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sexta-feira, 10 de maio de 2013

Legado do Pan: ao sabor dos ventos, Engenhão só deve reabrir em 2014


Estádio segue fechado desde 26 de março e ainda sem prazo para obras; prefeitura deve aproveitar interdição para adequá-lo aos Jogos de 2016






Principal construção dos Jogos Pan-americanos de 2007, o Engenhão está fechado desde o dia 26 de março, após a prefeitura do Rio receber da empresa alemã Schlaich Bergerman und Partner (SBP) um estudo indicando o risco de a cobertura ceder com ventos acima de 63km/h. Financiador da obra, o governo municipal encomendou à empresa um laudo para determinar a solução do problema. Entregue ao Botafogo na última sexta-feira, dia 3, o extenso material escrito em inglês indica algumas alternativas que serão avaliadas por outra empresa, a canadense RWDI. Em meio à demora, é provável que o Engenhão, palco do atletismo dos Jogos Olímpicos de 2016, só volte a reabrir em 2014.

Na última segunda-feira, rajadas de vento de 90km/h no Rio de Janeiro e uma avaliação da empresa inglesa Building Research Establishment, a pedido da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural, puseram a interdição do Engenhão em dúvida. O prefeito Eduardo Paes saiu em defesa da decisão tomada e disse que o estádio foi feito "nas coxas".


Projetista da cobertura do Engenhão, o engenheiro Flavio D'Alambert considera o local seguro, mas que o ideal era que houvesse mais tempo para a conclusão da obra. Ainda disse que "a pressa é inimiga da perfeição". Então prefeito do Rio em 2007, o verador Cesar Maia respondeu às declarações de D´Alembert, a pedido do GLOBOESPORTE.COM:

- Claro que para quem faz obras quanto mais tempo melhor. Ele mesmo tem um vídeo no YouTube falando maravilhas da obra que calculou. É sempre assim. Outro dia caiu uma parte do teto do túnel da Grota Funda feito pela Odebrecht, e alguns pontos da via descolaram. A alegação foi a pressa. Faz parte. E o atraso sempre beneficia as empreiteiras, que exigem aditivos e trabalho em três turnos para cumprir os prazos. Vide o Maracanã com a mesma Odebretch: R$ 400 milhões de aditivos e atraso de cinco meses - disse Cesar Maia.

Há mais problemas na estrutura além da cobertura. O sistema elétrico do Engenhão é deficiente, a parte hidráulica está enferrujada, os equipamentos eletrônicos apresentam defeitos e azulejos despencam devido à baixa qualidade da argamassa.

O maior prejudicado pelo fechamento é o Botafogo, cujo estádio lhe foi cedido até 2027. O clube estava prestes a fechar um contrato de naming rights que lhe renderia R$ 30 milhões nos próximos dois anos. Sem campo, o Alvinegro paga para jogar em outros lugares e deixa de receber os aluguéis de Flamengo e Fluminense. Uma prejuízo estimado em R$ 800 mil por mês. O clube ainda segue arcando com os custos da manutenção do Engenhão. O contrato não prevê a devolução do estádio em caso de problemas estruturais.




Assim como não há prazo para o início de alguma obra, a responsabilidade também não está definida. O prefeito Eduardo Paes garante que o dinheiro não sairá dos cofres públicos, e sim das construtoras Odebrecht e OAS, que concluíram a obra após desistência da Delta. Porém, de acordo com o artigo 618 do Código Civil Brasileiro, as edificações têm um período de garantia de cinco anos. Neste prazo, a construtora é responsável por qualquer tipo de defeito. Ainda assim, como a construção do Engenhão foi iniciada por outra construtora, o consórcio que a finalizou incluiu no contrato cláusulas que o eximem de responsabilidade em caso de problemas estruturais.

No meio da indefinição, a presidente da Empresa Olímpica Municipal, Maria Silvia Bastos quer aproveitar a interdição do Engenhão para antecipar a adequação aos Jogos Olímpicos de 2016. A principal mudança para a disputa do atletismo em 2016 será a instalação de lugares provisórios nos setores norte e sul, atrás das balizas, aumentando a capacidade do estádio de 45 mil para 60 mil espectadores. No entorno estão sendo feitas obras de alargamento das ruas e de drenagem, para evitar as inundações das chuvas.

Não só o futebol ficou prejudicado. Atletas do atletismo, desabrigados após o estádio Célio de Barros virar almoxarifado das obras do Maracanã, foram proibido de treinar na pista do Engenhão. Depois de 2007, o estádio recebeu apenas cinco competições da modalidade: três GPs Brasil, de 2009 a 2011, o Troféu Brasil de 2009 e os Jogos Mundiais Militares, em 2011.A campeã olímpica Maurren Maggi lamentou a situação:

- O Engenhão é um estádio novo. Apesar de ter no máximo duas competições de atletismo por ano, é a melhor pista que a gente tem hoje no Brasil, com ótima qualidade e estrutura. Uma pista rápida que está cada vez melhor. Infelizmente, agora, ela está fechada.

