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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Discreto, Mattos muda de hábitos e defende eficiência do pragmatismo



Com mais de 20 gols pelo Corinthians, volante confia na escolha que fez ao recuar, admite nervosismo em campo e explica: 'Sei o caminho dos títulos'



marcelo mattos botafogo coletiva (Foto: Fábio Castro / Agif)


A distribuição dos gols do Botafogo em 2012 tem sido pouco democrática. Dos jogadores de linha considerados titulares, em 20 partidas, cinco não balançaram as redes. Dois compõem o meio de campo de Oswaldo de Oliveira. Andrezinho tem batido na trave e sabe que o jejum vai acabar mais cedo ou mais tarde. O outro mudou definitivamente de característica e jamais ronda a área adversária. Marcelo Mattos, o homem que fez mais de 20 gols pelo Corinthians, não sente falta dos holofotes. Prefere se doar ao time. E, de tão convicto, defende a eficiência do pragmatismo como defesa das atuações pouco empolgantes do Glorioso, que encara o Bangu, na semifinal da Taça Rio, neste sábado, a partir das 18h30m, com a pressão do favoritismo.
Em análise da movimentação do camisa 5, é simples notar que ele ocupa o terço central do campo em 75% do tempo. Girando entre a cobertura dos laterais, a proteção à zaga e a saída de bola, percorreu 9,5km na partida contra o Guarani, na última quarta-feira, pela Copa do Brasil.
- Sempre fui primeiro volante, mas em muitas oportunidades fui para a área tentar o gol de cabeça. E assumi a condição de batedor de pênaltis do Corinthians, em 2005. Gostava de arriscar meus chutes de longes também. Tudo isso foi mudando e, no Botafogo, é o Renato que faz essa função de avançar mais. Evito subir porque temos laterais que apoiam muito. Temos que sempre quatro atrás, quando estamos atacando. Parte dessa consciência tática partiu de mim, do que eu vivi no futebol. Não faço questão de aparecer. O importante é a equipe vencer. Não adianta eu querer partir para o ataque e perdermos. Se todos cumprirem seus papéis, o artilheiro, o goleiro ou o Marcelo Mattos vão ter o mesmo título no final - afirmou.

Marcelo Mattos no treino do Botafogo (Foto: André Casado / Globoesporte.com)A maneira de ser casa com a nova definição em campo. De fala mansa e ponderado, o jogador, nascido na pequena Mariópolis, de cinco mil habitantes, no interior paulista, se acostumou a escutar mais do que falar. Algo que, aos 28 anos, não segue mais ao pé da letra, diante do conhecimento adquirido. Ele confessa, no entanto, que por vezes extrapola na hora de cobrar dos companheiros e trata treino como jogo, e jogo como uma verdadeira batalha.
- Tenho essa característica, sim, e, quando não sinto isso, fico até preocupado. É tudo da vontade de sair vitorioso. Passo do pontos com jogadores e arbitragem, mas já me controlo com isso e nunca discuti com ninguém mais fortemente. Quero fazer o melhor, que saia perfeito já no treino. Cobro muito de mim, principalmente. E acho que todos devem fazer o mesmo e manter o mesmo nível de esforço. O pessoal fala até que em qualquer treininho eu chego firme, mas nunca machuquei um companheiro. Se fazem em mim, eu levanto e sigo. É igual ao jogo. Até minha esposa (Maria Leide) diz que esse exagero de achar que dava para ter feito mais ou melhor é ruim e pede para eu relaxar - conta Mattos, que já chegou ao ponto de chorar após uma derrota do Botafogo e de reclamar de substituição, no calor da partida.
A confiança em seu desempenho para de treinador para treinador. A não ser Mano Menezes, que o barrou em 2010 e o fez sair do Timão, em todos os outros casos o volante gozava de prestígio e quase sempre da titularidade. Em três meses e meio, já conquistou Oswaldo de Oliveira.
- Marcelo é muito especial, realmente não aparece muito e não participa dos gols. Pode passar despercebido para que não enxerga o jogo como eu tenho que enxergar, mas tem uma importância grande na equipe. Tenho estimulado que ele apareça mais no ataque. Mas preza muito a responsabilidade dele. Como estamos num início de trabalho, acredito que terei respostas positivas em breve e verei um rendimento ainda mais completo - afirmou.

