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sábado, 23 de setembro de 2017

Pe$o no bol$o: Botafogo lucra mais do que marketing de 2016 só com a Libertadores


Participação rendeu R$ 25,7 milhões, cerca de R$ 1 mi a mais do que receita de publicidade e venda de atletas no ano passado. Vice financeiro cita importância do torneio em 2018: "Ano mais apertado"






A Libertadores acabou precocemente para o Botafogo nas quartas de final, mas vai ser difícil esquecer a campanha alvinegra. Tanto em campo, pelos grandes jogos e festas da torcida, quanto no bolso: só com os 14 jogos disputados no torneio, de fevereiro a setembro, o clube teve uma receita bruta maior do que obteve com marketing e venda de jogadores nos 12 meses da temporada de 2016.


Ao todo, o Alvinegro recebeu cerca de R$ 13,5 milhões em premiações desde a Pré-Libertadores, mais um lucro de R$ 12.295.035,00 da bilheteria de 222.817 pagantes nas sete partidas como mandante no Nilton Santos. Somadas as fontes de renda, o valor ficou aproximadamente em R$ 25,7 milhões. Um milhão a mais do que a receita de marketing do ano anterior e quase três vezes o patrocínio master da Caixa Econômica Federal para 2017 (R$ 10 milhões).


Em 2016, segundo balanço financeiro do clube, o Botafogo arrecadou R$ 14.515.000,00 com publicidade, patrocínio, locação e participação – incluindo vendas de jogos para outras praças e aluguel de General Severiano para a Áustria nos Jogos Olímpicos. Com mais R$ 1.256.411,08 do programa de sócio-torcedor e R$ 9 milhões da venda de Ribamar para o Munique 1860, da Alemanha, o total ficou em R$ 24,7 milhões – sem considerar cotas de TV.



Botafogo teve R$ 12,2 milhões só com bilheteria em sete jogos no Nilton Santos (Foto: Thiago Lima)

Claro, há uma diferença do valor bruto para o líquido, que de fato entra nos cofres do clube. Dos R$ 25,7 milhões da Libertadores se descontam as despesas de logísticas com as viagens, as penhoras judiciais sobre bilheterias, repasse para abatimento de dívidas e pagamento de bichos por classificação – a diretoria dividia os prêmios com o elenco e comissão técnica.


A Libertadores proporcionou esse lucro todo mesmo sem ir à final. Se tivesse passado pelo Grêmio, se vingasse contra o Barcelona de Guayaquil e chegado até à grande decisão, seriam pelo menos mais R$ 8,6 milhões garantidos só de premiação, ou R$ 13,2 milhões em caso de título. Isso sem contar a bilheteria de mais dois jogos em um Nilton Santos lotado.


Não há como negar a importância da Libertadores para a saúde dos cofres de General Severiano, segundo o vice-presidente financeiro do Botafogo, Luiz Felipe Novis. O dirigente cita que uma nova classificação poderá ajudar o clube a respirar em 2018, ano que promete ser mais complicado, principalmente devido ao aumento das parcelas do Profut e do Ato Trabalhista.



Luiz Felipe Novis espera voltar à Libertadores em 2018 para ajudar nas finanças (Foto: Thiago Lima)


– Realmente é um torneio importante, que paga prêmios interessantes, tem uma bilheteria positiva, isso fora o prestígio da marca, que atrai patrocinadores e tudo mais. E se torna ainda mais importante em um ano onde reconhecidamente será mais apertado em termos financeiros – disse Novis, que explicou estar elaborando o orçamento de 2018 sem prever a Libertadores.


– Na elaboração do orçamento para 2018 estamos sendo extremamente conservadores e não estamos considerando qualquer tipo de premiação, seguindo orientação do presidente, Carlos Eduardo Pereira, e com a concordância do vice geral, Nelson Mufarrej. Mas a expectativa é bastante grande do próprio time, torcida e diretoria de garantir a classificação para o ano que vem.


O orçamento de 2017 também foi previsto sem o fator da classificação para a Libertadores, o que só foi confirmado na última rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado. Desta forma, toda a receita que entrou através do torneio foi um extra que permitiu o pagamento de bichos e contratações pontuais, como a do chileno Valencia, sem comprometer as contas do clube.


Fonte: GE/Por Thiago Lima, Rio de Janeiro