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terça-feira, 11 de janeiro de 2022

John Textor diz confiar em sucesso da SAF: "Pessoa que acredita no Botafogo"



Empresário concede entrevista para a Botafogo TV


Matéria em atualização.

O empresário John Textor, que assinou a oferta vinculante para comprar 90% da SAF do Botafogo, disse acreditar no sucesso do projeto. Em entrevista para a Botafogo TV, o multimilionário afirmou confiar no clube e contou a sua experiência pessoal no futebol.


- O John Textor é uma pessoa que acredita no Botafogo. Como já disse para um montão de pessoas... Não sei. Eu sou cara de tecnologia. Fui um atleta ruim como quase todo mundo. Eu sou motivado pela minha família, pelo meu trabalho, e sou motivado pelas grandes mudanças pelas quais o mundo passa constantemente e pelo jeito como nós, aqui, não apenas lidamos com estas mudanças, mas tornamos as coisas melhores.


- Já trabalhei muito tempo, tive muitos tipos de trabalho. Só tenho 56 anos, mas em termos de carreira me sinto muito mais maduro. Estou chegando em um ponto na minha vida no qual tenho metas diferentes com relação ao que faço com meu trabalho. Tenho enfrentado muitos desafios para alinhar os objetivos do povo no caso do meu país, com o capitalismo ou com o mercado em outros lugares. E estes são os projetos que mais me inspiram - contextualizou.


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John Textor visitou as dependências do Botafogo no Rio de Janeiro, como o Espaço Lonier — Foto: Vítor Silva/Botafogo


O empresário também detalhou a sua experiência pessoal com o futebol.

- Eu acho que futebol é uma coisa que sempre esteve comigo. Eu joguei a vida toda. Eu vejo meus filhos jogando... E eu tive um grande desapontamento no trabalho por volta de 2011, 2012. O meu mundo desmoronou... foi uma situação muito difícil, mas as amizades que eu desenvolvi na nossa escolinha de futebol, ajudando as crianças a definirem o lugar para onde estão caminhando na vida... Esta foi a única coisa com a qual eu pude realmente contar quando eu passava pelos meus próprios problemas pessoais.


- Talvez através dos negócios e minha experiência pelo mundo eu aprendi a lição de que há um número muito pequeno de amigos na vida com os quais você pode contar de verdade. Mas, no futebol lá nos Estados Unidos, as crianças que eu estava ajudando, as famílias que valorizavam essa ajuda, elas nunca me deixaram. Acho que o meu relacionamento com o futebol ficou mais íntimo durante aquele período de tempo. Acho que determinou quem eu sou hoje depois que o sucesso retornou para mim. E todas aquelas "falsas amizades" me foram oferecidas de volta, mas eu me senti liberado.



- Eu já não precisava mais me envolver com aqueles relacionamentos que não eram sinceros. Eu agora tinha essas famílias e essas novas amizades que eu fiz através do futebol. Então, o meu sucesso voltou, e parece que ele voltou maior do que qualquer dos meus fracassos anteriores. Então, o que eu faço com essa experiência? - disse, para completar:


- Eu decidi ficar perto das famílias, das pessoas, e dos momentos alegres e das ideias que me salvaram... Na verdade, as pessoas do futebol realmente salvaram a minha vida quando eu estava passando por um momento muito difícil. Então, é por isso que estou fazendo isto agora.


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- Gostaria de dar mais uma resposta para esta pergunta: Acho que a conexão criada entre o futebol e a torcida é muito especial. A gente não encontra isso em nenhum outro esporte que eu conheça. Nada contra alguns dos grandes esportes espalhados pelo mundo, mas acho que já experimentei quase todos eles, com exceção do críquete.


- E acho que o futebol, mais do que qualquer outro esporte, promove uma conexão entre as pessoas, uma conexão até mesmo entre as torcidas porque a gente adora brigar. A gente adora odiar as torcidas rivais. Acho que todo mundo sabe que o esporte produz esta conexão. Ele promove até uma solidariedade entre países. E acho que foi isso que me atraiu para o futebol.



Visão do futebol e da cultura brasileira


- Bom, eu disse há um momento atrás que, quando as coisas evoluem na cultura e indústria através das civilizações... Oportunidades vêm através de mudanças e eu aprendi muito sobre como modelos diferentes de futebol funcionam no mundo todo. No Reino Unido, eles são muito impulsionados por investimento e sentimento de propriedade. Liga poderosa, a Premier League, muito bem desenvolvida. Mas aí você vai a Portugal e vê uma estrutura parecida. Em Portugal, eles aprovaram alguns anos atrás que as associações, pessoas, clubes, criassem essas S.A.D.s.


- E eu acho que apesar de Portugal ter gasto mais tempo desenvolvendo essa estrutura, as organizações de liderança por lá continuam muito, muito políticas. Então, ver o Brasil tomando essas mesmas decisões agora... Sabe, más escolhas administrativas acontecem nos Estados Unidos quando políticos gastam dinheiro para obter votos. O mesmo aconteceu no mundo do futebol. Em Portugal, na Espanha... A mentalidade que vi em clubes de Portugal foi basicamente: "O que precisamos fazer pra ganhar as próximas eleições?".


- Porque as eleições dão aos indivíduos - em certas partes do mundo, não estou afirmando isso no Brasil - talvez traga poder, então o foco passa a ser as eleições. Então, eles constroem isso. Eles tomam decisões irresponsáveis para o negócio. Todos sabemos como ganhar uma eleição nos EUA: você gasta dinheiro suficiente com os seus eleitores e eles votam em você. Todos sabemos como ganhar uma eleição na Espanha ou em Portugal no futebol: investir mais dinheiro em jogadores haja o que houver, e você ganha as próximas eleições. Eu vejo a mudança como uma oportunidade.



- Eu acho que o que está acontecendo no Brasil pode estar envolvido com o início nessa decisão, com todas as lições que aprendemos não só nesse país mas ao redor do mundo vai nos ajudar a talvez fazer melhor dessa vez.


- Claro que estive aqui para conhecer o mercado, dei uma olhada em clubes por um tempo, tive dois jovens incríveis que me ajudaram a entender sobre essas decisões muito sábias que o governo tem tomado de aprovar essas leis, perdoar as dívidas passadas e colaborar para que essas S/As sejam bem sucedidas e é incrível saber que o talento no Brasil é o melhor do mundo, sabe, junto com a França, a África... Eu acho que temos alguns poucos lugares no mundo aonde o talento no futebol é visto claramente...


- Temos Portugal mas que claro, tem uma ajuda brasileira... então isso tudo é muito animador pela perspectiva do futebol. Mas ao mesmo tempo, ver o governo e os clubes tomando essas decisões e tornando-os negócios viáveis que podem aprender através de outras SADs ou programas similares e ter sido convidado para ser parte disso, é uma página em branco. É irresistível. Eu disse à minha família: precisamos fazer isso! Precisamos estar lá para esse início. É uma oportunidade especial.


Como surgiu o interesse no Botafogo?


- Bem, eu acho que se pessoas prestarem atenção, perceberão que eu estava procurando outros clubes. O que quero dizer é que ninguém acorda e diz: "Vou comprar o Botafogo". E, número 1: nenhuma pessoa deve sentir, nunca, que comprou um clube como esses, porque eles pertencem às pessoas, à torcida. Eu acho que a oportunidade de ser dono de um clube é, na verdade, a oportunidade de ser seu "cuidador", certo? O clube existe desde muito antes de eu estar vivo e vai continuar existindo muito depois...


- Então, considerando que acordei e decidi vir para o Brasil, que seria incrível, que poderia estar aqui para o início disso tudo... Serei honesto: estava olhando para clubes da primeira divisão que já estavam lá, que já tinham alguma estabilidade, mas estava olhando para mercados menores, oportunidades menores... É uma coisa enorme, sabe, acordar e dizer: "Vou lá comprar o Newcastle United... Ou o Botafogo... Ou o Benfica". Esses são os grandes e lendários clubes...