Exemplo fresco da Inglaterra

Embora deixe claro que sonha com uma sequência de goleadas, como ensaiou engrenar o Alvinegro de Caio Júnior, no Brasileiro de 2011, o camisa 5 não concorda com as críticas quanto à eventual falta de criatividade do time. O argumento é o cenário do futebol atual, com um exemplo bem fresco e de alto nível, oriundo da semifinal da Liga dos Campeões.
- Sempre temos espaço para melhorar, mas não perdemos até agora. Então, algo diferente nossa equipe está fazendo. Torcedor não deixa de estar certo, paga para ver um espetáculo, sempre tem a esperança renovada e isso não acontece. Se formos pegar o Barcelona x Chelsea dessa semana (quarta, em Londres), quem ganhou o jogo? O Chelsea. Deu espetáculo? Eu não vi nenhum. Marcou, foi obediente e pode tirar o Barcelona e ser campeão desse jeito. Será que os torcedores lá estão tão tristes? No último Brasileiro, jogamos muito bem e não fomos nem à Libertadores. Quando apertou, não soubemos nos defender - rebate.

André Casado/ GE

Botafogo deixa orçamentos de lado e promete pegar Bangu sem 'salto alto'



Folha salarial alvirrubra é cerca de doze vezes menor do que a alvinegra, mas respeito à campanha do rival da semifinal da Taça Rio é a ordem



Loco Abreu treino botafogo (Foto: André Casado / Globoesporte.com)Se no passado os duelos jamais eram desequilibrados e, hoje, o Bangu fez campanha semelhante à do Botafogo na Taça Rio, ao menos no orçamento e na estrutura a discrepância ainda é clara. Longe dos holofotes há mais de vinte anos, o time alvirrubro se mantém com folha salarial de cerca de R$ 150 mil (considerando elenco e comissão técnica), enquanto o Glorioso ostenta quase R$ 2 milhões de gastos com os mesmos profissionais - e é a menor entre os quatro grandes. Por isso, a preocupação com o clima de oba-oba que se aproximou do Engenhão após a definição das semifinais, que começam neste sábado. O técnico Oswaldo de Oliveira confia na humildade de seus comandados.  

- A diferença de orçamento existe e sempre vai existir. Mas isso não quer dizer muito no campo. Atualmente, principalmente quando uma equipe favorita tem pela frente num jogo decisivo um Bangu, Nova Iguaçu, Madureira, Resende, seja qual for, as dificuldades aumentam. Não vejo novidade nisso, os atletas estão acostumados. Nosso time não vai entrar de salto alto. Estão conscientes do que vão fazer, sabem que sem humildade não se chega a lugar nenhum - disse.

Os seis pequenos patrocinadores do Bangu se juntam à cota de TV para quitar os custos de hotéis, viagens, locações, equipamentos, funcionários e manutenção com estádio e sede. Almir, contratado para comandar a reação, ganha R$ 20 mil, valor menor que qualquer titular do outro lado. Já o Botafogo conta com sua própria concentração, é pioneiro em diversas tecnologias de estatísticas e de fisiologia, terá um ônibus personalizado, não costuma atrasar salários na gestão de Mauricio Assumpção e tem duas opções de treinamento de muito bom nível.

Para Oswaldo, o adversário se impôs no returno e só se motivou com as dificuldades encontradas.
- O Bangu preocupa pelo crescimento que teve, contratou novos jogadores, que venceram quase todas, teve troca de treinador. Jogou de forma compacta e competitiva com o Cleimar (Rocha) e sem levar em consideração o cifrão e a relação financeira que há entre as equipes. Foi muito legal, porque era um time desacreditado e subitamente virou o jogo. Um exemplo que não acontece sempre. Sentimos a força deles no empate (1 a 1, gols de Cidinho e Almir) da Taça Rio. Inclusive, me dirigi ao Cleimar e dei parabéns pela progressão do time - afirmou.

André Casado/GE

Orgulho em jogo: Botafogo mira primeira final em casa




Após os rivais se darem bem no Engenhão, Glorioso busca feito



Torcida do Botafogo (Foto: Cleber Mendes)Imagine a cena: Você tem uma casa, mora nela há quase cinco anos, mas por lá quem fez as maiores festas foram seus rivais. Chato, não é? É assim com o Botafogo no Engenhão. O Flamengo já levantou três taças no estádio, o Fluminense duas, enquanto o Vasco jogou duas decisões. Já o Glorioso ainda não disputou nenhuma final no seu lar. Mas a história pode mudar neste sábado, ao passar pelo Bangu na semi da Taça Rio. E a questão toca no psicológico.

O LANCENET! conversou sobre o assunto com o diretor-executivo do Botafogo, Sérgio Landau, que minimizou a preocupação do clube em se ver obrigado a igualar os rivais, porém destacou: há orgulho em jogo.
– Só os rivais decidiram no Engenhão, mas nossa vontade de ir para a final não passa por esse sentimento. Porém, existe todo um fator psicológico que envolve time e torcida. Se a gente entrar em campo batendo no peito, dizendo que estamos perto de uma conquista em casa, aí vamos transformar essa vontade em algo positivo – comentou Sérgio Landau.
Por duas vezes o Botafogo bateu na trave de realizar partidas decisivas no Engenhão. Em 2011, foi eliminado na semi da Taça Guanabara pelo Flamengo. Na atual temporada, parou novamente na semi da Taça Guanabara, também nos pênaltis, mas caindo diante do Fluminense. Mas nada que fizesse do local um lar menos alvinegro, lembrou Landau.
– O torcedor tem todos os motivos para se orgulhar, pois temos casa. O Engenhão é o estádio do Botafogo. Esse estádio recebe outros clubes, recebe finais, mas é do Botafogo. O torcedor alvinegro pode falar que tem sua casa – afirmou o dirigente.

O Engenhão está arrendado pelo Botafogo à Prefeitura desde 2007. Até 2027 o estádio será administrado pelo Glorioso, prazo que pode ser prorrogado por mais 20 anos. Se ainda falta uma final e título lá, sobra identificação com a casa.
– Com a nossa torcida lá, nosso ganho é muito grande – disse Landau.

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‘Mercadón’: Libertadores dá opções de negócios aos clubes brasileiros



De apostas a certezas, equipes sul-americanas oferecem alternativas para o mercado nacional antes do Brasileirão 2012



pabon e freitas Atletico Nacional x peñarol (Foto: AP)Orión, Bonet, Insaurralde, Lisandro López e Emiliano Papa; Ledesma, Matias Rodríguez, Macnelly Torres e Riquelme; Cvitanich e Pabón. Dá um time dos bons. Todos eles, e outros tantos, são nomes que circulam pela Libertadores da América e que se apresentam ao mercado brasileiro, mais rico do que o dos vizinhos, como alternativas de contratação. De apostas a certezas, há atletas capazes de matar a carência dos clubes por aqui.
O destaque ganho por eles no continente deixou de ser impeditivo para que venham ao Brasil, pelo menos quando se trata dos principais clubes brasileiros. O Inter é um caso exemplar. Tem, em seu elenco, quatro jogadores com passagens pela seleção argentina: D’Alessandro, Dátolo, Guiñazu e Bolatti. Todos poderiam escolher entre os principais clubes de seu país. Mas jogam no Brasil, onde ganham mais.
Ou seja: se algum dos gigantes brasileiros quiser buscar um gringo, terá uma vantagem natural na concorrência. Para facilitar a vida dos olheiros, o GLOBOESPORTE.COM analisou o elenco dos clubes dos países vizinhos, observou o rendimento deles na Libertadores e pediu a opinião de jornalistas para formar uma lista de possíveis reforços. Há jogadores indiscutíveis, caso de Riquelme, e apostas mais arriscadas. Confira abaixo.


GOLEIROS


orion boca juniors (Foto: Reuters)Agustin Orión (Boca Juniors) – É um dos goleiros mais expressivos dos últimos anos no futebol argentino. Passou por três clubes de forte pressão: San Lorenzo, Estudiantes e Boca Juniors. Aos 30 anos, embora não seja unanimidade, vive um dos momentos mais sólidos da carreira. No ano passado, teve a melhor média da história do Campeonato Argentino ao sofrer apenas seis gols em 19 partidas. É o comandante da defesa do Boca na Libertadores, com somente três gols levados. Goleiro de bom posicionamento e eficiente nas saídas de bola, é uma opção cara, mas de risco pequeno.
Marcelo Barovero (Vélez Sarsfield) – O goleiro titular do Vélez Sarsfield demorou a marcar presença como um dos principais jogadores da posição no país. Aos 28 anos, ele foi uma referência do clube na ótima campanha da primeira fase da Libertadores, consolidando aquilo que havia feito em temporadas anteriores – em 2008, foi o arqueiro menos vazado do Campeonato Argentino. “É um goleiro que raramente erra”, resume Juan Pablo Mendez, do jornal “Olé”.
Johnny Herrera (Universidad de Chile) – Talvez não seja loucura dar uma segunda chance a Johnny Herrera no futebol brasileiro. Afinal, lá se vão mais de cinco anos desde a passagem apagada do goleiro pelo Corinthians. No Universidad de Chile, ele é visto como referência, e isso não é pouca coisa. Foi campeão da Sul-Americana de 2011 pelo time andino sem sofrer sequer uma derrota. Acabou eleito o melhor goleiro do continente pelo jornal uruguaio “El País”. É um jogador ágil, por vezes espalhafatoso, e costuma colecionar polêmicas fora de campo. Está com 30 anos.
Sebastián Torrico (Godoy Cruz) – Uma opção mais barata, e também mais arriscada, é Sebastián Torrico, do Godoy Cruz. Apesar dos 12 gols sofridos na Libertadores, tem razoável cartaz na Argentina. “Tem boa velocidade com as pernas e bom salto”, comenta Alan Yajia, da Rádio Paternal de Buenos Aires. Quem optou por Torrico como titular do Godoy Cruz foi Nery Pumpido, ex-goleiro da seleção argentina e atual treinador do clube. O jogador tem 30 anos. Também defendeu o Argentinos Juniors.



