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quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Obras no CT do Botafogo seguem em ritmo lento e não há previsão para que base passe a treinar no local


Diretor de futebol da base, Manoel Renha aponta falta de recursos para sequência dos trabalhos no Espaço Lonier



Enquanto tenta se virar em meio a diversos problemas, o Botafogo tem uma de suas soluções futuras em estágio parado. As obras no CT, localizado no antigo Espaço Lonier, em Vargem Grande, estão estagnadas. Há pouco avanço, e a expectativa de que base e profissional passem a treinar no local a partir do início de 2020 é mínima.


De acordo com o diretor de futebol da base, Manoel Renha, a falta de recursos é um entrave ao desenvolvimento da obra. Vale lembrar que os irmãos Moreira Salles emprestaram R$ 25 milhões - serão ressarcidos em 360 parcelas corrigidas pelo IPC - para a compra do CT, R$ 20,3 milhões foram usados para a compra do terreno e outros R$ 4,7 milhões destinados a melhorias do espaço.


Se em 2018 havia a estimativa de que o profissional e base estariam treinando no CT já na atual temporada, hoje, segundo Renha, não há previsão. O pessimismo, obviamente, tem a ver com o delicadíssimo momento financeiro do clube.



CT Botafogo — Foto: Divulgação / Botafogo


- Diria que hoje a chance é zero de levar toda a base e o profissional para o CT em janeiro 2020. Ainda não se tem os recursos financeiros para a conclusão de toda a obra. Não começou nem a parte de infraestrutura. Estão fazendo a terraplanagem na parte de cima, onde ficarão três campos. Mas essa área somente não suporta a base inteira - explicou.



O futebol do Botafogo está dividido fisicamente em Nilton Santos (profissional), General Severiano (sub-20) e Caio Martins (demais categorias). Tal separação, na visão de Renha, é ruim em diversos sentidos.


- Atrapalha você não ter CT. Dos grandes, só dois não têm CT para a base. O Botafogo é um deles. Alguns outros clubes de menor investimento também têm os seus CTs. Tendo um CT, você centraliza todo mundo e tem diversas vantagens, como logística, integração, desenvolvimento e financeiras.


- Há a troca de experiências e maior sinergia entre as comissões técnicas, que podem observar tudo de perto. A comissão técnica do profissional tem mais facilidade de interagir e observar os atletas da base, principalmente do sub-20.



Fonte: GE/Por Fred Gomes — Rio de Janeiro

Da infância à maturidade: Andrew cresce no Botafogo e chega à Seleção


Goleiro chegou ao Alvinegro com oito anos e já foi relacionado pelo profissional; jogador foi convocado para a seleção sub-18 e fala ao L! sobre a emoção de vestir a amarelinha



Criado desde muito novo em General Severiano, Andrew é uma esperança alvinegra (Arte: Marina Cardoso/Lance!)



Andrew está no Botafogo desde que deu seus primeiros passos no futebol. O Alvinegro é o único clube que o goleiro defendeu, contando as categorias mais inferiores da base, como o sub-8, em toda a carreira. O atleta de 18 anos, atualmente, é titular da equipe sub-20 e, em exclusividade ao LANCE!, falou da sua relação com o Glorioso.


- Sempre falo que o Botafogo é como se fosse uma segunda casa, ou até mesmo, a primeira, já que vivi grande parte da minha vida aqui dentro. Cheguei aqui como uma criança que sonhava só em jogar bola, o Botafogo me acolheu, me formou como homem e me deu tudo o que precisei. Então, tenho uma gratidão enorme pelo clube e por todos aqui dentro. Vou continuar trabalhando muito para um dia poder retribuir tudo isso - afirmou.


Mesmo com a pouca idade, Andrew já é titular de uma categoria acima e já participou de treinos com a equipe principal inclusive tendo sido relacionado para uma partida com o elenco profissional. O goleiro pula degraus de forma rápida, mas ressalta a importância de manter os pés no chão.


- Sou muito tranquilo. Procuro não empolgar demais, sempre deixo os meus pés nos chão e mantenho a cabeça boa para dar o meu melhor a cada dia nos treinos, nos jogos e na vida. Assim eu sei que vou poder aprender, crescer e, naturalmente, as coisas vão acontecendo. Graças a Deus, elas estão acontecendo de uma maneira legal, vivo uma fase muito boa e espero que ela continue por muito tempo - analisou.



