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domingo, 19 de julho de 2015

Jobson assume erros e pede perdão à Fifa: "Estão tirando leite do meu filho"


Em entrevista exclusiva ao Esporte Espetacular, ex-atacante do Botafogo diz que só sabe jogar futebol e que suspensão é injusta, explicando o que aconteceu na Arábia






O Esporte Espetacular foi até Conceição do Araguaia para ouvir Jobson. Suspenso por quatro anos pela Fifa por se recusar a fazer um exame antidoping quando jogava na Arábia Saudita, o ex-atacante do Botafogo lamentou os muitos erros do passado, afirmou que 2015 seria o seu ano – recentemente, foi detido por dirigir sob influência de álcool – e suplicou pelo perdão da suspensão, dizendo que não sabe fazer mais nada na vida a não ser jogar futebol (assista no vídeo acima à reportagem de Priscila Carvalho)

Responsável pela defesa do jogador, o advogado Bichara Neto diz que a revisão do processo não tem prazo.

– Não sabemos precisar em quanto tempo isso vai acontecer. Mas achamos que vamos, mais cedo ou mais tarde, conseguir rever essa decisão injusta da federação saudita. O Jobson hoje está desempregado, sem salários e sem recursos para pagar as custas desse procedimento – lembra Bichara.

Jobson conversou com o Esporte Espetacular (Foto: Reprodução TV Globo)

Jobson, por sua vez, pede perdão:


– O ano de 2015 vai ficar para sempre marcado para mim. Espero que a Fifa possa reduzir a minha pena, possa me ver como humano. O que eles estão fazendo é tirar o que mais gosto de fazer, que é jogar futebol. Tirando até leite do meu filho.

Desde que foi suspenso por uso de cocaína, Jobson fez vários exames antidoping a pedido do Botafogo e nunca foi reincidente, mas outra substância entorpecente segue como obstáculo na vida do jogador de 27 anos. O álcool está sempre junto dos problemas de Jobson. É assim quando se diz arrependido dos deslizes que cometeu em suas passagens por Botafogo, Bahia e São Caetano, e também no recente episódio em que assume ter bebido e dirigido.

Ele conta ter sido humilhado pelos policiais paraenses, que, segundo ele, usaram força desproporcional, invadiram sua casa e agrediram a ele e seus parentes. A reportagem ouviu o delegado responsável pelo caso, além do promotor que denunciou os policiais no Ministério Público, Jobson e também seus familiares, que testemunharam a detenção.

Por GloboEsporte.com Conceição do Araguaia, Pará/GE

Presidente do Bota elogia Jair: "Achei que time foi melhor, fiquei satisfeito"


Carlos Eduardo Pereira diz que a vitória sobre o Náutico "restaura a confiança" da equipe e que interino soube aproveitar bem as peças que tinha à disposição



Elogios da chefia: presidente do Botafogo gosta do trabalho
 de Jair Ventura contra o Náutico, no Engenhão
(Foto: Vitor Silva/SSPress)
O trabalho de Jair Ventura neste sábado agradou ao chefe. O presidente do Botafogo Carlos Eduardo Pereira gostou do que viu na vitória por 1 a 0 sobre o Náutico, no Estádio Nilton Santos. Mais: disse que a equipe foi melhor do que vinha sendo, especialmente na última terça-feira, quando foi derrotada pelo Figueirense e eliminada da Copa do Brasil. O resultado provocou a demissão de René Simões.

- Achei que (o time) foi melhor. Gostei muito da ênfase que foi dada aos atletas do Botafogo, da base. Foi muito bacana e muito importante. Claro que temos muitos jogadores no departamento médico e não tinha como fazer outra coisa. Mas o Jair aproveitou muito bem o material que tinha. Fiquei satisfeito. É uma vitória fundamental, recupera a liderança, se destaca dos concorrentes, se recupera de uma sequência negativa, volta a fazer gols... Agora, para frente, temos a chegada dos dois uruguaios que vão acrescentar ao grupo. E vamos poder partir para a contratação do novo técnico... - disse.

