Páginas

terça-feira, 17 de março de 2015

Jobson pede mais do dobro do teto salarial e emperra renovação com Botafogo



Vitor Silva / SSPress

Jobson já foi considerado carta fora do baralho em algumas oportunidades. O atacante, por outro lado, teve também algumas 'últimas chances' pelo Botafogo. Tudo porque tinha um contrato longo e poucos interessados na contratação. O atacante voltou a apresentar futebol empolgante a poucos meses do fim do vínculo com o Alvinegro, que termina em maio.

Botafogo e Jobson falam abertamente que querem a renovação. Mas há um problema. O jogador pediu um aumento considerável dentro da realidade do clube, que representa mais que o dobro do teto estabelecido pela diretoria, de R$ 50 mil. O Alvinegro até aceita pagar o desejado, mas desde que seja em um contrato de produtividade, com bonificações. Atualmente Jobson ganha R$ 80 mil e pede R$ 120 para ficar.

Desde que os valores foram apresentados, as negociações emperraram. O Botafogo tenta reduzir o valor ou fazer com que Jobson aceite o contrato por produtividade, que teria uma espécie de aumento a partir do meio do ano. As conversas estão em andamento e a diretoria está otimista para um desfecho positivo.

E o Botafogo conta com um fator importante para chegar ao acordo. O clube foi o único que abriu as portas em diversas oportunidades para o atacante, que inclusive escutou esse argumento dos dirigentes. Ele sabe que o Alvinegro apostou nele em momentos delicados, mas tenta um aumento mesmo assim.

"Eles apresentaram um valor e estamos avaliando. O departamento de futebol está focado nesse assunto. Acreditamos que vamos conseguir chegar a um meio termo, pois o Botafogo foi o clube que sempre apoiou o jogador, que reconhece isso. É hora dele mostrar que quer ficar para nos ajudar agora", disse o presidente Carlos Eduardo Pereira ao UOL Esporte.

Dentro de campo, Jobson tem vivido um dos melhores momentos da carreira. Ele virou titular após a lesão de Rodrigo Pimpão e marcou seis gols em sete jogos, tornando-se o artilheiro do Botafogo na temporada. O técnico René Simões ainda não confirmou se o jogador será mantido no time com todos os jogadores à disposição, mas dificilmente barrará o atleta, em lua de mel com a torcida.

Bernardo Gentile
Do UOL, no Rio de Janeiro

Após 2014 sombrio, Renan adia plano de sair: "Abracei a ideia do Botafogo"


Perto de substituir Jefferson por três partidas, jogador que é o mais antigo do elenco garante ter respeitado opção de Mancini e admite ter visto "coisas erradas" em 2014




Titular nos próximos três jogos, Renan voltará a atuar
depois de nove meses (Foto: Vitor Silva / SSPress)
O jogo contra a Cabofriense, neste domingo, será mais um desafio do Botafogo no Campeonato Carioca. Mas para Renan, terá um sabor diferente. Afinal, será a primeira vez em pouco mais de nove meses que o goleiro vai disputar uma partida oficial. Ele foi o escolhido por René Simões para substituir Jefferson, que vai se juntar à seleção brasileira. O jogo no Moacyrzão – o primeiro de três – será, portanto, um recomeço para alguém que desde junho até dezembro de 2014 sequer ficou no banco de reservas por opção do ex-treinador alvinegro Vagner Mancini.

Pouco depois de defender o Botafogo no empate por 1 a 1 com o Corinthians, em 1º de junho do ano passado (assista ao vídeo abaixo), Renan comunicou à comissão técnica que não gostaria mais de atuar pelo Botafogo, já que sua intenção era buscar um clube no qual pudesse jogar com regularidade. As propostas não se concretizaram, e ele acabou permanecendo no Alvinegro, mas não foi mais utilizado pelo então treinador. O goleiro garante que jamais entrou em conflito com Mancini, mas admite que viveu um período difícil.

- Acho que para qualquer jogador é uma situação delicada. Naquele momento eu estava vendo coisas erradas acontecendo no clube, de maneira geral. Coisas que depois muita gente ficou sabendo. Isso foi me incomodando. Estava estudando as propostas e conversando com a diretoria. Falei com o Mancini que gostaria de resolver minha vida e não atrapalhar o trabalho dele. Não aconteceu de eu sair, então continuei no clube como opção para o treinador. Ele nunca mais falou comigo sobre a situação, mas respeitei a decisão e fiquei na minha - explicou.





A chegada de 2015 representou mudanças para o Botafogo e para Renan. Além da nova diretoria, que decidiu mantê-lo no elenco, o goleiro teve na chegada do técnico René Simões e do preparador físico Paulo Ruy – com quem trabalhou desde as categorias de base – as sustentações necessárias para rever seus planos e apostar num novo começo em sua trajetória no clube que o revelou.

- Eu tinha algumas opções de clubes, mas precisava conversar com a diretoria, que optou por não me liberar. Disseram que contavam comigo, e eu concordei. Abracei a ideia do Botafogo e acredito em tudo o que o clube vem fazendo. Acredito na diretoria, na comissão técnica e no grupo de jogadores. Então estou junto para ajudar. Se tiver que acontecer de sair, deixo mais para a frente. Tenho contrato até dezembro, então até lá isso pode ser visto. Mas neste momento eu quero estar aqui para ajudar - destacou.

Goleiro define 2014: "Difícil, mas de aprendizado"

Renan lembrou que uma conversa com René Simões foi importante para ganhar confiança e voltar novamente ao posto de substituto imediato de Jefferson. Ao treinador, o goleiro explicou o que viveu em 2014 e ouviu que teria a ajuda necessária para se recuperar. Segundo ele, o bom ambiente na nova temporada será importante na semana que começa. A semana de sua preparação para substituir Jefferson nas partidas contra Cabofriense, Barra Mansa e Vasco, todas pelo Campeonato Carioca.

- É uma semana importante para mim, mas vou procurar manter o que venho fazendo. Vou seguir treinando muito e esperando chegar o dia do jogo. Quero logo entrar em campo e fazer o que mais gosto. Vejo como um recomeço, depois de um 2014 difícil, mas de muito aprendizado. Para mim é passado. Hoje me encontro motivado para ajudar o Botafogo até o fim da temporada.

Desde 2008 no Botafogo, Renan é mais antigo do elenco até que Jefferson, que voltou em 2009 (Foto: Thales Soares)

Aos 25 anos, Renan se vê num grupo que conta com jogadores mais experientes, mas hoje o goleiro pode dizer que é quem mais conhece o Botafogo. Promovido aos profissionais em 2008, ele é o jogador do elenco que está há mais tempo no clube. Mais até do que o titular Jefferson, que retornou em 2009. Renan admite se ver numa situação inusitada por conta desse fator.

- Isso é muito legal. Vejo que tenho o carinho de todos do clube e da torcida também, por esse tempo que estou aqui e por ter vindo da base, o que cria uma identificação. Por já conhecer bem o Botafogo, ajudo aqueles que chegaram para que se adaptem rapidamente. Sei do momento que o clube passa, se reestruturando, e quero realmente ajudar. Com esse tempo de casa, posso ajudar de muitas formas.

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro/GE