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domingo, 26 de maio de 2013

Contra o Santos, quarta-feira, Bota vai repetir viagem em dia de jogo


Ainda com salários atrasados, jogadores vão manter o procedimento realizado no empate em 1 a 1 com o Corinthians, sábado, no Pacaembu



O documento feito pelos jogadores do
 Botafogo 
(Foto: Fred Huber)
O Botafogo se reapresenta nesta segunda-feira depois do empate em 1 a 1 com o Corinthians na estreia do time no Campeonato Brasileiro, sábado, no Pacaembu, já com uma decisão tomada para a sequência da competição. Quarta-feira, contra o Santos, em Volta Redonda, o time só vai viajar no dia do jogo ainda por causa da questão do atraso salarial.

A diretoria prometeu quitar pelo menos parte dos dois meses de direito de imagem e um de CLT até quarta-feira. Caso consiga, ela pode mudar a programação dos jogadores para o jogo de sábado, contra o Cruzeiro, também em Volta Redonda.

Na quinta-feira, o GLOBOESPORTE.COM publicou um documento no qual os jogadores explicavam as razões para não aceitarem o período de concentração antes do jogo com o Corinthians. A viagem aconteceu apenas na manhã de sábado, dia do jogo, que foi realizado às 21h (de Brasília).

Contra o Santos, o jogo será realizado às 19h30 (de Brasília) e contra o Cruzeiro, às 16h20 (de Brasília). Nos dois casos, a viagem será feita de ônibus. A duração é de cerca de duas horas.

Por Fred Huber e Thales SoaresRio de Janeiro

Dória de saída: Bota se reúne nesta segunda para negociar o jogador


Grupo DIS levanta oito milhões de euros para comprar 100% dos direitos sobre o zagueiro, de apenas 18 anos, e Cruzeiro é o destino provável




Dória é capitão da seleção brasileira sub-20
(Foto: Thales Soares)
O Botafogo caminha para vender o zagueiro Dória, de 18 anos. Nesta segunda-feira, o clube receberá o Grupo DIS para uma reunião que contará também com a presença dos representantes do jogador e pode selar a sua saída. O destino mais provável é o Cruzeiro.

Com 40% dos direitos econômicos do jogador, o Botafogo só aceita liberá-lo por oito milhões de euros (R$ 21 milhões). Os representantes de Dória são donos de outros 40% e o restante pertence ao BMG. O DIS conseguiu o valor para comprar 100%.

Dória está com a seleção brasileira sub-20 em Toulon, onde participará de um torneio. O jogador, que vem sendo capitão da equipe nos amistosos, não tem conhecimento da negociação. Ele já havia recebido propostas de Juventus-ITA e Udinese-ITA.

O Cruzeiro não confirma a negociação. Os dirigentes do Botafogo não foram encontrados para falar sobre o assunto.

- A única negociação do Cruzeiro no momento é o Souza (meia do Palmeiras). Falaram em Dória. Da mesma maneira que falaram do Dória, falaram do Henrique e do Arouca. O Dória é um bom jogador. O Cruzeiro está no caminho certo. É vitrine - disse Alexandre Mattos, diretor de futebol do Cruzeiro.

Por Marco Antônio Astoni e Thales Soares Belo Horizonte e Rio de Janeiro

Atuações: Seedorf dita o ritmo, e Paulinho arma e desarma


Empate por 1 a 1 tem também boas atuações de Bolívar e Rafael Marques




JEFFERSON - GOLEIRO
Seguro o tempo todo, fez uma bela defesa no primeiro tempo.
Nota: 6,5

LUCAS - LATERAL DIREITO
Apareceu bem na frente, finalizou mal.
Nota: 5,5

ANTÔNIO CARLOS - ZAGUEIRO
Não teve problemas na marcação. Só errou uns passes bobos.
Nota: 6,0

BOLÍVAR - ZAGUEIRO
Muito seguro e com boa saída de jogo.
Nota: 7,0

JÚLIO CÉSAR - LATERAL ESQUERDO
Praticamente não apoiou, e o Corinthians criou pouco pelo lado dele. Saiu aos 37 do segundo tempo.
Nota: 6,0