Os mesmos elogios não foram compartilhados com relação ao ex-técnico. No mesmo dia em que o Botafogo venceu o Náutico e Jair Ventura teve um bom trabalho como interino, o Alvinegro divulgou uma nota oficial por meio do site da Rádio Botafogo Oficial em que o presidente respondia declarações recentes de René Simões em que havia feito críticas à diretoria. No escrito, Carlos Eduardo Pereira diz que a equipe de René contra o Figueirense "foi mais do mesmo, nenhuma mudança e os mesmos equívocos". 
 
Carlos Eduardo Pereira não descarta por completo
uma efetivação de Jair (Foto: Vitor Silva/ SS Press)
- Infelizmente o que assistimos no jogo contra o Figueirense foi mais do mesmo. Nenhuma mudança e os mesmos equívocos. Depois do jogo, o treinador participa de uma entrevista coletiva e registra a sua satisfação com a atuação da equipe, numa noite em que perdemos 700 mil reais, deixando claro que não ocorreriam os ajustes. A recente queda acentuada e constante da equipe colocou-nos diante do dilema de nada fazermos ou agirmos enquanto estávamos na liderança - escreveu.

Neste sábado, a vitória sobre o Náutico recolocou o Botafogo na liderança da Série B - perdida momentaneamente na rodada, uma vez que o Vitória havia vencido sua partida na sexta-feira e assumiu a ponta. Questionado se a conquista serve como um “alívio”, o mandatário respondeu que sim. Que ela "restaura a confiança da equipe".

- Claro que serve. Restaura a confiança da equipe, principalmente depois de uma semana muito difícil que tivemos. É fundamental, recoloca o Botafogo como líder do campeonato, reafirma nossa condição de time grande, que está no campeonato buscando o título, e não tenho dúvida que será assim até o final - afirmou.

Caso as negociações não se desenvolvam, até é possível que o Jair fique, mas não tenho como garantir, isso depende das tratativas ao longo desta semana".
Carlos Eduardo Pereira, presidente do Bota

O presidente também não descartou por completo uma possível efetivação de Jair Ventura. Isso, porém, só aconteceria caso nenhum dos pretendidos pela direção venha a se concretizar em uma negociação. O nome da vez para assumir o comando é Ricardo Gomes, e a diretoria tem uma reunião com o treinador na segunda-feira. Doriva, ex-Vasco, e Marquinhos Santos, ex-Coritiba, também foram contatados, mas não avançaram. Oex-vascaíno, aliás, era o principal nome até sexta-feira.

- Estamos negociando. O Jair conduziu muito bem (a partida neste sábado), já trabalha com a gente, conhece os jogadores da base, soube colocá-los no jogo, com muita propriedade, pois os conhece há muito tempo. Não tenho dúvida que é um nome, mas o clube está negociando. Caso as negociações não se desenvolvam, até é possível que o Jair fique, mas não tenho como garantir, isso depende das tratativas ao longo desta semana - completou.

O próximo jogo do Botafogo é contra o Bahia, no sábado que vem, na Fonte Nova, em Salvador. A partida, válida pela 14ª rodada da Série B, é as 16h30 (de Brasília).

Por Jessica MelloRio de Janeiro/GE

O "até logo" do artilheiro: Pimpão se despede com bons números no Bota


Jogador marca sete gols na Série B e nove, em toda a temporada, perdendo apenas para Bill, que também saiu do clube recentemente e fez 11




Pimpão demonstra seu carinho pela torcida na despedida
 do Botafogo e diz que quer voltar a vestir a camisa alvinegra
 um dia (Foto: DHAVID NORMANDO/FUTURA
PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)
Pimpão tinha comoobjetivo superar, em 2015, os 20 gols marcados pelo América-RN em 2014. Não conseguirá. Não por incompetência. Muito pelo contrário. Porque o atacante deixará o Botafogo faltando pouco mais de quatro meses para o fim da temporada. Irá jogar nos Emirados Árabes. No Rio de Janeiro, deixa seus nove gols no ano. É o vice artilheiro, perdendo apenas para Bill, que tem 11 e também deixou o clube. Na Série B, porém, é o absoluto, com sete gols marcados. Atrás dele está Lulinha, que marcou neste sábado contra o Náutico e agora soma três.

Foi justamente contra o Náutico que Pimpão fez sua despedida (veja os melhores momentos no vídeo abaixo). E foi justamente quando saiu de campo sentindo câimbras, aos 29 minutos do segundo tempo, que deu lugar a Lulinha na equipe, o autor do gol da vitória - dois minutos mais tarde. De um artilheiro para outro.

