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sábado, 11 de dezembro de 2021

"Desci e subi jogando": Loureiro revela alívio com título do Botafogo e explica cobrança no vestiário


Após poucas oportunidades no profissional, goleiro da base virou titular às pressas na reta final da temporada 2020, em que o clube amargou o rebaixamento: "Conseguimos reverter"



O Botafogo mal respirava na Série A quando Diego Loureiro foi acionado na reta final da temporada 2020. Depois de apenas dois jogos no time profissional desde 2018, quando foi integrado, o goleiro foi "jogado aos leões" e estava em campo na derrota para o Sport, que decretou a queda para a Série B. As lesões dos principais goleiros obrigou o jovem a assumir a reponsabilidade.


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E o amadurecimento aconteceu de forma meteórica. Em ano que perdeu o avô e ganhou uma filha, Diego cresceu como ser humano. Em campo, foi peça importante na arrancada do Botafogo. No vestiário, a indignação do "cria" com os resultados no início da Série B arrepiou a quem está assistindo à segunda temporada de Acesso Total, série documental do sportv.



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Diego Loureiro revela alívio com título do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Diego nunca esteve satisfeito. E essa inquietação foi fundamental para que o goleiro agitasse os colegas em busca de uma virada de chave na temporada. Junto a outros líderes do elenco, o jovem tentou mostrar a quem chegava ao clube o tamanho da estrela solitária.


- Tínhamos tido maus resultados no Carioca e na Copa do Brasil e estávamos começando a tomar um rumo ruim na série B. Todo mundo ali é muito competitivo, só que no início a gente estava sem direção, não por parte da comissão ou da diretoria, acho que a gente não tinha encaixado ainda como grupo. Eu sou um pouco explosivo, mas eu prefiro lidar com o pessoal de outra forma, eu gosto de conversar, de ajudar os meninos da base, de receber dicas dos mais velhos também, porque me ajuda a absorver bastante coisa pra essa questão de liderança. Ali todo mundo entendia que a cobrança era pro bem e não tinha essa vaidade - contou ao ge.



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O acesso com o título da Série B é uma conquista coletiva, mas também tem forte significado individual para Loureiro, que estava em campo e deu as caras em momentos totalmente contrários num mesmo ano. O alívio representa mais confiança para começar a próxima temporada.


- Vivi polos totalmente opostos. Ano passado a gente tentava, treinava forte, mas não conseguia desenvolver dentro de campo, não conseguia colocar em prática, parecia que a gente fazia força e não saía do lugar. Os meninos da base começaram a jogar mais no final, sofremos bastante, jogamos jogos com o time já rebaixado, mas todo mundo ali se sentiu muito responsabilizado. O rebaixamento veio do início da temporada de algumas coisas fora de campo, porque quando fora não está dando muito certo fora pra dar certo dentro de campo é difícil.


- Hoje a diretoria se esforça bastante, está sempre sendo bem sincera. Esse ano foi totalmente atípico, a gente começou mal a temporada, mas conseguiu reverter, então isso dá uma alegria grande. Poder voltar com o Botafogo pra Série A é muito importante pra quem vem da base, porque a gente vivencia aquilo ali o tempo todo desde menino. Fiquei muito feliz também com todo mundo que chegou, que entendeu o que era o Botafogo, todos que estavam ali entenderam como é vestir essa camisa que é extremamente pesada.



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Confira cobrança de Loureiro no vestiário do Botafogo após derrota para o Brusque (https://ge.globo.com/video/confira-cobranca-no-vestiario-do-botafogo-apos-derrota-para-o-brusque-10093956.ghtml)


De férias após o fim da Série B, o goleiro não quer saber de moleza. Diferentemente dos últimos anos, quando estava abalado psicologicamente, Diego Loureiro está com a cabeça no lugar e continua se cuidando para se reapresentar na melhor forma em 2022. Leia abaixo o papo com o atleta:


Na série do sportv, Acesso Total, a gente vê uma alteração grande no estado anímico do grupo após a chegada de Enderson. Como foi vivenciar essa mudança com o passar dos jogos?

