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segunda-feira, 1 de maio de 2023

Da punição aos gols: Tiquinho dá a volta por cima contra o Flamengo e é protagonista do Botafogo



Atacante foi expulso contra o rival no Carioca e por pouco não levou punição de 180 dias no TJD; no Brasileirão, foi destaque de vitória no Maracanã



O futebol é como uma roda-gigante. Em fevereiro, Tiquinho Soares foi expulso - e posteriormente punido - na derrota do Botafogo sobre o Flamengo no Campeonato Carioca. Neste domingo, o atacante marcou dois gols e foi o protagonista da vitória do Alvinegro sobre o rival por 3 a 2 no Maracanã, em jogo válido pela 3ª rodada do Brasileirão.









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O camisa 9 passou por momentos de tensão há cerca de dois meses. O árbitro Tarcizo Pinheiro Caetano relatou na súmula do jogo do Estadual que Tiquinho deu uma cabeçada nele. O atacante chegou a ser suspenso por oito jogos do Campeonato Carioca, mas por pouco não ficou fora por 180 dias - que aí diriam respeito a todas as competições. No julgamento, dois membros da mesa foram a favor de manter a punição por seis meses, mas outros três mantiveram apenas ao Estadual.


Tiquinho, mesmo assim, desfalcou o Botafogo na partida contra o Sergipe, na primeira fase da Copa do Brasil, por uma "suspensão preventiva" enquanto esperava o julgamento do caso. O clube conseguiu reverter a decisão posteriormente e o camisa 9, hoje, pode atuar normalmente na competição.


Mas são águas passadas. Tiquinho deixou o episódio anterior para trás com estilo. No Maracanã, marcou gols, disputou bola com zagueiro no corpo, fez pivô, ajudou na criação de jogadas e ajudou a prender a bola nos minutos finais. "Limpou a imagem" no clássico contra o rival.





Tiquinho Soares Botafogo x Flamengo Maracanã — Foto: André Durão


O jogo do Botafogo passou pelo atacante. Quando roubava a bola, o time acionava o camisa 9 na intenção de um pivô para sofrer a falta ou na busca de um passe acionando os pontas em situação de um contra um.


Além dos dois gols, Tiquinho contribuiu com dois dribles, 15 passes certos, dois lançamentos, seis finalizações, oito duelos individuais vencidos e três faltas sofridas. O camisa 9 é o protagonista da equipe comandada por Luís Castro no Campeonato Brasileiro. Em três jogos, são três gols e duas assistências.


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Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro

Análise: Botafogo se adapta ao jogo do Flamengo, cria para vencer e sai maior do clássico



Com o rival tendo o goleiro participando das linhas de passe, Luís Castro abdicou da posse de bola e apostou na velocidade para ferir em importante vitória




A máxima do futebol "clássico não se joga, se ganha" pode ser aplicada - em partes - para o Botafogo diante do triunfo por 3 a 2 sobre o Flamengo, neste domingo, em jogo válido pela 3ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Maracanã.






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A equipe de Luís Castro ganhou e jogou. Acima de tudo, se adaptou. A chave do Botafogo para a vitória foi responder a todos os movimentos que Jorge Sampaoli, treinador do Flamengo, fazia no Rubro-Negro. O português respondia da maneira que entendia como certa. Como um jogo de xadrez, quando os adversários jogam sempre um depois do outro. O xeque-mate foi preto e branco dessa vez.


Tudo começou já nos início da partida, quando o Flamengo criou jogadas com Santos adiantado na linha dos zagueiros, chegando a ficar perto do círculo central. Ainda aos cinco minutos, o Botafogo, confuso diante desse posicionamento, deu espaço e o adversário criou uma jogada rápida - Vidal acertou a trave após boa troca de passes.


Adaptação I: não pressionar Santos. Ocupar o campo de ataque e incomodar a saída de bola dos rivais talvez seja uma das maiores qualidades do Botafogo de Luís Castro, que mudou essa estratégia. Quando o camisa 1 tinha a bola, nenhum jogador de preto e branco saía para abafar. A ordem era fechar as opções de passe que ele poderia dar e tentar uma roubada de bola sem o arqueiro na meta. Deu certo uma vez e Tiquinho quase guardou do meio-campo.


