Páginas

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Diego Souza garante trabalho forte no Botafogo apoiado em confiança no gerente de futebol

Em coletiva ao lado de Marcinho, camisa 7 diz acreditar em Anderson Barros, mas afirma que movimento de protesto seguirá em solidariedade aos funcionários



Na primeira coletiva de atletas no Nilton Santos após o protesto da semana passada feito por líderes do elenco, o protocolo foi mantido: fora da sala de imprensa e com mais de um jogador. Nesta quarta, Diego Souza e Marcinho falaram.


O camisa 7 do Botafogo, mais experiente, revelou que ainda não houve conversa com a diretoria após voltarem a evitar ações de marketing, mas garantiu que o espírito apresentado na vitória contra o Galo está mantido.


- Ainda não. A gente acredita nas pessoas que comandam o futebol, que estão no dia a dia com a gente. A gente sabe das dificuldades, sabe que não é normal, mas a gente vai continuar trabalhando forte, isso não vai mudar no nosso trabalho. Só que em relação a outros funcionários que não têm essa força e a gente pode fazer alguma coisa por eles, a greve (de entrevistas fora da sala de imprensa e o boicote aos patrocinadores expostos no banner) continua sim. A gente não pode achar normal o que acontece - afirmou.



Marcinho e Diego Souza dão entrevista coletiva — Foto: Emanuelle Ribeiro


Após jogadores e Eduardo Barroca darem crédito nominal a Anderson Barros, gerente de futebol, surgiu a pergunta: o voto de confiança é dado apenas para Barros ou se estende ao restante da diretoria?

- A gente só pode falar do Anderson aqui, porque é o cara que está diretamente com a gente. O que o Anderson tem de bom é a verdade, ele nunca conta história. Se vai acontecer, vai. Se não vai acontecer não tem ilusão. Nossa relação é sempre direta e franca e isso faz a gente ter total confiança nele, como ele na gente.


Outros tópicos:

Voltando a falar de futebol
- Eu fico mais à vontade falando de futebol. Eu estava respondendo muito sobre salários e não somos as pessoas certas para falar disso, porque ficamos numa posição muito desconfortável. A gente ganhou de um equipe difícil, que estava praticamente no G-6, chegar aqui e dar mérito a outras coisas, fica difícil de responder.


- Até porque, com toda a dificuldade da partida, a gente fez um grande jogo, tivemos uma vitória importantíssima. Quero falar disso, porque, independentemente de tudo, a gente trabalha para ser feliz no domingo e na quarta-feira à noite.


Barroca tem usado você no meio-campo também. Voltar à posição de meia te agrada?
- Eu sempre fui meia, hoje sou um 9, tenho me adaptado e trabalhado bastante para isso. Acho que não vou ter dificuldade nenhum no dia que o Barroca precisar que eu volte um pouco mais para ajudar a criar as jogadas. Em prol de vitórias e combinações, estou sempre disposto a ajudar.


Barroca te elogiou porque vocês têm uma relação muito franca. Como é a relação com o treinador?
- Minha relação com o Barroca é a melhor possível, um cara totalmente do bem, que é franco com a gente. A gente já conversou, não tem discussão, porque ele é o treinador e o comando final é dele.


- Mas eu tento conversar e expor o que eu penso em relação à fase final do campo, que é responsabilidade nossa hoje. A gente tenta conversar bastante para que as coisas deem certo, porque dando certo todos ficam felizes juntos. Às vezes a gente conversa um pouco mais, mas a decisão final é sempre dele.


Você tem feito gols nos últimos jogos. Como avalia suas atuações recentes?

- Eu gosto de ganhar. O mais importante foi esse gol agora (Atlético-MG), porque nos deu uma vitória e tranquilidade para trabalhar. Eu quero continuar fazendo gols, é minha função. Por mais que eu tenha a responsabilidade, independentemente de quem faça os gols, o que todos queremos são os três pontos e colocar o Botafogo no melhor lugar possível.


Você tem 105 gols na era dos pontos corridos do Brasileiro. Está a um do Paulo Baier, que é o segundo maior artilheiro...

- Eu fico muito feliz por ser o terceiro hoje, mas eu vou me tornar o segundo com certeza, até porque o Paulo Baier já parou de jogar. Um grande jogador, que tem sua história e fico feliz por ter feito esse tanto de gols num campeonato tão difícil como o Brasileiro. Espero poder encostar o máximo no Fred, que estarei ajudando o Botafogo.


Dá para ser o primeiro? Você tem esse apetite para encostar no Fred?