LATERAIS


Miguel Samudio comemora gol do Libertad contra o Nacional na Libertadores (Foto: AFP)Miguel Samúdio (Libertad) – Se algum clube se interessar pelo lateral-esquerdo Samúdio, terá que ter consciência imediata de que contratá-lo não é uma tarefa exatamente simples. O Corinthians que o diga. No ano passado, o clube paulista tentou adquirir o jogador, sem sucesso. Não quis bancar os mais de R$ 6 milhões pedidos pelo Libertad, do Paraguai. Samúdio faz sua segunda boa Libertadores consecutiva pelo clube do Paraguai – classificado para as oitavas de final como primeiro colocado do Grupo 5, à frente do Vasco. No ano passado, o lateral foi um dos responsáveis pela eliminação do Fluminense nas oitavas de final da disputa. Fez um dos gols da vitória de 3 a 0 em Assunção. Tem 25 anos.
Emiliano Papa (Vélez Sarsfield) – Tiro quase certo. Aos 29 anos, virou uma referência do Vélez Sarsfield. Além da competência como lateral-esquerdo, joga como volante. Tem experiência, incluindo passagens pela seleção argentina, e combatividade. É admirado pela torcida do clube que defende pela segunda vez, após passagem apagada em 2006. Foi formado no Rosario Central. Tem dois títulos do Torneo Clausura. Vasco e Atlético-MG sondaram o jogador no passado.
Facundo Roncaglia (Boca Juniors) – Caso algum clube brasileiro esteja sofrendo com infiltrações pelo lado direito de sua defesa e precise de uma solução para ali, pode olhar com carinho para a casa amarilla, sede do Boca Juniors. É o lugar onde treina Facundo Roncaglia, zagueiro de origem, mas deslocado para a lateral direita na atual temporada. Foi por ali que ele atuou nas duas partidas contra o Fluminense na Libertadores – derrota de 2 a 1 na Bombonera e vitória de 2 a 0 no Engenhão. O jogador é jovem, apesar de experiente, com passagens também pelo Estudiantes e pelo Espanyol, de Barcelona. Tem 25 anos.




carlos bonet paraguai (Foto: agência Getty Images)Carlos Bonet (Libertad) – Os tempos de crescimento do Libertad coincidem com o fortalecimento de alguns jogadores. Bonet é quase um sinônimo da equipe paraguaia. Símbolo de polivalência, ele já era uma das referências da equipe na Libertadores de 2006, na campanha que resultou em classificação para as semifinais da disputa, com eliminação para o Inter. E ele jogava como lateral-direito. Depois, foi deslocado para o meio – como volante e até como criador. É figura costumeira na seleção paraguaia. O porém: já tem 34 anos.




Clemente Rodriguez comemora gol do Boca sobre o Estudiantes (Foto: AFP)Clemente Rodríguez (Boca Juniors) – É mais um caso de jogador que atua preferencialmente como lateral (no caso dele, pela esquerda), mas que também pode ser deslocado para o meio. Aos 30 anos, Clemente Rodríguez faz parte de uma defesa que virou exemplo de solidez na Argentina. Além do Boca, ele defendeu Spartak Moscou, Espanyol e Estudiantes. Disputou a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, mas só foi a campo uma vez no time de Diego Armando Maradona. Em 2007, foi tricampeão da Libertadores pelo Boca, como titular, batendo o Grêmio no Olímpico por 2 a 0 – já havia vencido o torneio em 2001 e 2003.


