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sábado, 24 de agosto de 2013

Por acordo com a Prefeitura, Bota vai receber R$ 4,2 milhões pelo Engenhão


Vice-presidente de futebol do Glorioso explicou que valor não se trata de uma indenização. Clube ainda vai receber outros valores




Estádio João Havelange - Engenhão (Foto: Vanderlei Almeida/ AFP)
O Engenhão está fechado desde março
(Foto: Vanderlei Almeida/ AFP)
Por meio de um acordo firmado com a Prefeitura do Rio, o Botafogo vai receber R$ 4,278 milhões pelo fechamento do Engenhão. A informação foi publicada no Diário Oficial da cidade. De acordo com o vice-presidente de futebol do Alvinegro, Chico Fonseca, a quantia não se trata de uma indenização.

- Essa quantia faz parte do nosso acordo com a Prefeitura por conta do fechamento do Engenhão. Botafogo e Prefeitura estão conversando há muito tempo, isso não é de agora. Não é o primeiro e nem será o último valor pago ao clube - explicou ao LANCENet!

Perguntado se a quantia seria usada para pagar os salários atrasados do elenco alvinegro, o vice-presidente disse que o valor não é suficiente sequer para pagar um mês da folha salarial do Botafogo.

- Há muitos encargos na folha. Só para você ter uma ideia, temos o INSS, o Fundo de Garantia, Seedorf... Além disso, essa quantia não será paga toda em dinheiro. A torcida precisa entender que a publicação no Diário Oficial é apenas uma etapa. Não é tão simples como parece. O Mauricio Assumpção não vai segunda-feira sacar o dinheiro no caixa, não é assim que funciona - contou.

O Engenhão está fechado desde o dia 26 de março por causa de problemas estruturais na cobertura do estádio. 


LANCENET! 

Quarteto ofensivo do Botafogo é responsável por mais da metade dos gols do time

Dos 83 gols no ano, foram 15 de Rafael Marques, 12 de Lodeiro e Seedorf e 11 de Vitinho




Botafogo x Goiás - Rafael Marques (Foto: Carlos Costa/ LANCE!Press)
Rafael Marques é o artilheiro do Botafogo na
 temporada (Foto: Carlos Costa/ LANCE!Press)
Algumas das maiores equipes da história do futebol tinham um centroavante como a maior fonte dos gols. Talvez por isso, a torcida do Botafogo tenha reclamado tanto quando Loco Abreu deixou o clube. Mas, a cada dia que passa, a decisão do técnico Oswaldo de Oliveira de implementar um estilo de jogo baseado na movimentação dos homens de frente se mostra mais acertada.

Afinal, o Alvinegro não possui só um "matador", mas quatro: Rafael Marques, Seedorf, Lodeiro e Vitinho. Isso em um esquema sem centroavante fixo e com troca de posição intensa de todos os apoiadores.

E os números comprovam o discurso. O ataque tem sido avassalador durante a temporada. Foram 83 gols em 41 jogos, média pouco superior a dois gols por partida. E dessas 83 bolas colocadas nas redes adversárias, 50 têm a assinatura de cada um dos membros do "quarteto fantástico". Foram 15 de Rafael Marques, 12 de Lodeiro e Seedorf e 11 de Vitinho.

– Quando temos tempo, trabalhamos muito o setor ofensivo. O mais legal é que qualquer um pode fazer gol nesse esquema. O mais importante é o trabalho do time no geral. Nosso ataque começa com a força da nossa defesa, que pressiona os adversários e tem boa saída ao ataque – afirmou o uruguaio Lodeiro.

Essa versatilidade dos atacantes também aparece durante as partidas. Lodeiro e Vitinho invertem o posicionamento constantemente, enquanto Rafael Marques chega a atuar como armador. Além disso, no fim de alguns jogos, Seedorf atua praticamente como centroavante, para não se desgastar, prendendo a bola e tentando garantir o placar.

– Rafa é um grande jogador e muito importante para o Botafogo. Está jogando muita bola, como meia e como atacante. Corre muito e é solidário até demais. Está de parabéns e merece por tudo o que trabalha e pela pessoa que é – analisou Lodeiro.


LANCENET!

