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quinta-feira, 7 de junho de 2018

Médico explica situação de Yago e diz que Marcos Vinícius só volta após a Copa


Mesmo sem problema nos exames, Dr. Salvio Magalhães veta zagueiro dos treinos até sábado e deixa decisão de jogar domingo nas mãos de Valentim. Meia está com lesão no ligamento do joelho direito







Após muita apreensão por parte da torcida, do Botafogo e da família de Yago, a quinta-feira foi de boas notícias. Os exames feitos pelo zagueiro no Hospital Pasteur não acusaram nada de errado após o choque duplo de cabeça no jogo contra o Ceará, e o jogador, que foi liberado do treino, está apenas em observação. Mas provavelmente ele não vai enfrentar o Bahia no domingo.


Na reapresentação do elenco na tarde desta quinta, o médico alvinegro Salvio Magalhães deu entrevista coletiva para explicar todo o procedimento adotado com Yago. E tratou com cautela o seu retorno, vetando-o inclusive dos treinos com bola até sábado. Não está impedido, porém, de viajar. E a decisão de jogar ou não domingo vai depender de Alberto Valentim:


- O problema maior da concussão é a possibilidade de um segundo trauma, por isso era obrigatório tirá-lo de campo. Hoje demos descanso. Amanhã ele se reapresenta, faz tratamento físico, pode fazer a parte aeróbica, mas está proibido de treino com bola pela possibilidade de impactos. Ele estaria liberado para voltar a treinar no domingo teoricamente. Mas é uma decisão técnica, já que não vai treinar nem sexta nem sábado. Não há restrição para viajar.



Yago foi retirado de campo pelo médico Salvio Magalhães (Foto: Fred Gomes)


O titular Carli também foi examinado após pancada na costela. O argentino ainda sente dores e, caso seja vetado, Yago seria o plano A para formar a dupla de zaga com Rabello.


Mas a principal novidade ficou por conta de outro jogador: Marcos Vinícius. O meia, que surpreendeu ficando fora até do banco de reservas contra o Ceará, está com uma lesão no ligamento do joelho direito. Não é ruptura, que precisa de cirurgia e pelo menos seis meses de recuperação, mas o médico previu seu retorno aos jogos só após a Copa do Mundo.


- Fez uma lesão do ligamento medial colateral do joelho direito. Parece um período longo, mas ele só teria 10 dias (para se recuperar) até o último jogo antes da parada. A gente tem uma expectativa de duas a três semanas (de retorno), então o mais provável é que volte na intertemporada.



Marcos Vinícius tem lesão no joelho e para por três semanas (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


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ATENDIMENTO A YAGO
Recuperando as imagens, a gente observa que Yago teve um trauma duplo. Bate cabeça contra o ombro do goleiro adversário. A primeira impressão que tivemos é de que ele já havia apagado ali. Quando a gente chega para o atendimento, ele está fora do estado de consciência, com a fala arrastada e desorientado a respeito de perguntas básicas, sobre onde estava por exemplo. Estava agressivo. Todas essas alterações configuram mudança neurológica.


POR QUE NÃO FOI IMOBILIZADO?

Pela força física e outras questões envolvidas, eu não tinha como fazer o protocolo padrão de imobilização. A não ser que eu fosse para o embate com o atleta. Quando a gente vê que não há nenhuma lesão mais grave, nada que configure uma complexidade maior, isso permite que a gente conduza o Yago para a ambulância.


Na saída do campo, ele começa a recuperar seus sentidos e quer voltar porque se sente bem. Após a alteração, ele se sente normal e acha um absurdo tirá-lo do campo. Ali foi o embate mais difícil, mas conseguimos convencê-lo. Ali na ambulância, foram feitos exames para descartar se havia algo de mais grave.


Feito isso, ele foi para o hospital, passou por ressonância e tomografia. A partir daí descartou-se toda e qualquer repercussão mais grave daquele trauma. Ficou em observação por quatro, passando as duas horas mais críticas subsequentes ao trauma, e aí o liberamos. Deixamos a esposa avisada para que nos ligasse caso acontecesse algo.


CARLI
O Carli teve uma contusão no lado esquerdo da parte posterior abdominal. Foi avaliado e não se detectou nenhuma lesão mais grave, foi apenas uma contusão. Hoje está melhor, ainda está bastante dolorido, mas só poderemos ter uma posição mais precisa nas próximas 24 horas ou até em 48 horas a depender do controle da dor dele.


Está sendo medicado e acompanhado, mas a gente precisa da resposta dele. A questão dele é mais o controle da dor dele. Não houve nenhuma repercussão em órgãos internos ou fraturas.


GATITO
Gatito teve uma fratura na ulna, o tratamento tem sido conversador, ele teve uma evolução boa no início. Da terceira para a quarta semana involuiu um pouquinho, e isso gerou apreensão. Mas nos exames subsequentes ele voltou a evoluir no ponto de vista da consolidação. Hoje está com seis semanas, está evoluindo bem.


A nossa programação para ele é manter a imobilização por mais duas semanas. Isso vai acabar no meio da intertemporada. Ele vai fazer novos exames de imagens quando voltar ao Rio (após a folga que o grupo ganhará de 10 dias), vai ser reintegrado na intertemporada, e a gente acredita que esteja apto na volta da Copa.


Fonte: GE/Por Fred Gomes, do Rio de Janeiro

Mal pelos lados, time é presa fácil para retranca rival: por que o Bota não venceu


Marcinho e Moisés ficam devendo no apoio, e investidas de Valencia e Aguirre são as mais interessantes em noite de muito pouco futebol





Melhores momentos de Botafogo 0 x 0 Ceará pela 10ª rodada do Brasileirão 2018


Depois de enfrentar o São Paulo de igual para igual no Morumbi - derrota por 3 a 2 - e bater o Vasco em São Januário com autoridade (2 a 1), o Botafogo encheu de expectativa seu torcedor. Mas decepcionou. Diante do lanterna, parou na retranca do Ceará, jogou muito mal e ficou no 0 a 0 na noite de quarta-feira no Nilton Santos.


CHUTES DE FORA DA ÁREA E LATERAIS EM BAIXA
Com três zagueiros, o Ceará se trancou no campo de defesa, e o Botafogo não conseguia penetrar. Com bons finalizadores flutuando frente à área rival, as melhores opções foram chutes de fora da área com Aguirre (duas vezes), Valencia e Lindoso. Mas apenas um destes, disparado pelo uruguaio, foi capaz de tirar o "uh" da torcida. Everson espalmou bem.



Rodrigo Aguirre teve atuação interessante, e a torcida vaiou Alberto Valentim no momento em que o técnico sacou o uruguaio (Foto: Rafael Ribeiro/Agência Estado)


Com a flagrante dificuldade de entrar tabelando na área adversária, o Botafogo apostava no jogo pelas beiradas, mas esbarrou em atuações ruins de Moisés e Marcinho. O lateral-esquerdo esteve muito mal no apoio, enquanto o outro, por erros bobos e decisões equivocadas, passou a ser vaiado no fim.


Os problemas apresentados e a insistência em finalizações de fora da área isolaram Kieza no centro de ataque. Ele tentou, voltou para lutar pela bola e subiu para o cabeceio. Mas esteve sozinho na maior parte do duelo.


Na etapa final, com o time extremamente desgastado - e Valentim fez a mea-culpa afirmando que poderia poupar jogadores -, o Botafogo recorreu ao chuveirinho. Com os laterais em baixa, e Valencia com o pé descalibrado nas bolas paradas, o gol não saiu.


RENATINHO SOBE DE PRODUÇÃO
Criticado por suas últimas atuações, Renatinho substituiu o apagado João Pedro e deu uma luz ao Alvinegro. Esticou duas bolas para Moisés que quase acabaram em gol e foi o dono da finalização mais perigosa do Botafogo na partida, aos 54 minutos.


De bom passe e especialista em chutes de longa distância, Renatinho reconquista pontos com Valentim e a torcida.



Marcinho foi vaiado no segundo tempo da partida (Foto: Marcelo de Jesus/Agência O Globo)


NOME DA NOITE POUCO EXIGIDO

Festejado pelos 454 jogos completos que o isolaram como terceiro atleta com mais partidas pelo Botafogo, Jefferson teve pouco trabalho. Seu time finalizou quase o dobro de vezes do Ceará (15 a 8). Quem o exigiu mais foi Pio, principal finalizador do Vovô. O camisa 1 saiu-se bem e só não pôde fazer nada em chute que raspou sua trave esquerda, na etapa final.


Números do jogo:

Botafogo x Ceará
Finalizações: 15x8
Chances reais de gol: 8x4
Cabeçadas: 3x2
Bolas levantadas: 23x9
Escanteios: 4x4
Faltas: 17x18
Passes errados: 32x26
Passes certos: 335x259
Desarmes: 19x10
Roubadas de bola: 22x8
Impedimentos: 2x2
Linha de fundo: 9x1
Contra-ataque: 3x2


Fonte: GE/Por Felippe Costa e Fred Gomes, Rio de Janeiro