- Eu quero fazer meus gols, ajudar da melhor maneira, mas acho que não tem como encostar no Fred hoje. Um cara que sempre foi 9, um artilheiro nato e, se ele for deixando acontecer, vou chegar o mais próximo possível. Mas não tenho essa ambição de passá-lo até porque é muito difícil.



Confira as respostas de Marcinho

Barroca falou após o o último jogo que você estava feliz e confiante, por isso estava rendendo melhor...

- Exatamente isso, as coisas acontecem naturalmente quando o cara está feliz. Eu me identifico muito com o trabalho do Barroca, tanto que já colhemos frutos na base. É isso, o cara que está feliz as coisas acontecem e tendem a crescer e ser melhor.


Quando a torcida elogia ajuda também, né?
- Muito melhor, diferente. O ambiente é outro, a cabeça funciona de outra forma, então eu acho que esse momento tem que ser aproveitado mas com moderação. Não adiante a gente se empolgar e achar que está tudo ótimo, porque tem muito a melhorar e a ser feito.


Como está sendo jogar de novo como atacante?

- É legal, você tem menos responsabilidade defensiva. Hoje em dia no futebol é difícil isso, mas você tem um pouco mais de liberdade. Como eu falo sempre, sou lateral-direito, virei profissional e me coloquei no futebol como lateral e estou aí para fazer o melhor pela equipe onde tiver que jogar.


Você disse que tem menos responsabilidade defensiva, mas acaba que o setor direito fica reforçado com você e Fernando...


- A gente se completa. Ele tem a parte defensiva mais apurada do que a minha, e eu um pouco mais o setor ofensivo, então acho que dá uma dobradinha legal.


E a dobradinha com o Diego?
- O Diego é referência para mim e tem sido um prazer jogar ao lado dele na frente. A gente se comunica muito, falo para ele me dar esporro, me xingar para eu ficar ligado no jogo. Essa troca tem sido muito boa.


Diego Souza nega dar bronca ou xingar Marcinho, apesar do "pedido" do companheiro
- Nada, que isso. Marcinho é um cara totalmente profissional, dedicado no que faz, tem uma saúde que Deus deu que ele pode jogar em qualquer função que ele vai ajudar bastante. No jogo, a gente procura mais é orientar, avisar algumas situações e estar perto, porque senão as coisas não acontecem.


*Mais informações em instantes


Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro

Com 26 pontos, Botafogo de Barroca já faz melhor primeiro turno do clube desde 2013


Em caso de vitória sobre o Ceará no fim de semana, Alvinegro vai atingir seu terceiro melhor desempenho da década na primeira metade do Campeonato Brasileiro


Vitor Silva/Botafogo


O Botafogo iniciou o Campeonato Brasileiro pressionado após resultados ruins no estadual e na Copa do Brasil. Mas pelo menos até agora a campanha segura sob o comando do técnico Eduardo Barroca faz a torcida até sonhar com o G-6 da competição. Com 26 pontos em 18 jogos, o Alvinegro já faz seu melhor primeiro turno desde 2013.


Quatro pontos separam o Botafogo da zona de classificação para a Libertadores, enquanto 11 de distância em relação ao Z-4 lhe dão tranquilidade. No próximo sábado, o Alvinegro fecha o primeiro turno contra o Ceará, no Castelão. Em caso de vitória, alcançará o terceiro melhor desempenho na década na primeira parte da competição (confira abaixo).


Primeiro turnos do Botafogo na década:

2011 - 34 pontos (5º)
2012 - 28 pontos (8º)
2013 - 36 pontos (2º)
2014 - 22 pontos (14º)
2015 - Série B
2016 - 20 pontos (17º)
2017 - 25 pontos (11º)
2018 - 22 pontos (12º)
2019 - 26 pontos (em 18 jogos)


- Mesmo com dificuldades, a gente vê um Botafogo com possibilidade de seguir um bom caminho no Brasileiro - resumiu o técnico Eduardo Barroca após a vitória sobre o Atlético-MG.



O desafio agora é manter o desempenho regular diante dos graves problemas financeiros que o clube enfrenta. Atualmente, o Botafogo deve dois meses de salário CLT e três de imagem. Na última semana, os líderes do elenco voltaram a manifestar insatisfação diante da situação.


Diferentemente do que foi feito em julho, os jogadores não voltarão a se calar. Seguirão dando entrevistas, mas fora da sala de imprensa do clube. Também não participarão de ações de marketing. O objetivo da atitude é não expor os patrocinadores do Alvinegro.


Fonte: GE/Por Edgard Maciel de Sá — Rio de Janeiro