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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Com virose, Jefferson é liberado de treino; Luís Ricardo também fica fora


Lateral-direito está com dores musculares e será reavaliado neste sábado, junto com o goleiro. Ricardo esconde o time, e dupla não tem presença garantida contra Vasco





Luís Henrique, Ribamar e outros titulares só correram
ao redor do campo nesta sexta (Foto: Felippe Costa)
O Botafogo voltou a treinar na tarde desta sexta-feira, em General Severiano, mas teve dois desfalques: Jefferson e Luís Ricardo. O goleiro está com uma virose, foi medicado e liberado da atividade para se recuperar em casa. O lateral-direito, por sua vez, foi ao clube, só que ficou na academia. A dupla será reavaliada neste sábado e não tem presença garantida no clássico contra o Vasco, domingo em São Januário. Caso sejam vetados, seus substitutos naturais são Helton Leite e Diego, respectivamente.


Em campo, Ricardo Gomes escondeu o time que irá jogar o clássico. O técnico comandou um trabalho de ataque contra defesa só com os reservas. Os titulares foram ao gramado apenas para corridas leves. A definição da escalação ficou para o treino de sábado. Como o Botafogo já está classificado para a segunda fase do Campeonato Carioca, a tendência é que alguns jogadores com problemas musculares sejam preservados. Recuperado, Neilton treinou normalmente e tem chances de ser titular pela primeira vez após a lesão.

Por Felippe Costa/Rio de Janeiro/GE

Garçom alvinegro, Luis Ricardo lidera assistências no Bota e avisa: "É meta"


Autor de quatro passes para gol dos companheiros, lateral-direito planeja encabeçar quesito em toda temporada, mas quer estufar a rede também: "Meu filho me cobra"





Luis Ricardo deu assistência para quatro dos 12 gols
 do time no Carioca (Foto:Vitor Silva/SSPress/Botafogo)
No Campeonato Carioca, um terço dos gols do Botafogo saíram dos pés de Luis Ricardo. Seja no meio de campo, onde começou o ano improvisado, ou na lateral, o experiente jogador de 32 anos já serviu quatro vezes seus companheiros para eles estufarem as redes do adversário. Foi assim no passe para Gervasio "Yaca" Núñez abrir o placar da vitória por 2 a 0 sobre o Bangu; para Gegê também inaugurar o marcador no 2 a 1 em cima da Portuguesa; no levantamento na cabeça de Luís Henrique anotar o único gol no 1 a 0 diante do Resende; e o cruzamento na medida para Ribamar chegar batendo de primeira e dar números finais ao triunfo por 2 a 0 contra o Fluminense (confira todas no vídeo abaixo). O ala-direito lidera o quesito no time em 2016 e define a meta de manter o ritmo para terminar a temporada como o garçom alvinegro. Por enquanto, seu concorrente é do lado oposto do campo: Diogo Barbosa, com duas assistências.


- É uma meta sim, esse é o meu papel, de levar essa bola para os meias e atacantes. Fico feliz de estar contribuindo de alguma forma em gols, de nada adianta eu cruzar dez bolas e não acontecer nada. Prefiro cruzar menos, mas que seja com eficiência. Acredito que a gente está crescendo num todo, não é só o Luis Ricardo. Tem sido uma soma de tudo, parte defensiva se não me engano tem poucos gols tomados (nota da redação: foram dois gols sofridos, a defesa menos vazada do Carioca), esse é um dos nossos objetivos. E graças a Deus nosso ataque tem sido bastante positivo. A gente fica feliz pelo fato de os laterais estarem conseguindo colocar a bola na área, e os nossos atacantes têm procurado fazer o gol que facilita para nós - elogiou o jogador, que considera ter mais chances de se firmar como garçom atuando na lateral em vez do meio de campo, onde alega ser muito povoado.






A meta principal para 2016 pode até ser a das assistências, mas há um outro objetivo traçado para a temporada: fazer as pazes com a rede. Considerado um lateral ofensivo e de muitos gols na carreira, principalmente quando defendeu a Portuguesa, de São Paulo, o ala em maio pode completar um ano do seu último gol. Foram só dois em 47 partidas: um na vitória por 3 a 0 sobre o Capivariano e outro no empate por 2 a 2 com o Figueirense, ambos pela Copa do Brasil do ano passado. Já deu tempo de bater a saudade.


- Até eu estou me cobrando quanto a isso. Às vezes fico em casa, dá saudade e acabo colocando um DVD meu para rever os gols. Mesmo jogando de lateral, fiz muitos gols. Aqui foram apenas dois, é um pouco chato para mim pelo fato de gostar de gols. O próprio Ricardo e o Lopes brincam: "E o gol, vai fazer não?" Estou em busca disso, até brinco com pessoal para quando surgir uma chance tocarem para mim (risos).


Luis Ricardo ao lado do filho Richard: lateral quer
gol para homenagear o garoto (Foto: Arquivo Pessoal)
Um dos motivos para perseguir este objetivo tem nome, idade e endereço: Richard, filho de 12 anos de Luis Ricardo e que mora com a mãe em Goiânia. Mas segue muito ligado ao pai apesar da distância. Tanto que o garoto acompanha os jogos do Botafogo e quer seguir os passos do lateral-direito, com direito às mesmas posição e escolinha de futebol onde o familiar foi revelado; o Vila Nova.