LIMA - VOLANTE
Jogou pouco tempo.
Sem nota

MARCELO MATTOS - VOLANTE
Vontade nota mil, a parte técnica (chutes, passes) não acompanhou.
Nota: 6,0

GABRIEL - MEIA
Outro volante que só marcou. Faltou um passe melhor.
Nota: 5,5

FELLYPE GABRIEL - MEIA
Foi importante em algumas saídas da bola para o ataque, mostrando lucidez.
Nota: 6,0

VITINHO - ATACANTE
Correu. E só.
Nota: 5,0

ANDREZINHO - ATACANTE
Apareceu bem no pouco tempo em campo.
Sem nota

SEEDORF - MEIA
Ditou o ritmo com muita categoria e passes de primeira. Foi o jogador “fora da curva” tecnicamente na partida.
Nota: 8,0

LODEIRO - MEIA
Jogou até 34 do segundo tempo. Ajudou a segurar a bola na frente, mas não conseguiu ser perigoso para o Corinthians.
Nota: 6,0

RAFAEL MARQUES - ATACANTE
Belo primeiro tempo. Não parou quieto no ataque e por isso apareceu para fazer 1 a 0. Caiu no segundo, embora tenha ajudado bem na marcação.
Nota: 7,0




PAULINHO - VOLANTE
O melhor do time. Desarmou e armou com a eficiência. De novo, fez o gol em bola aérea. Faltou companhia.
Nota: 7,5

Por André RizekSão Paulo

Bota e Timão empatam com aula de Seedorf e cabeça de Paulinho




Holandês abre repertório de passes geniais e dita ritmo do Botafogo, que cai no 2º tempo e permite empate do Corinthians. Outra vez, gol do volante



estatísticas

posse de bola
O Corinthians dominou as ações do jogo e ficou com a bola em 72% do tempo. Em finalizações, placar equilibrado: 12 a 10 para os donos da casa.


torcida

Paulinho
Os corintianos gritaram "Fica, Paulinho" no Pacaembu. Após a partida, ele negou que esteja de saída e disse que não fez sua despedida neste sábado.


na bola

Bolívar
Eleito o mais violento do Brasileiro pelos jogadores, Bolívar cometeu uma das 26 faltas do Botafogo. Paulinho foi o recordista do jogo, com sete.

O que São Paulo e Rio de Janeiro têm de melhor? O charme, a economia, as praias, os shoppings, a natureza, a arquitetura, as mulheres, o carnaval, o Corinthians e o Botafogo. Sim, o Timão é o melhor paulista. O Fogão é o melhor carioca. Ambos receberam as faixas de campeões estaduais antes de estrearem no Campeonato Brasileiro. Uma comemoração em data e hora perfeitas, sábado à noite, mas vestidos para trabalharem novamente no Pacaembu. E entre a malemolência carioca com tempero holandês, e a seriedade paulista, o empate de 1 a 1 foi justíssimo.

Clarence Seedorf, nascido no Suriname, naturalizado holandês, e já no coração de parte da Cidade Maravilhosa, foi fundamental. Não só pela assistência. Ele imprimiu seu ritmo ao jogo. Inteligente no posicionamento, nos passes, sábio ao escolher a hora de driblar, fez a equipe jogar. E ainda teve o valioso auxílio do artilheiro Rafael Marques, em outra grande atuação.

- No segundo tempo o Corinthians foi melhor, e no primeiro tempo fomos melhores. Podíamos ter feito mais um gol, mas o resultado no final foi justo. Claro, olhando o primeiro tempo, se tivéssemos chutado melhor certas oportunidades... Mas foi uma demonstração de um grupo que quer e que pode - afirmou Seedorf.

O holandês foi um penetra indesejado na festa de aniversário dos 52 anos de Tite, gaúcho que também já conquistou a terra da garoa, e que tem sempre em Paulinho o seu convidado de honra. De poucos sorrisos, mas invejável eficiência, o volante consegue achar os atalhos para chegar ao gol. Dessa vez foi de cabeça.

- Numa bola parada conseguimos empatar. É claro que o objetivo é conquistar os três pontos, principalmente em casa, mas erramos muito, em especial na primeira etapa, e depois precisamos correr atrás - afirmou Paulinho, que negou estar de saída. - Não, muito pelo contrário.