Andrew com a Seleção Brasileira (Foto: Divulgação)

Chegar à seleção nacional é, provavelmente, o objetivo de qualquer jogador. Com Andrew não é diferente. O goleiro foi titular de um jogo-treino no último período de testes da equipe sub-18 do Brasil e comentou sobre a experiência, comentando sobre o que veio à sua cabeça no momento em que entrou no gramado com a camisa da Canarinho.


- É um sonho realizado. Ser lembrado pelo professor Jardine e estar entre os melhores do país na minha geração é motivo de muita felicidade. Tive a oportunidade de atuar durante um tempo de um amistoso e foi uma sensação única. Sabia que estava lá representando o meu país e o meu clube, então passa sim um filme na cabeça de tudo o que vivi para conseguir chegar lá - confessou.


O Botafogo, nos últimos meses, vem colocando jogadores nas seleções de base. Além de Andrew, Matheus Nascimento, Kauê, Jhonatha e Marquinhos acumularam convocações em 2019, o que prova o momento positivo vivido pelo Alvinegro no trabalho com os jovens jogadores.


- Acho que todas essas convocações comprovam que o trabalho que é feito aqui com a gente na base é muito bom. Recebemos muita atenção e carinho por parte dos profissionais, são todos bem cuidadosos e nos ajudam muito. Acredito que isso também faz a diferença e coloca a base do Botafogo ainda mais em evidência - finalizou.



Fonte: Lance/Sergio Santana/Rio de Janeiro (RJ)

Convênio entre Botafogo e China voltado para a base pode render dinheiro ao Alvinegro


Clube conversa com chineses para desenvolver projeto em que receberá jovens do país oriental para treinar na base; na próxima sexta, Glorioso viajará à China com equipe sub-12


O Botafogo está prestes a firmar um convênio com o governo chinês, o qual trará bom retorno financeiro para o clube. O projeto, que tem como foco receber jogadores do país oriental para treinar na base do Glorioso, deve começar a ser desenvolvido ainda em 2019.


O pontapé foi dado: na próxima sexta, o Alvinegro enviará um time sub-12 para disputar o Torneio Internacional da Juventude, organizado pela iniciativa "Belt and Road". A competição acontecerá de 19 a 23 de agosto na cidade de Meizhou, uma das bases de futebol mais fortes da China.


Na tarde desta terça-feira, representantes chineses acompanharam o treino da equipe sub-11 do Glorioso em General Severiano. Após a atividade, dirigentes alvinegros se reuniram com os estrangeiros para definirem detalhes do acordo.


Após o torneio, o Botafogo cumprirá as últimas etapas para firmar um convênio de intercâmbio com a China, em que receberá estudantes com idade entre 13 e 17 anos para treinarem na base do clube.


- A iniciativa faz parte de projeto do governo chinês para desenvolver o futebol no país, investindo em escolas e oferecendo prática de futebol para estudantes chineses com idade entre 12 e 17 anos. Receberemos estudantes chineses no Brasil e faremos também Junior Camps na China, nos moldes do que fazem os clubes europeus - esclarece o Diretor de Marketing do Botafogo, João Vieira.


Retorno financeiro

Além de promover a troca cultural entre os garotos e levar a marca Botafogo para o outro lado do mundo, o Alvinegro também pretende lucrar com o negócio. Isso porque o clube receberá um determinado valor por cada estudante chinês que virá ao Brasil.



Jovens chineses acompanharam a vitória do Botafogo sobre o Athletico-PR no último domingo — Foto: Fred Gomes/GloboEsporte.com


O Botafogo ainda enviará à China treinadores da base para oferecer Junior Camps (programas de treinamentos intensivos) de um mês em escolas durante o verão, e alguns técnicos permanecerão por até seis meses no país com ensino/prática do futebol incluídos no currículo escolar. Assim, o clube também receberá pelas aulas desses treinadores.


Jogador em comum

Um jogador facilitou o contato inicial de representantes do governo chinês com o Botafogo: Elkeson. O atacante defendeu o Alvinegro em 2011 e 2012, e as boas atuações e gols o fizeram ser alvo de interesse de clubes brasileiros e estrangeiros. Em novembro de 2012, ele foi negociado com o Guangzhou Evergrande, da China, onde ainda atua depois de passagem pelo também chinês Shanghai SIPG.



Elkeson defendeu o Botafogo em 2011 e 2012 — Foto: Wagner Meier / AGIF)



O sucesso na China foi tanto que Elkeson se naturalizou chinês para defender a seleção do país. Nos últimos anos, o governo tem feito esforços no sentido de melhorar o nível do futebol no país oriental, e convênios como esse com o Botafogo estão nas metas para a popularização e fortalecimento do esporte.


Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro