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quinta-feira, 13 de março de 2014

Jefferson relata condições do campo e ataca árbitro: 'Infeliz e desleal'




Capitão alvinegro diz que o gramado do estádio Romiñauhi mais parecia uma areia movediça e projeta seis pontos em casa para assegurar a classificação




O Botafogo encontrou muitas dificuldades nos jogos que fez durante o Carioca em Moça Bonita, mas, depois do jogo contra o Independiente del Valle, no Equador, deve ter ficado com saudades da casa do Bangu. Os jogadores tiveram que encarar lama, chuva, frio e uma estrutura ruim de vestiário do estádio Romiñauhi. Para piorar o cenário, o Alvinegro perdeu por 2 a 1, com um gol já nos acréscimos.

Campo do estádio do Independiente del Valle coberto de lama após a chuva (Foto: Gustavo Rotstein)

Quando levou o segundo gol, o Bota já estava sem Bolívar e Edilson, expulsos. O capitão Jefferson relatou as dificuldades da equipe e classificou o campo como uma "areia movediça". Ele também não perdoou o árbitro peruano Manuel Garay.

- As condições eram ruins, mas temos que dançar conforme a música. Entramos no campo já sabendo que era quase uma areia movediça, no aquecimento já deu para ver. Era barro puro. Conversamos e dissemos que no toque de bola não daria, teríamos que ir para o duelo com eles. Se queremos ser campeões, temos que passar por cima disso e de árbitro também, que para mim foi infeliz e desleal em alguns lances.





Apesar do saldo ruim da viagem ao Equador, o Botafogo ao menos manteve a liderança do Grupo 2 e a agora tem o alento de fazer dois jogos seguidos no Maracanã, um palco bem mais ao gosto dos alvinegros, principalmente se a torcida repetir o apoio das duas partidas anteriores. Jefferson acredita que duas vitórias vão garantir o time na próxima fase da Libertadores.

- Temos que valorizar estes quatro pontos. Teremos agora dois jogos em casa e, se vencermos, damos um passo importante para a classificação. Contamos com o apoio da nossa torcida. Agora é lutar de corpo e alma para avançar.A confiança é grande, os jogos que jogamos em casa na Libertadores foram coisas bonitas de se ver. Fizemos grandes exibições. São os seis pontos da classificação.

Chuva causou estrago no estádio do Independiente del Valle (Foto: Gustavo Rotstein)

Para o capitão, o que a equipe não pode fazer se quiser ter sucesso é repetir a postura que teve no primeiro tempo contra o Independiente del Valle. Jefferson revelou que uma bronca do técnico Eduardo Hungaro ajudou a mudar o rendimento.

- No primeiro tempo, praticamente não entramos em campo. O Duda deu um puxão de orelha na gente. Entramos apáticos, aquém daquilo que queríamos para Libertadores. No segundo tempo, entramos pilhados, conseguimos o empate, mas, sem dois jogadores, ficou difícil segurar. Serviu de lição para entrarmos nos próximos jogos como no segundo tempo.

O próximo jogo pela Libertadores será novamente contra o Independiente del Valle, terça-feira, às 22h, no Maracanã. Neste sábado, sem a força máxima, o Alvinegro enfrenta o Boavista, em Bacaxá, pelo Carioca. A partida será às 16h.

Por Fred Huber Rio de Janeiro

Lama, sangue e descontrole marcam a derrota do Botafogo no Equador


Campo impraticável, arbitragem polêmica e condições ruins de estádio em Sangolquí são elementos da partida contra o Independiente del Valle




"Tiraram os porcos e nos colocaram para jogar". A frase dita por Marcelo Mattos logo após o apito final resumiu o espírito do Botafogo. O gol marcado por Somoza nos acréscimos foi mais do que uma derrota por 2 a 1 que serviu como literalmente uma ducha de água fria – o que seria comprovado alguns minutos mais tarde. Foi o desfecho de uma noite na qual o Alvinegro passou por muitos apuros dentro e fora do campo do Estádio Romiñauhi. Um campo enlameado que, ao lado da atuação da arbitragem e do descontrole emocional de alguns jogadores foram os elementos que compuseram o ambiente vivido pela delegação alvinegra na cidade de Sangolquí, no Equador.

Logo que o Botafogo chegou ao estádio, os jogadores e a comissão técnica foram fazer o reconhecimento do gramado e tiveram um susto: a quantidade de lama, principalmente nas laterais, impressionava. A situação somente piorou depois que um temporal caiu no final do primeiro tempo, transformando o que era um gramado num verdadeiro pasto. A chuva forte também alagou o corredor de acesso do vestiário alvinegro até o gramado, com uma água que se misturou a fios, criando o risco de um choque. 

Laterais do campo estavam enlameadas no Equador (Foto: Gustavo Rotstein)
Durante a partida, a pressão imposta pelo Independiente del Valle e a atuação confusa do trio de arbitragem peruano criaram um clima de instabilidade emocional nos jogadores do Botafogo. Num lance que começou com Dória alegando ter sofrido uma cotovelada – o zagueiro mostrou o lábio inchado –, o time brasileiro perdeu de uma só vez Bolívar e Edílson. O primeiro por cometer falta que originou o segundo cartão amarelo. O lateral-direito, por mais uma reclamação ostensiva em jogos da Libertadores.
Dória exibe o lábio inchado após o jogo 
(Foto: Gustavo Rotstein)
Com poucas possibilidades de tocar a bola, por conta do gramado em péssimas condições, e com dois jogadores a menos, o Botafogo se fechou em seu campo defensivo, esperando o empate que naquelas circunstâncias soaria como uma vitória por goleada. Mas o chute certeiro de fora da área chegou como um duro golpe.

No entanto, nem mesmo depois do fim da partida houve possibilidade de relaxar. Como se não bastassem as luzes do vestiário que piscavam sem parar, jogadores e integrantes da comissão técnica sofreram até para tomar banho em chuveiros que jorravam água sem aquecimento, numa noite de um frio de quase dez graus.

- Era água de cachoeira - ironizou um dos integrantes da comissão técnica alvinegra, que assim como outros membros da delegação teve de assistir ao jogo no meio dos torcedores adversários, sem direito a uma área reservada. 

Corredor de acesso ao vestiário alagado após temporal (Foto: Gustavo Rotstein)
Ainda no calor da derrota, a primeira reação nas conversas dos membros da delegação era de indignação com as condições oferecidas no Estádio Romiñauhi e, por isso, a vontade de dar o troco no Rio de Janeiro. Mas por fim, todos chegaram à conclusão de que, na próxima terça-feira, o gosto da vitória será ainda melhor se o Independiente del Valle contar com todas as mordomias e um gramado perfeito do Maracanã.


- Campo muito pesado, nas laterais havia lama, as condições não passam nem perto das que a gente oferece. É uma situação que os organizadores da competição têm que cuidar. Não tem situação de igualdade de vir jogar aqui e receber o adversário no Maracanã - disse o técnico Eduardo Hungaro logo após o jogo.
Entrada principal do estádio: pessoas assistem ao jogo das escadarias (Foto: Gustavo Rotstein)



Por Gustavo RotsteinSangolquí, Equador