- Meu filho me cobra bastante, corneta... Mesmo tendo aula de manhã conseguiu ficar vendo o jogo inteiro. Ele acompanha bastante, diz que vai ser jogador também. Pior que quer (ser lateral também), mas tem característica mais de volantão, bem bruto, meio acima do peso (risos). Já falei

com ele que para ser lateral tem que correr muito - avisou.




Por Thiago Lima/Rio de Janeiro/GE

Ribamar e Luís Henrique remontam dupla do sub-17: "Sempre deu certo"


Ex-técnico dos jovens no juvenil do Botafogo acompanha joias de perto e lembra que ataque em 2014 já funcionava: "Normalmente eram os dois que resolviam as partidas"




Eles formaram pela primeira vez a dupla de ataque no profissional do Botafogo e estrearam em um clássico como titular. Foi aquela surpresa, afinal, Ribamar e Luís Henrique sequer haviam treinado juntos. Mas onde eles precisam adquirir entrosamento? Os garotos de 18 e 17 anos, respectivamente, já se entendem bem desde 2014, época em que atuaram juntos pelo juvenil do Alvinegro. Tanto que, na preleção do jogo contra o Fluminense na última quarta-feira, no estádio Kleber Andrade, em Cariacica (ES), o técnico Ricardo Gomes destacou a informação que recebeu a respeito do desempenho dos atacantes nas categorias de base: se encaixam.


Ribamar e Luís Henrique podem repetir a dupla de ataque titular diante do Vasco (Foto: Vitor Silva / SSpress / Botafogo)

E bem. Pelo menos foi o que demonstraram no clássico, principalmente Ribamar, autor do segundo e último gol da partida. Se na língua da bola os dois se entenderam em campo, na hora de encarar os microfones o herói do triunfo, promovido aos profissionais durante a pré-temporada alvinegra, ainda se mostra tímido, nervoso, de poucas palavras... Por precaução, o clube também blindou o atacante e vetou entrevistas exclusivas por enquanto. Mas na saída do estádio, ele falou rapidamente sobre como foi atuar com o Luís Henrique.


- Eu e o Luís Henrique já jogamos juntos na base, sempre deu certo - destacou.

A única vez em que jogaram juntos foi no sub-17, era o segundo ano do Ribamar na categoria e o primeiro do Luís. Os dois estavam em um nível muito alto, então mudei o esquema para usá-los. Joguei como o Ricardo jogou na quarta. Normalmente eram os dois que resolviam as partidas"
Felipe Conceição, ex-técnico do sub-17


Quem assina embaixo da frase de Ribamar é Felipe Conceição, único treinador a comandar os dois na mesma categoria de base. Pela diferença de idade entre eles, acabaram jogando pouco tempo juntos antes do profissional. Foi mais na Copa Rio de 2014 e em outros jogos pela Taça Rio. A sequência acabou interrompida porque o atacante mais velho se machucou e passou um tempo no departamento médico. Consultado, o Botafogo não soube informar o número de gols dos garotos na época.


- A única vez em que jogaram juntos foi no sub-17, era o segundo ano do Ribamar na categoria e o primeiro do Luís. No início, o Ribamar foi o titular, mas o Luís subiu muito bem. Os dois estavam em um nível muito alto, então mudei o esquema para usá-los. Joguei como o Ricardo jogou na quarta. Normalmente eram os dois que resolviam as partidas. São dois atacantes um pouco parecidos, o Ribamar muito explosivo, o Luís tem a explosão dele, mas é mais técnico talvez, o Ribamar mais forte. Eles acabam se ajudando muito. Pelo que estão passando agora, foi uma experiência bacana porque já se conhecem, agora é retomar o entrosamento para continuar dando alegrias.


Felipe Conceição foi o único da base a ter Ribamar e
Luís Henrique no time (Foto: Sátiro Sodré/SS Press)
O maior aproveitamento dos garotos coincide com a promoção de Felipe, que deixou de comandar o sub-17 e vem acompanhando o trabalho desenvolvido por Ricardo, que já foi seu treinador no Juventude em 2002. Questionado se sua presença contínua na comissão técnica tem relação com o bom desempenho dos jovens, o técnico da base garantiu que não e se mostrou muito satisfeito com o sucesso de seus antigos comandados.


- Para mim é uma alegria enorme ver os meninos da base formando o ataque profissional. É gostoso para mim, para a torcida... O Ricardo está sabendo lidar com esses meninos, sabendo ajudar no crescimento deles. Eu contribui na base, mas agora o mérito é todo dele. Sempre se deram bem, respeitaram um ao outro. Uma coisa bacana no juvenil foi que o Luís vinha do sub-15, o Ribamar já estava um ano na categoria e o recebeu bem, o Luís admirava o Ribamar na época. No segundo semestre, ele jogou mais, mas os dois nunca perderam o respeito pelo outro. Sinto neles uma cumplicidade, na base a gente controlava e orientava isso. Não sabíamos que iriam jogar juntos no profissional - relatou Felipe, que só apontou diferença


- Só ficaram mais velhos e mais fortes, estão virando homenzinhos (risos) - brincou.


Por Thiago Lima/Rio de Janeiro/GE