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quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Análise: cinco desafios do Botafogo para passar pelo Grêmio na Libertadores


De mudança de postura à pressão externa, Alvinegro tem metas a serem batidas para conquistar a vaga para a semifinal da competição dentro da Arena do Grêmio na próxima quarta-feira: confira!






Melhores momentos: Botafogo 0 x 0 Grêmio pelas quartas de final da Libertadores 2017


O placar em branco não foi visto como ruim pelo técnico e jogadores do Botafogo. Mas para muitos torcedores, o desafio de chegar à semifinal da Libertadores ficou mais difícil após o empate por 0 a 0 com o Grêmio no Nilton Santos, na última quarta-feira (veja os lances no vídeo acima).


A ladeira sem dúvidas ficou mais íngrime, mas não interditada. Para poder passar por ela, o Alvinegro precisará se superar. O GloboEsporte.com apontou os cinco desafios que o time de Jair Ventura terá na próxima quarta, às 21h45 (de Brasília), se quiser voltar ao Rio de Janeiro classificado.


Adotar postura menos defensiva



Time apostou na defesa e abdicou do ataque contra o Flamengo (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


Com o placar em branco no Nilton Santos, foi inevitável a comparação com a semifinal da Copa do Brasil: o Botafogo também ficou no 0 a 0 no jogo de ida, diante do Flamengo, e na volta perdeu por 1 a 0, sendo eliminado da competição. Para não ter o mesmo final na Libertadores, o time precisará adotar uma estratégia diferente.


Contra o maior rival, abdicou de atacar, confiou na sua marcação para levar a disputa para os pênaltis e acabou castigado com o gol sofrido na reta final do segudo tempo. Obviamente, o Botafogo vai ter que priorizar a defesa fora de casa, mas sem deixar de contra-atacar. Um gol na Arena obrigará o Grêmio a ter que fazer dois.


Aumentar o poder de fogo fora



Roger, Pimpão & Cia. têm média menor do que um gol por jogo fora (Foto: André Durão/GloboEsporte.com)


E para conseguir estufar a rede na Arena do Grêmio, o Botafogo terá que melhorar seus números fora de casa nesta Libertadores. O fato de não ter sido vazado no Nilton Santos foi exaltado por Jair Ventura e seus jogadores, e o gol qualificado parece ser o melhor caminho para a classificação. Mas a eficiência ofensiva como visitante na Libertadores ainda é algo que precisa evoluir.


Embora tenha vencido dois jogos fora de casa (Atlético Nacional-COL e Nacional-URU), o Alvinegro não costuma marcar muitos gols como visitante. Ao longo da campanha, foram cinco em seis partidas, média inferior a um gol por jogo. Os poucos chutes de fora da área agravam a situação. O único gol dessa forma foi de Airton, na estreia em casa, contra o Colo-Colo.




Recuperar o meio de campo


João Paulo jogou recuado demais e abriu meio de campo (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafog)


Toda segunda bola foi do Grêmio no Nilton Santos. Jair reconheceu que seu time ficou muito espaçado na quarta-feira, o que enfraqueceu principalmente o seu meio de campo. João Paulo ficou muito recuado, Valencia isolado ao lado de Roger, e Matheus Fernandes e Bruno Silva se viram sozinhos em meio a um povoado meio de campo gremista.


A tendência é que a escalação seja mantida para a partida de volta, só com o retorno do titular Victor Luis para a lateral esquerda. A única dúvida é se Valencia continuará na armação, se João Paulo será adiantado mais uma vez, ou se Guilherme ou Marcos podem entrar na função (o atacante para um esquema mais de contra-ataque).


Anular Luan (& Cia.)


Cotado para voltar, Luan infernizou a defesa em maio (Foto: PEDRO H. TESCH/ELEVEN/ESTADÃO CONTEÚDO)


Outra comparação inevitável é com o único duelo anterior nesta temporada, em que o adversário teve força máxima. Na estreia do Campeonato Brasileiro, o Botafogo foi dominado pelo Grêmio na Arena e perdeu por 2 a 0, mas podia ter sido bem mais. Luan e companhia colocaram o time de Jair (sem Carli) na roda e ainda perderam um caminhão de gols.


Desfalque no Nilton Santos por conta de lesão, Luan pode já estar recuperado para o jogo da volta. E aí o grande desafio alvinegro será anular o incisivo atacante, que tanto aparece para criar quanto finalizar as jogadas. Além dele, a velocidade de Fernandinho e a presença de área de Barrios são outros perigos a serem marcados por Carli, Igor Rabello e companhia.


Suportar pressão externa


Para quem já calou um Defensores del Chaco lotado, a Arena não assusta (Foto: Marcelo Baltar)


A torcida empurra, e a pressão será grande em Porto Alegre. Em seu estádio, o Grêmio tem 100% de aproveitamento nos quatro jogos disputados nessa Libertadores na Arena. Em casa, os gaúchos costumam ser avassaladores. Foram 13 gols como mandante: média superior a três gols por partida. Po outro lado, o Botafogo já mostrou que sabe lidar bem com pressões externas.


Passou sobre o Colo-Colo-CHI em um acanhado e lotado Monumental; eliminou o Rei de Copas Olimpia-PAR dentro do histórico e abarrotado Defensoes del Chaco; e surpreendeu o atual campeão Atlético Nacional-COL em um Atanasio Girardot cheio. Em seis jogos como visitante, o time de Jair sofreu só quatro gols e duas derrotas (com final feliz, sem atrapalhar a classificação).