- Depois que o Enderson chegou, que a gente teve bons primeiros resultados, foi muito importante porque começa a dar confiança. Futebol passa muito pela confiança do atleta, pela cabeça boa. A gente ganhou o primeiro jogo do Confiança, a gente ganhou do CSA, e aí, como a torcida disse, começamos a embalar. Com certeza dá um ânimo melhor no vestiário. Apesar das derrotas, a gente nunca teve um vestiário ruim, a gente sempre se resolvia independentemente de qualquer coisa e a gente precisava ter essa sequência de bons resultados pra ter confiança.



Qual foi o ponto alto da temporada para você?

- Contra o Confiança, a gente estava com um homem a menos, tomamos uma pressão, eu pude ajudar com algumas defesas e vencemos. Eu até brinquei com o pessoal: "Acho que agora virou, a gente agora está com sorte, o trabalho está encaixando". Mas acho que o ponto alto, que aliviou todo mundo, foi o dia do acesso. A gente trabalhou o ano todo pensando nisso, saímos do 14º lugar, me senti aliviado até pelo fato de ter descido com o clube jogando. Desci e subi jogando.





Diego Loureiro e o preparador de goleiros Flavio Tenius — Foto: Vitor Silva/Botafogo


E o pior dia da temporada?

- Foi o da eliminação da Copa do Brasil para o ABC, era importante ter uma sequência nesse campeonato não só financeiramente para o clube, mas pra todos os atletas em questão de visibilidade. Foi bem dolorido. Apesar de eu não ter jogado aquele jogo, estou sempre torcendo pelos companheiros e a gente não conseguiu performar bem.


Como o Diego chega ao fim de 2021? O que mudou daquele goleiro que virou titular às pressas na reta final de uma temporada que culminou no rebaixamento do clube?

- Sou um Diego totalmente diferente. Depois que você é pai você tem uma responsabilidade diferente. Estou de férias, mas estou me cuidando pra poder voltar bem em 2022 e ajudar o clube. No início desse ano eu estava muito mal psicologicamente, por isso sou muito grato ao psicólogo Paulo Ribeiro, que me ajudou a suportar bastante coisa e entender que eu precisava mudar a minha cabeça, virar a chave.


- O nascimento da minha filha coincidiu com meu momento de oscilação na temporada, foi esse finalzinho de gravidez da minha esposa, eu me senti um pouco preocupado em viajar e deixá-la sozinha. Mas não é desculpa pros erros que eu tive, esses erros me ajudaram a amadurecer. Depois que minha filha nasceu eu me senti mais leve, consegui estabilizar de novo, performar bem e eu espero voltar mais forte ainda pra 2022. O clube tem que repetir essa questão do diálogo, da conversa, de tentar ser o mais transparente possível conosco, que foi fundamental esse ano.


"O Botafogo precisa estar em lugares bem importantes, bem altos, porque esse clube é gigante, essa camisa realmente enverga varal".




Diego Loureiro se firma no gol do Botafogo e é um dos destaques do time na Série B (https://ge.globo.com/video/diego-loureiro-se-firma-no-gol-do-botafogo-e-e-um-dos-destaques-do-time-na-serie-b-9965245.ghtml)  



Você está assistindo à série Acesso Total? Como é se ver nas imagens, chamando a responsabilidade dentro do vestiário?

- É diferente ver as coisas de fora, eu fiquei até um pouco assustado com aquela cobrança no terceiro episódio, na hora a gente faz tudo de cabeça quente. Ter as câmeras ali todo dia é engraçado, tem gente gravando o tempo todo. Durante a temporada a gente foi se adaptando, mas foi uma situação diferente, foi bem engraçado e valeu a pena.



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