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domingo, 23 de abril de 2023

Com maior sequência invicta no Botafogo, Luís Castro vê disputa por titularidade nas pontas se acirrar




Victor Sá, Luís Henrique, Júnior Santos, Gustavo Sauer, Lucas Piazon, Carlos Alberto e Matías Segóvia disputam duas vagas entre os onze no melhor momento do Alvinegro em 2023





Disputa nas pontas se intensifica no Botafogo, que não perde há nove partidas em 2023 (Vítor Silva/Botafogo)


O Botafogo teve um início de temporada irregular e deu adeus ao Campeonato Carioca de forma precoce, restando apenas a Taça Rio como prêmio de consolação. Mas, aos poucos, conseguiu reagir e emplacou nove jogos de invencibilidade - a maior de Luís Castro desde que assumiu o clube carioca. Nos últimos quatro jogos, a equipe teve 100% de aproveitamento e retornou ao Nilton Santos, que agora conta com o gramado sintético.


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A virada de chave passa por alguns fatores importantes no estilo de jogo e no crescimento de determinados jogadores. Um deles é Eduardo que tem sido decisivo com sete gols em oito partidas e tido mais liberdade para não só municiar o setor ofensivo, como pisar mais na área e finalizar com frequência. Além dele, Tiquinho Soares tem demonstrado faro de gol, eficiência e bom posicionamento na frente.


Em 2022, o comandante português teve dificuldade para encontrar soluções em posições específicas: as pontas. No elenco, apenas Jeffinho, que foi negociado com o Lyon-FRA, teve regularidade e se destacou com velocidade e jogadas individuais. A saída do jogador mexeu com um setor que apresentou bastante irregularidade e se tornou o calcanhar de Aquiles de Castro na última temporada.


Com a virada de ano, determinados jogadores do setor subiram de produção e começaram a acirrar a disputa pelas vagas entre os titulares. Entre eles está Victor Sá que retornou na última quinta contra o César Vallejo, do Peru, pela Copa Sul-Americana. O camisa 7 foi um dos principais destaques com direito a um belo gol e o que tem os melhores números no atual momento.

Júnior Santos, por sua vez, chegou a deixar o elenco e assinar com o Fortaleza, quando ainda pertencia ao Sanfrecce Hiroshima, do Japão. No entanto, logo voltou e tem tido espaço nas últimas partidas. O jogador tenta se firmar e ter uma temporada praticamente inteira para ser titular na posição. No momento, foram apenas três jogos, mas com atuações que agradaram e ganharam a confiança de Luís Castro - o time não perdeu com ele em campo desde que voltou.


O elenco também conta com o jovem Luís Henrique. Revelado nas categorias de base do Glorioso, o atacante teve uma passagem pelo futebol francês, mas com a chegada de John Textor voltou a defender o clube da estrela solitária. Na última temporada, não teve regularidade e encontrou muita dificuldade para se encaixar, com atuações bem distantes do ideal. Em 2023, porém, tem entrado com mais frequência e mostrado que pode ser uma boa opção pelo setor.



Lucas Piazon é uma opção pela ponta no Botafogo para a temporada (Vitor Silva / Botafogo)


Outro nome que também enfrentou dificuldades para se encaixar entre os titulares é o de Gustavo Sauer. O atacante chegou ao clube depois de boa passagem pelo futebol português e com credenciais para ser titular. Todavia, além de problemas físicos, o camisa 10 passou em 2022 por uma artroscopia no tornozelo esquerdo e ficou de fora por um longo período. No momento, teve mais chances de mostrar seu futebol e já marcou quatro gols em treze jogos.


Em 2022, Lucas Piazon foi um dos jogadores mais utilizados no setor, sendo titular de forma recorrente. Contudo, nas últimas quatro partidas perdeu espaço nesta disputa depois de também ter feito treze jogos. O contrato de empréstimo com o jogador junto ao Braga-POR se encerra no meio do ano. Além dele, um dos reforços de 2023, Carlos Alberto chegou ao clube vindo por empréstimo do América-MG e ainda é uma aposta para dar mais velocidade ao time. Até o momento, foram 14 partidas e um gol na temporada.





Carlos Alberto chegou ao Botafogo por empréstimo e é uma aposta para dar velocidade (Vítor Silva/Botafogo)


Em meio à fraca campanha no Estadual, John Textor sabe que precisa reforçar o elenco, sobretudo nas pontas e no meio de campo, para dar uma resposta direta à torcida. Uma das apostas é o paraguaio Matías Segóvia, que teve poucos minutos, mas já mostrou qualidades que tem faltado como a velocidade e os duelos individuais para quebrar linhas.


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Diante desse cenário, Luís Castro começa a ver os efeitos da manutenção da espinha dorsal do ano passado. Ainda é cedo para afirmar que o Alvinegro terá condições de disputar todas as competições e alçar voos maiores no ano. Mas isso passa por potencializar as qualidades de seu elenco, e a disputa acirrada nas pontas só traz benefícios para o plantel como um todo.