Estrutura do Engenhão enferrujada: à espera do laudo para solucionar problema (Foto: Agência Reuters)
Em entrevista à revista do Tribunal de Contas do Município, publicada em setembro de 2007, o então secretário de obras da cidade, Eider Dantas, falava sobre as dificuldades da instalação da cobertura do Engenhão:

- Era um projeto ousado. Só o Estádio do Benfica tem isso e nós, no começo, nos empenhamos muito para adaptar o projeto. Fomos obrigados a fazer o encaixe e a solda a 70 metros de altura. Imagine o vento que o trabalhador enfrentou? Mas foi um sucesso. O estádio pode ser visto de diversos pontos da cidade. É a maior obra no Rio de Janeiro feita nos últimos 50 anos e, inclusive, foi objeto de reportagem especial do programa “Megaestruturas”, do Discovery Channel.

Na semana em que o fechamento do Engenhão foi anunciado, trechos do programa geraram polêmica na internet. Nele, engenheiros ressaltam a dificuldade da obra e o cronograma apertado. Procurado pelo GLOBOESPORTE.COM, Eider não quis dar entrevista.

As obras do Estádio Olímpico João Havelange começaram em 2003, com a construtora Delta e o custo estimado em R$ 60 milhões. No meio da obra, a Delta alegou falta de condições financeiras e construção foi concluída pela OAS e Oldebrecht. O Engenhão foi inaugurado faltando duas semanas para o início do Pan com uma partida entre Botafogo x Fluminense. Poucos dias antes do Parapan, ventos de cerca de 60 km/h derrubaram um muro de 15 metros na parte interna do estádio. Na ocasião, a prefeitura notificou as construtoras.


INFO_ENGENHAO_02 (Foto: Infoesporte)

Por Leonardo Filipo Rio de Janeiro

Feliz com convocação, Gabriel não teme perder vaga no Botafogo


Volante ficará um mês concentrado com a Seleção Brasileira sub-20. Neste período, equipe disputará o tradicional Torneio de Toulon, na França



Gabriel - Treino do Botafogo (Foto: Alexandre Loureiro/LANCE!Press)
Volante pode perder as cinco
primeiras rodadas do Brasileirão
(Foto: Alexandre Loureiro/LANCE!Press)
O período que poderá passar na Seleção Brasileira sub-20 não coloca medo em Gabriel na luta por uma posição de titular no time do Botafogo. Convocado na semana passada pelo técnico Alexandre Gallo para uma série de amistosos, o volante alvinegro afirmou que o importante é que o elenco tem jogadores qualificados e capazes de manter o nível de atuações.

- Acho que é o que acontece no futebol. Não só na Seleção. Se eu for suspenso ou me machucar, fico sujeito a isso. Sabemos que temos jogadores de qualidade no banco. Fico feliz e com um sentimento de tranquilidade, pois se eu sair para a Seleção, alguém vai cumprir o meu papel muito bem - disse Gabriel, que depois da lesão de Renato, ganhou a posição de titular no time.

Convocado pela primeira vez para uma seleção de base, Gabriel teve outros dois companheiros do Botafogo chamados: Dória e Vitinho. Depois dos amistosos, os jogadores seguirão para a França, onde disputarão o Torneio de Toulon. Com a possibilidade de perder seus jogadores por muitos jogos já no início do Brasileirão, a diretoria, juntamente com a comissão técnica estuda a possibilidade de pedir a liberação dos jogadores.

Ansioso por sua primeira chance com a camisa da Seleção, Gabriel não quis opinar sobre esta hipótese.

- Isso é mais uma coisa para a comissão técnica ver, não sei se vou ser liberado ou vou ficar no Botafogo. Estou feliz por ser lembrado. Não sabemos como vai ser feito. Vamos perder cinco jogos do Brasileiro, mas vou esperar a comissão decidir o melhor para o Botafogo - afirmou.


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Voo da fênix! Bolívar reencontra melhor fase no Bota e projeta desafios


Em conversa com a reportagem do LANCE!Net, zagueiro fala de ressurgimento no futebol e mostra entusiasmo com momento vivido no Glorioso desde o começo do ano




Gol do Bolívar - Botafogo x Friburguense (Foto: Paulo Sérgio/LANCE!Press)
Bolívar está em grande fase
(Foto: Paulo Sérgio/LANCE!Press)
Na mitologia grega, a ave fênix precisa morrer e renascer das cinzas para atingir o ápice da sabedoria. E no Botafogo a situação é bem parecida. Multicampeão, o zagueiro Bolívar não teve uma boa temporada no Internacional, em 2012, e não renovou com o clube com o qual era identificado. Mas quem achava que o fim dele estava próximo, se enganou, já que ele voltou mais forte do que nunca!

Ciente de que pegou muita gente de surpresa, o General, como é conhecido pelos companheiros do Glorioso, conversou com a reportagem do LANCE!Net e mostrou entusiasmo com o atual momento. Para o jogador, a “ressurreição” merece agradecimentos ao Alvinegro, que acreditou em seu potencial:

- A satisfação pessoal por dar a volta por cima é incrível. Todo jogador passa por uma fase ruim. Eu tive esse momento no ano passado, mas sabia que tinha muito potencial para voltar ao meu ápice. Com 32 anos, as pessoas dizem que o jogador está acabado, mas eu sei que as coisas não são assim. Os jogadores experientes decidem. O Botafogo apostou em mim e sou grato.

Considerado um dos principais zagueiros do Brasil nos últimos anos, Bolívar não tem do que reclamar da carreira. Porém, como um menino, se sente no auge da forma física e já projeta novos objetivos:

- Vivo meu melhor momento, no mesmo nível do Inter. As coisas estão da melhor maneira possível. Ainda tenho muita lenha para queimar e sei que posso ser muito útil nos próximos anos. Ainda quero muita coisa no futebol!

‘Não sonhei que seria vencedor’

Desde que foi contratado pelo Botafogo, Bolívar tem como trunfo os vários títulos que ganhou na carreira. Campeão da Libertadores em 2006 e 2010, ele é visto como referência em conquistas.

Mesmo feliz com as marcas alcançadas, ele fala que nunca sonhou em ser o que se tornou profissionalmente. Para ele, o importante era “jogar bola”.

- Lá no começo, quando era guri, não sonhei que seria um vencedor. Queria apenas ser jogador de futebol. Isso me bastava. Realizando isso, eu já sou muito agradecido a Deus, mas ganhando títulos a minha vida foi mais feliz ainda. Sou um abençoado porque tenho uma estrela muito grande. Tenho certeza que só consegui muitos títulos na vida porque sou abençoado. Mas não me envaideço demais com isso, quero crescer como pessoa - disse o General.

Walace Borges Rio de Janeiro (RJ)LANCENET!  

Sem Engenhão, Botafogo estuda possibilidades para o Brasileiro


Com aval da Federação do Rio de Janeiro, Juiz de Fora, Brasília e Região Sul tornam-se opções




Raulino de Oliveira (Foto: Bruno de Lima/LANCE!Press)
Raulino de Oliveira é a primeira opção do
 Botafogo (Foto: Bruno de Lima/LANCE!Press)
O Botafogo ainda não sabe quando poderá voltar a usar o Engenhão. Por isso, a diretoria do clube corre atrás de uma casa para abrigar algumas partidas do time durante o Campeonato Brasileiro.

Opções, como Juiz de Fora e Brasília, estão sendo estudadas, havendo a possibilidade de estádios das Regiões Nordeste e do Sul também receberem o Alvinegro.

– Recebemos propostas de estádios do Nordeste, Minas e até do Sul, que é a melhor. Esperamos um posicionamento da Federação (do Rio de Janeiro) para tomar uma decisão – afirmou o diretor executivo do Botafogo, Sérgio Landau.
Assim que o Engenhão foi interditado, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) se mostrou contrária à utilização de estádios fora do estado.

Mas com o passar do tempo, o presidente da entidade, Rubens Lopes, foi convencido de que se trata de um caso excepcional e cedeu.

Tanto que o Flamengo jogará lá na quarta-feira, contra o Campinense, pela Copa do Brasil. No mês passado, Marcelo Vianna, diretor de competições da Ferj, visitou o estádio Mário Helênio, em Juiz de Fora e aprovou o local.
Enquanto não define quais jogos mandará fora do Rio, o clube já escolheu a sua casa “principal”: o Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.

– Se o Brasileiro começasse hoje, o Botafogo mandaria os jogos no Raulino de Oliveira. Aliás, todo mundo jogaria lá – enfatizou Landau.

Dentro do Rio, uma comitiva alvinegra percorreu estádios como o Giulite Coutinho, do América. Ele seria uma opção mais próxima do que o Raulino de Oliveira, mas o estádio demoraria para ser reformado e foi descartado pelo Glorioso.

Depois de criar uma identificação com o Engenhão, resta ao agora nômade Alvinegro lutar pelo mesmo em sua futura casa.

São Januário nos planos

Parece que a paz voltou a reinar na relação entre as diretorias de Botafogo e Vasco. Depois da amizade ficar abalada devido ao impasse na divisão de ingressos para um possível clássico em São Januário, o diretor executivo Sérgio Landau disse que não há mais problemas.

Inclusive, ele não descartou pedir o estádio emprestado para algumas partidas pelo Brasileirão.

– Não descarto jogar em São Januário. Não teria nenhum problema em mandar partidas lá. Não tem nenhum problema com o Vasco que torne isso impossível – garantiu o dirigente alvinegro.

Recentemente, após os dois clubes se desentenderem, o Vasco disse que não cederia seu estádio ao Glorioso, que, em contrapartida, disse não ter a intenção de jogar lá.


Luiz Gustavo Moreira - Rio de Janeiro (RJ)LANCENET!