Conheça Francisco Lopes, o torcedor de 69 anos que participou de um evento do clube na manhã de sábadoUma frase de Bruno Lage na entrevista coletiva após a vitória por 3 a 1 sobre o Internacional chamou a atenção. Antes de falar sobre aspectos táticos e contratações, o treinador fez questão de falar sobre o aniversário do
Botafogo, que completava 119 anos naquele sábado. Ao falar sobre a partida,
o português deu o exemplo sobre um torcedor que lhe inspirou mais cedo naquele dia.
Bruno Lage exalta torcida e jogadores do Botafogo: "Momento histórico" (
https://ge.globo.com/video/bruno-lage-exalta-torcida-e-jogadores-do-botafogo-momento-historico-11860761.ghtml)
+ Bastos tem visto migratório aprovado e é quinto reforço do Botafogo na janela"Hoje tomei café da manhã com um grupo de torcedores. Havia um senhor mais velho que todos os outros, até que eu. Idade é sabedoria. Ele me disse que há muito tempo não via o Botafogo jogar e independente do que acontecer, queria continuar a ver o Botafogo assim, com identidade. Eu me senti muito fortalecido. Passei essa confiança aos jogadores. É isso que os torcedores querem ver, um trabalho de equipe que está ali para representar as cores do clube"
O torcedor é Francisco Lopes, de 69 anos. Ele é supervisor de elétrica, mora em Volta Redonda e é torcedor do Botafogo desde que nasceu.
Francisco teve o encontro com Bruno Lage graças à filha Júlia, que conseguiu resgatar o café da manhã com o treinador por meio do portal de benefícios do "Camisa 7", o programa de sócio-torcedor do clube. Foi uma forma que a jovem de 20 anos achou para presenteá-lo pelo Dia dos Pais, comemorado no último domingo.
- Para mim já foi emocionante na sexta-feira a noite quando cheguei do trabalho (quando Júlia falou sobre a surpresa). Fiquei imaginando como seria tomar um café junto com o Bruno Lage. Até chegar no hotel ficou aquela expectativa de como seria a visita. Chegando lá, vimos alguns jogadores no saguão e, conforme apresentado ao Lage, foi tão impactante no começo que ninguém quis fazer pergunta. Depois fomos nos soltando e a conversa foi muito boa. Há anos torço para o Botafogo, e venho sofrendo por muito tempo, então o papo foi muito bom para mim - contou Francisco ao ge.
Bruno Lage com Francisco Lopes e Júlia Lopes, torcedores do Botafogo — Foto: Arquivo Pessoal
A conversa
O encontro ocorreu em um hotel na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Nove sócios participaram da conversa.
- Ele (Lage) foi bem receptivo. Deu liberdade para a gente conversar. Ele é bem simpático, bom de conversar, escuta as nossas opiniões... É claro que não estávamos lá para falar de esquema tático ou contratações, mas todos os assuntos que abordamos ele respondeu. No final ele fez questão de tirar fotos com cada um.
Francisco era o mais velho - contando até o próprio Bruno Lage - da mesa. O senhor viu de perto o time de 1995 e falou com o treinador sobre as sensações e lembranças daquela campanha, algo que chamou a atenção do português.
- Falei para ele que já tinha vários anos que acompanhava o Botafogo e naquele momento eu estava vendo algo que há muito tempo o time não tinha: uma identidade. Você substitui um (jogador), o que entra faz a mesma função. Dentro de campo se sabe o que vai fazer - afirmou.
Bruno Lage com Francisco Lopes, torcedor do Botafogo — Foto: Arquivo Pessoal
+ Em recuperação de lesão, Tiquinho Soares, do Botafogo, recebe visita de Zico- Nós como torcedores questionamos... A mania do torcedor é xingar, mas o jogo é o resultado do trabalho dele durante a semana. Só ele sabe o que o jogador fez durante o treino. Ele não escala ninguém por acaso. Ele deu até o exemplo do Sauer contra o Coritiba, dizendo que na hora da escalação as pessoas deram uma murchada mas ele foi muito bem. Hoje o Botafogo tem uma identidade e todo mundo corre. É isso que eu queria ver no Botafogo - completou Francisco
Júlia, de 20 anos, diz que 2017, quando o Botafogo foi para as quartas de final da Taça Libertadores e semifinal da Copa do Brasil, foi o ano mais legal que ela viu do clube nos anos recentes. A jovem também bateu na tecla de orgulho e contou bastidores da conversa com Lage.
- Perguntei o que fez ele vir para o Botafogo. É muito mais difícil assumir o time no meio do campeonato como líder do que, por exemplo, assumir o Vasco na situação que está porque se conseguir se livrar, beleza, se não, não tinha o que fazer. É uma responsabilidade muito grande e eu percebi que ele está focado.
Após a declaração de Bruno Lage na entrevista coletiva, Júlia postou a foto do português com o pai no Instagram e o treinador repostou a publicação.
O jogo
Do hotel, Francisco e Júlia se encontraram com Felipe e Fred, irmãos, e uma sobrinha. O grupo partiu para o Estádio Nilton Santos e assistiu ao jogo no setor Leste Superior, justamente onde o mosaico - que fazia alusão ao Dia dos Pais - foi levantado.
- Nós fizemos parte do mosaico. Tinha umas meninas perto da gente que ajudaram a preparar o mosaico, ficaram até três da manhã ajudando tudo. Elas me falaram que o mosaico era uma homenagem para mim e eu ficaria emocionado, que iria ver as imagens depois. Foi muito bonito - contou Francisco.
- Foi muito legal porque foi eu, meus irmãos, Felipe e Fred, e a filha do Felipe. Foi emocionante para ele de todos os jeitos. Foi uma vitória do Botafogo em família - disse Júlia.
+ Botafogo economiza cerca de R$ 10 milhões com parcerias de produtos e serviçosFrancisco Lopes e família no jogo do Botafogo — Foto: Arquivo Pessoal
Francisco e Júlia foram a todos os jogos do Botafogo no Estádio Nilton Santos no Brasileirão até agora. A dupla garante que é pé quente e que está dando sorte para o Alvinegro em, quem sabe, o tricampeonato nacional.
- Vai ser a melhor coisa da minha vida depois dos meus filhos (risos). O Botafogo sendo campeão o Rio vai ser pequeno, o Rio vai parar. Tem muito torcedor que vem de longe. O Botafogo está conseguindo mexer com várias pessoas que estavam presas, com medo. Agora, com futebol de primeira, você encontra com várias pessoas diferentes. Já encontrei gente do Espírito Santo, Sul, Brasília... - finalizou Francisco Lopes.
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Fonte: ge/Por Giba Perez e Sergio Santana — Rio de Janeiro
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