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sábado, 26 de setembro de 2020

Mais reforços? Botafogo observa mercado em busca de jogadores


Alvinegro, que já contratou 20 jogadores em 2020, volta à carga das transferências para buscar nomes em duas posições após recentes saídas do elenco




Paulo Autuori é o treinador do Botafogo (Foto: Vítor Silva/Botafogo)


O Botafogo parecia estar quieto no mercado, já voltou a ficar de olho em possíveis transferências. O clube de General Severiano não deve parar em Gustavo Cascardo, lateral-direito anunciado na última sexta-feira, como reforço para a sequência do Campeonato Brasileiro.


A ideia inicial era de que o elenco estivesse fechado. Contudo, as recentes saídas - Luiz Fernando, Cícero e Luís Henrique, por exemplo - fizeram o Comitê Executivo de Futebol mudar de ideia. Com o elenco curto e toda uma temporada pela frente, o Alvinegro buscará nomes para fortalecer o plantel, mas focará, em um primeiro momento, em um meio-campista avançado e um atacante de lado.


Com orçamento limitado e mínimo poder de compra, o Botafogo busca jogadores a custo zero. Sejam atletas livres no mercado - e, podendo assim, assinar um vínculo definitivo - ou encostados em equipes da Série A, que estejam interessadas no empréstimo do atleta.


Paulo Autuori possui uma equipe titular definida na cabeça, mas entende que precisa de um elenco para poder acompanhar o calendário do futebol brasileiro. Keisuke Honda, pela idade avançada e esforço colocado nos jogos, por exemplo, é constantemente poupado. O comandante quer jogadores suficientes para rodar os titulares quando preciso.


O Botafogo foi o clube do Rio de Janeiro que mais contratou em 2020. Ao todo, chegaram 20 jogadores na atual temporada. Alguns, vale ressaltar, nem vestem mais a camisa do clube de General Severiano. A tendência é que este número aumente nas próximas semanas.


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Fonte: LANCE! Sergio Santana/Rio de Janeiro (RJ)

Jairzinho, PC Caju, Dória... No Olympique, Luis Henrique segue passos de ex-atletas do Botafogo


Quarteto revelado pelo clube alvinegro tem em comum transferência para o time de Marselha; veja entrevista exclusiva do atacante de 18 anos ao ge após deixar o Botafogo


Paulo Cézar Caju, Jairzinho, Dória, Luis Henrique. Você sabe o que esses quatro jogadores têm em comum além de terem se destacado com a camisa do Botafogo? Ambos foram negociados com o Olympique de Marselha após serem revelados pelo clube alvinegro.


Luis Henrique acaba de se transferir para o time francês e segue os passos de ídolos alvinegros. Assista mais tarde a reportagem completa no GE.



Luis Henrique segue passos de outros jogadores alvinegros que foram para o Olympique — Foto: Infoesporte


Jairzinho ficou em General Severiano de 1959 a 1974 e fez história, principalmente com a conquista da Taça Brasil de 1968. Com a camisa da estrela solitária chegou à seleção brasileira e ficou conhecido como o "Furacão da Copa de 70".


O atacante foi vendido para o Olympique de Marselha em dezembro de 1974. Depois de esperar dois meses para jogar em razão de uma lesão, Jairzinho não durou muito no time francês. Em 1976, voltou ao Brasil para defender o Cruzeiro.


No ano passado, o Olympique lembrou os 115 anos do Botafogo com uma foto de Jairzinho.


Nossa homenagem aos 1️⃣1️⃣5️⃣ anos do @Botafogo vai com o gênio Jairzinho usando uma camisa especial, que celebra os tempos de General Severiano e Marselha! 🇧🇷🇫🇷

Parabéns por mais um ano desta linda história, Fogão! ⭐️ pic.twitter.com/cBpKwy3604August 12, 2019



A carreira de Paulo Cézar Caju se encontrou com a de Jairzinho nos dois clubes. Revelado pelo Botafogo, onde jogou de 1967 a 1972, o atacante, porém, teve uma passagem pelo Flamengo (1972 a 1974) antes de se transferir para Marselha, na qual considera a melhor transação da carreira. No Olympique, foi campeão da Copa da França em 1975. Depois foi jogar pelo Fluminense.


A história mais recente é a de Matheus Dória. O zagueiro, promovido ao time profissional do Botafogo em 2012, conquistou o interesse do Olympique após temporadas em alto nível e foi contratado pelo clube europeu em setembro de 2014 por cinco anos, mas não se firmou. Em 2015, Dória foi emprestado ao São Paulo e atualmente defende o Santos Laguna, do México.



