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sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Escalação do Botafogo: Diego Costa é testado entre os titulares para jogo contra o São Paulo



Atacante chega a ser testado como possibilidade no onze inicial, mas Bruno Lage só fechará a escalação na preleção, horas antes do jogo



O Botafogo pode ter a estreia de Diego Costa neste sábado (19), às 16h, no Morumbi, contra o São Paulo pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro. O treinador Bruno Lage testou algumas formações diferentes no ataque, entre elas com o camisa 19, que se apresentou na segunda-feira e começou a treinar com o elenco apenas na terça.






Xodó da torcida, Segovinha é o novo camisa dez do Botafogo (https://ge.globo.com/video/xodo-da-torcida-segovinha-e-o-novo-camisa-dez-do-botafogo-11875159.ghtml)


O treinador só irá definir a equipe titular na preleção, que será feita no hotel em São Paulo horas antes do confronto, em uma conversa com o elenco para saber quais jogadores estarão mais à vontade com o plano que será executado dentro de campo. Bruno testou diferentes variações e gostou das características de cada uma delas.




A grande dúvida da escalação está no ataque. Após a saída de Sauer, há disputa pela vaga na ponta-direita. Luís Henrique e Júnior Santos estão na frente nessa disputa. No caso do camisa 11 ganhar a vaga, Victor Sá deve ser deslocado para o lado direito.


O bom momento do São Paulo, que eliminou recentemente o Corinthians na semifinal da Copa do Brasil, faz com que a comissão técnica do Botafogo trate essa partida como uma das mais difíceis. O Tricolor Paulista é também um dos melhores mandantes do Brasileirão.





Diego Costa, Botafogo — Foto: Vítor Silva/Botafogo


Lage contará com a volta do lateral-esquerdo Marçal. O capitão do time foi desfalque no último sábado, quando a equipe enfrentou o Internacional no Estádio Nilton Santos e venceu por 3 a 1 de virada, sendo substituído por Hugo.



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Além de Tiquinho, Rafael e Patrick de Paula, todos se recuperando de lesões, Gabriel Pires também será desfalque. O jogador está clinicamente recuperado da contusão que teve na panturrilha, mas o clube optou por ser cuidadoso para que ele não volte a sentir o problema, como aconteceu recentemente.



Escalação provável: Lucas Perri, Di Plácido, Adryelson, Cuesta e Marçal; Marlon Freitas, Tchê Tchê e Eduardo; Victor Sá, Luís Henrique (Júnior Santos) e Diego Costa (Janderson).





O Botafogo lidera o Campeonato Brasileiro com 47 pontos somados, a melhor campanha da história do primeiro turno desde que o torneio de pontos corridos passou a ter 20 clubes, em 2005, superando a marca estabelecida pelo Corinthians em 2017 pelo número de vitórias.


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Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro

De Garrincha a Túlio: entenda a mística camisa 7 do Botafogo, que se tornou mais importante que a 10



Escritor conta a importância de jogadores que usaram o número, passando também por Jairzinho e Maurício



Botafogo anunciou nesta semana o paraguaio Segovinha como novo dono da camisa 10, após a saída de Gustavo Sauer, antigo detentor, para a Turquia. O místico número eternizado por Pelé no futebol mundial tem um peso grande em quase todos os clubes do Brasil. A exceção da regra é justamente o Glorioso.












Entre os botafoguenses, a camisa 7 é o equivalente da 10 para a maior parte dos clubes brasileiros. O motivo é simples e tem nome e sobrenome: Manoel Francisco dos Santos, ou Garrincha. O Anjo das Pernas tortas eternizou o número na memória afetiva dos torcedores e deu a ele um peso histórico.


- Não há dúvida nenhuma que o 7 é o 10 do Botafogo por causa do Mané Garrincha. O número 7, usado por ele, acaba se tornando uma camisa emblemática. Por que não é o 6 do Nilton Santos? Porque o Garrincha, apesar de dividir o posto de maior ídolo do Botafogo, era midiático, era espetáculo, circense, a alegria do povo - explicou o pesquisador da história do Botafogo, Rafael Casé.

