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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Botafogo é notificado por Loco Abreu e tem dez dias para pagar R$ 2,2 mi


Dívida é referente a direitos de imagem atrasados do período em que uruguaio jogou pelo clube. Diretoria culpa antiga gestão e vai tentar acordo para evitar ação judicial



Loco Abreu durante homenagem feita pelo Botafogo
 no ano passado (Foto: Reprodução / Instagram)
Em meio à crítica situação financeira que atravessa, o Botafogo ganhou mais um problema. O clube foi notificado, nos últimos dias, pelo advogado de Loco Abreu. O uruguaio cobra cerca de R$ 2,2 milhões referentes a direitos de imagem atrasados no período em que defendeu o Alvinegro, entre 2010 e 2012.

A notificação dá um prazo de dez dias para que o Botafogo pague o valor ao jogador. Caso o contrário, Loco Abreu ingressará com uma ação na Justiça. O clube ainda não sabe como agir. O assunto será levado à reunião do conselho diretor, na próxima sexta-feira. Em um primeiro momento, a ideia é buscar um acordo com os representantes do uruguaio em busca de um prazo maior para quitar o débito.

- Esse é mais um problema da gestão anterior, que só nos deixou pepinos. O conselho diretor vai se reunir, provavelmente na próxima sexta-feira, para debater o assunto e evitar que haja mais uma ação judicial contra o Botafogo. Mas vou ser sincero. No momento estamos trabalhando para manter o clube vivo, pagando impostos e salários. Não temos como pagar o Loco Abreu agora. O melhor seria buscar um acordo para poder quitar esse valor em seis meses ou um ano – disse o vice-jurídico do Botafogo, Domingos Fleury.

Domingos Fleury afirmou que o Botafogo vai tentar resolver a situação de maneira amigável, até por respeito pela história de Loco Abreu no clube.

- Estamos realizando uma auditoria para verificar exatamente o valor dessa dívida. Mas não tenho dúvida de que o Loco Abreu é credor. Vamos levar em consideração tudo o que ele fez pelo Botafogo. Ele é um craque que engrandeceu o nome do clube. Mas temos que levar em conta a nossa capacidade financeira de momento, que é limitadíssima.

Loco Abreu defendeu o Botafogo entre 2010 e 2012, conquistando o Campeonato Carioca logo em seu primeiro ano no clube. Ao longo de duas temporadas e meia, o atacante disputou 106 jogos, marcou 63 gols e tornou-se um dos grandes ídolos recentes do Alvinegro. No início da temporada, o uruguaio chegou a ser especulado para a disputa da Série B, mas o negócio não foi para frente.

Por Marcelo BaltarRio de Janeiro/GE

Joia da base do Botafogo, volante assina novo contrato nesta terça-feira, em General Severiano, passando a ganhar mais do que o dobro de salário





Fernandes assinou novo contrato com Botafogo, agora válido
 até dezembro de 2017 (Foto: Satiro Sodré/SS Press)
Fernandes completa 20 anos no próximo dia 21, mas o presente de aniversário foi antecipado. Na tarde desta terça feira o volante assinou a extensão de seu contrato com o Botafogo. O novo vínculo vai até dezembro de 2017 e dá ao jogador um salário maior do que o dobro do atual. A multa rescisória passou a ser de aproximadamente R$ 35 milhões, para clubes brasileiros.

O acordo firmado em General Severiano também dá a Fernandes um aumento de salário ao longo dos anos de contrato. Além disso, ele passará a receber mais à medida que alcançar metas como convocações para a seleção brasileira.

Como há aumento de salário, automaticamente há aumento da multa rescisória, que, no contrato anterior era de cerca de R$ 10 milhões. Até então, o vínculo de Fernandes com o Botafogo era válido até dezembro de 2016.

No Botafogo há 10 anos, Fernandes vem sendo a revelação do Botafogo em 2015, quando foi promovido dos juniores. O volante participou das três partidas oficiais do Alvinegro e marcou seu primeiro gol como profissional na vitória por 4 a 0 sobre o Bonsucesso, no último sábado (assista ao vídeo).





