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sábado, 4 de outubro de 2014

Marcinho faz dois, Vitória derrota o Botafogo e aumenta crise alvinegra


Com resultado, time baiano ultrapassa rival carioca, mas segue na zona de rebaixamento. Volante alvinegro reclama da demissão de ex-companheiros




Em duelo de desesperados, o Vitória levou a melhor sobre o Botafogo neste sábado e bateu o rival por 2 a 1, em Salvador, pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro. Marcinho foi o herói rubro-negro com dois gols, enquanto Rogério descontou para o Alvinegro.

Com o resultado, o Vitória chegou aos 27 pontos, ultrapassou o Botafogo e abre a zona de rebaixamento na 17ª posição. Logo atrás, com 26, está o clube carioca que, na última sexta-feira, rescindiu o contrato de quatro jogadores (Emerson, Bolivar, Julio César e Edilson) e vê agora a crise aumentar com mais essa derrota no torneio.

Na próxima rodada, quarta-feira, o Vitória recebe o Goiás no Barradão às 21h (de Brasília). No mesmo dia, às 19h30, o Botafogo enfrenta outro rival direto na luta contra a degola: o Palmeiras, no Maracanã.

Time do Vitória comemora primeiro gol diante do Botafogo (Foto: Getty Images)

Botafogo cria mais no primeiro tempo, mas não marca

Debaixo de uma chuva fina e num Barradão com público apenas regular, Vitória e Botafogo começaram a partida em ritmo bem lento. Tanto que o primeiro lance de perigo só surgiu aos 17 minutos. Zeballos cobrou falta sofrida por ele próprio rente à trave. O lance animou o Alvinegro, que quase marcou na sequencia com Rogério, mas Roger Carvalho salvou em cima da linha.

Apesar do apoio da torcida, o Vitória pouco chegava à meta de Andrey, substituto do contundido Jefferson. Muito por conta da forte marcação exercida pelo técnico Vagner Mancini que escalou três volantes (Airton, Gabriel e Fabiano). E mesmo com essa formação mais comedida, o Botafogo era quem mais buscava o gol e aos 43 por pouco não conseguiu. Após cruzamento do lateral-direito Régis, que fez sua estreia na equipe, Ramírez cabeceou na trave. No rebote, Zeballos chutou cruzado para fora.

Desabafo alvinegro e gol do Vitória

Na saída para o intervalo, uma forte declaração do volante Gabriel. Ele deixou claro que a demissão de Bolívar, Emerson, Julio César e Edilson não foi bem digerida pelo elenco.

- Ninguém gostou do que aconteceu, mas estamos concentrados e defendendo o Botafogo em campo. Temos que dar o máximo – ressaltou Gabriel, que levou o terceiro amarelo na partida e está fora do duelo contra o Palmeiras.

Após uma péssima primeira etapa, o Vitória voltou para o segundo tempo com mais vontade e ainda contou, literalmente, com uma “mãozinha” da defesa do Botafogo para abrir o placar. Aos quatro, Dankler subiu para cortar um cruzamento de braços abertos e a bola tocou claramente na mão. Pênalti. Na cobrança, o atacante Marcinho bateu sem chances para Andrey e fez 1 a 0 para os anfitriões.

Alegria alvinegra dura pouco

Com o placar adverso, Mancini colocou o time mais à frente (sacou o volante Fabiano e colocou o meia Carlos Alberto) e acabou sendo premiado com o empate. Após lançamento longo da defesa, Rogério se aproveitou de uma bobeada incrível de Richarlyson e do goleiro Roberto Fernández e tocou para o gol vazio. Primeiro gol do ex-atacante do Náutico pelo Botafogo em 13 partidas.

A alegria do Botafogo, entretanto, durou pouco. Em nova falha da defesa alvinegra, Marcinho, sozinho e sem sequer precisar saltar, cabeceou e pôs o Vitória à frente do marcador novamente. Desesperado, Mancini tirou outro volante (Gabriel) e colocou o jovem atacante Murilo, de apenas 19 anos, para tentar a igualdade. O Botafogo até pressionou no fim, mas em vão.

Por GloboEsporte.com Salvador

Certo ou errado? Candidatos à eleição do Botafogo opinam sobre demissões


Três candidatos atacam decisão do presidente Mauricio Assumpção em demitir quarteto na última sexta-feira. Apenas um prefere não entrar em polêmica





A decisão do presidente do Botafogo, Mauricio Assumpção, em demitir quatro jogadores do elenco na última sexta-feira, também pegou de surpresa os candidatos à eleição presidencial do clube no fim do ano. Três dos quatro candidatos - Carlos Eduardo Pereira, Marcelo Guimarães e Vinicius Assumpção - condenaram a atitude do mandatário alvinegro, a classificando como "desastrada". Apenas um, Thiago Cesário Alvim, preferiu não polemizar.

Na sexta, Bolívar, Edílson, Emerson e Julio Cesar foram informados, antes de o treino começar, que não faziam mais parte dos planos e teriam seus contratos rescindidos. Em entrevista coletiva, Mauricio Assumpção não explicou o real motivo da decisão, mas afirmou que a ideia vinha amadurecendo há algum tempo.

A eleição está marcada para acontecer no dia 25 de novembro, uma segunda-feira, em General Severiano. Quem vencer, substituirá Assumpção e comandará o clube no triênio 2015-16-17.

Veja abaixo a opinião de cada candidato sobre as demissões no clube:

CARLOS EDUARDO PEREIRA

- É mais uma decisão precipitada, atrapalhada e que vem num momento muito ruim para o clube. Ele (Assumpção) acaba de colaborar para aprofundar a crise. Em um momento em que o time faz parte dos quatro últimos colocados do Brasileiro, em que é preciso unir o plantel, a diretoria deixou de apoiar o elenco. Os jogadores têm demonstrado hombridade, profissionalismo por lutar pelo Botafogo. Ele faz uma intervenção desse tipo, às vésperas de um jogo contra um concorrente direto, afastando de uma pernada só dois laterais, um centroavantes e um zagueiro, sem dar grande justificativa.

A nosso ver, foi uma intervenção desastrada, fruto de uma pessoa que perdeu a credibilidade. Ele não paga os jogadores, não cumpre suas obrigações, perdeu o comando do clube, é um ex-presidente em exercício. Insiste em brincar de gestor. Devia estar consciente que a gestão dele trouxe o Botafogo para essa situação. Melhor não tomar outras medidas sem ouvir quem vai sucedê-lo.

MARCELO GUIMARÃES

O presidente praticamente renunciou à presidência do clube, abandonou o futebol. É tocado por um grupo politico, que se articula pra sucedê-lo. Ele sumiu. Agora reaparece, desliga quatro jogadores de modo desastrado...Os jogadores entrando para treinar e são barrados. Até que ele declare as razões, tendo a achar que são razões pessoais, por retaliação pelos últimos quatro meses. No fim das contas, a gente está à beira do abismo e com a dívida aumentada. Essas rescisões custam dinheiro. Esse é meu ponto de vista. E estão o Vagner Mancini (treinador) e o Wilson Gottardo (diretor de futebol) se virando.

THIAGO CESÁRIO ALVIM

Não sei o que está acontecendo lá dentro. Sou apenas candidato do Botafogo, aguardando a junta aceitar as inscrições da chapa para entrar em campanha. Eu, como candidato, se tivesse na cadeira dele, falaria com maior prazer. Espero que as medidas tomadas fortaleçam o grupo e venham refletir em um melhor desempenho do time nos jogos restantes, deixando o Botafogo na Série A.

VINICIUS ASSUMPÇÃO

Atitude demonstra o desespero e o erro na pauta do planejamento do clube, do futebol do ano de 2014. A montagem do elenco. Agora, o segundo erro é demitir os jogadores no atual estágio. Para esses jogadores, o Botafogo cair ou não é a mesma coisa, ficam com cara de paisagem no dia seguinte e vão jogar futevôlei na praia. Não têm compromisso. Mas o momento demonstra desespero. Encerraram as contratações. Devia ter feito isso antes, para ter elenco para suportar essa pressão, que será muito grande. O elenco é esse que está aí, sem esses quatro jogadores, que, na minha avaliação, não estavam prestando para nada mesmo.

O estágio geral a que chegamos, é culpa do modelo que temos no Botafogo. É um doente terminal, com remédio sendo aplicado na veia pela cúpula. Mauricio, Montenegro, a chapa liderada pelo Thiago, eles são os médicos e dão o mesmo remédio. Falta democracia, modelo profissional. Esse modelo já se demonstrou derrotado. Precisamos mudar o modelo, senão vamos sempre cair nos mesmos erros. O Maurício perdeu a credibilidade todinha. Tinha que ter uma comissão para assumir no lugar dele, tocar esses dois meses até a eleição. Senão o presidente vai ser eleito já na segunda divisão. Ele perdeu o poder de aglutinação, e o Botafogo paga por isso.

Emerson e Bolivar deixam o treino do Bota após serem demitidos (Foto: Fred Huber / Globoesporte.com)


Por Cauê Rademaker Rio de Janeiro/GE