Confira os números dos pontas do elenco do Botafogo em 2023


Victor Sá - Três gols e duas assistências em 14 partidas

Júnior Santos - Nenhum gol e uma assistência em 3 partidas

Luís Henrique - Nenhum gol e duas assistências em 16 partidas

Gustavo Sauer - Quatro gols e uma assistência em 13 partidas

Lucas Piazon - Um gol e três assistências em 13 partidas

Carlos Alberto - Um gol e uma assistência em 14 partidas

Matías Segóvia - Nenhum gol e nenhuma assistência em uma partida





Matías Segóvia ainda tem poucos minutos, mas foi elogiado por Textor no Botafogo (Vítor Silva/Botafogo)



E MAIS: 




Fonte: LANCE! Rio de Janeiro (RJ)

Junior Santos recupera espaço no Botafogo e cresce junto com time: "Atmosfera positiva"



Atacante, que tem a confiança do técnico Luís Castro, retornou ao time após rápida passagem pelo Fortaleza e participou das três últimas vitórias alvinegras



Depois de uma passagem relâmpago pelo Fortaleza este ano, Junior Santos retornou ao Botafogo, e foi como se nem tivesse saído. Já bem ambientado, o atacante logo ganhou a confiança do técnico Luís Castro e foi titular nas últimas partidas.
















Botafogo enfrenta o Bahia, na segunda-feira, pelo Brasileirão (https://ge.globo.com/video/botafogo-enfrenta-o-bahia-na-segunda-feira-pelo-brasileirao-11557076.ghtml)



Nas três partidas em que o atacante atuou, o Botafogo conseguiu vencer, contra Ypiranga, São Paulo e César Vallejo. Nas duas últimas, no estádio Nilton Santos, ele reviveu uma emoção especial.


- Sensação de êxtase e uma felicidade que nem consigo expressar. Desde quando vesti essa camisa realizei um sonho e estou vivendo esse sonho novamente. Com duas vitórias jogando no Nilton Santos, vendo nosso torcedor cantando os 90 minutos e incentivando o time, é uma atmosfera de positividade que passa para o campo - afirmou ao ge.




Junior Santos em ação na partida do Botafogo contra o César Vallejo — Foto: Vítor Silva/BFR


Em entrevista ao ge, Junior Santos comentou sobre seus primeiros passos nesta volta e sobre suas características combinarem bem o novo gramado sintético do Nilton Santos.


Confira:

Ge: Você logo que retornou ao Botafogo já ganhou oportunidades e a chance de ser titular. Tem a sensação de que nem saiu do clube?


Junior Santos: A readaptação ao clube foi muito rápida pelo fato de já conhecer os jogadores, as características de cada um, assim como eles já me conheciam. Isso facilitou bastante. A respeito das oportunidades, eu prefiro me apegar em aproveitar as chances que tenho, sabendo que os jogadores da minha posição são de alto nível e a posição é muito bem disputada. Não me vejo titular da posição e tenho que dar o meu melhor a cada dia. Quando meu empresário (Edivaldo Ferraz) me passou a situação do interesse do Botafogo, não pensei duas vezes e tinha certeza de que seria novamente especial.




Aos 30 min do 2º tempo - drible de Júnior Santos do Botafogo contra o São Paulo (https://ge.globo.com/futebol/video/aos-30-min-do-2o-tempo-drible-de-junior-santos-do-botafogo-contra-o-sao-paulo-11539570.ghtml)


Como foi o primeiro contato com o Luís Castro nesta volta? Ele desde o primeiro momento já te explicou o que desejava de você?

Já tenho uma ideia do que o Luís Castro gosta da equipe: uma intensidade alta, sempre com intuito de pressionar o adversário e ter o controle do jogo. A única coisa que ele me pediu era para manter o nível que joguei no ano anterior, e dar o meu melhor. O Luís Castro é um dos melhores treinadores com quem já trabalhei, tenho certeza que ele vai conseguir extrair o melhor da equipe e surpreender muita gente esse ano. Temos uma boa equipe, acredito no projeto e no trabalho que está sendo feito.


O jogo contra o Ypiranga, que também foi sua reestreia, talvez tenha sido a mudança de chave nesta evolução que o Botafogo atravessa. Qual acredita ter sido a sua contribuição para isso?

Sempre que estou em campo tento dar o meu melhor. Tenho boas características individuais, como o drible, a força e a imposição física. Tento sempre contribuir para o melhor, sei que nem sempre vou conseguir manter um nível alto em relação aos dribles e jogadas individuais. Quando isso não acontecer, tento ajudar marcando pra ser importante na parte defensiva.


Qual foi a sensação de voltar a jogar no Nilton Santos?

Sensação de êxtase e uma felicidade que nem consigo expressar. Desde quando vesti essa camisa realizei um sonho e estou vivendo esse sonho novamente. Com duas vitórias jogando no Nilton Santos, vendo nosso torcedor cantando os 90 minutos e incentivando o time, é uma atmosfera de positividade que passa para o campo. É um jogador a mais com o apoio dessa torcida gigante.


Acredita que as características do gramado sintético combinam também com as suas características individuais?

Sim, gostei muito. A bola corre mais rápido e com minhas saídas em velocidade nos contra-ataques é algo que vamos explorar bastante. Não só eu, mas temos muitos jogadores com as características de velocidade na frente que ajuda bastante. Mas me adapto em qualquer gramado, ainda mais para quem jogou na várzea tantos anos (risos).





Ypiranga-RS 0 x 2 Botafogo - Melhores Momentos - 3ª fase da Copa do Brasil


Nestes primeiros jogos você já esteve perto de marcar algumas vezes. Como está a ansiedade de fazer um gol pelo Botafogo novamente?

Confesso que estou doido para marcar novamente com a camisa do Botafogo. Mas quando vejo meus companheiros fazendo gol, fico feliz e procuro ajudar de outras formas, como na marcação, com assistência, movimentação para abrir espaço, ajudando a dificultar o adversário.. No final, o mais importante é a vitória do Botafogo. Quero muito marcar, mas tento não pensar muito nisso para não criar uma pressão. Na hora certa vai sair, pois estamos no caminho certo.


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Fonte: GE/Por Fred Huber — Rio de Janeiro