de fora apenas contra o Santa Cruz. E em apenas um duelo, contra o Macaé, não completou os 90 minutos. Entrou em campo pendurado por um turno inteiro e soube levar as jogadas com categoria e os desarmes sem cometer faltas. Era ainda o homem de confiança do treinador, sendo o capitão da equipe na ausência de Jefferson.

Joel Carli, por sua vez, encerra o ano na reserva do Quilmes. Com a troca de treinador no meio da temporada - saiu Julio César Falcioni e chegou Facundo Sava -, mudou também a opção pela zaga. Carli atuou 18 vezes no Campeonato Argentino, sendo cinco entrando no meio do jogo.

Além das presenças em campo, o estilo de jogo de cada um se faz diferente. Enquanto Renan é mais "clássico", técnico, interceptando as jogadas, Carli atua como um "espanador", afastando o risco da área de qualquer maneira (veja vídeo com lances do novo reforço aqui). Firme e mais duro, dá chutões e carrinhos, o que for preciso para que a bola não chegue ao gol.

As características se refletem também no número de cartões recebidos. Carli recebeu seis cartões nos 18 jogos em que atuou, média de um a cada três jogos. Renan, por sua vez, tem média de um a cada 12 partidas. Nenhum dos dois, porém, foi expulso em suas respectivas competições. Também não marcaram gols.

Para a zaga, o Botafogo conta ainda com o jovem Emerson, que subiu da base este ano, e Igor Rabello, que será integrado ao profissional em janeiro. Emerson, do Avaí, está apalavrado e deve ser mais um reforço alvinegro.



Por Jessica Mello Rio de Janeiro/GE

Na bola e na escola: Luís Henrique celebra ano com metas cumpridas


Atacante de 17 anos promove jogo beneficente no Espírito Santo para festejar temporada em que foi promovido aos profissionais e concluiu os estudos




O ano de 2015 marcou o início de uma nova etapa de Luís Henrique dentro dos gramados. Mas também significou o fim de um ciclo fora deles. Na temporada que se encerra, o atacante de 17 anos celebrou sua promoção aos profissionais do Botafogo ao mesmo tempo em que terminou de cursar a escola. Mesmo com dificuldades, conseguiu conciliar treinos e estudos e chegou a dezembro cumprindo a meta de se formar após concluir o terceiro ano do Ensino Médio.


Até ser integrado aos profissionais, em julho, Luís Henrique tinha menos dificuldade para adaptar seu horário em relação a treinos e jogos – do Botafogo e da seleção brasileira – com a escola, no turno da noite. Mas desde que passou a fazer parte da equipe principal do Alvinegro, o atacante precisou de um esforço ainda maior para completar os estudos.

Luís Henrique (em pé, terceiro da esquerda para a direita) posa com seu time em jogo beneficente no Espírito Santo. Ao seu lado esquerdo está Evilmar, seu pai (Foto: Divulgação)

- Eu já estava estudando à noite para durante o dia poder treinar. Sempre tive a compreensão dos professores e da direção, além da ajuda de amigos para recuperar as matérias que perdia. Mas neste segundo semestre de 2015 minha vida mudou. Mais viagens, concentrações... Foi mais complicado ainda conseguir conciliar os estudos com o trabalho. Com muito esforço, cumpri todas as metas escolares e me formei - celebrou.


Luís Henrique e Robson, zagueiro do Bahia, em
 jogo no Espírito Santo (Foto: Divulgação)
A partir de 2016, portanto, Luís Henrique poderá se dedicar exclusivamente ao futebol, embora não descarte voltar à sala de aula ao fim da carreira.


- Não sei se será possível continuar os estudos agora, mas é algo que penso e vejo como um diferencial para qualquer cidadão - ressaltou.


Para festejar um ano tão marcante, Luís Henrique promoveu, no último domingo, um jogo beneficente na cidade de Itaguaçu, no Espírito Santo, que é vizinha a Itarana, onde nasceu. O evento também teve a colaboração do zagueiro Robson, do Bahia, nascido em Itaguaçu. Foram arrecadados fundos para os hospitais da região, e o atacante alvinegro pôde fazer dupla com seu pai, o ex-jogador Evilmar.


Em seu primeiro ano como profissional do Botafogo, Luís Henrique disputou 16 partidas e marcou quatro gols, fazendo parte do elenco campeão brasileiro da Série B. Ele também foi titular da seleção brasileira que foi até as quartas de final do Mundial Sub-17.

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro/GE