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quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Gatito destaca relação de líder e "paizão" no Botafogo e revela o que mudou com Carli de auxiliar



Em entrevista exclusiva ao ge, goleiro, que completou 200 jogos pelo clube, confidencia bastidores do elenco líder do Brasileirão


A fala tranquila e o português perfeito de Gatito Fernandez denotam um jogador mais do que acostumado a viver no Brasil e, principalmente, ao Botafogo. Há seis anos no clube, o jogador paraguaio vive o auge da passagem com a briga pelo título do Campeonato Brasileiro e larga vantagem para o segundo colocado.




Gatito destaca amizade com Carli e explica o papel do zagueiro na comissão técnica (https://ge.globo.com/video/gatito-destaca-amizade-com-carli-e-explica-o-papel-do-zagueiro-na-comissao-tecnica-12022025.ghtml)



Mas o sonho da taça quase ficou estremecido com um momento de oscilação que culminou na demissão de Bruno Lage. O goleiro viu um rosto muito conhecido chegar para ajudar a apaziguar os ânimos e colocar o time nos trilhos: o amigo Joel Carli.


O argentino, que se aposentou no final de junho, exercia uma função de desenvolvimento na base. Saiu de cena o zagueiro Joel Carli para entrar o treinador Joel Carli. Mas o que mudou?


- Tem diferença. Nesse último jogo eu estava esperando o Segovia me buscar para ir para a concentração, o Carli passou e não me levou, por exemplo. Se fosse quando ele era jogador, me levaria. Como é treinador, não pode mais me levar (risos) - contou o goleiro.


Se a relação profissional entre o paraguaio e o argentino mudou, fora de campo o ambiente segue igual, é o que garante Fernandez.

A gente continua conversando. Nossa amizade é, e sempre foi, fora das quatro linhas. Nossas famílias são muito amigas, minha esposa com a esposa dele. Isso nunca vai mudar.
— Gatito Fernandez


Ser auxiliar é a primeira oportunidade de Carli na beira do campo em um clube de futebol. Apesar da pouca experiência no cargo, Gatito garante que o conhecimento do argentino dentro do vestiário é essencial para a recuperação do Glorioso no Brasileiro.


- Acho que com ele sendo auxiliar, facilita muito a conexão com os jogadores. O auxiliar tem que ser um conector do elenco com o treinador. Isso facilita muito no dia a dia. Facilita nos jogos, na comunicação dos atletas com o treinador. Nós tendo o Carli ajuda muito o Lúcio Flávio e potencializa muito o nosso treinador - explicou o goleiro.


Gatito e Carli trabalham juntos no Botafogo desde 2018, com um breve hiato pela saída do zagueiro em 2020 e retorno na temporada seguinte. Juntos, conquistaram o Campeonato Carioca de 2018, com direito a gol heroico do zagueiro e brilho do goleiro na disputa de pênaltis.


Os amigos viraram símbolos do clube e ganharam a paixão dos torcedores mesmo nos momentos mais difíceis ao longo desses cinco anos. Hoje os 35 anos, o paraguaio se tornou uma referência dentro do elenco alvinegro.


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Não é raro ver Gatito na beira do campo, conversando com os companheiros, passando orientações. O próprio se define como um "líder estratégico".


- Fico observando muito e falando coisas pontuais. Me enxergo muito assim. Tento ver de uma maneira maior, trazer soluções e falar com os meus companheiros sobre essas soluções que eu enxergo - explicou.


Mas nem pense em ver Gatito como treinador no futuro.

Nunca pensei em ser treinador. Brincava com o Carli antes: 'Você vai ser treinador, eu vou ser auxiliar' (risos). Porque eu não gosto. Não passa na minha cabeça ser treinador hoje em dia.
— Gatito Fernandez


História no clube

Se hoje Gatito vive o auge da briga pelo título do Campeonato Brasileiro, a passagem do goleiro teve grandes momentos e outros nem tão bons. Do sonho da Libertadores ao rebaixamento em 2020, paraguaio pode dizer que já viveu de tudo no clube.




Gatito repassa história no Botafogo e altos e baixos ao longo dos 200 jogos (https://ge.globo.com/video/gatito-repassa-historia-no-botafogo-e-altos-e-baixos-ao-longo-dos-200-jogos-12022022.ghtml)



Fernandez completou o 200º jogo pelo Botafogo quando entrou em campo no intervalo da partida contra o Atlético-MG. Dono da marca de jogador estrangeiro com mais partidas pelo clube, que consolida uma história de idolatria.


- Representa muita coisa. Foram momentos bons e ruins que passei no Botafogo. Em todos esses anos, acho que valeu a pena tudo que eu vivenciei aqui no clube. Quero continuar vivendo mais jogos aqui no clube. Me traz muita felicidade. Uma escolha boa que eu fiz em 2017. Era um sonho meu jogar em um time grande, sempre falei isso. Então realmente é um sonho cumprido e não esperava tanto - afirmou.





Nos pênaltis, foi a vez do goleiro Gatito Fernandez fazer a diferença e garantir a taça — Foto: André Durão/ge



Entre os grandes momentos, alcançou as quartas de final da Libertadores e a semifinal da Copa do Brasil, ambos em 2017. Foi protagonista também da conquista do Cariocão de 2018.


Do outro lado, amargou o rebaixamento em 2020 e a disputa da série B do ano seguinte, isso tudo enquanto precisou lidar com uma grave lesão que o deixou longe dos gramados por mais de um ano. Em todos os momentos, se manteve firme e ajudou o clube a se reerguer.


Paizão dos "gringos"

Aos 35 anos, Roberto "Gatito" Fernandez vive também a experiência de ser pai... e paizão. Além das duas filhas, Rafaella, de 2 anos, e Sophie, de 9 meses, o paraguaio exerce o papel de abraçar os "gringos" do elenco que fazem quase parte da família.




Gatito fala sobre a relação com os "gringos" do Botafogo (https://ge.globo.com/video/gatito-fala-sobre-a-relacao-com-os-gringos-do-botafogo-12022031.ghtml)



Para quem acompanha as redes sociais dos jogadores, é comum ver Gatito, Di Plácido e Segovinha juntos, seja indo para os treinos, seja no horário de folga.





Gatito e Di Plácido de carona com Segovinha — Foto: Reprodução


- Tento mostrar um pouquinho o caminho, como é o Botafogo. Porque morar aqui no Rio de Janeiro não é fácil. Eles que têm que estar focados no trabalho que fizeram eles chegarem aqui. Foi o que eles fizeram no clube anterior e tem que manter isso. Até para pensar em coisas maiores, como na seleção do país deles. Ou mesmo jogar aqui, porque tem um elenco muito qualificado de jogadores e tem que se esforçar para estar em campo - afirmou Fernandez.



Entre as atividades que fazem juntos estão jogar padel, boliche, cortar o cabelo, ir à praia. Mas, principalmente, o churrasco não pode faltar.

O mais normal é fazer churrasco.
— Gatito Fernandez


Goleiro de seleção, líder estratégico, paizão. Gatito Fernandez tem muitas funções. Certamente, a que os torcedores do Botafogo mais gostam é a de ídolo.


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Fonte: ge/Por Giba Perez — Rio de Janeiro