ZAGUEIROS 


lisandro lopez zagueiro argentina e arsenal (Foto: Agência AFP)Lisandro López (Arsenal) – Em 2011, em jogo contra o Olimpo, Lisandro López foi até a área do rival. Era um escanteio. Em tese, ele estava lá para aproveitar seu quase 1,90m em algum golpe de cabeça. Acabou fazendo, de bicicleta, de primeira, um dos gols mais bonitos do ano em todo o planeta – o que lhe rendeu a indicação ao Prêmio Puskas, no qual foi superado por Neymar e sua pintura sobre o Flamengo. Com apenas 22 anos, é um zagueiro promissor, titular do Arsenal. Vale apostar nele.
Juan Manuel Insaurralde (Boca Juniors) – Uma das grandes afirmações do Boca Juniors em seu período de novo fortalecimento é Juan Manuel Insaurralde. Aos 27 anos, ele é a base de uma defesa extremamente sólida. Acompanha o veterano Schiavi, ex-Grêmio, na dupla de zaga xeneize. Faz mais de ano que o clube de Buenos Aires não perde com os dois jogando juntos – na derrota de 2 a 1 para o Fluminense, Schiavi estava fora. Ex-jogador de Newell’s Old Boys e Chacarita Juniors, Insaurralde tem chances de jogar a Copa do Mundo de 2014. É um atleta muito valorizado – consequentemente, caro.



Diego Luis Braghieri do Lanús e Vagner Love do Flamengo (Foto: AP)Diego Braghieri (Lanús) – A derrota de 3 a 0 para o Flamengo, na última rodada da fase de grupos da Libertadores, não deve servir de parâmetro para o sistema defensivo do Lanús. O time argentino não havia sofrido gols em três dos cinco jogos anteriores. E, em parte, graças a Diego Braghieri, de 25 anos. Está longe de ser uma sumidade técnica, mas é um jogador aguerrido, com capacidade para evoluir. É uma aposta mais barata do que Lisandro López e Insaurralde. Ele também defendeu o Rosario Central.
Pablo Frontini (Bolívar) – Caso algum clube brasileiro tenha pouco dinheiro, carência de líderes e consciência de que não vai contratar um craque, Pablo Frontini, do Bolívar, pode ser uma boa opção. Aos 28 anos, o argentino chegou à Bolívia depois de ser revelado pelo River Plate, perambular por clubes menores de seu país e tentar a sorte no Chipre. Faz uma boa Libertadores pelo Bolívar, classificado às oitavas de final como segundo colocado do Grupo 3. Tem bom posicionamento e sabe se antecipar às jogadas. É pouco técnico.


VOLANTES 


Aranguiz gonzalez  universidad do chile x penarol (Foto: Reuters)Charles Aránguiz (Universidad de Chile) – Com 23 anos, Charles Aránguiz é um atleta no qual apostar provavelmente não será má ideia. Titular do Universidad de Chile, o jogador foi apontado pela Pluri Consultoria como um dos 25 mais valiosos do continente – foi o único chileno na lista. É um volante que marca forte e sai bem para o ataque, com boa qualidade no passe. Também defendeu o Colo Colo, rival de La U no país, além de Cobreloa e Cobresal e do Quilmes, da Argentina. Foi eleito o melhor jogador da decisão da Sul-Americana de 2011.
Pablo Ledesma (Boca Juniors) – A tradição da linha de quatro meio-campistas na Argentina permitiu que Pablo Ledesma ganhasse características tanto de marcação quanto de criação. Pode jogar como segundo volante ou como articulador mais recuado. Faz muitos gols. É especialista em jogadas de bola parada. Aos 28 anos, é um jogador muito experiente, com passagem de três anos pelo futebol italiano, no Catania. Tem nove títulos pelo Boca, incluindo uma Libertadores.
Matías Rodríguez (Universidad de Chile) – Um dos destaques de La U está a um passo da seleção argentina. E como lateral-direito. O argentino Matias Rodríguez é mais um caso de jogador polivalente. Dependendo do esquema, pode atuar mais pelo flanco ou mais centralizado. É lateral e volante – até como zagueiro já atuou. Aos 26 anos, tem passagens por dois dos principais clubes do continente: o Boca Juniors, da Argentina, e o Nacional, do Uruguai.
 


somoza ortigoza boca juniors x san lorenzo (Foto: AFP)Leandro Somoza (Boca Juniors) – Jogador de experiência e liderança. É peça importante no meio-campo do Boca Juniors, mas sofre com uma lesão que deve deixá-lo fora dos gramados até maio. Tem forte capacidade de marcação e também sabe chegar ao ataque. Foi dele o gol marcado contra o Fluminense na derrota de 2 a 1 na Bombonera, pela Libertadores. Já tem 31 anos. Vestiu a camisa da seleção argentina e também defendeu Villarreal e Betis, da Espanha, além do Vélez Sarsfield, com quem ganhou dois Clausuras.
  