O público foi de 29.295 pagantes e a renda, de R$ 940.359,00. As duas equipes voltam a campo pelo Brasileirão na próxima quarta-feira, com mando invertido. O Botafogo vai receber o Santos em Volta Redonda, às 19h30m. Já o Timão terá de viajar para enfrentar o Goiás, às 22h, no Serra Dourada.

Rafael Marques comemora o gol do Botafogo contra o Corinthians (Foto: Mauro Horita / Ag. Estado)
Seedorf: um chute bizarro, um passe magistral

O frio muito mais habitual aos paulistas gelou o início de jogo. O Botafogo parecia no ritmo de Zeca Pagodinho, cadenciado, suave, enquanto o Corinthians, aos poucos, entrou num hip hop local: intenso, acuou o visitante em seu campo de defesa e trocou passes, algo que parecia impossível ao time comandado por Seedorf, em campo, e Oswaldo de Oliveira, do banco. O holandês, aliás, deu um chute bizarro, quase no Tobogã do Pacaembu. Uma malandragem tipicamente carioca de quem fez toda torcida imaginar que ele não estava naqueles dias. Mal sabiam o que estava por vir...

Edenilson, Ralf e Romarinho arriscaram, mas Jefferson, com uma segurança de se fazer inveja às duas capitais, parecia defender chutes de crianças. Abusado, Fábio Santos tentava invadir a praia do rival, mas deixou uma Linha Amarela, ou uma Avenida Paulista, às costas. Por ali, Seedorf, aquele do chute bizarro, colocou a bola com maestria na área, e Rafael Marques teve habilidade de sobra para completar o cruzamento: 1 a 0.

O Timão parecia descompassado, como um paulistano de terno que se solta nos sambas da Lapa. Errava passes fáceis, reposições do goleiro, e até cobranças de faltas ensaiadas. A boa chance veio dos pés do uruguaio Lodeiro. O botafoguense, meio perdido entre as capitais brasileiras, deu um presente para Emerson, que arrancou e bateu bem. Jefferson foi melhor ainda. Das envolventes triangulações entre Seedorf, Rafael Marques, Lodeiro e Lucas, poderiam ter saído mais dois gols. A vitória por 1 a 0 foi de bom tamanho para os dois times.

Paulinho faz gol e ouve "fica" da torcida no Pacaembu (Foto: Vanessa Carvalho / Agência Estado)
Paulinho: animador e salvador

Douglas e Alexandre Pato nos lugares de Danilo e Guerrero. O campeão paulista lembra as grandes empresas da cidade: organizada, séria, cheia de bons executivos para girarem os negócios do Timão. Mas, dessa vez, não giraram. Mudaram as peças, não o ritmo do time. E por falar em ritmo... Seedorf criou o seu próprio no segundo tempo. Encostado no lado esquerdo, pertinho de Oswaldo de Oliveira. Pretendido para ser técnico do Milan, ele formou quase uma comissão técnica. Foram três passes geniais. O primeiro, após linda jogada de Rafael Marques, para Lucas. Os outros dois para o centroavante. Nenhum resultou em gol. Cássio defendeu uma, outra foi para fora, e a zaga do Timão salvou na terceira.

Mas do outro lado havia um jogador de Seleção. Um chute do capitão Paulinho, que se apresenta a Felipão na terça-feira e é alvo frequente do futebol europeu, deixou a torcida animada novamente. Mesmo desconfiadas, as arquibancadas voltaram a gritar.

Vitinho, talvez inspirado no futevôlei, foi meio de ombro na bola. Bateu em seu braço. Lance bobo, na intermediária, que resultou na cobrança de Douglas e cabeçada de Paulinho. Quantos cariocas já não sofreram com a cabeça de Paulinho... A bola desviou em Marcelo Mattos e foi no ângulo. Sem chance para Jefferson, companheiro de seleção brasileira. Negócios à parte, como bem sabem os paulistanos. Empate justo e bom para mostrar aos 29.295 pagantes dos primeiros embalos de sábado à noite deste Brasileirão que São Paulo e Rio de Janeiro têm seus encantos e estão bem representados.


Por Alexandre Lozetti São Paulo