O otimismo do clube é proporcional à cautela. Embora reconheça a qualidade de Fernandes, o técnico René Simões explica que ele será lançado aos poucos na equipe e, por isso, acredita que ainda é cedo para falar na vaga de titular. Segundo o treinador, o principal neste momento é lapidar a joia alvinegra dentro e fora de campo.

- Não estou preocupado com ele ser titular ou não, mas sim com sua evolução e com o fato de ele conseguir usar todo o seu potencial, que é grande. O Fernandes será um bom profissional quando conseguir usar toda a sua qualidade sob alta pressão, e ele tem demonstrado condição para isso. Vamos com calma. Correr muito atrapalha o menino. Por isso peço paciência a vocês (jornalistas), pois não é o momento de entrevista ou matéria especial. Ele acabou de renovar contrato, passou a ganhar mais e agora é reconhecido na rua. Deixem ele se adaptar a tudo isso, e depois passamos a outro momento. Caso contrário desequilibra o garoto. Ele tem criatividade, bom toque de bola e dinâmica de jogo moderna. Faltam alguns detalhes a serem trabalhados - avaliou o técnico do Botafogo.

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro/GE

Botafogo só cobrará prefeitura quando Engenhão for totalmente devolvido. Valor pode chegar a R$ 40 milhões



Engenhão: alvo de longa novela envolvendo Botafogo, prefeitura e Consórcio Foto: Luiz Ackermann

O sábado foi quase perfeito para os alvinegros. Retorno ao Engenhão, goleada de 4 a 0 e até lucro em jogo contra um time pequeno (R$ 67.111,12) depois de quase três anos de prejuízo. Mas o que o clube entende que ainda tem a ganhar com o estádio vai muito além. Depois que o tiver 100% em suas mãos, o Alvinegro irá cobrar da prefeitura todo o prejuízo que teve com o fechamento, uma quantia que pode chegar a cifras em torno dos R$ 40 milhões.

Este é o valor que um estudo encomendado pela gestão anterior apontou. Este levantamento, no entanto, ainda será feito pelo atual departamento jurídico. Mas, independentemente do valor, a cobrança irá ocorrer.

— Não há como não cobrar. Se não houver acordo, a cobrança vai ser ajuizada — disse o vice-presidente jurídico do clube, Domingos Fleury.

Causou estranheza o fato de o presidente Carlos Eduardo Pereira ter evitado falar em prejuízos quando o Engenhão foi parcialmente aberto para o clube (a liberação total será concluída em julho). O problema é que, por acordo, os custos com a manutenção ainda são pagos pela prefeitura, já que as obras na cobertura ainda não terminaram. E a diretoria entende que, enquanto o estádio estiver nestas condições, não há sentido em fazer cobranças.

— Vai ser cobrado. Não tem a menor dúvida. Mas não temos como apresentar a conta enquanto a prefeitura não devolver o estádio — acrescentou Fleury.

A tendência é que haja um impasse. Para a prefeitura, o Botafogo não tem direito a indenização. A prorrogação da concessão seria suficiente para o clube reaver o que deixou de arrecadar, raciocínio com o qual o Alvinegro não concorda.

— Não é a mesma coisa. Quando o Engenhão foi fechado, antes da Copa, o mercado estava muito mais aquecido — argumentou Fleury.

Leia mais no Extra/Rafael Oliveira

Sob um sol escaldante, René Simões repete o time para enfrentar o Bangu


Na véspera do duelo contra a equipe de Moça Bonita, em Xerém, treinador mantém a formação que goleou o Bonsucesso, no sábado, com Tomas Bastos entre os titulares



O Botafogo não terá mudanças para enfrentar o Bangu. Na manhã desta terça-feira, véspera do jogo, o técnico René Simões manteve o time que goleou o Bonsucesso, em treino no campo anexo do Engenhão, sob um sol escaldante.

Até por conta do calor, a atividade foi curta e durou cerca de 40 minutos. René Simões comandou um treino tático, com titulares contra reservas. O time que treinou e vai começar a partida contra o Bangu é Jefferson, Gilberto, Roger Carvalho, Renan Fonseca, Carleto; Marcelo Mattos, Aírton, Diego Jardel, Tomas Bastos; Rodrigo Pimpão e Bill.

