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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Diretoria se reúne, e Bruno Lazaroni deve deixar comando do Botafogo nas próximas horas


Decisão é dada como certa nos bastidores, mas ainda aguarda conversa com o treinador; cartolas começam a busca por nomes experientes no mercado



O Botafogo deve ter uma mudança de técnico já para a próxima partida, contra o Ceará, neste sábado. Após a derrota por 1 a 0 para o Cuiabá, pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, a tendência é de que Bruno Lazaroni não fique mais à frente do clube como treinador.


A diretoria alvinegra se reúne nesta quarta-feira para tomar a decisão e já analisa nomes no mercado. A intenção é de que seja alguém com mais experiência e que possa ajudar no momento conturbado dentro e fora de campo.



Diretoria busca técnico experiente para o lugar de Bruno Lazaroni — Foto: André Durão/ge


Bruno é considerado um profissional exemplar pelos cartolas do Botafogo e não chegou a pedir para ocupar o cargo deixado por Paulo Autuori no fim de setembro. Justamente por isso, busca-se uma alternativa para que ele não deixe o clube e talvez volte à função de auxiliar permanente - cargo hoje ocupado pelo recém-chegado Lúcio Flávio.


Lazaroni assumiu o time no dia 1º de outubro, um dia após a derrota do Botafogo para o Bahia, em jogo adiado da primeira rodada do Campeonato Brasileiro. Desde então foram seis jogos, com duas vitórias, dois empates e duas derrotas. O revés em casa para o Cuiabá parece ter sido a gota d'água para os dirigentes alvinegros.



Fonte: GE/Por Davi Barros e Emanuelle Ribeiro — Rio de Janeiro

Análise: Botafogo vai bem no início, mas tropeça nas próprias pernas em derrota para o Cuiabá



Revés no jogo de ida da Copa do Brasil serve de exemplo por causa de erros que se repetem no time de Bruno Lazaroni. Apesar do resultado surpreendente, há pontos positivos




Melhores momentos: Botafogo 0 x 1 Cuiabá pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil



A derrota no primeiro jogo das oitavas de final da Copa do Brasil dói na torcida. Dói porque ela não esperava que o Botafogo começasse bem nos 20 minutos iniciais e deixasse o Cuiabá equilibrar o jogo ainda no primeiro tempo. Para completar, os alvinegros viram o adversário marcar o gol da vitória num segundo tempo com apenas duas finalizações contra 13 do Botafogo.


O sentimento de terra arrasada é compreensível, até porque vem a lembrança das últimas duas eliminações na Copa do Brasil (contra Aparecidense e Juventude). Mas uma olhada com mais calma pode trazer outras conclusões.


Assim como contra o Goiás, o Botafogo teve exatas 22 finalizações e conseguiu pressionar o adversário. Mas essa constante de grande número de chutes e cabeçadas sem balançar as redes, que parece se repetir com o time de Bruno Lazaroni, preocupa.



Pedro Raul e Matheus Babi lamentam uma das chances perdidas pelo Botafogo — Foto: André Durão/ge



Na noite da última terça, o Botafogo trocou mais do que o dobro de passes do Cuiabá. Com um projeto claro de buscar os espaços do adversário abrindo o jogo pelas pontas, o time não conseguiu fazer com que os quase 500 toques se transformassem em gols. Por mais que tentasse, as chances criadas teimavam em não entrar. Em entrevista coletiva depois da partida, Bruno Lazaroni diagnosticou o motivo pela falta de bola na rede: querer que isso aconteça logo.


- Infelizmente a ansiedade pelo resultado acabou comprometendo nosso nível de atuação. Independente de qualquer coisa, tivemos um volume grande. Finalizamos 23 vezes (22 segundo o scout do ge), tivemos dez escanteios, 29 cruzamentos na área, mais posse de bola. Foi o primeiro tempo de uma eliminatória, não saímos com o resultado que esperávamos, mas eu tenho convicção que temos condições de reverter na volta.


O otimismo de Bruno Lazaroni é o mesmo que qualquer técnico falaria, mas ele pode ter razão. Para isso, o time precisa dominar mais as ações no meio de campo - algo que faltou no fim do primeiro tempo e início do segundo contra o Cuiabá. Além, como constatou o treinador: ser mais eficiente. Somando as últimas três partidas (duas derrotas e um empate), foram 57 finalizações e apenas uma bola na rede. Detalhe: nos três jogos o Botafogo chegou mais ao gol do que o adversário.



Caio Alexandre tentou até de bicicleta, mas não adiantou — Foto: André Durão/ge



Por isso o "tropeça nas próprias pernas" no título desta análise. O time pareceu ter afastado aquela dificuldade que tinha com Paulo Autuori, quando penava para criar. Com quase um mês de Lazaroni no comando, esse temor aparenta fazer parte do passado. Mas, agora, ao conseguir criar, não acerta o gol.


A rara semana cheia que teve para treinar o time já passou e caso se classifique para a próxima fase da competição, elas serão ainda mais difíceis. Com isso, o Botafogo precisa consertar os problemas durante os jogos, como um carro que, andando, troca os próprios pneus.



Fonte: Por Davi Barros — Rio de Janeiro

Felipe Neto lamenta "fim do projeto da S/A" e diz: "Botafogo caminha para a falência"



Torcedor fanático, youtuber revela que desistiu de investir e diz que transformação do clube em empresa tomou rumo diferente; em sua opinião, comitê mudou projeto na marra




Após a derrota por 1 a 0 para o Cuiabá nesta terça-feira, o youtuber e torcedor botafoguense Felipe Neto usou o Twitter para fazer um desabafo sobre a Botafogo S/A e a saída do empresário Laércio Paiva do projeto. Ele diz que a transformação do clube em empresa tomou rumo diferente do que foi idealizado no início.


- Não terei mais qualquer amigo dentro do Botafogo depois disso, mas não ligo mais. O Botafogo caminha para a, agora, inevitável falência e ninguém mais vê saída - começou Felipe.



No desabafo, Felipe Neto conta que foi procurado por Laércio Paiva e se dispôs a injetar R$ 3 milhões no projeto, que visava "juntar em torno de R$ 250 milhões com investidores, usar para sanear as dívidas do clube (praticamente zerar a dívida com negociações à vista) e ainda sobraria recursos para investir no futebol". Porém, o objetivo mudou com o tempo e o dinheiro seria usado não para sanar dívidas, mas para investir "pesado no futebol".


- O Laercio, sozinho, conseguiu convencer tanta gente q a S/A parecia impossível de não sair. Juntou-se a ele o incrível advogado André Chame, meu amigo e profissional impressionante. Com os dois na tomada de decisões, não tinha como dar errado!



- O comitê havia mudado o projeto na marra (opinião), pra mim isso não resta a menor dúvida. Ele foi vencido. Com o projeto novo, não senti mais segurança. E não senti nenhuma confiança de que a turma que controla o Botafogo há décadas deixaria o clube de fato ser tocado por profissionais. Foi quando avisei que não mais seria investidor. Eu não poderia arriscar R$ 3 milhões dessa forma.
"A saída do Laercio é o fim do projeto da S/A. A menos que ele volte, esse projeto não acontecerá. Ou até pode vir a acontecer, mas totalmente esfrangalhado".



Felipe Neto em evento no Estádio Nilton Santos — Foto: Vitor Silva/Botafogo


O youtuber ainda cita a participação dos irmãos Moreira Salles, que não foi tão ativa como se imaginava no início.


- Os irmãos haviam sim contratado uma consultoria da E&Y, que no final não teve praticamente qualquer serventia. O projeto era criado e tocado pelo Laercio enquanto a torcida era informada que o clube “esperava a gigantesca consultoria paga pelos irmãos”.


- O Laercio continuava, guerreiro, tentando viabilizar a S/A, junto do Chame. Os irmãos, porém, não queriam mergulhar de cabeça. O que é bizarro, visto que o valor que eles precisavam investir era basicamente “dinheiro de bala” pro patrimônio deles.


- No meio, o Botafogo quase foi pro brejo. Os irmãos se aproximaram de 2 aproveitadores que convenceram que o melhor caminho era fechar com uma empresa intermediadora de investimento europeia. Essa empresa tinha sido enxotada do time que tinha se associado. Foram dias de terror. Por fim, eu me afastei - escreveu Felipe.


"Sem o projeto S/A, há 99,9% de certeza de que o Botafogo não irá sobreviver".


Pouco depois da publicação da reportagem, Felipe Neto postou mais uma vez ressaltando que o desabafo e a declaração de que o comitê do futebol mudou o projeto "na marra" se trata somente de uma opinião.


Laércio Paiva, líder do plano de negócios da Botafogo S/A, não está mais à frente do projeto. Há três semanas, o clube anunciou que recursos insuficientes impedem a conclusão do processo "no curto prazo". Desde então, dirigentes alvinegros têm estudado outras iniciativas, das quais o executivo não participará.


Apesar de continuar conversando com alguns investidores interessados, Laércio não é mais o responsável pelo projeto. Sem conseguir o capital mínimo estabelecido (R$ 250 milhões), a S/A ficou fora de alcance no momento. O plano liderado pelo empresário não está totalmente descartado, mas a situação é considerada muito delicada e é preciso aguardar uma conjuntura de mercado mais adequada.


Confira todas as postagens do youtuber:



Por Redação do ge — Rio de Janeiro

Cuiabá surpreende, vence Botafogo e sai em vantagem na Copa do Brasil


Equipe mato-grossense tem estratégia de pressão, marcar gol a partir de erro de Keisuke Honda e sai na frente por uma vaga nas quartas de final da competição nacional




Honda errou no gol do Botafogo contra o Cuiabá no Nilton Santos (Foto: Vítor Silva/ BFR)


Surpresa na Copa do Brasil. Terceiro colocado da Série B, o Cuiabá não se acovardou e, no Estádio Nilton Santos, bateu o Botafogo por 1 a 0 no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, na noite desta terça-feira. O gol foi marcado pelo volante Matheus Barbosa.


O jogo da volta será na próxima terça-feira, dia 3 de novembro, na Arena Pantanal. Pelo resultado, o Cuiabá se classifica com qualquer empate. Como não há o critério do gol qualificado fora de casa, uma vitória do Botafogo por um gol de diferença leva a decisão para os pênaltis.


Antes, as equipes terão compromisso no Campeonato Brasileiro. Pela Série A, o Botafogo mede forças com o Ceará no próximo sábado, no Estádio Nilton Santos, às 17h. Na segunda divisão, o Cuiabá tem um compromisso diante do CRB no mesmo dia, mas às 22h, na Arena Pantanal.


JOGO DA PACIÊNCIA

O tempo passou rápido no começo da partida. O Botafogo ocupou o campo de ataque logo de primeira e buscava criar chances de perigo por meio da troca de passes. O Cuiabá, por sua vez, respondia com uma linha baixa de marcação e pressão aos laterais alvinegros. Tudo para uma chance de contra-atacar em superioridade numérica.


A equipe comandada por Bruno Lazaroni não criou nenhuma chance real de gol nesta estratégia. Era uma partida baseada na paciência, mas de uma forma negativa para o Alvinegro, que não conseguia assustar.


CUIABÁ EQUILIBRA

Diante da dificuldade do Botafogo em atacar, o Cuiabá foi gostando da partida a partir da metade do primeiro tempo e equilibrou as ações. Com avanços buscando Maxwell e Willians Santana, o Dourado não ficou apenas acuado no campo defensivo e passou a explorar ainda mais as investidas em velocidade. Sem muitas emoções, um primeiro tempo sem graça terminou sem gols.


DOURADO ABRE O PLACAR NO 2º TEMPO!

​O Botafogo rodava a bola. Tocava de um lado, ia para o outro, tentava se movimentar, mas nada fazia. O Cuiabá, por outro lado, não perdeu a chance de fazer estrago quando teve chance.


Aos 10 minutos da segunda etapa, a marcação do Cuiabá pressionou Honda no campo de defesa do Botafogo, o japonês deu mole, errou um passe e deu a bola nos pés de Matheus Barbosa, que, totalmente livre, finalizou de fora da área para abrir o placar e dar vantagem ao Dourado.


CORRENDO ATRÁS DO PREJUÍZO

​Poucos minutos após o gol, Lazaroni promoveu as entradas de Lecaros e Matheus Babi no Botafogo. Assim, a estratégia do Alvinegro passou a ficar focada em cruzamentos na direção dos dois centroavantes dentro da área. O time mandante tentava assustar pelo alto.


A melhor chance foi aos 36 minutos. Após um lançamento de Caio Alexandre, Kevin cruzou de primeira, Pedro Raul ganhou no alto de Ednei, mas a finalização parou nas mãos de João Ricardo, com uma boa defesa. O ímpeto ofensivo foi grande, mas não suficiente. No fim, quem sorriu foi o Cuiabá, que leva uma vantagem para o jogo da volta.


FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 0 x 1 CUIABÁ


Data/Hora: 27/10/2020, às 21h30
Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Gilberto Rodrigues Castro Junior (PE)
Assistentes: Clóvis Amaral da Silva (PE) e Ricardo Bezerra Chianca (PE)
Árbitro de vídeo: Caio Max Augusto Vieira (RN)
Gramado: Regular
Cartões amarelos: Marcelo Benevenuto (BOT); Lucas Ramon, Maxwell e Ferrugem (CUI)
Cartões vermelhos:

Gols: Matheus Barbosa (0-1, 10'/2ºT)

BOTAFOGO: Diego Cavalieri; Kevin, Marcelo Benevenuto, Kanu, Victor Luís; Caio Alexandre, Cícero (Lecaros 15'/2ºT), Keisuke Honda; Bruno Nazário (Kelvin 36'/2ºT), Pedro Raul, Rhuan (Matheus Babi 20'/2ºT). Técnico: Bruno Lazaroni.

CUIABÁ: João Carlos; Lucas Ramon, Ednei, Anderson Conceição, Lucas Hernández; Nenê Bonilha (Gabriel Pierini 25'/2ºT), Matheus Barbosa; Hayner (Jean Patrick 38'/2ºT), Élvis (Diego Jardel 38'/2ºT), Maxwell (Ferrugem 38'2ºT); Willians Santana (Yago César 20'/2ºT). Técnico: Marcelo Chamusca.



LANCE! Rio de Janeiro (RJ)