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quarta-feira, 1 de julho de 2020

Ferj cobra de Botafogo e Fluminense valor 10 vezes maior do que a Flamengo e Vasco


Clube alvinegro contesta federação carioca por valores cobrados em borderô e questiona "batalhão de funcionários" da entidade em jogo no Nilton Santos. Caso deve parar nos tribunais



O clima quente entre Ferj, Botafogo e Fluminense ganhou mais um capítulo: a federação cobrou valores 10 vezes maiores à dupla em borderôs de partidas do Carioca em comparação com Flamengo e Vasco e ganhou críticas públicas do presidente alvinegro, Nelson Mufarrej, que falou em entrar na justiça contra a entidade.


+ Ferj acusa falta de pagamento e tira mando do Bota


- Basta um exercício de simples comparação com outros jogos. Não assinamos o borderô. Não concordamos com ele. A FERJ enviou um batalhão de funcionários para trabalhar em um jogo sem público. O Estádio Nilton Santos já havia sido aprovado pela Vigilância Sanitária. As despesas saltaram sem explicação. Queremos justificativas das despesas operacionais que eles nos empurraram para pagar e, para isso, já acionei o Departamento Jurídico - disse.


- Não nos surpreende em nada essa postura lamentável da FERJ. Como recebemos essa informação? Com serenidade. O Botafogo vai sempre trazer à baila assuntos que entende ser dos seus interesses, sem medo de represálias ou retaliações. O Clube não vai deixar de se posicionar para apoiar o melhor protocolo, que é aquele que preserva as vidas. Nessa pandemia, a FERJ deu aula de como desrespeitar filiados que pensam de forma diferente. Sabe por que não pagamos os "custos FERJ" na partida contra a Cabofriense? Porque o Botafogo discorda plenamente dos custos operacionais apresentados pela FERJ - completou.



Nelson Mufarrej, presidente do Botafogo, no Palácio da Cidade — Foto: Cahê Mota/GloboEsporte.com



Mufarrej se refere principalmente ao custo denominado de "despesa operacional", que foi 10 vezes maior para a dupla Bota e Flu. Na última rodada, a entidade cobrou R$ 25 mil nos borderôs dos dois, enquanto Flamengo e Vasco desembolsaram R$ 2,5 mil e R$ 2,2 mil, respectivamente, pelo mesmo quesito. Também há diferença, menor, no custo "delegado/ouvidoria".


O valor é diferente, também, comparado ao último jogo do Botafogo antes da quarentena, contra o Bangu, em 15 de março. No mesmo estádio, o Nilton Santos, e também de portões fechados, o custo foi de R$ 1.150. O clube acredita que a cobrança pode ter motivação política, tanto que o presidente alvinegro falou em "represálias ou retaliações".


A reportagem questionou a Ferj, que não respondeu sobre a diferença de valores. A federação afirmou que "se fez necessário aumento das despesas para organização da partida, com suas complexidades. Tudo foi realizado dentro da legalidade e está previsto no regulamento, aprovado pelos 16 clubes que participam a Série A do Campeonato Carioca".


O Fluminense ainda não se manifestou.


Diferença de valores

A "despesa operacional" dos jogos dos quatro grandes do Rio caiu drasticamente desde que as partidas passaram a acontecer com portões fechados por conta da epidemia do novo coronavírus. Com exceção de Bota e Flu, que viram a cobrança, por outro lado, subir.



Em amarelo, os jogos com portões fechados — Foto: GloboEsporte.com


O GloboEsporte.com levantou os números das quatro rodadas já disputadas da Taça Rio. O valor se manteve parecido para os quatro até a segunda rodada, quando caiu para 10 vezes menos. O Flamengo chegou a pagar R$ 1.750 em uma partida no Maracanã.


Fonte: Por Felipe Siqueira, Paula Carvalho e Thayuan Leiras — Rio de Janeiro

Ferj acusa falta de pagamento e pune Botafogo com perda de mando de campo no Carioca


Motivo, segundo a entidade, é o não pagamento das despesas do jogo contra a Cabofriense

A Federação de Futebol do Rio de Janeiro puniu nesta quarta-feira o Botafogo com perda de um mando de campo no Campeonato Carioca. O motivo da medida, anunciou a entidade, é a falta de pagamento das despesas do jogo contra a Cabofriense, no último domingo, no Nilton Santos.



Estadio Nilton Santos — Foto: Thayuan Leiras


Na resolução assinada pelo diretor de competições Marcelo Vianna, a Ferj afirma que o clube alvinegro "deixou de promover o pagamento sem apresentar qualquer sinal ou previsão para regularização da pendência". A entidade cita, ainda, um "débito vultoso" do Bota referente a despesas de borderô, mas não detalhou valores.