MEIAS

Damián Lizio (Bolívar) - Rápido, usa a habilidade com o pé direito para se desvencilhar dos adversários em um pequeno espaço. Cai bastante pelos lados do campo e parte para cima sempre com dribles curtos. Uma das principais jogadas é a chegada pela lateral, seja direita ou esquerda, penetrando na área e buscando um companheiro em boa condição. Apesar dos 22 anos, já passou por River Plate, Córdoba e Anorthosis, além do Bolívar. Tem um gol na Libertadores - um golaço, por cobertura, marcado contra o Universidad Católica na última terça-feira



macnelly torres atletico nacional (Foto: EFE)Macnelly Torres (Nacional-COL) - Costuma jogar de frente para o gol, controlando as principais ações ofensivas do time. Macnelly é dono de lançamento preciso e passes que deixam seus companheiros na cara do gol. Apesar de também cair pelos lados do campo, geralmente frequenta a faixa central. Arrisca chutes potentes de fora da área com o pé direito e já deu trabalho ao Palmeiras quando defendia o Colo Colo. Aos 27 anos, também rodou por Junior Barranquilla e Cúcuta, da Colômbia, e San Luís, do México. Foi especulado em alguns clubes brasileiros, mas ficou marcado por uma polêmica declaração sobre o interesse do Vasco, questionando a grandeza do time carioca. Também foi apontado na mídia chilena como pivô de uma dicussão com o treinador do Colo Colo, o argentino Diego Cagna.
Diego Valeri (Lanús) - O meia é quem puxa o ritmo do Lanús em campo. Destaca-se pela habilidade e pelas assistências. Foram dele, inclusive, dois dos passes para os gols nas vitórias por 1 a 0 e 2 a 0 sobre o Emelec, pela terceira e quarta rodadas da primeira fase. Marcou uma única vez: na goleada por 6 a 0 sobre o Olímpia. Aos 25 anos, destro, conduziu bem o time em campo com boas jogadas e ajudou o Lanús a se classificar com a melhor campanha do Grupo 2. No entanto, em algumas situações costuma sumir um pouco do jogo. Além dos argentinos, Valeri já defendeu Almería, da Espanha, e Porto, de Portugal.



Augusto Fernandez gol Velez Sarsfield (Foto: AP)Augusto Fernández (Vélez Sarsfield) - Boa opção pelo lado direito do campo, o meia costuma aparecer com frequência no ataque e dar opções de gol. Destro, distribui bem o jogo e chuta com muita força. Costuma balançar a rede com frequência. Nesta Libertadores, porém, marcou uma única vez. Aos 26 anos, já defendeu o River Plate e o Saint-Ettiene, da França.
Juan Román Riquelme (Boca Juniors) - Maestro e líder do Boca Juniors, o argentino, de 33 anos, é o principal articulador do meio de campo da equipe. Com habilidade e experiência, conduz bem a bola, cadenciando a partida. Os chutes e cobranças de faltas são armas infalíveis. Na vitória sobre o Zamora, na La Bombonera, ajudou a equipe a vencer por 2 a 0 com um dos gols da partida. Sempre incluído nas listas de transferências dos times brasileiros, Riquelme é uma boa opção para o meio. Além do Boca, já defendeu o Villareal e o Barcelona, ambos da Espanha.


ATACANTES

Dorlan Pabón (Nacional-COL) – Seja jogando como meia de chegada à frente, seja atuando como atacante, Dorlan Pabón mantém uma característica: a capacidade de fazer gols. Ele é o artilheiro da Libertadores de 2012, com sete gols, e foi um dos alicerces do Atlético Nacional, clube que defende desde 2010, na boa campanha da primeira fase. O jogador colombiano alia velocidade, força e chute potente. E é jovem: 24 anos. Pode ser um grande achado para os clubes brasileiros. Tem passagens pela seleção de seu país.
Emanuel Herrera (Unión Española) – É argentino o principal destaque do Unión Española na Libertadores. Mas foi no Chile que Emanuel Herrera se encontrou. Depois de se destacar pelo Deportes Concepción, chegou no início do ano ao novo clube. E desandou a fazer gols. São oito no campeonato local e outros cinco na Libertadores. Com 25 anos, 1,82m e 84kg, o jogador vem chamando a atenção pelo oportunismo e pela versatilidade. Faz gols de cabeça e com os pés, em chutes fortes ou colocados.
Junior Fernandes (Universidad de Chile) – Um dos melhores nomes do Universidad de Chile na Libertadores tem apenas 23 anos. Junior Fernandes é uma boa aposta. É um jogador de área, bom de cabeceio, mas também ágil na movimentação. Boa parte de seus gols nasce de jogadas em profundidade, nos quais ele parte para cima da zaga – ou aposta corrida com ela. Um eventual interessado brasileiro deve ter a concorrência estrangeira. O Catania, da Itália, já observou o atleta.