Dória foi contratado pelo Olympique de Marselha em 2014 — Foto: ANNE-CHRISTINE POUJOULAT / AFP


A venda de Dória foi a segunda na história do Botafogo que rendeu mais dinheiro ao clube. O zagueiro valeu cerca de R$ 21 milhões, que foram quitados em quatro parcelas durante três anos. A transação de Luis Henrique superou esse valor.


A nova promessa alvinegra

Luis Henrique fez seu primeiro treino em Marselha na tarde da última sexta-feira. O atacante de 18 anos foi vendido por cerca de 12 milhões de euros, e o Botafogo, que detém 40% dos direitos econômicos, vai receber mais de R$ 30 milhões.


Em papo exclusivo com o ge, o jovem paraibano, que já ensaia as primeiras palavras em francês, comentou a euforia pela primeira chance em um grande clube europeu.


"Eu não sabia que atacantes como Paulo Cézar Caju e Jairzinho tinham passado por aqui. Isso me motiva ainda mais agora".

- Eu estou tranquilo em relação ao que eu posso fazer. Vou me entregar bastante no dia a dia pra marcar história e ficar conhecido. Pelo que vi no primeiro treino, acho que eu vou evoluir muito. É um jogo muito rápido, muito intenso, então acho que vou sair daqui bem mais experiente.



Luis Henrique ganhou destaque com a camisa do Botafogo — Foto: Botafogo F.R.


Luis Henrique nasceu em João Pessoa, mas foi criado em Solânea, cidade com menos de 30 mil habitantes que fica na região do brejo da Paraíba. Passou a infância treinando na escolinha de futebol do pai ("Livro na mão, bola no pé") e de lá saiu aos 14 anos rumo a Três Passos, no Rio Grande do Sul, para defender o TAC.


Ficou por dois anos Sul, onde teve período de experiência também no Internacional. Em outubro de 2018 foi contratado pelo Botafogo. No fim do ano passado, ganhou duas chances no time profissional e agradou. Integrado de vez em 2020, Luis Henrique atraiu olhares de outros europeus após 19 jogos e dois gols pelo Bota e teve a ajuda de Paulo Autuori para se desenvolver nos últimos meses.


- Passa bastante coisa na cabeça. Foi tudo muito rápido. Saí há quatro anos de casa como um sonhador, e agora chego como um reforço em um time grande da Europa. É a realização de um sonho.


- O Paulo foi um cara que me ajudou muito nisso, quase sempre ele tocava nesse assunto, e falou para eu vir tranquilo, vir com confiança. Ele sempre falava comigo - revelou.


Pego de surpresa com a rápida negociação, Luis não conseguiu se despedir dos colegas, mas falou da importância do Botafogo em sua carreira e disse acreditar que novos talentos estão sendo formados no clube.


- Fiquei sabendo que ia viajar no sábado, tive o domingo e um pouquinho da segunda pra me programar, acabou não dando tempo de eu ir no clube. Mandei até mensagem pra todos ali pedindo desculpa por isso. Mas é um até logo. Todos do Botafogo, desde que eu cheguei, foram muito importantes pra mim, me receberam muito bem, me acolheram. Então eu vou levar o Botafogo comigo no meu coração e vou estar torcendo pra ele sempre.


- Fico muito feliz, porque ajuda o clube também. Mas eu acho que essa venda vai ser batida logo logo, hein? Tem uns caras aí da base que se Deus quiser vão estar evoluindo muito também e vão bater esse número - previu Luis.


O atacante vestirá a camisa 11 no Olympique — Foto: Divulgação / OM



Com contrato assinado até 2025, Luis Henrique começa uma nova fase na sua formação como atleta e como pessoa. Focado no que tem a aprender com as diferenças do futebol europeu, o jovem também está de olho no desenvolvimento cultural. Vai iniciar as aulas de francês e espera conhecer grandes cidades europeias, a começar por Paris.


Dentro de campo ele já prevê um duelo com o ídolo Neymar, que defende o Paris Saint-Germain.


- Eu fico ansioso por esse grande jogo com o PSG, acho que é um jogo que todo jogador sonha. Mais ainda eu fico ansioso por jogar perto do Neymar, poder jogar contra ele. Mesmo sendo rivalidade, com certeza uma hora ou outra ali eu vou falar com ele - se despediu o atacante com um sorriso estampado no rosto.



Fonte: GE/Por Emanuelle Ribeiro, Karin Duarte e Rodrigo Cerqueira — Rio de Janeiro