Essa marcação "forçou" o Flamengo a fazer lançamentos aos lados do campo. Quando recuperava a bola, a ordem para o time de Luís Castro era acelerar. A Adaptação II foi, em partes, "abdicar" da bola. O Rubro-Negro tinha o controle da posse, mas foi o Alvinegro, principalmente no primeiro tempo, que conseguia descidas de perigo.





Flamengo x Botafogo — Foto: Vítor Silva/Botafogo



- Por decisão nossa, nós não pressionamos o Santos, só o pressionamos no momento em que nós tínhamos garantia de que ou íamos recuperar ou ficar muito perto de recuperar a bola. E para isso era melhor guardar posição para fechar todas as linhas de passe. A partir do momento em que o Flamengo errava, partir para o ataque e tentar finalizar dessa forma. O jogo foi correndo à feição dentro daquilo que tínhamos planejado e acabamos por concretizar o que era nosso objetivo fundamental, ganhar os três pontos do jogo e tivemos ali momentos muito bons de bola. No global a estratégia desenhada e a tarefa executada pelo Botafogo foi bem desempenhada - explicou Luís Castro.


Foi em uma dessas transições em velocidade que Victor Sá sofreu pênalti de Wesley e Tiquinho Soares marcou o primeiro do duelo. Os 26% de posse de bola foram a menor taxa do Botafogo nesta sequência de 12 jogos de invencibilidade em 2023. Ao mesmo tempo, foi o jogo que o time mais finalizou neste Brasileirão.


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No segundo tempo, com a expulsão de Rafael logo aos cinco minutos, o Flamengo foi para cima. Um abafa dentro e fora de campo, com o apoio da torcida, resultaram em um gol de Léo Pereira instantes depois. Aí vem a Adaptação III: usar Tchê Tchê como meia pelo lado direito.



Após o cartão vermelho, Luís Castro tirou Júnior Santos, ponta pela direita, para colocar Di Plácido, lateral que entrou para recompor o lugar deixado na linha defensiva. Eduardo, então, passou a ser o atleta mais voltado para o lado direito, mas passava aperto na marcação - o camisa 33 foi sacado por Marlon Freitas e Tchê Tchê ocupou esta função pelos flancos do campo.





Posicionamento do Botafogo no 2º tempo — Foto: ge


Mais reforçado defensivamente no meio, o Botafogo teve em Marlon Freitas uma intenção de melhorar a marcação no meio da área, local que Éverton Ribeiro comandava no 2º tempo. Com Tchê Tchê com mais liberdade, o camisa 6 fez grande jogada individual e criou a jogada do terceiro gol.


Com um a menos durante praticamente o segundo tempo inteiro, o Botafogo sofreu - era praticamente passar ileso em um contexto assim. Ao mesmo tempo, o time jogou. A equipe de Luís Castro venceu e mereceu vencer. A estratégia foi clara e executada.


Houve uma adaptação para evitar que o Flamengo ganhasse superioridade numérica no campo ofensivo a partir da chegada de Santos à última metade do campo. No segundo tempo, diante do cenário de pressão, o time até demorou para segurar as investidas de Éverton Ribeiro, mas contou com mais uma tarde inspirada de Lucas Perri.


Mais do que o resultado, a vitória no clássico serve para dar moral. O Botafogo termina a 3ª rodada na liderança do Brasileirão e sai maior do que entrou do jogo.




Rival vai se acostumar a perder para o Botafogo, afirma Pedro Dep | A Voz da Torcida (https://ge.globo.com/futebol/voz-da-torcida/video/rival-vai-se-acostumar-a-perder-para-o-botafogo-afirma-pedro-dep-a-voz-da-torcida-11578704.ghtml)



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Fonte: Por Sergio Santana — Rio de Janeiro