Cvitanich - Fluminense x Boca Juniors (Foto: EFE)Darío Cvitanich (Boca Juniors) – Não custa sonhar. Mas contratar um dos comandantes ofensivos do Boca Juniors está longe de ser simples. É uma questão que vai além da valorização natural que ele teve no clube xeneize. O que pega mesmo é que Darío Cvitanich, de 27 anos, pertence ao Ajax, da Holanda, e está emprestado ao Boca, que possui preferência de compra. Para alguém se intrometer na história, terá que oferecer muito dinheiro. O atacante, parceiro do “Tanque” Silva no ataque do gigante argentino, também tem nacionalidade croata. Um pequeno detalhe: jamais perdeu uma partida com a camisa do Boca. Ele não esteve em campo na vitória de 2 a 1 do Fluminense na Bombonera. Mas esteve no troco – fez um dos gols do triunfo de 2 a 0 no Engenhão.


Matias Alustiza gol Deportivo Quito (Foto: EFE)Matías Alustiza (Deportivo Quito) – Matías Alustiza é mais um jogador que tenta a sorte continente afora depois de não brilhar como gostaria em seu país. Aos 27 anos, o jogador defende o Deportivo Quito, do Equador, e é um dos goleadores da Libertadores da América. Ele marcou quatro vezes em um único jogo, na goleada de 5 a 0 sobre o Chivas, na última terça-feira – antes, havia marcado outros dois no torneio. É um jogador rápido, de drible fácil e chute forte. Mas é baixo: tem 1,67m. Jogou também por Chacarita Juniors e Arsenal, da Argentina, e Albacete e Xerez, da Espanha.

Globo Esporte.com

Elkeson pede individualismo e quer aproveitar para 'convencer' a torcida



Meia ressalta que marcação dos rivais tem contido o ataque alvinegro e acredita que contra o Bangu, neste sábado, o cenário será diferente


Desde que chegou ao Botafogo, o brilho de Elkeson costuma aparecer quando há espaço para driblar ou chutar de longe. Ultimamente, porém, o meia voltou a sentir falta da individualidade por conta da marcação dos rivais, que vem contendo o futebol alvinegro. Depois de um empate sem inspiração com o Guarani, quarta-feira, pela Copa do Brasil, a expectativa é de que, diante do Bangu, na semifinal da Taça Rio, esse diferencial possa ressurgir e o desempenho agrade.
- Claro que queremos estar bem, fazer jogadas diferentes, mas tem hora que tem de jogar feio, até pela marcação do adversário. Nessa partida, por exemplo, praticamente não conseguimos fazer nada individualmente. Agora, vamos procurar garantir que isso não falte na semifinal. Esperamos jogar bonito, convencer o torcedor e passar para final - afirmou Elkeson, contente por agora enfrentar a surpresa do Carioca no Engenhão, bem diferente do cenário do primeiro confronto.

Elkeson Btafogo x Guarani (Foto: Satiro Sodré / AGIF) 

- É óbvio que a gente gosta do Engenhão, já estamos acostumados e seguros com a nossa casa. Quando atuamos em campos que dificultaram a posse de bola, tivemos dificuldades. Foi o caso de Moça Bonita, contra eles (empate em 1 a 1). Precisamos fazer valer isso com posse de bola e poucos erros. E neutralizar o ataque deles com uma marcação sob pressão - ensinou.
A recente falta de gols - fez cinco no ano, mas não anota um há cinco partidas - não perturba o camisa 9, que espera guardá-los justamente para os momentos que mais gosta: as decisões. Só em clássico já foram quatro deles desde que começou a vestir a camisa do Botafogo.
- Procuro estar bem mesmo quando não apareço, ajudando de outras formas. Estar concentrado e conseguir fazer o melhor possível dentro do jogo é o mais importante. Nessas horas, é mais gostoso para cada um, todo mundo quer aproveitar as chances. Tenho um trabalho especial com a Maíra (Ruas, psicóloga do clube) e sempre reforço perto de grandes clássicos, porque a adrenalina é maior, requer mais concentração nos detalhes - disse.