Treino do Botafogo nesta terça-feira, no Engenhão, foi marcado por um calor muito forte (Foto: Gustavo Rotstein)

Durante a atividade, René deu ênfase às bolas aérea na defesa, que vêm sendo um problema constante nesse início de temporada. Os jogadores também trabalharam jogadas de bola parada e cruzamentos na área.

A equipe reserva foi formada por Renan, Luis Ricardo, Alisson, Diego Giaretta, Jean; Aírton, Andreazzi, Fernandes, Gegê; Sassá e Jobson. Mais uma vez, Jobson mostrou estar recuperado do edema na coxa que o afastou das duas últimas partidas e está à disposição de René Simões.

Contratado na última semana, Pimentinha não participou da atividade. O jogador ficou sob os cuidados do preparador Marcello Campello e trabalhou a parte física à beira do gramado.

Com sete pontos, o Botafogo é o segundo colocado do Campeonato Carioca. Nesta quarta-feira, às 17h, o time enfrenta o Bangu, no Los Larios. O GloboEsporte.com acompanha a partida em Tempo Real.

Por Gustavo Rotstein e Marcelo BaltarnRio de Janeiro/GE

“Sobrevivente”, Mattos completa 31 e vira referência: “Quero fazer história”



Há quase cinco anos no Botafogo, aniversariante divide com Jefferson a missão de liderar o elenco e afirma que ficou pelo desafio de levar o clube de volta à elite




Marcelo Mattos é muito identificado com o Bota
(Foto: Thiago Lima)
Fim de treino nesta segunda. Como quem não quer incomodar, Marcelo Mattos caminha meio sem jeito em direção ao ex-jogador Alemão, destaque do Botafogo na década de 80. Apresentado, Mattos troca algumas palavras e pede para posar para foto com o ex-volante da Seleção, hoje coordenador-técnico do São Cristóvão.

- É a primeira oportunidade que tenho de conhecer o Alemão. Já tinha assistido a vídeos dele. Era um volante de muita qualidade. É um espelho para mim – elogiou o camisa 5 do Botafogo.

A reverência ao ídolo do passado e o fato de ter sido o único jogador a procurar Alemão são apenas alguns exemplos da identificação de Marcelo Mattos com o Botafogo. Há quase cinco anos no Glorioso, o volante, que só fica atrás de Jefferson em número de jogos pelo clube, se tornou uma referência em um elenco jovem e repleto de caras novas. Com 31 anos completados nesta terça-feira, o jogador não foge da responsabilidade de ser um dos líderes dentro do elenco.

- Estou ficando um pouco mais experiente, né (risos)? Fico feliz por completar 31 anos e poder participar desse momento do Botafogo, de reestruturação, em busca de voltar à primeira divisão. Eu e Jefferson somos dois dos mais velhos do elenco e espero contribuir muito dentro e fora de campo. Também me sinto uma referência. Quando o Jefferson decretou que ficaria no Botafogo, fiquei muito feliz, já que ele é um jogador para dividir comigo essa responsabilidade de ajudar os mais jovens e também a comissão técnica. Temos muita participação nisso. Temos que ajudar porque conhecemos muito bem o Botafogo. Sou um dos jogadores com mais jogos pelo Botafogo, mas quero fazer muito mais pelo clube. Quero entrar para a história por colocar esse time de volta na primeira divisão.

Experiência essa que foi testada na vitória sobre o Bonsucesso, no último sábado, no Engenhão. No último lance do primeiro tempo, um carrinho de Cristiano em Bill esquentou o clima entre os jogadores, especialmente Marcelo Mattos e Miguel. Os dois ficaram se encarando, e o volante alvinegro mordeu a língua ao mesmo tempo que a mostrava para o adversário. Um truque aprendido em família para se controlar. Ele acha que se fosse alguém mais jovem, teria caído na pilha do atacante rival e poderia ter sido expulso.

- É de família (risos). A minha esposa e o meu filho fazem isso quando ficam nervosos. Para não dar um sopapo no adversário, é melhor morder a língua (gargalhadas). Esse é o jeito que arrumei para me controlar. 




