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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Análise: expulsões ditam derrota do Botafogo para o Vasco, mas disposição é ponto alto



Cartões vermelhos de Adryelson e Rafael, ainda no primeiro tempo do clássico contra o Vasco, expõem o time à primeira derrota no ano sob o comando de Luís Castro



O Botafogo perdeu para o Vasco por 2 a 0, gols de Alex Teixeira e Pedro Raul, no Maracanã na noite desta quinta-feira e qualquer análise sobre o desempenho do time fica comprometida pelas duas expulsões no primeiro tempo. Um dos poucos pontos positivos em campo fica pelo compromisso tático e atuação defensiva apesar do resultado.






Vasco 2 x 0 Botafogo - Melhores Momentos - 3ª rodada - Cariocão 2023


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Primeiro, Adryelson, aos 11 minutos, quando já tinha cartão amarelo, puxou Alex Teixeira que sairia cara a cara com Lucas Perri e levou vermelho direto por evitar chance clara de gol. Minutos antes do intervalo, Rafael empurrou Barros, do Vasco, e foi expulso após revisão do VAR.


Os poucos mais de dez minutos com as duas equipes completas em campo foram de equilíbrio, mas de um Vasco mais intenso tentando acelerar. Foi assim que Alex Teixeira recebeu lindo passe de Barros pela direita no lance da expulsão.


Mesmo com um a menos, o Botafogo manteve o equilíbrio defensivo. Marlon Freitas saiu de campo, dando lugar a Philipe Sampaio. Victor Sá e Piazon recuaram para compor uma linha de meio-campo ao lado de Tchê Tchê e Gabriel Pires, que se movimentavam muito pelo meio para marcar e ajudar nas transições.





Adryelson, do Botafogo, recebe cartão vermelho do árbitro durante partida contra o Vasco — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF


A saída de Philipe Sampaio, que passou mal e foi atendido pela ambulância em campo, não se mostrou tão impactante. Já a perda de Rafael, sim. Castro se viu forçado a mudar o time para tentar segurar o empate. Improvisou Danilo Barbosa na zaga para fazer uma linha de cinco e tentar evitar os cruzamentos na área, principal caminho criativo do Vasco, usando a referência de Pedro Raul, mas sem sucesso.


Foi na bola levantada que saíram os dois gols vascaínos, primeiro com Alex Teixeira atacando as costas de Danilo em um levantamento que desviou em Hugo, e depois com Pedro Raul em escanteio.


Taticamente, o Botafogo tentou compensar a inferioridade numérica com vontade e correria, mas dois jogadores a menos em campo é uma ladeira íngreme demais para quase qualquer time subir. Se pouco pode se aproveitar taticamente, o que fica é o espírito e a organização mantidos até o fim.



O Botafogo sai fortalecido dessa derrota, analisa Pedro Dep | A Voz da Torcida (https://ge.globo.com/futebol/voz-da-torcida/video/o-botafogo-sai-fortalecido-dessa-derrota-analisa-pedro-dep-a-voz-da-torcida-11376213.ghtml)



Organização defensiva

Mesmo com dois a menos, o Botafogo "vendeu caro" o revés para o rival. Uma derrota é derrota de qualquer jeito, claro, mas neste contexto negativo o compromisso tático executado pela equipe de Luís Castro precisa ser colocado em holofote.


A única chance que o Vasco criou com toques pelo chão foi desperdiçada de forma inacreditável por Pedro Raul, que chutou para fora praticamente embaixo da trave. De resto, o adversário ficou limitado a cruzamentos para área e chutes de longa distância. Lucas Perri, claro, teve muito trabalho - como já seria esperado -, mas o time fez o rival rachar a cuca para balançar as redes.


Com Danilo Barbosa entre os zagueiros, Luís Castro adiantou Gabriel Pires para atuar ao lado de Victor Sá no momento ofensivo. Nas raras oportunidades de ataque, a bola era quebrada no camisa 14, que teve bom aproveitamento nas disputas no alto. A inferioridade numérica, no fim, falou mais alto e a estratégia não deu certo.


- Na segunda etapa, sabíamos que o Vasco estava com a vantagem e o Barbieri ia colocar mais jogadores na nossa linha defensiva. Sabíamos que iam procurar ir para cima. Tínhamos que defender o centro de campo, entrar com mais um zagueiro, com Danilo, Carli e Cuesta. Resolvi esse problema. Tínhamos que resolver outro problema: sabíamos que o centro estava controlado e colocaríamos uma linha de três a frente da de cinco. Colocamos o Victor Sá, Tchê Tchê e Gabriel. A lateral estava controlada - explicou Luís Castro sobre a parte defensiva.