A punição pode ser cumprida tanto nessa quanto na próxima edição do Estadual. Isso porque o clube corre o risco de ser eliminado nesta quarta-feira, contra a Portuguesa. A possibilidade, no entanto, é pequena: além do tropeço, o Boavista teria que conseguir um bom resultado contra o Flamengo. As duas partidas acontecem às 21h30 (de Brasília).


+ Confira a tabela do Campeonato Carioca


A decisão da Ferj é mais um capítulo para apimentar a relação conturbada com o Botafogo, que junto do Fluminense encampou oposição contra a retomada do campeonato neste momento. Na última segunda-feira, o técnico Paulo Autuori voltou a contrariar a entidade ao afirmar que a volta do Carioca é "um grande absurdo".


Leia a resolução



Ferj pune Botafogo com um mando de campo — Foto: Reprodução




Fonte: Por GloboEsporte.com — Rio de Janeiro

Lecaros comemora estreia e conta com passado peruano de Autuori para ganhar espaço no Botafogo


Atacante de 20 anos fez primeiro jogo oficial com a camisa alvinegra no último domingo, com direito a passe para gol. Atleta avalia adaptação ao futebol brasileiro e ao Rio de Janeiro



Demorou, mas a torcida do Botafogo, finalmente, viu Alexander Lecaros em ação em um jogo oficial. O jovem peruano saiu do banco de reservas aos 40 minutos do segundo tempo e fez parte da goleada do Botafogo sobre a Cabofriense, por 6 a 2, no último domingo, pela Taça Rio.



Lecaros entrou aos 40 minutos do segundo tempo — Foto: Vitor Silva/Botafogo


O tempo foi curto e a participação foi quase discreta, não fosse pelo passe para o golaço de Caio Alexandre, que fechou o placar aos 44 minutos. O camisa 17 recebeu na ponta direita, conduziu a bola com a canhota e tocou para o volante acertar um chutaço de primeira (veja no vídeo abaixo). Ao GloboEsporte.com, ele falou sobre o dia de estreia.


- Foi muito especial. Desde que cheguei, vivia essa expectativa e me preparei muito para este momento. Quando tudo puder voltar ao normal e tivermos garantias de segurança, será melhor ainda tendo o torcedor no estádio - disse.


Com passe de Lecaros, Caio Alexandre marca o sexto gol do Botafogo


- Apesar dos poucos minutos, acredito que pude contribuir. É uma jogada característica minha, de atacar espaço, e que treino muito. O Caio foi muito feliz na finalização, coroando a grande atuação que ele teve - completou.


Lecaros espera que a atuação de domingo seja a primeira de muitas e, para isso, torce para que a relação do técnico Paulo Autuori com o Peru funcione como reforço. O treinador já comandou equipes e a seleção do país de origem do atacante de 20 anos, revelado pelo Real Garcilaso.


- O Paulo é um treinador fantástico e que tem esse conhecimento já do estilo peruano. Ele tem me ajudado muito, me orientado bastante em todos os aspectos. E sempre deixa claro que todos terão oportunidades. E isso temos que aproveitar no dia a dia, a cada treino - lembrou.

Veja os melhores momentos da partida


Bate-bola com Lecaros

Como avalia a briga no ataque?

- Venho trabalhando muito no dia a dia, tanto a parte física como a parte mental. Sei que preciso estar 200% preparado para quando pintar a oportunidade. O nosso grupo é muito forte, o que só me motiva mais a evoluir e estar sempre no meu melhor nível. A competição interna faz o nível de todos subir.


Como está a adaptação ao Botafogo e ao Rio de Janeiro?

- Muito boa. Tive dificuldades nos primeiros meses com o calor e algumas características do futebol brasileiro. Acho que é normal pela mudança. Além disso, pela primeira vez na vida fiquei tão longe dos meus familiares. Mas hoje me considero totalmente adaptado. Toda a estrutura e os profissionais do Botafogo foram fundamentais nesse processo, assim como meus companheiros, que seguem me ajudando diariamente. A cidade é incrível, estou muito feliz aqui.


Quais são as primeiras impressões do futebol brasileiro?


- É um nível muito alto de competitividade e intensidade. O jogador evolui muito no dia a dia e a qualidade é sempre muito grande. Estar aqui no país do futebol é um sonho e uma oportunidade que não quero deixar de agarrar.



Fonte: GE/Por Thayuan Leiras — Rio de Janeiro