Dos 11 titulares que iniciaram a partida contra o Bonsucesso, no último sábado, apenas Marcelo Mattos e Jefferson estavam no clube no ano passado. Os dois foram dos poucos que se salvaram da desastrosa campanha que rebaixou o Alvinegro. O volante, porém, pouco pôde ajudar. Por conta de uma cirurgia na região pubiana, ele ficou fora de praticamente todo o Campeonato Brasileiro, passou cerca de seis meses sem atuar e disputou apenas cinco jogos, já que seu processo de recuperação foi adiado por conta de problemas durante a cicatrização. De longe, Mattos sofreu com a situação.

- Foi um ano muito difícil para mim e para o clube. Esperava ter jogado mais, mas infelizmente tive o problema da cirurgia. Não foi nem a lesão, mas a cirurgia que me complicou. Só participei dos cinco jogos finais. Mas todos que estiveram aqui no ano passado deram o máximo. Independentemente dos salários atrasos e dos problemas fora de campo, todos foram profissionais até o ultimo jogo. Não deu para permanecer na primeira divisão, mas ninguém queria cair.

Agora um novo desafio apareceu na minha vida, que é a oportunidade de fazer história no Botafogo e voltar para a Série A. Por isso fiquei. Vamos ter dificuldades, mas quero ver se sou capaz de superar esses obstáculos. Tenho certeza que sim.
Marcelo Mattos

Com a queda para a Série B sacramentada, houve uma debanda do Botafogo. Muitos jogadores abandonaram o barco, e alguns, inclusive, procuraram a Justiça em busca de rescisão por conta dos salários atrasados. Marcelo Mattos revelou que teve propostas, mas decidiu ficar. Segundo ele, para fazer história no Botafogo.

- Tive propostas, mas vi que as pessoas que chegaram são sérias. Escolhi ficar. Quando saí novinho de casa, tinha o objetivo de ser jogador e jogar em um clube grande. Agora um novo desafio apareceu na minha vida, que é a oportunidade de fazer história no Botafogo e voltar para a Série A. Por isso fiquei. Vamos ter dificuldades, mas quero ver se sou capaz de superar esses obstáculos. Tenho certeza que sim.

Marcelo Mattos posa com Alemão, ex-jogador do Botafogo e hoje coordenador do São Cristóvão (Foto: Thiago Lima)

Totalmente recuperado e tendo passado sem qualquer problema físico pela intensa pré-temporada, Marcelo Mattos vislumbra um ano completamente diferente, repleto de alegrias. Tanto para ele quanto para o Botafogo.

- Será um ano de alegria. Estou muito feliz por voltar a jogar sem dor, que era o que mais me incomodava. Hoje posso acordar e vir trabalhar só para treinar. Não preciso passar no departamento médico. Tudo mudou. Nova comissão técnica, novos jogadores. É um ambiente de alegria, com muitos jovens. É claro que em certos momentos você tem que controlar isso. Mas é um momento alegre do Botafogo.

Confira outros trechos da entrevista

Referência para os mais jovens

Procuro conversar durante os treinos, concentração. Gosto de conversar com os mais jovens. Falo muito com o Fernandes, que é meu companheiro de quarto agora. É um jogador que certamente tem um grande futuro no Botafogo. Procuro sempre aconselhar, falo muito com o Gegê também. Tento passar tranquilidade para que eles possam controlar a ansiedade. Eles querem que as coisas aconteçam muito rapidamente. Mas tem que ter paciência e trabalhar.

Nova diretoria

As coisas já estão trilhando um caminho. Entrou uma diretoria séria, que está fazendo um bom trabalho. Estamos vendo que as coisas estão mudando. É claro que não vai mudar tudo de uma hora para outra. Sabemos das dificuldades.

Torcida

É claro que pesou na decisão de ficar. Tenho um momento com a torcida que ficou marcado. Foi em 2011, quando havia encerrado meu contrato de empréstimo, e eu teria de voltar para o Panathinaikos, na Grécia. Foi um jogo contra o Grêmio. A torcida gritou meu nome e pediu para eu ficar. Foi um momento marcante.

Time

Tenho certeza que podemos brigar por títulos. Chegaram jogadores que foram escolhidos a dedo. Alguns são até desconhecidos do torcedor, mas todos já mostraram muita qualidade. Vamos brigar pelo título do Carioca e, com o apoio da torcida, vamos superar as dificuldades da Série B.

Por Marcelo Baltar e Thiago de Lima Rio de Janeiro/GE