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Fonte: GE/Por Giba Perez e Sergio Santana — Rio de Janeiro

Luís Castro destaca luta do Botafogo e explica discussão com Barbieri



Treinador aponta as duas expulsões no primeiro tempo como razão principal para a derrota por 2 a 0 para o rival




O treinador do Botafogo, Luís Castro, analisou a derrota do clube por 2 a 0 para o Vasco em jogo válido pela terceira rodada do Campeonato Carioca, no Maracanã, com gols de Alex Teixeira e Pedro Raul. Segundo Castro, as expulsões de Adryelson e Rafael, ainda no primeiro tempo, condicionaram o resto da partida.






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- Começar por dizer que acabamos com nove após duas expulsões. Uma aos 11 e a outra os 52. Condicionou de muita maneira o jogo. Num primeiro momento, ficamos com duas linhas de 4 e o Tiquinho na frente. No segundo momento, no intervalo, ajustamos porque precisávamos ajustar a largura que o Vasco ia explorar.



O português ressaltou que, apesar de jogar mais de 45 minutos com dois jogadores a menos, o Alvinegro em nenhum momento deixou de procurar oportunidades de gol. A preocupação maior era impedir que o Vasco explorasse as laterais, o que acabou sendo o caminho do primeiro gol.


Após confusão em pênalti assinalado, VAR anula marcação e árbitro expulsa Rafael (https://ge.globo.com/video/apos-confusao-em-penalti-assinalado-var-anula-marcacao-e-arbitro-expulsa-rafael-11376123.ghtml)


- Isso nunca faria com que deixássemos de procurar o gol do Vasco. Sabíamos que íamos ter dificuldades, porque é atípico jogar com 10 e um tempo inteiro com nove. A gente sabia tanto que eles iam explorar a largura que os dois gols saíram dessa forma. Deixamos os três pontos, mas é a única coisa que deixamos aqui.


O clima quente no clássico não se limitou ao que aconteceu em campo. Na beira do gramado, Luís Castro teve discussão com o treinador do Vasco, Maurício Barbieri, durante um contra-ataque puxado pelo Vasco.





Luis Castro em Vasco x Botafogo — Foto: André Durão


- Só disse que, na situação que eu estava com dois jogadores a menos, não ia fazer minha equipe andar mais rápido. Estávamos em clara desvantagem. Depois, entendi que o Vasco estava ganhando por 2 a 0, com o Botafogo com menos jogadores e não havia necessidade do Vasco avançar enquanto o Danilo estava caído. Foi só isso que passou. Seguimos em frente, com muito respeito a todos.


Com o resultado, o Botafogo continua na vice-liderança do campeonato, somando 16 pontos. Em primeiro está o Flamengo, com 17 e um jogo a menos. A vitória favorece o Vasco, que entra no G-4 com 14 pontos.



Luis Castro durante Vasco x Botafogo — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF 



Confira outras respostas de Luís Castro


SENTIMENTO DEPOIS DA PARTIDA E PHILIPE SAMPAIO

- As emoções geram sentimentos, por isso o futebol é tão apaixonante. Nós manifestamos eles ou não. Agora é um sentimento de desilusão por não atingir nosso objetivo principal: ganhar. Estou desiludido também com uma situação que aconteceu no jogo. Momentos ruins onde as duas equipes estavam presentes. O Sampaio, segundo eu sei, teve uma perda momentânea de memória. Está hospitalizado e normal neste momento, mas não posso desenvolver muito para não passar informações erradas. Ele vai ficar em observação pelas próximas 24 horas.


A EQUIPE SENTIU O QUE ACONTECEU COM SAMPAIO?

- As equipes estão prontas para seguir em frente em campos de batalha. Fomos para dentro, a equipe mostrou um caráter de querer atingir o objetivo que nos trouxe aqui. Mesmo com dez, nove, apesar de termos abdicado de alguns jogadores para nos protegermos e atacar da melhor forma possível. Nossa estratégia ficou clara. Sempre íamos pelas laterais. Ficou bem evidente. Apesar de tentarmos chegar na área do Vasco, queríamos proteger a nossa. Não conseguimos atingir o objetivo.


