Paulo César de Oliveira explica mudança da regra, alterada no ano passado
Um lance semelhante ao gol anulado de Diego Costa, no jogo entre Atlético-MG e Botafogo no último sábado, aconteceu em 2018. Por coincidência, marcado contra o agora líder do Campeonato Brasileiro, no duelo diante do São Paulo, pela 27ª rodada da mesma competição, e validado. O comentarista de arbitragem Paulo César de Oliveira explica a mudança no critério, que ocorreu no ano passado.
Veja os dois lances:
Em 2018, Botafogo sofreu gol similar ao marcado por Diego Costa; lance foi validado (https://ge.globo.com/video/em-2018-botafogo-sofreu-gol-similar-ao-marcado-por-diego-costa-lance-foi-validado-11954295.ghtml)
O gol do São Paulo foi marcado por Diego Souza e também teve repercussão. O atacante recebeu a bola em posição irregular, mas com passe do zagueir botafoguense Joel Carli. No entanto, a regra era diferente.
- Nessa época (de Botafogo 2 x 2 Atlético-MG, há quase cinco anos) o gol era válido porque a regra mudou ano passado. O debate começou após o gol do Mbappé na Final da Liga das Nações, em 2021 - explicou Paulo César de Oliveira.
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Na ocasião, a França foi campeã sobre a Espanha por 2 a 1, com gol do atacante francês que causou polêmica. Aos 34 minutos, o camisa 10 recebeu passe de Theo Hernández, estava à frente da linha de impedimento, mas houve um toque do zagueiro espanhol na trajetória, que teria tornado a posição legal. O francês marcou, decretou a virada e o título.
Após a alteração, o Antoine Griezmann, da França, reclamou de gol anulado na Copa do Mundo, na derrota para a Tunísia. A bola do chute francês veio de cabeçada do zagueiro tunisiano Talbi, e a situação foi considerada "vergonhosa" pelo jogador.
A International Football Association Board (IFAB), instituição que regulamenta as regras do futebol, emitiu uma circular em 2022, que já consta na regra 2023/2024. No texto consta o seguinte:
Um jogador em posição de impedimento quando a bola for tocada* por um companheiro de equipe será punido somente se chegar a participar do jogo de forma ativa, ao:
(...)
• obter vantagem por tocar na bola ou interferir em um adversário quando a bola:
- tiver desviado ou tocado nas traves, no travessão, em um membro da equipe de arbitragem ou em um adversário;
(...)
Não se considerará que um jogador em posição de impedimento obteve vantagem quando receber a bola de um adversário que tocou deliberadamente* nela,
(...)
*Um “toque deliberado na bola” (à exceção do toque de mão deliberado na bola) ocorre quando um jogador tem o controle da bola e a possibilidade de:
• passar a bola para um companheiro de equipe;
• obter a posse da bola; ou
• afastar a bola (por exemplo, chutando-a ou cabeceando-a).
Se o passe, a tentativa de obter a posse da bola ou o movimento para afastá-la por parte do jogador que tem o controle da bola for impreciso ou mal-sucedido, isso não anula o fato de que esse jogador “tocou deliberadamente” na bola. Os seguintes critérios devem ser utilizados, conforme apropriado, como indicadores de que um jogador tinha o controle da bola e, como resultado, pode ser considerado como tendo “tocado deliberadamente” nela:
• A bola percorreu certa distância e o jogador tinha uma visão clara dela;
• A bola não se movia com velocidade;
• A direção da bola era previsível;
• O jogador teve tempo para coordenar seu movimento corporal — isto é, não foi o caso de um salto ou uma extensão instintiva nem de um movimento que resultou em um contato ou controle limitado.
• Uma bola que se move no chão é tocada com mais facilidade do que uma bola que se move pelo ar.
A anulação do gol do Botafogo na derrota para o Atlético-MG causou polêmica no último sábado, logo após o duelo. O clube reclamou dos critérios adotados no impedimento de Diego Costa, que disse que a arbitragem "meteu a mão" no resultado.
Veja gol anulado de Diego Costa em Atlético-MG x Botafogo pelo Brasileirão (https://ge.globo.com/futebol/video/veja-gol-anulado-de-diego-costa-em-atletico-mg-x-botafogo-pelo-brasileirao-11954285.ghtml)
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Fonte: Por Redação do ge — Rio de Janeiro
