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terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Botafogo encaminha contratação do volante Fabinho, ex-Ceará



Jogador estava livre no mercado e deve chegar ao Rio na quarta-feira para exames. Outros quatro reforços estão praticamente acertados para o início da temporada




O Botafogo está por detalhes de contratar o volante Fabinho, de 35 anos, jogador livre no mercado que defendeu o Ceará na última temporada. A informação foi publicada primeiro pelo jornal "O Dia".


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Veja o gol de Fabinho no Brasileirão de 2021 (https://ge.globo.com/futebol/video/aos-22-min-do-1o-tempo-gol-de-fora-da-area-de-fabinho-do-ceara-contra-o-sao-paulo-9949198.ghtml)



O clube espera pelo reforço na próxima quarta-feira para fazer exames médicos no Rio de Janeiro. Ele se juntará ao zagueiro Klaus, ao volante Breno e ao atacante Vinícius Lopes, que passam pelos últimos protocolos antes do anúncio oficial.


Fabinho teve passagem marcante pelo Ceará. Foram 138 jogos em quatro anos de clube. Antes, defendeu também Internacional, Figueirense e América-RN.


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Fabinho defendeu o Ceará da última temporada — Foto: Felipe Santos/Ceará SC


Na última temporada, o volante fez 21 jogos, 17 deles como titular. Marcou um gol, deu uma assistência e recebeu três cartões amarelos em 2021. Alternou entre a titularidade e a reserva durante o ano por conta de problemas médicos, e recuperou espaço na reta final com a chegada do técnico Tiago Nunes.



Além do volante, que está para chegar, e dos três jogadores que já trabalham no clube, a diretoria também finaliza a contratação do atacante Erison, que se destacou pelo Brasil-RS na última Série B. Os cariocas trocam documentos com o XV de Piracicaba, dono dos direitos econômicos do jovem centroavante.


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Fonte: GE/Por Thayuan Leiras — Rio de Janeiro

Contratação sem custos e 'lucro no lucro': entenda o negócio do Botafogo por Erison


Atacante foi adquirido por uma empresa que agencia jogadores e será repassado ao Alvinegro por dois anos; clube ganhará dinheiro em cima do superávit de venda futura




Erison, alvo do Botafogo, jogou no Brasil de Pelotas em 2021 (Foto: Carlos Insaurriaga)



Erison está por detalhes de ser o novo jogador do Botafogo. O atacante de 22 anos, artilheiro do Brasil de Pelotas na última Série B do Brasileirão, chegará ao clube em um modelo de negócio não muito usual: ele será cedido por uma empresa e o clube terá lucro sobre o lucro.


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O atacante pertencia ao XV de Piracicaba e foi negociado à "Kirin Sports" por 200 mil euros (1,27 milhão, na cotação atual). A empresa vai repassar o atleta ao Botafogo, que mostrou interesse na contratação do atacante - como o LANCE! havia adiantado.

Isso porque a equipe paulista não queria negociar o jogador sem custos. Valorizado após o desempenho no último Campeonato Brasileiro, o estafe do atleta buscou este 'intermediário' para permitir que Erison pudesse vestir a camisa do Botafogo.

E como o Glorioso fica na negociação? O clube não terá gastos de transferência e Erison chega de graça, repassado em um contrato de dois anos junto à "Kirin Sports". O Alvinegro vai, neste período, arcar com os salários do atacante, considerados baixos.



Financeiramente, o Botafogo terá um possível pelo lucro de uma possível venda futura do atleta. O Alvinegro vai receber 50% do lucro da transferência do atacante. Vale ressaltar que não é o valor inteiro, e sim a diferença do dinheiro total do negócio menos o que foi investido pela Kirin Soccer (200 mil euros).


Por exemplo: se Erison for vendido por 1 milhão de euros, a empresa vai 'tirar' os 200 mil investidos. Sobram 800 mil, valor que representa o lucro do negócio. Deste valor, o Botafogo vai receber 50% - no caso, nesta situação hipotética, seriam 400 mil euros (R$ 2,5 milhões, na cotação atual).

A diretoria avalia o atacante como um jogador com potencial e que pode dar retorno dentro e fora de campo. Entre clube e atleta está praticamente tudo certo, faltando apenas os exames médicos para tudo se concretizar. O Glorioso ainda fecha os últimos detalhes burocráticos com a Kirin Soccer, mas Erison será jogador do Alvinegro em 2022.


Fonte: LANCE/Sergio Santana/Rio de Janeiro (RJ)

Captação de talentos e controle de dívidas: as soluções propostas pelo novo investidor do Botafogo


Semanas antes de ter seu nome ligado às negociações com o clube carioca, John Textor apresentou suas ideias sobre futebol em podcast de jornalista britânico: "Encontrar o equilíbrio é um dos maiores desafios"



André Rizek explica negociação para compra da SAF do Botafogo (https://ge.globo.com/sportv/programas/redacao-sportv/video/andre-rizek-explica-negociacao-para-compra-da-saf-do-botafogo-10156664.ghtml)



Faltam detalhes para John Textor, dono da Eagle Holdings, entrar de vez na realidade do Botafogo. O registro da SAF, empresa que passará a comandar o futebol alvinegro, e a convocação da reunião do Conselho Deliberativo que avaliará as condições da venda foram passos largos dados nessa segunda-feira rumo à consolidação da nova estrutura de gestão do clube.


