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quarta-feira, 19 de maio de 2021

Saída de bola, primeiro volante e decepção na Ponte Preta: quem é Luís Oyama, possível reforço do Botafogo



Jogador, com acordo encaminhado para defender o Alvinegro, foi um dos destaques do Mirassol no Paulista e se destaca pela organização; no ano passado, não foi bem na Macaca





Oyama se destacou pelo Mirassol no último Paulista (Foto: Divulgação/Mirassol)



Um item riscado na lista de reforços. O Botafogo achou o primeiro volante que procurava para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro: trata-se de Luís Oyama, que atuou pelo Mirassol no último Campeonato Paulista. O jogador de 24 anos possui acordo encaminhado para defender o Alvinegro até o fim do ano, por empréstimo.


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O jogador, é claro, chega com a expectativa de ser titular no esquema do treinador Marcelo Chamusca. Oyama foi um dos destaques do Mirassol, semifinalista do Campeonato Paulista, durante o Estadual.



IMPORTANTE NO MIRASSOL

O camisa 5 atuou, em grande parte do Paulistão, como um primeiro volante, estando à frente dos dois zagueiros no esquema de Eduardo Baptista. Se destaca pelo passe e organização na saída de bola: não à toa, teve, em média, 35 passes certos por jogo, com 85% de aproveitamento no quesito. Os dados do "Sofascore".


Oyama deu duas assistências e teve média e 1.4 passe para finalização por partida. No sentido a bolas longas, foram 3.7 acertos (70% de sucesso) por duelo, além de 2.2 lançamentos precisos.


No que diz respeito ao aspecto defensivo, Oyama teve 15 desarmes, 10 interceptações e 5 cortes pelo alto em dez partidas disputadas. Em média, o atleta sofreu 1.3 drible por jogo e não cometeu erros individuais que geraram gols a equipes adversárias.


No Botafogo, Luís Oyama chega para ocupar um setor que passa por incertezas desde o começo da temporada. O Alvinegro não teve um um primeiro volante com uma sequência notória de jogos.


DECEPÇÃO NA PONTE PRETA

​No ano passado, Oyama passou por uma situação parecida com a que vai viver no Botafogo: depois se destacar no Paulista com a camisa do Mirassol, fechou por empréstimo com a Ponte Preta e chegou na equipe com certa expectativa. Dentro de campo, porém, não correspondeu, como conta Lucas Rossafa, setorista da Macaca no "Esporte News Mundo".


– Falar de qualidades é difícil. Foi péssimo, uma das piores contratações do ano passado. Ele chegou durante a pausa do futebol com alta expectativa. Veio com quatro jogadores do Mirassol e a expectativa é que, com a base daquele meio-campo, fosse emplacar, mas foi uma decepção. Chegou com status de titular absoluto, estreou na Série B, mas foi muito mal. Tinha como característica a saída de bola, mas de 20 e poucos jogos, ele jogou bem em três, quatro... Dava muitos passes na marcação, foi decepcionante. Não conseguiu jogar com nenhum treinador - explica o jornalista.


– Normalmente ele jogava de primeiro volante. Para ser sincero, nem lembro do Oyama chegando na frente, praticamente não subia, tanto que não fez gols ou deu assistências. Jogava de volante, mas também não conseguia dar proteção à zaga, uma das piores da última Série B. Aos poucos, foi perdendo espaço no time, foi uma decepção - completou.



Fonte: LANCE/Sergio Santana/Rio de Janeiro (RJ)

Sem o Ato é a barbárie? Exclusão do Botafogo do Ato Trabalhista preocupa diretoria


Clube se vê ainda mais asfixiado em dívidas com saída do acordo que tinha com ex-jogadores e funcionários com dinheiro a receber; penhoras começam a se tornar mais frequentes



Há quase duas semanas, o Botafogo se deparou com uma decisão monocrática de um desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região que surpreendeu o clube: após sete anos em ação, o Ato Trabalhista está suspenso pela Justiça. Na resolução de Jorge Fernando Gonçalves da Fonte, as parcelas não pagas pelo clube e o atraso em outros meses no final de 2020 e no início de 2021 foram suficientes para que houvesse o cancelamento.




Botafogo fora do Ato Trabalhista pode significar R$ 100 milhões em penhoras — Foto: Infoesporte



Mas o que isso significa na prática?