Fonte: GE/Por Marcelo Baltar e Thiago Lima, Rio de Janeiro

Jair vê Bota vivo e promete luta na Arena: "Não vamos deixar essa classificação"


Treinador espera roteiro diferente do que aconteceu com o Flamengo, na Copa do Brasil; partida decisiva é na próxima quarta-feira, em Porto Alegre




Melhores momentos: Botafogo 0 x 0 Grêmio pelas quartas de final da Libertadores 2017


Diante de mais de 36 mil torcedores no Nilton Santos, o Botafogo ficou no empate por 0 a 0 com o Grêmio na noite desta quarta-feira, no jogo de ida das quartas da Libertadores (veja os lances no vídeo acima). Se o resultado não foi o mais esperado, a entrega dentro de campo foi digna de elogios do comandante.


Em coletiva após o jogo, Jair Ventura fez questão de dizer que a equipe vai "viva" para Porto Alegre. E, de acordo com o treinador, não vai deixar escapar a classificação para a próxima fase da competição.


– A gente sempre joga para vencer. Vamos sempre fazer nosso máximo, nem sempre é suficiente. Fizemos o nosso máximo, deixamos tudo dentro do campo. João (Paulo) foi assim, pediu para sair. Mas estamos mais do que vivos. Agora só tem gol qualificado para uma equipe. Grêmio queria levar o jogo para decidir em casa. Pode fazer um comparativo com o Flamengo? Queremos levar para fazer um final triste ou diferente? Vamos tentar fazer diferente. Contra o Colo-Colo passamos com um empate. Estamos vivos e não vamos deixar essa classificação, não.



Jair acredita num Botafogo forte pela vaga na Arena do Grêmio (Foto: Vitor Silva/SSPress/Botafogo)


O próximo compromisso do Botafogo é pelo Campeonato Brasileiro. Nesta sábado, às 19h (de Brasília), no Nilton Santos, a equipe encara o Santos pela 24ª rodada. A decisão por uma vaga na semifinal da Libertadores é na próxima quarta-feira, na Arena do Grêmio, às 21h45.


Veja outros trechos da coletiva:


PECADO DO TIME
Nosso time estava muito espaçado, conversamos no vestiário e foi unânime. Falo da compactação, quando está na defesa e ataque tira espaços do adversário. Estava perdendo muito a segunda bola, com dois lados muitos distantes. No segundo tempo aproximamos e conseguimos criar algumas oportunidades, melhoramos. Teve um lance do Gilson, uma do Guilherme. Mas jogo equilibrado


OPÇÃO PELO VALENCIA

No último mata-mata o Valencia não tinha condição de jogar, tive que fazer uma adaptação do João para meia. Hoje não, tinha jogador da posição. Você tem jogadores recuperando de lesão, o João pediu para sair. Isso já era mais ou menos previsto. Não mudou nossa maneira de jogar, continuamos com três volantes. A opção foi porque tinha opção, na Copa do Brasil não.


O QUE EVOLUIR?

Não só neste jogo, mas em todo jogo a gente quer sempre mais. Esse é o nosso pensamento. Vestiário com clima leve, teríamos que fazer dever de casa? Teríamos, mas nem sempre é possível. Se fizer um gol lá, adversário terá que fazer dois.


BRUNO SILVA E MATHEUS FERNANDES MAL?

Discordo que eles foram mal, achei que fizeram boa partida. Difícil manter, mas não acho que foram tão abaixo assim. Meu pensamento foi mudar menos possível da ótima atuação contra o Flamengo. Tive duas situações forçadas na outra, agora só troquei Gilson pelo Victor e a volta do Carli.


LADO PSICOLÓGICO
Trabalho do treinador não para, não só o meu como o deles. Se o mais pessimista quiser levar pelo lado ruim, pode levar. Mas a gente quer levar pelo bom, o empate do Colo-Colo e a classificação.


LIÇÃO CONTRA FLAMENGO NA COPA BR

A gente não jogou igual, hoje foi disputada, contra o Flamengo foi amarrada. Começa pela nossa performance, Botafogo jogou melhor. Se pensar que vai pra lá e perder nem viaja. Vamos para lá para vender caro. Como foi contra o Olimpia, o Colo-Colo. Não duvide muito dessa equipe do Botafogo porque pode se surpreender.


PESO DE CLASSIFICAÇÃO NO SUL
Esse peso não vai ser para mim, estou no primeiro ano. Mas esse clube merece, e esse grupo que é maravilhoso, pelo profissionalismo deles. Por eles que a gente merece.


LIÇÃO DA ESTREIA NO BRASILEIRO

Foi outro jogo, outra competição, não tinha gol qualificado. Lógico, que o Grêmio estava com todas as peças mais forte, mas não duvide da gente, não. Sabe aquele ditado, não mexe com quem está quieto? Então (risos). Quem sabe a gente não ganha por 1 a 0 lá de novo com um gol do Bruno Silva.


RENATO GAÚCHO VIU GRÊMIO MELHOR
Ele tem que defender o pão de cada dia dele. Não gosto de falar dos outros, não. A gente trabalha em um país livre, não estou aqui para concordar nem discordar.


POUPAR CONTRA O SANTOS?
Tem que estudar ainda, ainda não posso falar. Mesmo que pudesse, não falaria (risos).


SER TÉCNICO ENVELHECE?
Não é saudável isso aqui não. Fica como repórter mesmo, pensa em ser treinador não (risos). Mas quando a gente faz o que ama, paga o preço. Mas envelhece bastante mesmo (risos).


Fonte: GE/Por Marcelo Baltar e Thiago Lima, Rio de Janeiro