- Eu acabei sentindo câimbra. E falei para ele (Lulinha): "Você vai entrar no meu lugar e vai fazer o gol". E é assim. O jogador cansou, outro entrou e resolveu. É mais um jogo em que os reforços entram e resolvem a partida - disse Pimpão, em sua última entrevista como jogador do Botafogo.

Na tarde deste sábado, é verdade, Pimpão não esteve brilhante. Não balançou a rede, nem teve nenhuma grande chance para tal - sequer finalizou a gol. Mas deu bons passes aos companheiros e driblou bonito os adversários. Foi o jogador que mais levantou bolas, por exemplo, em sete oportunidades. Também foi o que mais teve jogadas pela linha de fundo, com quatro tentativas.

Pimpão no Fogão

26 jogos
15 vitórias
4 empates
7 derrotas
9 gols

Não é isso, no entanto, que tira o fato de ser uma das referências da equipe e um dos preferidos da torcida. Pimpão chegou ao Botafogo em janeiro deste ano, contratado do América-RN. Na sua apresentação, revelou que havia recebido propostas da Série A, mas optou pelo Alvinegro, devido ao carinho recebido no clube. Com 27 anos, o atleta rodou. Passou por Vasco, Paraná, Cerezo Ozaka, Omiya Ardja (ambos do futebol japonês), Ponte Preta, América-MG, Suwon Bluewings (Coreia do Sul) e América-RN.


No Botafogo, sua estreia foi durante a pré-temporada ainda, em amistoso realizado contra o Shandong Luneng. Atuou 26 vezes no ano. Venceu 15 vezes, empatou 4 e perdeu 7. Foi expulso apenas uma vez em toda a temporada, na vitória por 4 a 1 sobre o CRB, pela segunda rodada da Série B.

Apesar dos bons números mostrados ao longo do ano, Pimpão crê que poderia ter feito mais para ajudar. O time foi vice do Carioca e é atual líder da Série B do Brasileiro, com 27 pontos, um a mais que o segundo colocado, o Vitória.

Fica esse "até logo". Espero um dia retornar e poder vestir de novo essa camisa do Botafogo".
Rodrigo Pimpão, atacante


- Acho que até poderia ter mostrado mais. Tive problema de lesão, fiquei um tempo fora. Mas acho que consegui demonstrar um bom futebol, consegui ajudar os meus companheiros - avaliou.

No mês passado, a diretoria alvinegra se reuniu com o representante do atleta para buscar a renovação do contrato, que se enceraria em dezembro deste ano. Seriam por mais dois anos. A oportunidade de longo prazo agradou o atleta, que chegou a dizer, na época, que tinha 90% de chances dele ficar no clube. O que, no entanto, acabou não ocorrendo.

Nesta semana, chegou a proposta do clube do Oriente Médio. O presidente Carlos Eduardo Pereira exigiu o pagamento da multa contratual, de US$ 500 mil (cerca de R$ 1,5 milhão), para liberar o camisa 7. O que foi feito. Com isso, não foi possível mais segurar o jogador.





Após o jogo, ao falar na despedida do clube, disse que não é um “adeus”, mas um “até logo”. O jogador espera voltar a atuar no Alvinegro.

- É um clube em que a torcida me acolheu muito bem, a comissão também... Não posso dizer adeus. Posso dizer só um até logo. Sonho, sim (em voltar a atuar no Botafogo). Acho que posso mostrar muito. Vou para uma experiência nova, uma vida nova. Vou aprender coisas, e espero voltar, sim - falou.

E se despediu, com o "até logo" para a torcida botafoguense:

- Agradeço todo o carinho. Todo esse tempo que fiquei aqui, foi curto, mas agradeço de coração todo o carinho, de todos. Podem ter certeza que me doei ao máximo aqui, me dediquei em todos os jogos. Fica esse "até logo". Tenho certeza que vão ter pessoas que vão me criticar, mas eu preciso pensar também na minha família e no meu futuro. Espero um dia retornar e poder vestir de novo essa camisa do Botafogo.

Por Jessica Mello Rio de Janeiro/GE