- Eles podem ter caído um pouco do seu nível de excelência e isso é uma situação ainda mais difícil, porque os fãs tem uma memória, uma nostalgia, acreditam de coração que merecem ver o time nesse nível novamente. Para encarar um desafio desses, você precisa estar pronto para ele. Novamente, você não acorda e diz "Vou comprar o Botafogo!". Mas aí, como o Botafogo aconteceu? Sabe, eu estava perto de me decidir por outro clube, e esses dois jovens que trabalhavam para mim não paravam de mencionar o Botafogo.


- Eles me diziam "John, deixa a gente te mostrar porque 'maior é melhor'. Deixe a gente te mostrar porque esse desafio será mais gratificante, como essa oportunidade tem muito mais a ver com quem você é". E eu acho que essa oportunidade realmente tem tudo a ver com quem eu sou, como pessoa. E aí começou a parecer possível. E acho que é assim com qualquer pessoa, conforme você vai chegando mais e mais perto de um sonho, você se convence que tem que conseguir. E é por isso que eu estou aqui.


- Mas não, não posso dizer aos fãs aqui que, sabe, eu vivo e respiro Alvinegro, o que a Estrela Solitária é meu travesseiro em casa, porque o Botafogo é daqueles clubes que você não imagina poder estar envolvido, sabe? Então, estou honrado que tudo deu certo, e que o sonho de um clube tão grande é agora possível pra mim, e eu acho que é provavelmente o certo pra mim, acho que estou à altura desse desafio.


- Era engraçado eu estar olhando para clubes pequenos, porque em tudo que eu fiz até então eu via que eu vim a essa Terra para mudar o mundo. Você só pode mudar o mundo quando toca muitas pessoas. Com o Botafogo, posso tocar muitas e muitas pessoas.


Quais serão os próximos passos dessa negociação até a conclusão de todo o processo?


- Bem, eu fiz o que podia fazer para que a gerência, o Jorge (Braga, CEO) possa levar isso ao Presidente e ao clube. Eu acho que eles fizeram um ótimo trabalho em me deixar alerta sobre as expectativas deles. E eu concordei com muitos desses pedidos por que eram minhas expectativas também. Não dá pra reconstruir esse clube e ir além da glória já conquistada sem um investimento significativo. E se você olhar os documentos, o que eu sei que todos os fãs vão ver em algum momento verá que tudo o que os fãs queriam foi estruturado no acordo. Eu realmente espero que eles se sintam assim.


- Tivemos um ótimo alinhamento desses interesses e agora o clube precisa votar. Nós estruturamos tudo para conseguirmos dinheiro para o clube rápido porque tem coisas que precisamos fazer junto a SAF, referentes ao processo legal.


- A janela não muda para ninguém, ela é agora, o campeonato estadual começa agora, a temporada começa amanhã, então estruturamos para que o dinheiro chegue ao clube logo. Para que possamos tomar decisões referentes aos jogadores, para que a transformação de um clube da segunda divisão para um clube de primeira divisão, e um clube de primeira divisão forte, aconteça agora. Isso não pode esperar pelo processo legal. Vamos ver, agora está nas mãos do pessoal do clube.



Primeiras impressões: fale sobre a responsabilidade que é representar uma torcida tão apaixonada

- Vamos ser claros... É esperança. Eu não ganhei nada. Nós não ganhamos nada juntos. O que vi aquele dia (sexta-feira) foi esperança. Foi muito surpreendente. Li nas mídias sociais que talvez algumas pessoas me encontrariam no aeroporto, mas a gente lê cada coisa estranha nas redes sociais, então não é muito sábio acreditar nelas. Então, quando cheguei em São Paulo, estava meio apreensivo. Eu estava bem nos bastidores, no Crystal Palace, e bem menos visível. E estava gostando de estar nos bastidores em boa parte do meu sucesso nos negócios.


