Clarence Seedorf falou pela primeira vez à imprensa como jogador do Botafogo, no início da tarde desta segunda-feira. O meio-campista holandês prometeu que irá se empenhar muito em sua passagem pelo novo clube e que pretende somar ao elenco alvinegro. Em uma entrevista coletiva concedida no Palácio da Cidade, o jogador, que chegou ao Rio na última sexta-feira, disse que já começará a treinar nesta terça.
Seedorf relembrou a forma como foi recebido no Rio de Janeiro, tanto no desembarque quanto na apresentação, no Engenhão. O jogador ressaltou a história do Botafogo e afirmou que, até por conta disso, o Alvinegro precisa sonhar com títulos importantes nesta temporada, como o Campeonato Brasileiro:
- O mínimo que posso fazer é trabalhar seriamente, por todo o carinho que recebi, como sempre fiz na carreira. O Botafogo tem que crer, sonhar com o título. O clube tem sonhos importantes, a história mostrou nos últimos anos que todo mundo pode ganhar. O caminho é longo e estou aqui só para ajudar. Amanhã (terça-feira), já começo a trabalhar as partes física e técnica, para dar alegria a essa torcida maravilhosa do Botafogo.
O novo camisa 10 botafoguense foi recebido no Palácio da Cidade pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Na chegada, ambos trocaram camisas: Seedorf deu ao prefeito uma do Botafogo com o número 10. O político retribuiu à gentileza entregando ao meia uma camisa na qual se lia "Seedorf: o mais carioca dos holandeses". Já na sala de imprensa do Palácio, Eduardo, que é torcedor do Vasco, brincou com Seedorf:
- Seedorf, só esqueci de falar uma coisa: quando jogar contra o Vasco, só não faça nenhum gol (risos).
Depois, o jogador posou, ao lado do presidente do Botafogo, Mauricio Assumpção, com uma camisa preta do Botafogo, que usou durante a coletiva. O craque holandês mostrou sempre um semblante sorridente e voltou a mostrar desenvoltura ao responder as perguntas.
Já durante a coletiva, o veterano holandês, de 36 anos, também comentou sobre o desafio de atuar no futebol brasileiro mesmo depois de passar toda a carreira na Europa e as últimas dez temporadas seguidas especificamente na Itália. Seedorf garantiu que chegar a um país diferente, com outra cultura, é algo que o motiva. Perguntado em relação ao estado dos gramados europeus, no entanto, o meia afirmou que isso é algo supérfluo, que não o preocupa no momento.
- A dificuldade é que cria uma motivação. É a novidade, a dificuldade de trocar de país, entrar em um time novo, é isso que me motiva. Não estou preocupado com o gramado brasileiro, não vai ser um problema, mas é claro que preciso me adaptar. Futebol é futebol. Quero perder o menor tempo possível nessas coisas e dependo dos meus companheiros na adaptação - disse.
Em relação à pressão e à expectativa da torcida no sentido de conquistas, Seedorf reafirmou que ainda existe um longo caminho a ser percorrido pelo Botafogo para alcançar seu objetivo. Porém, o meio-campista se mostrou otimista em um crescimento da equipe com sua chegada e afirmou que a pressão individual não é algo que incomoda, já que ele sempre jogou em clubes cuja expectativa era de vitórias e títulos:
- Essa não é uma pressão para mim, pois em toda carreira só joguei em clubes com a obrigação de ganhar, isso faz parte da minha obrigação. Mas é difícil falar agora do Campeonato Brasileiro, vamos sonhar, trabalhar, ter disciplina. Vou ajudar como um jogador a mais pelo sonho. Mas sou realista: temos muito para fazer. Ano passado, alguma coisa aconteceu nas últimas rodadas, então podemos melhorar. Hoje, temos uma base. Com minha chegada, vamos melhorar um pouco, eu espero.