AVALIAÇÃO DO SISTEMA DEFENSIVO

- Vocês sabem que foi evidente nos primeiros minutos de jogo que nós queríamos ter uma pressão mais à frente, mas a partir do momento que ficamos com menos dois, fica impossível. Nossa zona de pressão teve que mudar. Abdicamos da pressão sobre a primeira linha de construção deles, e passamos a atuar em cima da segunda e da terceira, que joga mais perto da nossa defesa. Tínhamos que controlar muito a largura, porque sabíamos que era dali que saía o alimento para o Vasco finalizar.


- Dizer que gostei da nossa equipe defensivamente depois de perder de 2 a 0, não consigo dizer. Teria gostado se não tivéssemos tomado gol. Mas podemos dizer que futebol com dois a menos fica muito difícil. Se procurar no mundo, poucas vezes um time teve sucesso com dois a menos. Vamos continuar com nosso objetivo no estadual que é chegar à final e ganhar a final. Vamos seguir trabalhando, colocando muito empenho. Fomos uma equipe intensa, mas não basta. Como já disse, temos muito caminho para andar e vamos continuar a ter.



Luis Castro durante Vasco x Botafogo pelo Carioca — Foto: André Durão


INSTRUÇÕES NO SEGUNDO TEMPO E ESTRATÉGIA AO TIRAR O TIQUINHO

- Já falei sobre isso. Na segunda etapa, sabíamos que o Vasco estava com a vantagem e o Barbieri ia colocar mais jogadores na nossa linha defensiva. Sabíamos que íamos procurar ir para cima. Tínhamos que defender o centro de campo, entrar com mais um central, com Danilo, Carli e Cuesta. Resolvi esse problema. Tínhamos que resolver outro problema: sabíamos que o centro estava controlado e colocaríamos uma linha de três a frente da de cinco. Colocamos o Victor Sá, Tchê Tchê e Gabriel. A lateral estava controlada.


- Tínhamos que chegar a frente, mas tínhamos que defender. Sabíamos que ia ser difícil a cada jogada ofensiva do Vasco. Só podíamos pelo centro e não dava. Deixaria o Tiquinho e fazia a cobertura com dois médios? É impossível. Podia puxar ele para uma linha de três, mas ele não estaria em sua posição. Só poderíamos ir pelas laterais para o ataque. Foi assim que fizemos e chegamos algumas vezes. Não deu e não estamos satisfeitos. Talvez fosse possível fazer um pouco mais, mas isso é o mundo do talvez, fizemos o que pudemos. O futebol é isso. Tivemos que decidir no intervalo o que fazer. Não é fácil.


JOEL CARLI

- Falar no jogo de hoje e destacar alguém é uma injustiça da minha parte. Eles se entregaram tanto ao jogo, que dizer o que quer que seja aqui de forma particular não será honesto com o grupo. Carli faz parte do grupo, se entregou completamente como todos os colegas. Fez o que podia fazer, lutar com todas as energias. Infelizmente não saímos todos ao final dos 90 minutos, só saíram nove. Ele fez parte desse grupo que travou uma batalha digna e honesta até o último segundo do jogo.


SOBRE AS DISCUSSÕES COM O BARBIERI

- Ao longo do jogo, com muito respeito, podemos ter discussões. Uma discussão não é sinal de desrespeito. Só não estamos de acordo com alguma coisa. Discuti até com os auxiliares, e confirmei: não houve falta nenhuma. Não foi por isso que o Botafogo perdeu. O Vasco teve o domínio de jogo por várias circunstâncias, que não interessa falar aqui. Discuti com ele porque marcou uma falta que o árbitro não viu porque não existiu, a do Victor Sá. No final, também tive uma. Gosto de falar olhando nos olhos e não olharam no meu, achei uma falta de respeito.


- Com o Barbieri, só disse que, na situação que eu estava com jogadores a menos, não ia fazer minha equipe andar mais rápido. Estávamos em clara desvantagem. Depois, entendi que o Vasco estava ganhando por 2 a 0, com o Botafogo com menos jogadores e não havia necessidade do Vasco avançar enquanto o Danilo estava caído. Foi só isso que passou. Seguimos em frente, com muito respeito a todos.


Agenda do Botafogo

Pela nona rodada do Campeonato Carioca, o Botafogo volta a campo contra o Flamengo no sábado (25), às 18h. A partida será no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.


Em seguida, no dia 2 de março (quinta-feira), o Alvinegro encara o Sergipe pela Copa do Brasil. O jogo será no Estádio Batistão, em Aracaju, às 20h.


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Fonte: GE/Por Sérgio Santana — Rio de Janeiro