Não tem como você disassociar a camisa 7 da mais importante do Botafogo. É o 10 do Pelé em Santos, e o 7 do Garrincha no Botafogo. Isso nunca vai mudar.
— Rafael Casé


A mística perpassou o atacante das décadas de 1950 e 1960 e atravessou outras gerações de botaguenses, com Maurício, usando a 7, fazendo o gol que acabou com jejum de 21 anos sem títulos, e Túlio Maravilha, protagonista do título brasileiro de 1995 também com a numeração.



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Mesmo 41 anos depois do fim da carreira do atacante, Garrincha segue vivo na memória dos que viram ele jogar e passa pelas novas gerações pelas poucas imagens disponíveis do que o jogador fazia.


- É a lenda, são avós, que contam para os pais, que contam para os filhos, que contam para os netos. A mística do Garrincha. Ele sempre teve essa presença, era um jogador querido por todas as torcidas, principalmente quando jogava pela Seleção - completou Casé.

A mística do Garrincha e do camisa 7 vão estar presentes para sempre no Botafogo.
— Rafael Casé




Botafogo x Coritiba - Victor Sá e Gustavo Sauer — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Hoje, a responsabilidade de envergar o número que foi de Garrincha, Maurício e Túlio Maravilha cabe a Victor Sá. Antes criticado, o atacante vem crescendo de produção junto com o time no Campeonato Brasileiro, em que o Botafogo é líder com 47 pontos somados em 19 rodadas, 13 de vantagem sobre o vice-líder Palmeiras, e protagonizando grandes jogos, com direito a gol na última partida sobre o Internacional que iniciou a virada relâmpago.


- Se a gente tivesse aqui a tradição de aposentar camisas de grande jogadores, para que esse número não seja mais usado por nenhum jogador, a camisa 7 seria aposentada - concluiu o pesquisador.


Com o camisa 7 entre os relacionados, o Botafogo volta a campo neste sábado, às 16h, no Morumbi, para enfrentar o São Paulo no Morumbi em rodada que abre o segundo turno do campeonato nacional.


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Fonte: ge/Por Jéssica Maldonado — Rio de Janeiro

Insulina com Tiquinho: conheça a história do Bento, que comoveu camisa 9 do Botafogo nas redes sociais



Menino de cinco anos mora no Espírito Santo e cultiva amor familiar pelo Glorioso



Na semana em que Bento completa um ano da descoberta da diabete tipo 1 foi a mesma em que viveu a surpresa de receber uma mensagem de seu ídolo. O menino de cinco anos viralizou nas redes sociais com vídeo do momento em que toma insulina, aplicada na perna, com a pose da comemoração de Tiquinho Soares, atacante do Botafogo.


O vídeo chegou até o camisa 9, que deixou uma mensagem ao "amiguinho":



Bento imita Tiquinho Soares enquanto toma "picada" da insulina (https://ge.globo.com/video/bento-imita-tiquinho-soares-enquanto-toma-picada-da-insulina-11873735.ghtml)



- Deus te abençoe, meu amiguinho Bento! Obrigado pelo carinho. Muita saúde para você e sua família - comentou Tiquinho na publicação de Arthur Calegario, pai do Bento.


Bento é torcedor fanático do Glorioso, amor que herdou do pai, Arthur Calegario, e do avô. Ele mora em Serra, Região Metropolitana de Vitória, no Espírito Santo, local que descobriu o desafio que enfrentaria a partir de então. As "picadas" ocorrem até três vezes por dia, de acordo com o monitoramento do índice da glicose no sangue. Nem sempre é fácil, e foi assim que surgiu a ideia de colocar o ídolo na "jogada".




Bento curtindo um dia de jogo, no Estádio Kléber Andrade — Foto: Arquivo pessoal



- Foi no Dia dos Pais. Ele não queria tomar insulina, mas eu disse pra ele tomar igual o Tiquinho. Então ele fez a pose e tomou - disse o pai.


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O vídeo rapidamente circulou, começando pela Comunidade Diabética do Espírito Santos até chegar a influenciadores do Botafogo, entre eles o Victão, do perfil 'Fala Fogão', que levou o vídeo através de amigos ao jogador. A repercussão foi uma surpresa para o pai e o Bento, que ficou muito feliz por ter sido notado pelo artilheiro.




Bento ao lado do pai, Arthur — Foto: Arquivo pessoal ()


Se antes a relação já era de amor, agora aumentou. Ainda nesse ano, Bento foi ao estádio assistir o Botafogo no Campeonato Carioca. No jogo contra o Resende, em Cariacica, lá estava ele, cantando e apoiando o time, com "libre" no braço - aparelho para medição da glicemia. No jogo, ele também entrou em campo com os jogadores, realizando um sonho.



Bento "recebe" o Botafogo no Espírito Santo pelo Campeonato Carioca (https://ge.globo.com/video/bento-recebe-o-botafogo-no-espirito-santo-pelo-campeonato-carioca-11873731.ghtml)


No ano passado, uma situação comoveu o pai botafoguense. Bento, apesar de gostar do Botafogo, também queria agradar a mãe, que é flamenguista. Mas em 2022, um conversa no carro mudou tudo e ele passou a ser "oficialmente" um escolhido.


- Ele usava camisa do Botafogo e do Flamengo, e na vitória contra o Fortaleza, antes do gol, ele disse que decidiu que seria Botafogo. Lembro da imagem, na frente do hospital, no primeiro momento que ele esteve internado e quando soube do quadro de diabetes - contou Arthur, emocionado.




Bento na espera dos jogadores em Vitória, no Espírito Santos — Foto: Arquivo pessoal



Uma ação simples, que impactou Bento, que não esconde o desafio do dia a dia e encara a rotina com normalidade: toma insulina na escola, chama os amigos e mostra que não há diferença, ainda mais quando tem o ídolo no meio.



Bento recebendo autógrafo de Rafael, no aeroporto em Vitóra-ES — Foto: Reprodução Botafogo TV


- Ele joga bola com todos amigos, mesmo com libre, faz judô, vai na praia, não tem diferença alguma. Sempre mostramos isso. Não tem nada de diferente, só a picadinha. Na escola, ele pede o colete com o número nove, também por causa do Tiquinho - finalizou Arthur.


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Fonte: ge/Por Jéssica Maldonado — Rio de Janeiro

Botafogo, o líder dos comportamentos táticos definidos



Equipe de Bruno Lage é líder porque sabe jogar sempre da mesma forma, independente de lesões, trocas e empréstimos



Luís Castro decidiu ir embora. Tiquinho Soares está lesionado. Gustavo Sauer foi emprestado. Diego Costa vem aí. O acelerado ritmo de mudanças no Botafogo sugere um cenário de queda, mas nada parece mudar a imponência da equipe na liderança do Campeonato Brasileiro.


São 47 pontos conquistados em 57 possíveis. Fato tão impressionante que até faltam explicações: não é um time de craques, de um supertécnico, muito menos de jovens em ascenção. Não é uma máquina de futebol ofensivo, tampouco joga por uma bola. É um time que controla bem seus jogos e vez ou outra se supera, como a virada contra o Internacional.


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Mas nem sempre o campo tem histórias dignas de Indiana Jones. O Botafogo não tem um segredo, ou uma fórmula mágica. É um time que vence porque joga de forma simples. E repete isso jogo após jogo. Sua grande força está na simplicidade e na consistência.


A prova disso é como a equipe se adaptou sem Tiquinho Soares.


No jogo contra o Internacional, Carlos Eduardo foi o substituto do camisa 9. Bruno Lage não mudou absolutamente nada no time. O Botafogo continuou a jogar no 4-2-3-1 que marca com duas linhas. Assim como Tiquinho, Carlos Eduardo buscou marcar o setor onde estava a bola e se movimentava pelos lados para criar superioridade e proteger a linha de defesa.



