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sexta-feira, 30 de setembro de 2022

De olho em novo contrato, Botafogo inicia transição de jovem da base



Volante Kauê, de 17 anos, tem passagens pelas seleções de base



O Botafogo promoveu o jovem Kauê, de 17 anos, ao grupo principal. O volante fez seu primeiro treino com o grupo na manhã desta sexta (30), no trabalho em preparação ao confronto com o Palmeiras, pela 29ª rodada do Brasileirão, marcado para segunda (3), às 20h, no Nilton Santos.





Kauê, volante da base do Botafogo — Foto: Vitor Silva/Botafogo


Em imagens disponibilizadas pelo clube, Kauê aparece sendo recepcionado pelo grupo de jogadores com o tradicional "corredor polonês" (assista no vídeo abaixo). O atual contrato dele, com multa de aproximadamente R$ 300 milhões, vai até 2023.


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A base tá como? Kauê é destaque dos jovens do Botafogo (https://ge.globo.com/video/a-base-ta-como-kaue-e-destaque-dos-jovens-do-botafogo-9394848.ghtml)


Um vínculo mais longo está na pauta tanto do clube quanto do atleta. As partes começarão a discutir o assunto em breve. Kauê foi, junto com Matheus Nascimento, convocado pela Seleção Brasileira sub-20 em maio deste ano. O garoto está no clube desde 2017.





Outra atração no treino foi o goleiro Gatito Fernández, que se reapresentou após defender a seleção paraguaia, nos amistosos contra Marrocos e Emirados Árabes. O goleiro fica à disposição para o duelo contra o Palmeiras.


Titular ou reserva, Jeffinho é um diamante do Botafogo, mas paciência é chave para a evolução



Jovem de 22 anos perdeu vaga de titular após dez jogos no onze titular, mas foi destaque do Botafogo na vitória sobre o Goiás; Luís Castro explica fenômeno de tratar com garotos





Jeffinho em ação pelo Botafogo (Foto: Vítor Silva/Botafogo)



Oscilações são normais - e até mesmo comuns - na carreira de um jovem jogador. Jeffinho, de 22 anos, vive um contexto praticamente atípico. Há seis meses, estava disputando o Campeonato Carioca com o Resende. Hoje, é um dos principais jogadores do Botafogo em um ambicioso projeto de SAF.


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Com um gol e quatro assistências no Brasileirão, o camisa 47 foi posto no banco de reservas após dez jogos seguidos como titular na equipe comandada por Luís Castro. Ele entrou aos 10 minutos do segundo tempo contra o Goiás, na última quarta-feira, e mudou o jogo: foi dele o passe para o gol de Del Piage, que decretou a vitória por 1 a 0 do Glorioso.


Do drible desconcertante à puxada típica do futebol de rua, Jeffinho ainda tem o que melhorar, mas é inegável que se tornou um protagonista do Botafogo. De qualquer forma, Luís Castro havia explicado outrora que é preciso ter calma com jovens jogadores com potencial, mas voltou a tocar no assunto.

- Já abordei o tema da problemática dos jogadores jovens. Os jogadores jovens existem para nós fazermos progredirem ao máximo e colocarmos eles no patamar máximo de rendimento. É muito perigoso o jogador muito jovem sentir que conquistou tudo aquilo que já tinha a conquistar... E o Jeffinho sentiu que ainda há muita coisa a trabalhar e vai continuar a progredir. Parabéns ao Jeffinho e por toda a equipe - afirmou o português após a vitória contra o Goiás.


A paciência é chave para Jeffinho ter a liberdade de não carregar um peso nas costas. Quantos jovens talentosos já foram jogados de lado por trazerem um peso de "ter que resolver" nas costas? É um menino de 22 anos que até pouco tempo atrás estava em um contexto de pouca pressão, afinal de contas. E Luís Castro sabe disso.

O garoto já faz a diferença em um time que investiu mais de R$ 50 milhões em contratações após um pesado aporte financeiro. O futebol, porém, carrega um estigma passional que nem sempre dá o tempo necessário para jovens se desenvolverem. É muito oito ou oitenta. Mas nem sempre dá para voltar atrás e recuperar a carreira de um menino que já teve potencial.

- Jeffinho ficou de fora (do time titular) porque o Victor Sá ao longo da semana tem feito muito bem o seu trabalho diário e foi muito bom no último jogo. O Júnior também tinha ido muito bem, e apesar de ao longo da semana não ter trabalhado conosco por dois dias por uma lesão, a coisa não foi longa e ele mostrou que estava bem. Foram bem no jogo e foram bem durante a semana, jogaram de uma forma natural - explicou Luís Castro.



Fonte: LANCE/Sergio Santana/Rio de Janeiro (RJ

Campeão da Copa Conmebol volta ao Botafogo para treinar base feminina em busca de apoio da SAF



Cláudio Henrique, zagueiro no título de 1993, treina garotas na base para abastecer time feminino




Cláudio Henrique pode dizer que faz parte do Botafogo do passado e do Botafogo do futuro. Aos 50 anos, o ex-zagueiro, campeão da Copa Conmebol em 1993, está à frente de um projeto promissor na base do futebol feminino do clube e vislumbra sua primeira grande chance como treinador.


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Nesta sexta, 30 de setembro, o título conquistado sobre o Peñarol, no Maracanã, completa 29 anos. E, no mês passado, Cláudio comemorou o primeiro ano como técnico de futebol. Ele treina as equipes femininas sub-12 e sub-15 do Botafogo, promovendo, de maneira independente, a transição do salão para o campo. O objetivo é abastecer o sub-20 com jogadoras criadas em General Severiano.





Cláudio Henrique, treinador do sub-12 e sub-15 feminino do Botafogo — Foto: Arquivo pessoal


- Minha missão é fazer que cada atleta treinada por mim, quando perguntada sobre qual o pé de domínio, responda: sou ambidestra - garante Cláudio.


Título dos "modestos"

Cláudio era um recém-promovido jovem da base em 1993. Ele e outros cinco "juniores" foram integrados ao time principal depois do desmonte da equipe que perdeu o título do Brasileiro de 1992 para o Flamengo.





Fotografia do time campeão é guardada como recordação — Foto: Arquivo pessoal


- Foi-se formando um time muito modesto. Havia um pessoal que queria dar a volta por cima e outro que buscava uma primeira oportunidade, como era meu caso. Tivemos a grata oportunidade de ter um treinador muito renomado, Carlos Alberto Torres, o Capita do Tri. O que faltava para nós, ele segurava as pontas. Não tínhamos atuações brilhantes, mas conseguíamos resultados - recorda-se Cláudio.


O grupo foi se forjando com o passar da temporada. E quis o destino que Cláudio estreasse na Copa Conmebol justamente no jogo de volta da final. Na ida, o Botafogo havia empatado em 1 a 1 com o Peñarol no Uruguai. Na decisão, em um Maracanã cujas arquibancadas foram tomadas por 40 mil alvinegros, o então zagueiro de 21 anos fazia seu primeiro jogo pela competição graças à suspensão do titular da posição, Rogério Pinheiro.





Botafogo, Peñarol, Copa Conmebol 1993 — Foto: Acervo Antônio Rodrigues


A partida toda foi tensa - tanto que terminou em um novo empate, em 2 a 2. Foi nos pênaltis, com uma vitória por 3 a 1, que o Botafogo comemorou o título da competição. O primeiro de Cláudio como profissional - que veio com o "carimbo" de um cartão amarelo de quem sabia que não poderia errar naquela final.


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- Ah, o ritmo do Peñarol... Era um time encardido. Tinham atacantes muito rápidos. Aí tem que tomar cartão mesmo, se for em prol do time. O momento pediu uma chegada mais ríspida e eu usei as ferramentas - brincou Cláudio, que garante que preferia usar a técnica, mas admite, entre risos, que "para um zagueiro, nem sempre é possível".


Aquele foi o ápice do garoto que, ao todo, ficou 10 anos no Botafogo. Cláudio chegou ao clube aos 14 anos, em 1986. Uma década depois, sem ter conquistado muito espaço entre os profissionais, rodou pelo futebol: chegou a atuar pelo The Strongest, da Bolívia, no Goiás e e encerrou a carreira na Alemanha, onde jogou pela terceira divisão. Lá, aos 33 anos, largou a carreira após uma lesão no tendão patelar (a mesma que Ronaldo Fenômeno sofreu e que impressiona até hoje pelas imagens que mostram parte do joelho totalmente fora do lugar).


- Volto para o Botafogo depois dessa vivência de campo e com um diploma embaixo do braço. Torço que olhem para isso.


Retorno: sonho como treinador

Após rodar o mundo jogando futebol, Cláudio decidiu estudar para continuar vivendo do Esporte. Seu objetivo: virar treinador. Foi então que ingressou na faculdade de Educação Física, cursada em Manaus. A graduação terminou em 2013. E a caminhada em busca do sonho começou ali.


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Cláudio iniciou a trajetória com o pensamento de devolver à sociedade o que o futebol o ajudou a conquistar. Assim, em 2015, assumiu um projeto social na Favela do Muquiço, na Zona Oeste do Rio. Lá, treina garotos de até 18 anos. O time, inclusive, disputará a final da Taça das Favelas em 8 de outubro.


O trabalho na comunidade, e também em uma escolinha do Leme, na Zona Sul carioca, fizeram Cláudio chegar ao Botafogo. A missão é realizar a transição das meninas do futsal do sub-12 e do sub-15 para o campo. Em apenas um ano, o técnico já conseguiu despertar olhares para duas meninas de 13 anos e uma de 15 treinadas por ele, que foram alçadas ao sub-20 do clube.





Treino futsal feminino Botafogo — Foto: Arquivo pessoal


O projeto, embora promissor, não é abraçado oficialmente pelo Botafogo. Realidade que Cláudio espera mudar a partir da chegada da SAF e de um olhar mais profissional no futebol feminino.


- Esse é o nosso momento. O futebol feminino tem muita coisa para melhorar, mas o que se avançou em pouco tempo é muito significativo. Competição, remuneração, estrutura, qualidade. Isso desafia todo mundo a fazer trabalho de excelência - defende.


Falar sobre seu trabalho entre as meninas é tão emocionante para Cláudio quanto retornar ao clube que o formou para o futebol:


- É quase um sonho, me enche de entusiasmo, de positividade. Considero ser um caso de sucesso no Botafogo. Fiquei 10 anos no clube. Consegui dar ao clube títulos na base e no profissional. Acho que inicio minha carreira como treinador com sucesso também. Quero repetir essa história. Se a oportunidade chegar, quero aproveitar - projeta.