Por André Casado/GE

Com dores na perna, Herrera fica fora do treino, e Oswaldo confirma Loco



Imprensa só tem acesso ao aquecimento, mas técnico conversa com grupo e comanda treino de cobrança de pênaltis antes da semifinal contra o Bangu


loco abreu oswaldo de oliveira botafogo treino (Foto: André Casado / Globoesporte.com)

Sem a presença de Herrera e com mais uma dose de segredo. Esta foi a essência do último dia de preparação do Botafogo para a semifinal da Taça Rio, neste sábado, contra o Bangu, no Engenhão. Depois de longa sessão de vídeos, esmiuçando o rival, os jogadores subiram a campo por volta das 10h20 e realizaram um aquecimento, em forma de bate-bola, por meia hora. O atacante argentino não participou, poupado em virtude de uma pancada na perna esquerda.
Logo em seguida, porém, a imprensa teve de sair, a pedido da comissão técnica. A atividade ainda teve uma conversa com o grupo e cobrança de pênaltis, mistério que o clube guarda a sete chaves há semanas. Mesmo antes de pegar o Guarani, pela decisão da vaga nas oitavas da Copa do Brasil, Oswaldo de Oliveira também tornou a secreta a sequência e o jeito das batidas alvinegras.
Após a movimentação, o treinador desvendou parte do suspense, ao confirmar que Loco Abreu está de volta ao time. Herrera, portanto, se estiver recuperado, ficará no banco de reservas. A outra dúvida em relação à escalação também está sanada: Maicosuel segue como opção. Assim, Andrezinho, Elkeson e Fellype Gabriel sustentam a vaga no meio-campo.
- Tudo definido. Abreu joga, e Maicosuel ainda não vai iniciar o jogo - afirmou.

André Casado/GE

Com dores na perna, Herrera fica fora de mais um treino cheio de mistério



Imprensa só tem acesso ao aquecimento, mas Oswaldo comanda treino técnico e de cobrança de pênaltis antes da semifinal contra o Bangu



Sem a presença de Herrera e com mais uma dose de segredo. Esta foi a essência do último dia de preparação do Botafogo para a semifinal da Taça Rio, neste sábado, contra o Bangu, no Engenhão. Depois de longa sessão de vídeos, com a análise completa do rival, os jogadores subiram a campo por volta das 10h20 e realizaram um aquecimento, em forma de bate-bola, por meia hora. O atacante argentino não participou, poupado em virtude de uma pancada na perna esquerda.

Logo em seguida, porém, a imprensa teve de sair, a pedido da comissão técnica. A atividade ainda tinha um trabalho técnico e de cobrança de pênaltis, mistério que o clube guarda a sete chaves há semanas. Mesmo antes de pegar o Guarani, pela decisão da vaga nas oitavas da Copa do Brasil, Oswaldo de Oliveira também tornou a secreta a sequência e o jeito das batidas alvinegras.

As duas dúvidas do time persistem, por enquanto: Maicosuel tem chances de ser titular e deve barrar Andrezinho ou Elkeson. E Loco Abreu pode voltar à equipe, justamente na vaga de Herrera, fora de combate a 24 horas da partida.

 André Casado/GE

"Espero que o Engenhão esteja lotado", diz Antônio Carlos sobre semifinal de sábado



Zagueiro acredita que Bangu está motivado e pede o apoio da torcida alvinegro



Zagueiro Antônio Carlos Botafogo (Foto: André Casado / Globoesporte.com)Após conseguir a classificação para as oitavas de final da Copa do Brasil, o Botafogo está focado em conquistar uma das vagas na final da Taça Rio. Para isso, o Glorioso precisa vencer o Bangu na primeira semifinal do returno do Campeonato Carioca, sábado, no Engenhão, às 18h30. O zagueiro Antônio Carlos ressalta as dificuldades do confronto e pede à torcida que compareça ao estádio.
"O Bangu vem muito motivado para essa semifinal. O time tem qualidade. O Almir é um cara que vem fazendo bons jogos. Eles vão fazer o jogo do ano contra o Botafogo, e nós também, pois ficamos de fora da final na Taça Guanabara. Espero que o Engenhão esteja lotado e que a torcida nos apóie para chegarmos nessa final"
Apesar de ser titular absoluto no setor defensivo do time, há um bom tempo, Antônio Carlos não se considera fixo na equipe e acredita o técnico Oswaldo de Oliveira pode dar oportunidade a todos os jogadores.
"O Oswaldo tem uma personalidade muito forte. Temos que respeitá-lo e fazer o que ele pede. Tudo o que ele faz é em prol da equipe e nós temos que estar juntos. Quando ele chegou aqui, disse que não iria ter 11 titulares absolutos, que todos teriam oportunidades e é isso que está acontecendo, como no caso do Loco Abreu no jogo contra o Guarani, que ficou no banco"
Na semifinal da Taça Guanabara, o Botafogo foi eliminado pelo Fluminense nos pênaltis. Na Taça Rio, o Glorioso espera fazer diferente, diante do Bangu. Vasco e Flamengo disputam a outra vaga.

Sofia Miranda e Thiago Veras/Rádio Tupi