- Até 2010 eu era bem popular e público e tudo mais... É uma fuga, sabe? Publicidade e fama, mesmo em uma pequena quantidade, são uma faca de dois gumes. Então, eu não estava muito animado para encontrar um monte de gente depois de um voo de 10 horas, eu estava horrível e não tinha dormido... Eu cheguei em São Paulo estava olhando pelos cantos e pensando: "Graças a Deus, não tem ninguém aqui!". Então, passei um tempinho no aeroporto e peguei o voo pro Rio. Estava pensando, "claro que tudo foi uma mentira, ninguém vai estar lá", porque diziam que estariam lá em São Paulo...


- Então cheguei de cabeça baixa, estava cansado... Quando levantei o olhar me deparei com pessoas se apertando contra o vidro, apontando pra mim... (risos). Honestamente, tenho lido muito sobre o Ronaldo, e pensei, será que Ronaldo está nesse voo? Mas foi incrível. Eu, honestamente, não esperava. Não mereço. Todos devem saber que temos muito trabalho a fazer. Mas eu aceito a empolgação deles como uma manifestação de sua esperança, seus sonhos, suas ambições, e seu conhecimento da história do clube, porque leito todos os comentários nas mídias sociais.


- Não consigo responder tudo, mas dá uma boa ideia de como as pessoas se sentem. E eu acho que eles conhecem o processo. Eles sabem que esse momento no tempo, é um momento histórico pelo qual esse país está passando. E eu acho que a reação deles refletiu tudo isso. A esperança, a ambição... E se eu fui o foco disso por um dia, foi um dos dias mais especiais da minha vida, claro - estamos gravando né, então depois do nosso casamento, querida, das crianças, claro... 1, 2, mas o Botafogo provavelmente está em terceiro.


Momento esportivo atual

- Isso não acontece na maior parte dos lugares do mundo. Sabe, eu também estou aprendendo sobre futebol na Inglaterra porque eu assisti na TV por muito tempo. O Crystal Palace certamente já teve muitos momentos como este. Crystal Palace também já passou por um momento difícil. Isso é um spoiler do documentário: "When Eagles Dare", que está disponível sobre o Crystal Palace.


- Crystal Palace foi um clube que atravessou um momento financeiro difícil e um banco internacional muito famoso diagnosticou que eles teriam que fechar o clube, mas a torcida deles... consigo ver a parceria entre a torcida do Botafogo e a do Crystal Palace nascendo de experiências em comum porque a torcida literalmente atacou o banco. Tinha fumaça azul e vermelha. Eles exigiram uma reunião, uma audiência com o banco. Exigiram que o clube não fosse fechado.


- Para parte da torcida, que também eram empresários, por uma quantia pequena de dinheiro, que tenho certeza que era grande para eles, pagaram o banco e assumiram o clube. Foram quase rebaixados da segunda divisão, mas conseguiram evitar isso e na mesma temporada foram promovidos a Premier League. Essa é uma história assim como a que vemos aqui no Botafogo, sobre como é relevante uma torcida, sobre como a torcida realmente pode fazer a diferença.


- E o que você vê no Crystal Palace é que essa experiência de rebaixamento e quase falência mudou o jeito que o clube opera. Os empresários, me incluindo como acionista, conhecemos toda essa história e nos sentimos responsáveis por essa história e seguimos em frente de uma maneira muito diferente no Crystal Palace do que você vê no Arsenal, Tottenham e outros lugares que não experimentaram essa dificuldade.


- Então, Botafogo... obviamente penso que nenhum clube deva passar por esse tipo de dificuldade que o Crystal Palace teve que passar para voltar. Mas sendo o campeão que é, sabe... o "Glorioso", e ser rebaixado, e o medo, e a ansiedade que se cria, o campeonato do ano passado e agora o acesso, isso tudo explica porquê se criou parceria entre a torcida do Botafogo e a torcida do Crystal Palace, experiências em comum criam grandes relacionamentos.


O que está achando da interação entre torcedores do Botafogo e do Crystal Palace?

- De forma orgânica, não foi planejado. Eu estava conversando com o pessoal do Botafogo, estava me comunicando com os meus parceiros no Crystal Palace, mas somos todos homens independentes no Crystal Palace, e eles tinham ciência que eu tinha interesse no Brasil, mas sabe.. não foi uma reação coordenada, foi muito orgânico. As pessoas aqui ficaram obviamente interessadas em quem eu era e acho que a ideia de colaboração com outro clube de ponta foi animadora.


- Isso é incrível, eu me lembro que por dias vi nas redes sociais que a torcida já estava personalizando os escudos combinando a águia com a estrela solitária, colorindo a estrela solitária em diferentes cores, combinando a águia com a estrela solitária em diferentes cores, cogitando amistosos juntos, pré-temporada, tudo isso orgânico e muito especial. Eu, pessoalmente, curto as torcida dos clubes trocando informações entre si... Essa é nossa história, esses são nossos craques, aqueles são nossos rivais.


- A parte engraçada dessa história, quando a torcida do Botafogo começou a invadir as redes sociais do Brighton, que é nosso grande rival do Crystal Palace na Inglaterra, e como sabe tem muitas coisas que não posso repetir em frente às câmeras, eu não me incomodem ver a torcida do Brighton tendo que lidar com as piadas ácidas da torcida do Botafogo.


Ao L!, especialista exalta perspicácia de John Textor ao traçar planos para investir no Botafogo


Especialista em Banking de Gestão & Finanças do Esporte, Cesar Grafietti diz que investidor indica desejo de tornar Alvinegro 'clube de formação reforçado por atletas experientes'





Botafogo pode deixar seu futebol nas mãos de John Textor (Foto: Vítor Silva/Botafogo)



Os primeiros planos que o investidor John Textor traçou para o Botafogo adotar o modelo da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) foram destacados por quem vê o futebol do ponto de vista econômico. Especialista em Banking de Gestão & Finanças do Esporte, Cesar Grafietti exaltou ao LANCE! a forma como o americano avalia os próximos passos do Alvinegro.



- É uma visão sensata e ponderada. Ele parece ter entendido a dinâmica do futebol brasileiro, suas forças e especialmente as fragilidades. Nota-se claramente que é alguém preparado (e eu nem precisava dizer isso), justamente por apontar os riscos e desafios do projeto - e ao avaliar as primeiras declarações de Textor, ressaltou:


- Gosto quando ele fala sobre a questão do baixo uso de scouting no futebol brasileiro. Se compararmos com a Europa, ainda usamos pouco, e os profissionais parecem ser menos ouvidos do que deveriam. Um aspecto que precisa ficar claro é que ele pensa o Botafogo como clube de formação, eventualmente reforçado por atletas experientes, mas note que ele nunca falou em grande equipe e conquistas. Aparenta ter os pés no chão - completou Grafietti.

O economista vê o pouco espaço para a análise de desempenho como um empecilho para que o futebol nacional se desenvolva com precisão.

- O Brasil usa pouco, mas não por falta de profissionais e sim por falta de interesse. Há ótimos profissionais, temos acesso a todas as ferramentas, mas basta ver as contratações de muitos clubes para perceber que alguma coisa não foi feita corretamente. Isso acontece porque o dirigente amador ainda acredita na indicação, no agente, e muito mais no nome que na função - constatou.

Aos seus olhos, a mudança de panorama acontece à medida que o clube parte para uma gestão mais profissional.

- São coisas que seriam superadas por uma ação mais relevante de um diretor esportivo qualificado e pelo uso de dados. O olhar do profissional nunca será desprezado. Os melhores diretores esportivos europeus analisam partidas presencialmente antes de qualquer contratação. Mas é fundamental uma avaliação prévia bem feita e uma verificação fria para validar o que se viu em campo - disse Cesar Grafietti.

Grafietti também vê no fato de John Textor gerir o Crystal Palace um bom caminho para fazer com que o Botafogo consiga sua evolução gradativa.

- A realidade (do futebol inglês e do futebol brasileiro) é bem diferente. Mas gerir um clube de futebol de uma liga qualificada (Premier League) e efetivamente profissional garante uma capacidade de enxergar e reconhecer os problemas e pontos de melhoria. Imagine ele levando o diretor esportivo e o gerente de análise de desempenho do Crystal Palace para fazer um estágio no Botafogo? Ou levar profissionais do Botafogo para se desenvolverem a partir das boas práticas inglesas? Este intercâmbio não seria um favor, mas uma formação em casa, sem depender de ninguém - afirmou.

A assinatura da oferta vinculante foi oficializada na última segunda-feira (10). O Conselho Deliberativo apreciará na quinta-feira (13) os termos do acordo.


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Fonte: LANCE/Vinícius Faustini/Rio de Janeiro (RJ)

Após ter primeira proposta recusada, Botafogo prepara segunda investida por Luís Oyama


Clube tinha prioridade na compra até o fim do ano passado, quando terminou o contrato de empréstimo do volante que pertence ao Mirassol


O Botafogo prepara uma nova investida para contratar Luís Oyama. Sem a preferência que tinha até o fim do ano passado, o clube precisa fazer uma proposta mais atraente do que a realizada em dezembro de 2021. Na ocasião, o Botafogo ofereceu R$ 1 milhão parcelado por 28% do jogador. O Mirassol, que tem 60% do atleta, não aceitou a oferta. O clube ficou de fazer uma nova proposta, que deve chegar em breve.


Quando firmaram o contrato de empréstimo no ano passado, Botafogo e Mirassol não estimaram um valor fixo para a compra de Oyama. As boas atuações fizeram com que o volante se valorizasse no mercado, o que dificultou as possibilidades para o clube, antes mesmo da assinatura do contrato vinculante de John Textor.


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Oyama foi o escolhido o craque do jogo no clássico com o Vasco — Foto: Vitor Silva/Botafogo


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A permanência de Luís Oyama também é de interesse do técnico Enderson Moreira. O técnico expressou o desejo internamente em contar com o jogador para a próxima temporada. Com Enderson, Oyama atuou em 23 das 26 partidas que o treinador comandou a equipe na Série B, marcou um gol contra o Náutico e deu duas assistências.


O Mirassol pede R$ 3,5 milhões pelos 60% dos direitos econômicos que tem do jogador. Porém, esse valor pode ser negociado, até porque Oyama já manifestou publicamente a vontade de defender o Botafogo em 2022, como disse em posicionamento ao ge no dia 28 de dezembro do ano passado.


- Diante das inúmeras mensagens que tenho recebido através das redes sociais sobre a minha permanência no Botafogo, gostaria de esclarecer que a minha vontade, do meu staff e do Mirassol, é que eu possa permanecer. Entretanto, depende única e exclusivamente do Botafogo, viabilizar essa situação. Iniciamos as tratativas há algum tempo, entretanto, não obtivemos respostas. Estou adaptado ao clube, a cidade e como forma de respeito aos torcedores devo esse posicionamento.


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Oyama comemora o gol marcado em cima do Náutico (https://ge.globo.com/futebol/video/aos-40-min-do-1o-tempo-gol-de-fora-da-area-de-luis-oyama-do-botafogo-contra-o-nautico-9871389.ghtml)


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Com conhecidos problemas financeiros, o Botafogo tem tido dificuldade para comprar jogadores de outros times, tanto que tem apostado mais em atletas que ficam livres no mercado. É o caso dos reforços anunciados até o momento. Klaus, Fabinho, Breno e Vinícius Lopes tinham encerrado os contratos com Ceará e Goiás e chegaram de graça ao clube.


Com exceções às negociações que estão em andamento, como Oyama, Barreto e Erison, a diretoria alvinegra deve esperar o aporte de R$ 50 milhões do empréstimo-ponte de John Textor para seguir as buscas no mercado. Esse dinheiro só entrará nos cofres do clube caso a compra de 90% das ações da SAF seja aprovada pelo Conselho Deliberativo e pela Assembleia Geral.



Fonte: GE/Por Davi Barros e Renata de Medeiros — Rio de Janeiro