Cercados de cuidados físicos, atletas reagem bem à maratona de jogos


Seedorf, de 37 anos, tem acompanhamento especial e cultiva hábitos, como exercícios semelhantes aos praticados na Yoga



Seedorf durante treino físico no campo anexo
do Engenhão (Foto: Fred Huber )
Os jogadores que disputam o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil estão colocando à prova a capacidade física, já que a maratona de jogos é enorme. Neste ano, a Copa das Confederações apertou ainda mais o calendário do futebol brasileiro. No Botafogo, a equipe tem conseguido sair praticamente ileso. No departamento médico estão apenas atletas que passaram por processos cirúrgicos, como Lucas e Cidinho. Este pode ser um dos fatores que explicam a manutenção do bom rendimento do time, líder do Brasileiro e que tem apenas quatro derrotas no ano.

Quem demanda mais cuidado é Seedorf, de 37 anos. Nesta maratona, ele se ausentou em duas partidas, ambas contra o Atlético-MG. Na primeira, teve uma lesão muscular, mas teve uma recuperação bastante rápida. Na última quinta, ele foi preservado por causa de dores no joelho direito mas deve voltar ao time para encarar o Atlético-PR, no próximo domingo.

O cuidado com os jogadores é constante, e diariamente eles são submetidos a exames que podem apontar se algum deles está próximo de ter uma lesão. Chefe do departamento médico do Bota, Rodrigo Kaz contou que desde o início do ano o perfil de cada um deles foi traçado.

- Fazemos no início do ano avaliações físicas, ortopédicas e fisiológicas e determinamos o perfil de cada um. Diariamente fazemos avaliações, como a termografia, e conversamos com todas as áreas. Vemos se há a suspeita de que alguma lesão pode acontecer e, com isso, podemos diminuir o risco de perder algum jogador. Na alta performance existe sempre o risco, vai acontecer em algum momento, ainda mais com este calendário.

Kaz acredita que outro fator importante para a diminuição de problemas físicos é a necessidade de uma boa comunicação entre todos os setores, como a comissão técnica, fisioterapia, que tem como coordenador Alex Evangelista, a preparação física, comandada por Ricardo Henriques, e a fisiologista, que tem à frente Altamiro Bottino.

- Usamos todos os dados para tentar minimizar os riscos. É uma relação multidisciplinar e interdisciplinar, com todos no departamento médico se falando. Não adianta um achar que o um atleta tem problema e a preparação física passar por cima e forçar no treinamento. Grande parte do sucesso do sucesso é também o entendimento do Oswaldo sobre esta questão.

 
Oswaldo: trabalho conjunto com a preparação
física e médicos (Foto: Vitor Silva / SSPress)
Apesar da preocupação com a prevenção, as lesões são inevitáveis no alto rendimento. Quando elas acontecem, a missão é realizar o tratamento da melhor maneira possível para que os atletas não fiquem muito tempo fora. Um exemplo foi Seedorf antes da partida contra o Goiás, em Brasília. O camisa 10, que era dúvida, recebeu cuidado intensivo do fisioterapeuta Alex Evangelista no hotel para conseguir entrar em campo.

- Quando estão concentrados, não é só repouso. Neste caso, a fisioterapia é fundamental, ficam em constante trabalho com os atletas. O Seedorf nos dá um grande feedback, é muito bom, e a cada dia vamos conhecendo melhor. Tem sido muito parceiro nosso. Ele tem uma recuperação física espetacular - disse Rodrigo Kaz.

Mais experiente, Seedorf é também quem tem mais "manias" e rituais para se preparar para treinos e jogos. Na rotina do craque existem alongamentos e até exercícios semelhantes aos praticados na Yoga, como a "Saudação ao Sol".

- Acho que ele teria um rendimento diferenciado mesmo se fizesse apenas o que os outros fazem. Ele consegue mensurar o que o corpo dele reage melhor. Yoga, alongamentos... tudo isso ele vai escolher o que dá mais prazer a ele. São complementos - disse Kaz.

Se comparado com alguns dos veteranos que se destacam no Brasileirão, Seedorf tem mostrado boa resistência. Alex, do Coritiba, por exemplo, não joga desde o dia 11 de agosto por causa de uma lesão muscular. Também com um problema muscular, o gremista Zé Roberto não atua desde a décima rodada.

- É muito difícil comparar. Não me atreveria. Mas os veteranos atualmente vão para o jogo da mesmo forma do que os outros, vão para o impacto. Entram no mesmo ritmo. Os mais experientes têm um conhecimento próprio do próprio corpo - finalizou Rodrigo Kaz.

Por Fred HuberRio de Janeiro