Primeiro cabe explicar o que era o Ato. Ele foi um acordo firmado em 19 de dezembro de 2014, que consistia no pagamento de dívidas trabalhistas que o clube tinha naquela época com ex-jogadores e funcionários com dinheiro a receber. Como solução, foi criado uma espécie de fundo para que todos esses credores entrassem numa fila e recebessem a quantia que pediam na Justiça.



Para isso, o Botafogo precisava pagar mensalmente um valor que aumentava a cada ano (R$ 13,5 milhões em 2015, R$ 15 mi em 2016, R$ 20,1 mi em 2017, R$ 20,52 mi em 2018, R$ 21,12 mi em 2019, R$ 21,72 mi em 2020, R$ 21,84 mi em 2021, R$ 21,96 mi em 2022, R$ 22,14 mi em 2023 e R$ 22,32 mi em 2024). Esse dinheiro depositado em juízo garantia que os trabalhadores que acionaram o clube na Justiça até 2014 recebessem a quantia devida sem que outras receitas fossem penhoradas.




Chamusca usa Taça Rio para testar escalação no ataque do Botafogo (https://globoplay.globo.com/v/9525376/)


De acordo com o portal de transparência do Botafogo, as parcelas estavam sendo pagas normalmente até março de 2020, data da última atualização, e justamente quando os campeonatos foram interrompidos por causa da pandemia. Até então, o clube tinha desembolsado R$ 95,22 milhões e restavam R$ 104,55 mi a pagar. É aí que começa a justificativa da Justiça para retirar o clube do Ato.


Por causa da pandemia, foi permitido aos clubes não pagar as parcelas de abril, maio, junho e julho. Em dezembro do ano passado, essa autorização foi revogada e acarretou em uma corrida para permanecer no Ato. Em 1º de março o limite para o pagamento diminuiu em um ano, e o Botafogo considerou que teve um direito adquirido violado, já que o acordo foi realizado antes de uma mudança na legislação.



Pois bem, a derrota judicial do dia 7 de maio faz com que todo mundo que tenha esse dinheiro a receber do Botafogo possa acionar o clube na Justiça e ganhar o direito de penhorar qualquer receita que entrar nos cofres de General Severiano. O problema é que se as pessoas executarem a dívida, que soma quase R$ 100 milhões, o clube fica ainda mais asfixiado financeiramente.





Marcelo Cordeiro é um dos jogadores que colocou o clube na Justiça após a saída do Ato Trabalhista — Foto: Getty



Tá, a Justiça retirou o Bota do Ato, e agora?

É na esperança de apenas conseguir pagar os credores se estiver no Ato que vai se basear a defesa do clube para recorrer na Justiça. O Botafogo alega que ficar de fora faz com que ele não consiga ficar em dia com os credores que estavam presentes no acordo. Segundo o clube, não é porque não queira, mas sim pois não tem dinheiro. Enquanto reconhece que é um direito legítimo dessas pessoas, ele se preocupa que isso possa acarretar outras dívidas futuras e que se arrastem em processos judiciais por anos.


Quando o ge procurou membros da diretoria para comentar o assunto, ouviu que isso corria o risco de inviabilizar o clube e poderia ser a barbárie. Na visão interna do Botafogo, a manutenção do Ato Trabalhista é essencial para a recuperação institucional do clube.



Caso o recurso do Botafogo não dê certo, o clube especula um plano B. Essa estratégia passaria por um segundo ato, mais prejudicial às finanças do Bota já que seriam parcelas maiores, mas que evitaria as penhoras que começam a aparecer e acometer os cofres, como dos jogadores Marcelo Cordeiro, Everton e Scheidt.


Enquanto aguarda uma definição em instâncias superiores, o Botafogo segue se preparando para a próxima partida. A final da Taça Rio será no próximo sábado, às 15h05 (de Brasília), em São Januário. O Bota precisa de uma vitória por dois gols de diferença para levar o prêmio de R$ 1 milhão, destinado ao quinto colocado do Estadual. Se vencer por um gol de diferença, a decisão vai para os pênaltis. Empate ou vitória vascaína dá o título ao rival do Bota.



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Fonte: GE/Por Davi Barros — Rio de Janeiro