Sem Tiquinho, Carlos Eduardo fez a mesma função contra o Internacional — Foto: Reprodução


E no ataque? Carlos procurou copiar Tiquinho. Ora ele buscava o lado para apoiar uma bola longa vinda de Perri. Ora ficava mais à frente, segurando os zagueiros para Lucas Fernanes e Tchê Tchê aparecerem de trás. Nos momentos em que prendia a bola longa, João Victor se projetava e buscava atacar um espaço para receber o passe na frente.



Carlos Eduardo buscou segurar as bolas longas, jogada forte do Botafogo — Foto: Reprodução



Não existe nenhuma diferença com o que Tiquinho fazia. O segredo está justamente nessa consistência.


O olhar de quem gosta de futebol, seja torcedor e até dirigente, é muito voltado para o individual. Olhamos muito para a bola e pouco para o entorno. Só que o individual não pode ser separado do restante num jogo que envolve onze pessoas unidas o tempo todo. Futebol é um esporte essencialmente coletivo.


Carlos Eduardo fez o mesmo que Tiquinho porque ele treinou para tal. Repetiu na vitória e na derrota. Até virar automático, como um hábito. O nome que a ciência dá para isso é comportamento: uma coisa que você repete, mesmo sem saber o motivo, e que mexe contigo e com o entorno.


O segredo do Botafogo é a simplicidade de ter comportamentos bem definidos que não dependem de um lance de mágica que só um craque pode dar. Que não dependem nem mesmo da continuidade do treinador. Dependem apenas de ter uma definição e ser seguido por quem esta em campo. E depende demais da repetição, na vitória ou na derrota. Afinal, todo comportamento ou estilo de jogo pode dar certo: basta ser bem executado.





Bruno Lage em Botafogo x Guaraní-PAR pela Sul-Americana — Foto: Vítor Silva / Botafogo



O Botafogo é líder porque repete, insiste, joga sempre da mesma maneira. Joga da mesma maneira do ano passado, quando Luís Castro colocava ao menos um lateral para jogar pelo centro do campo e ajudar Patrick de Paula a ter mais espaço para pensar o jogo de trás. Patrick se lesionou, o Fogão trocou os laterais e os comportamentos seguem os mesmos: um lateral por dentro enquanto o volante tem a bola.


Contra o Internacional, essa dupla foi Tchê Tchê e Hugo. Contra o Guarani, Marçal fez o papel de Hugo. Os nomes mudam, os comportamentos continuam.





Ataque posicional do Botafogo: lateral por dentro e meia por trás, com espaço para lançar — Foto: Reprodução


É cada vez mais difícil que nosso olho enxergue a simplicidade e a constância como fatores de sucesso. O ser humano sempre contou histórias de heroísmo e divindades. De talento e exuberância. Somos fascinados por seres com grandes poderes e acontecimentos que mudam nossas vidas.


Quem nunca esperou que a vida fosse como num filme? As redes sociais pioram a questão: tudo precisa ser mágico em 15 segundos. Tudo precisa ser grandioso, imenso, exagerado.


O cotidiano, muitas vezes, é chato e sem cor. Apenas um emaranhado de esforços repetitivos, que somados, produzem um resultado como o salário no fim do mês. Futebol é vida. Um time de sucesso nada mais é do que o produto de muito trabalho e constância muito mais do que um lindo passe ou um drible de mágica.


Pode parecer - e é um choque no romantismo do qual o jogo ainda é tratado. Mas o Botafogo de Tiquinho, de Lage e agora de Diego Costa é uma grande lição para que a simplicidade e a constância sejam vistas com mais glamour. São elas as grandes responsáveis pelo primeiro turno absurdamente bom que esse time faz.





Fonte: ge/Por Leonardo Miranda
Jornalista, formado em análise de desempenho pela CBF e especialista em tática e estudo do futebol