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O empresário norte-americano desembarcará no Rio de Janeiro não só com um aporte financeiro, mas também com ideias que pontuam um novo jeito de pensar futebol em General Severiano. Em entrevista ao jornalista britânico Matt Slater, no podcast "The Athletic Football", John Textor enfatizou dois pilares em que diz acreditar muito: a captação de talentos no mundo inteiro e o controle das dívidas.



Na conversa, que aconteceu em novembro de 2021, antes de as notícias ligarem o americano ao Botafogo, o empresário deu pistas de como pode agir à frente do clube alvinegro. Ele citou soluções para o Crystal Palace, da Inglaterra, o qual o investidor adquiriu 18% das ações, e para o Benfica, cuja tentativa de compra de 50% da gestão do futebol fracassou.




John Textor, novo investidor do Botafogo: condições de proposta do americano vai ao Conselho Deliberativo do Alvinegro — Foto: Divulgação/John Textor


— Dívida é a primeira lição. Se você não quer perder um grande negócio, seja uma empresa ou um grande clube de futebol, não pegue dinheiro emprestado. Se você tem dívidas, tenha uma estratégia para pagá-las. O modelo de negócios no futebol atualmente é bastante tradicional e bastante restrito: direitos de televisão, bilheteria e merchandising. Se você tem limitação na sua capacidade de competir, contratar jogadores e vencer jogos, faça alguma coisa sobre as suas receitas, mas não pegue dinheiro emprestado — explicou.


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O empresário, que começou a trabalhar com finanças depois de se apaixonar por tecnologia ainda na escola, sentiu na pele os efeitos do endividamento no início de sua vida profissional — e por isso reforça tanto a ideia do controle do prejuízo de seus negócios.


— Pegar dinheiro emprestado é a única maneira de perder um negócio de qualidade e vê-lo destruído bem na sua frente, como aconteceu comigo na Digital Domain, com 344 funcionários. Torcedores são fabulosos, mas, em alguns lugares, a cobrança é construída de uma forma que significa vencer a qualquer custo, mesmo se você pegar empréstimos até não poder mais — explicou.


— Encontrar o equilíbrio é um dos maiores desafios no futebol. O que o torcedor quer, o que os acionistas querem, o que a comunidade quer, o que a história quer, sustentabilidade... Frequentemente esses objetivos competem um com o outro — continuou.


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Olhar para a base


Para o investidor, o planejamento de pagamento de dívidas deve andar junto com um projeto de expansão das receitas. Na entrevista, ele cita a necessidade de entender que, muitas vezes, o impacto gerado pelo clube é até mais importante do que a equipe formada para disputar um campeonato.



— O valor do time é condicionado por contrato de televisão, patrocínios, verbas de marketing, venda de ingressos... Há muita coisa que o clube pode fazer para chegar ainda mais perto do torcedor do que só o time — explicou.


A visão de negócio, gestão e finanças adquirida ao longo da vida profissional de Textor têm relação direta ao que acontece também dentro de campo. A tentativa de compra de parte do Benfica e a aquisição de ações do Crystal Palace fizeram o empresário se debruçar sobre o mercado do futebol. Segundo ele, a captação de jovens promessas ao redor do mundo inteiro é essencial para tornar competitivo um time cujo orçamento é mais enxuto.


Questionado se os talentos poderiam ser encontrados em Lisboa, capital portuguesa e sede do Benfica, Textor concordou e ainda citou o Brasil como grande fonte de talentos — além de França e Bélgica. Ele destacou, porém, que identificou um problema na liga portuguesa que provoca uma debandada de jovens jogadores a custo mais baixo do que poderia ser cobrado se houvesse uma estrutura direitos de transmissão como a da liga inglesa.


— Infelizmente, o Benfica tem uma economia muito limitada, não é aberta a muitos lugares do mundo. Embora tenha uma marca muito forte, como o Porto e o Sporting, eles têm contratos de TV irrisórios, se comparados aos valores da Premier League. Consequentemente, anualmente têm que vender muitos jogadores para manter as contas em dia. Com isso, fica muito difícil alinhar a realidade do clube com a expectativa dos torcedores.


— As categorias de base do Benfica são uma das mais confiáveis no mundo, têm uma capacidade muito grande de garimpar jogadores. Muitos vão do Brasil e de outros lugares do mundo para lá e depois partem para o restante da Europa — finalizou o empresário.



Fonte: GE/Por Renata de Medeiros e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro