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terça-feira, 18 de maio de 2021

Títulos, dívidas pagas e sem rebaixamento: condições para o Botafogo entregar o futebol à S/A


Clube define metas esportivas e de gestão a serem cumpridas por possíveis investidores, sob risco de tomar de volta a empresa. Entre elas, a conquista de um título importante em 10 anos



Para entregar o futebol a possíveis investidores, o Botafogo definiu metas, esportivas e financeiras, que precisam ser cumpridas em troca da imagem, dos ativos e da estrutura do clube. Entre elas, está a "proibição" de rebaixamentos e boas campanhas em torneios nacionais e internacionais, de preferência com títulos.


Para pegar o futebol de volta, a nova gestão da S/A teria que levar o time a ser rebaixado ou que fique em uma divisão inferior à que pegou o clube por duas vezes no período de cinco anos consecutivos. Sobre títulos, o desejo é uma conquista nacional ou internacional no período de 10 anos. Ou, ao menos, com campanhas consideradas competitivas, como vice-campeonatos e presença no G-4.


No aspecto financeiro e de governança, o clube exige a criação de conselhos fiscal, de administração e de ética. Obriga, ainda, o pagamento de royalties ao menos para honrar o Profut e o Ato Trabalhista e a quitação sem atraso de outras pendências. A S/A não poderia acumular mais de R$ 25 milhões em dívidas vencidas. Em termos de imagem, é obrigatória a utilização das marcas do Botafogo.


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— Foto: Infoesporte



O clube pode comprar todas as ações da S/A por R$ 1 se qualquer cláusula for quebrada. Acompanhados de uma carta do presidente Durcesio Mello, os termos foram enviados nesta terça-feira aos conselheiros do clube, que votam no próximo dia 27 se a nova tentativa de transformar o clube em empresa vai ou não para frente.


A proposta em debate não é um projeto finalizado para a S/A, e sim diretrizes para a captação de investidores pelos próximos seis meses. Entre elas, a arrecadação de R$ 400 a R$ 550 milhões e a expectativa de quitar 80% das dívidas, como informou o ge. O clube também quer manter um comitê com cinco membros para fiscalizar os trabalhos da nova empresa.




Leia o documento




— Foto: Reprodução


— Foto: Reprodução



— Foto: Reprodução



Fonte: GE/Por Davi Barros, Emanuelle Ribeiro e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro

Diretoria do Botafogo muda discurso e debate permanência de Marcelo Chamusca


Apresentações ruins durante o Campeonato Carioca e eliminação na Copa do Brasil fazem aumentar a pressão em cima do trabalho do treinador, que não tem cargo assegurado


Marcelo Chamusca não goza mais do mesmo prestígio imaculado que tinha quando assumiu o Botafogo. Se até semana passada o discurso do clube era de que manteria o técnico no cargo, agora a situação do treinador está sendo avaliada pelo departamento de futebol e decidida em conjunto com a diretoria.


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Pesam contra o treinador o futebol pouco eficiente que o time mostrou nos jogos do Campeonato Carioca e da Copa do Brasil. O Botafogo, inclusive, ficou aquém das metas que havia estabelecido: quarto lugar no Estadual (terminou a Taça Guanabara em sétimo) e terceira fase na competição nacional (foi eliminado para o ABC na segunda).


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Marcelo Chamusca tem permanência avaliada pela diretoria do Botafogo — Foto: Jorge Rodrigues/AGIF


A diretoria leva em consideração o fato de que só pode ter uma troca de comando durante a Série B. Caso mantenha Chamusca no cargo e os resultados não apareçam, queimará a única chance de mudança de treinador na competição. Além disso, no momento da contratação, o nome do comandante teve boa aceitação interna e externa, e o início do trabalho foi animador.


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Passados quase três meses, a pressão em cima de Chamusca aumentou nos corredores de General Severiano e, principalmente, por parte da torcida. A diretoria aborda a questão com cuidado, já que em outros momentos essa pressão resultou em medidas equivocadas.



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E mais: se o Botafogo teve dificuldade de encontrar um técnico que se encaixasse no orçamento e topasse o desafio de comandar a equipe antes de a temporada começar, com ela em andamento pode ser ainda mais difícil achar o nome ideal para repor a saída de Chamusca.


A favor de Chamusca, e é nisso que a diretoria se firma por enquanto, está a esperança de melhora com as contratações que devem chegar a partir desta semana. Além disso, quase todos os 12 reforços que já vestem a camisa do Botafogo foram contratados com a aprovação do treinador.



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Marcelo Chamusca é o primeiro técnico contratado pela gestão Durcesio Mello. O presidente assumiu o cargo prometendo profissionalismo e romper com gestões passadas que levaram o clube até a atual situação. Um exemplo do amadorismo foi evidente no planejamento da última temporada, quando o Botafogo teve cinco treinadores, sendo quatro no Campeonato Brasileiro. Uma das preocupações do clube é não repetir esses erros.


Pelo Botafogo, Chamusca tem cinco vitórias, oito empates e três derrotas em 16 jogos, o equivalente a 47,9% de aproveitamento. Conquistar quase 48% dos pontos é o melhor aproveitamento de um treinador do clube desde Zé Ricardo. Porém, se repetir esse número a equipe de Chamusca não ficará entre os quatro primeiros colocados na Série B, já que o pior aproveitamento de um time que subiu para a primeira divisão desde 2012 foi de 52% (Figueirense e Goiás em 2013 e 2018, respectivamente).



Com ou sem Marcelo Chamusca, fato é que o tempo corre contra a mudança, já que a estreia na Série B, dia 28, contra o Vila Nova, fica cada vez mais próxima. Antes disso, o Botafogo tem o jogo de volta da final da Taça Rio, contra o Vasco, no próximo sábado, às 15h05 (de Brasília), em São Januário. Para ser campeão, o Bota precisa vencer por dois gols de diferença. Se ganhar por apenas um, a decisão irá para os pênaltis. Qualquer outro resultado dá o título (5° lugar do Carioca) e o prêmio de R$ 1 milhão para o Vasco.



Fonte: GE/Por Davi Barros e Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro